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SARAGHINA MARIA DONATO DA CUNHA
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BIOPROSPECÇÃO DA ATIVIDADE ANTIGÚNGICA E CITOXICIDADE DO ÓLEO ESSENCIAL DE PATCHOULI( POGOSTEMON CABLIN BENTH)
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Data: 28/10/2022
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Hora: 14:00
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A incidência de infecções causadas por Candida tem aumentado em todo o mundo e essas cepas
estão se tornando resistentes aos seus respectivos medicamentos. Sendo necessário a busca de
novos fármacos com maior eficácia e segurança e nesta lógica, destaca-se os óleos essenciais
(OEs), que são uma mistura complexa de compostos voláteis e apresentam várias atividades
biológicas relevantes, porém há poucos estudos sobre os potenciais efeitos benéficos e/ou
adversos. Neste sentindo o objetivo desse estudo foi avaliar as atividades antifúngica e
citotóxica do óleo essencial de Patchouli (Pogostemon cablin Benth). Na avaliação da atividade
antifúngica utilizou-se diferentes cepas do gênero Candida e foi determinada à Concentração
Inibitória Mínima (CIM) e fungicida mínima (CFM), por técnica de microdiluição. A
interferência do OE na parede celular e o potencial de ruptura do mesmo, foi feita através CIM
na presença do sorbitol, e a interferência na membrana celular, foi realizada através CIM com
ergosterol. Como também, foi avaliado a interferência do OE sobre a resistência ao antifúngico
padrão, na ausência e na presença do OE em concentrações sub-inibitórias. Para estudos da
atividade citotóxica utilizou-se hemácias humanas referentes aos tipos sanguíneos A, B e O e
avaliou-se a atividade hemolítica e anti-hemolítica. As análises revelaram que o OE apresentou
uma excelente atividade antifúngica frente as cepas clínicas de C. parapsilosis e C. albicans
com uma CIM e CFM entre 4 e 16 μg/mL, sendo esse efeito de natureza fungicida. Seu
mecanismo de ação não envolve efeito sobre a parede celular bem como na membrana
plasmática. Promoveu um efeito sinérgico ao ser associado a anfotericina B. O efeito sob as
hemácias revelou baixo percentual de hemólise para eritrócitos do sistema ABO na
concentração de 50 a 100 μg/mL. Além disso, demonstra moderado efeito anti-hemolítico nas
concentrações de 500 a 1000 μg/mL para os tipos sanguíneos B e O. Considerando os resultados
obtidos no estudo in vitro de citotoxicidade e a atividade farmacológica, percebe-se que OE de
Patchouli torna-se um possível candidato promissor para utilização de suas propriedades
bioativas em fitoterápicos, porém são necessários estudos auxiliares como toxicidade in vivo e
farmacológico para melhor elucidar os mecanismos de ação deste composto.
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ALESON PEREIRA DE SOUSA
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Avaliação da toxicidade e determinação das atividades biológicas dos flavonóides vitexina, tilirosídeo e 5,7-dihidroxi-3,8,4'-trimetoxi: estudos in silico, in vitro e ex-vivo
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Data: 17/08/2022
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Hora: 14:00
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As terapias alternativas, que utilizam plantas medicinais e fitoterápicos, são bastante
comuns no Brasil. Dentre as várias espécies vegetais brasileiras utilizadas em tais terapias
destacam-se as espécies da família Malvaceae. O presente estudo teve como objetivo
investigar a biodisponibilidade, toxicidade e determinação do potencial antibacteriano e
genotóxico dos flavonoides vitexina, tilirosideo e 5,7-dihidroxi-3,8,4'-trimetoxi (Pg-1),
isolados de espécies da família Malvaceae, a partir de estudos in silico, in vitro e ex vivo.
As estruturas químicas e as propriedades bioativas previstas foram analisadas in silico
através de softwares. Os ensaios in vitro e ex-vivo que utilizaram amostras humanas foram
realizados de acordo com o Código de Ética da Associação Médica Mundial e foram
aprovados por Comitê de Ética competente (protocolo número: 3.621.284). A análise in
silico das estruturas químicas das moléculas e das propriedades bioativas previstas
demonstra que a vitexina e o Pg-1 apresentam estabilidade entre suas propriedades
hidrossolúveis e lipossolúveis, caracteziando-as como fármacos que possuem
biodisponibilidade oral e boa absorção. O tilirosideo possui um perfil mais lipossolúvel, o
que permite maior permeabilidade nas membranas biológicas. Os testes de toxicidade in
silico revelaram a potencial eficácia destas moléculas na proteção celular contra os radicais
livres, além de possíveis atividades biológicas: antimutagênica, anticarcinogênica,
antioxidante, antineoplásica, anti-inflamatória, anti-hemorrágica e agonista da apoptose. As
avaliações citotóxics in vitro e genotóxicas ex-vivo detectaram baixas taxas de hemólise
nas hemácias humanas e reduzida toxicidade celular contra as células da mucosa oral. A
atividade citotóxica sugere o uso seguro das concentrações das substâncias avaliadas (500-
1000 μg/mL) e demonstra diferentes formas de interação das moléculas com os tipos
célulares analisados. A CIM evidenciou forte efeito dos flavonoides vitexina, tilirosídeo e
Pg-1 frente à K. pneumoniae, E. coli e E. fecalis. A CBM revelou que a vitexina possui
efeito bacteriostático para cepas de K. pneumoniae e E. Fecalis; o tilirosideo apresentou
efeito bactericida contra cepa de K. Pneumoniae; o Pg-1 foi considerado bactericida para
as cepas de E. fecalis e E. coli, e bacterioestático na cepa de K. Pneumoniae. Os dados
demonstram que a vitexina, o tilirosideo e o Pg-1 são moléculas seguras para possíveis
aplicações terapêuticas e seu perfil de toxicidade indica viabilidade para estudos futuros.
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HUMBERTO DE CARVALHO ARAGÃO NETO
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INVESTIGAÇÃO DAS ATIVIDADES ANTINOCICEPTIVA E ANTI-INFLAMATÓRIA
DO ÁCIDO 3-CUMARINO CARBOXÍLICO
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Data: 15/07/2022
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Hora: 09:00
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A dor é uma experiência sensorial e emocional desagradável associada a dano real
ou potencial, ou descrita em termos de tal dano. Estimativas sugerem que 20% dos
adultos sofrem de algum tipo de dor em todo o mundo. A terapia da dor é atualmente
um dos desafios da medicina moderna. Os distúrbios da dor orofacial são frequentes
na população geral e seu tratamento farmacológico é difícil e controverso. O uso
terapêutico de anti-inflamatórios não esteroidais como analgésicos está associado a
um amplo espectro de efeitos adversos, incluindo lesões gastrointestinais, eventos
cardiovasculares e toxicidade renal. Nesse contexto, as cumarinas compreendem
uma importante classe de compostos fenólicos, exibindo diversos efeitos
farmacológicos. Suas aplicações terapêuticas dependem da estrutura química central
e dos padrões de substituição no anel aromático destes compostos. As cumarinas
simples representam a principal subclasse com propriedades anti-inflamatórias.
Estudos demonstram que a inserção de grupos funcionais no carbono 3 do esqueleto
básico cumarínico resulta em agentes farmacológicos com potente efeito anti-
inflamatório. Nesse contexto, o ácido 3-cumarínico carboxílico (A3CC) é um derivado
substituído das cumarinas simples, cujos efeitos em modelos de dor e inflamação
ainda não foram explorados. O presente estudo se propôs a investigar pela primeira
vez os efeitos antinociceptivo e anti-inflamatório do A3CC utilizando abordagens in
silico, in vitro e in vivo. Os softwares PASS, Molinspiration, Volsurf+, OSIRIS
DataWarrior e MetaSite 6 foram utilizados para estabelecer dados sobre espectro de
atividade, biodisponibilidade, toxicidade, permeabilidade hematoencefálica, e perfil
metabólico. O efeito sob eritrócitos humanos foi investigado através de ensaios de
hemólise e fragilidade osmótica. A atividade antinociceptiva foi avaliada nos modelos
de contorções abdominais induzidas por ácido acético, glutamato e formalina
orofaciais, e este último foi utilizado na investigação da participação da via opioide e
de canais K+
ATP. A atividade anti-inflamatória foi analisada através do modelo de
edema de pata induzido por carragenina e confirmada por estudos de docking
molecular com a enzima cicloxigenase (COX). O A3CC demonstrou possuir
viabilidade na circulação sanguínea ao exibir baixo percentual de hemólise frente a
eritrócitos humanos, além de ser capaz de proteger a membrana eritrocitária no teste
de fragilidade osmótica (p<0,001). Ele também exibiu propriedades analgésicas,
inibindo significativamente o comportamento nociceptivo nos testes de nocicepção
orofacial induzida por formalina (p<0,001) e glutamato (p<0,001), bem como no teste
de contorções abdominais induzidas por ácido acético (p<0,0001). O A3CC
demonstrou exercer seu efeito perifericamente, ao exibir propriedades anti-
inflamatórias de redução do edema de pata induzido por carragenina (p<0,05). Esse
efeito foi confirmado pelo docking molecular, e pode estar relacionado com a inibição
da COX-2 por interações com os resíduos de Tyr385 e Ser530.
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LUIZA TOSCANO DE ALMEIDA
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AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE NÃO-CLÍNICA E OFTALMOLÓGICA
DE WALTHERIA VISCOSISSIMA A. St. Hil. MALVACEAE EM
MAMÍFEROS
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Orientador : MARGARETH DE FATIMA FORMIGA MELO DINIZ
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Data: 03/06/2022
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Hora: 14:00
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Dentre as várias espécies vegetais utilizadas na cura de males destacam-se, tanto do ponto de
vista fitoquímico quanto pelo seu uso na medicina popular, aquelas pertencentes à família
Malvaceae. A espécie Waltheria viscosíssima A.St. Hil. possui relatos quanto a sua utilização
na medicina popular como expectorante, antitussigena e antihipertensiva, emoliente,
maturativa de tumores, além de limpar velhas úlceras. A sua ampla utilização na medicina
popular justifica os estudos de toxicidade que garantam a segurança de seu uso. Neste sentido
realizamos uma avaliação toxicológica não clínica e estudo da irritabilidade ocular do extrato
etanólico bruto das partes aéreas de Waltheria viscosissima A.St. Hil, com base no Guia para
a condução de estudos não clínicos de toxicologia e segurança farmacológica necessária ao
desenvolvimento de medicamentos e nas OECDs 423 e 407. Para avaliação toxicológica
aguda, foram utilizados ratos Wistar fêmeas e utilizada a dose única de 2000 mg/kg por via
oral. Após o tratamento, foram observados durante 14 dias os seguintes parâmetros: os efeitos
comportamentais durante 240 minutos; consumo de água e ração diariamente; evolução
ponderal semanalmente. Todos os animais sobreviveram e foram sacrificados para análise dos
parâmetros bioquímicos, hematológicos, avaliação macroscópica dos órgãos e exames
histopatológicos nos órgãos alterados. No estudo toxicológico de subcrônico foram
administradas doses fracionadas do extrato etanólico bruto das partes aéreas de Waltheria
viscosissima A.St. Hil. durante 28 dias em ratos machos e fêmeas, sendo avaliados os
seguintes parâmetros: glicemia, consumo de água e ração, peso corporal, atividade
exploratória dos animais, parâmetros hematológicos, bioquímicos e exames histopatológicos
dos órgãos dos ratos em estudo. A metodologia utilizada para avaliar o teste de irritabilidade
ocular dose simples do extrato etanólico bruto das partes aéreas de Waltheria viscosissima
A.St. Hil., foi baseada no trabalho desenvolvido por Draize e colaboradores (1944), com
algumas modificações baseadas no Guia para a condução de estudos não clínicos de
toxicologia e segurança farmacológica necessários ao desenvolvimento de medicamentos
(BRASIL, 2013). Pelo método de classes, o extrato etanólico das partes aéreas de Waltheria
viscosissima A.St. Hil. se enquadra na Classe 5 (substância com DL50 superior a 2000 mg/kg
e menor que 5000 mg/kg), sendo considerada de baixa toxicidade. Em relação à irritabilidade
ocular, o extrato a 9% pode ser considerado não irritante.
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CAROLINE UCHÔA SOUZA CARVALHO
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Desenvolvimento e avaliação antimicrobiana de solução
para incorporação em fio de sutura cirúrgico a base de
óleo essencial de Lippia sidoides Cham. associado à
antimicrobianos
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Data: 29/04/2022
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Hora: 14:00
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Infecções bacterianas consistem em um problema de saúde pública mundial, as
chamadas Infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS), transcendem o ambiente
hospitalar, ocorrendo em qualquer lugar onde sejam dispensados atendimentos à saúde dos
pacientes. Dentre as IRAS temos as infecções de Sítio Cirúrgico (ISC), caracterizadas pela
infestação microbiana em feridas provenientes de procedimentos cirúrgicos, sendo os micro-
organismos envolvidos originários da pele, microbiota ambiental ou até das mãos dos
profissionais de saúde. O procedimento de sutura tem como finalidade reparar tecidos e
impedir que patógenos possam contaminar o local, no entanto, o material de sutura funciona
como um corpo estranho podendo potencializar a infecção, dependendo do material utilizado
para o procedimento e da problemática da adesão bacteriana tanto no material de sutura,
quanto no tecido lesado. Para diminuir infecções são utilizados fármacos antimicrobianos, o
que leva ao problema de resistência dos microrganismos frente aos antimicrobianos utilizados
na terapia. O fio de sutura de Poliglactina revestido com o antiséptico triclosano tem a
propriedade de reduzir a virulência em sítio cirúrgico, indicando que revestimentos
antibacterianos são uma ferramenta valiosa para reduzir índices de infecções em feridas. Na
busca por maior eficácia na terapia surge o conceito de sinergismo antimicrobiano, onde a
combinação de dois compostos possui uma atividade potencializada, a interação sinérgica
entre óleos essenciais e antimicrobianos comprovou sua eficiência em reduzir o crescimento
bacteriano. Em vista desta ferramenta, o seguinte trabalho associou o óleo essencial da planta
Lippia Sidoides Cham. com os antimicrobianos ciprofloxacino e ampicilina, obtendo
concentrações sinérgicas a partir das quais foi desenvolvido um novo revestimento
antimicrobiano para fios de sutura de Poliglactina. As associações do óleo com os respectivos
antimicrobianos foram sinérgicas, e quando testadas em associação demonstraram inibir o
crescimento bacteriano e também reduzir a formação de biofilme bacteriano. As
concentrações sinérgicas foram utilizadas para produzir uma solução que foi incorporada ao
fio de sutura de poliglactina. O fio incorporado com as associações antimicrobianas foi testado
quanto ao crescimento de biofilme bacteriano, apresentando resultados positivos com
redução do crescimento microbiano, quando comparado com o Vicryl Plus®, demonstrando
ser uma alternativa futura para um novo produto para saúde com propriedades
antimicrobianas otimizando o procedimento de suturar, consequentemente reduzindo os
índices de Infecções de Sítio Cirúrgico (ISCs).
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SUSIANY PEREIRA LOPES
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Derivados p-Cumaratos Sintéticos: Estudo Antiparasitário, Antimicrobiano, Anti-enzimático e in silico.
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Data: 30/03/2022
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Hora: 13:30
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O ácido p-cumárico é um composto fenólico natural que tem gerado interesse como
material de partida para o desenvolvimento de novos candidatos a fármacos devido
aos seus efeitos farmacológicos. Portanto, no presente estudo os derivados p-
cumaratos foram preparados e submetidos a uma triagem em diversos modelos
experimentais para investigar a potencial atividade tripanocida frente ao Trypanosoma
cruzi, atividade leishmanicida contra a Leishmania braziliensis e antiplasmódica em
Plasmodium falciparum . Em adição, avaliou-se a atividade inibitória em enzimas
AChE e BChE utilizando o método de espectrofotométrico e a ação antifúngica via
determinação do CIM e da CFM, bem como os mecanismos de ação dos derivados.
Dentre os vinte e três derivados, obtidos via reações de esterificação de Fisher, reação
de Mitsunobu e susbtituição nucleofílica SN2 com haleto de alquila e arila, oito são
compostos inéditos na literatura, identificados por métodos espectroscópicos de
infravermelho e ressonância magnética de 1H e 13C como também por espectroscopia
de massa de alta resolução. Destes, o p-cumarato de pentila (7) (5,16 ± 1,28 μM;
61,63 ± 28,59 μM) apresentou a melhor atividade tripanocida contra as formas
epimastigota e tripomastigota, respectivamente. A análise por citometria de fluxo
revelou um aumento na porcentagem de células marcadas com 7-AAD, um aumento
nas espécies reativas de oxigênio e uma perda do potencial da membrana
mitocondrial, indicando morte celular por necrose. Esse mecanismo foi confirmado por
microscopia eletrônica de varredura, observando a perda de integridade celular. Os
dados do docking molecular indicaram que o composto 7 atua potencialmente através
de dois mecanismos de ação, seja por ligações com aldo-ceto redutase (AKR) ou via
cruzaína (CZ), que é uma das principais enzimas de desenvolvimento do
Trypanosoma cruzi. Os resultados indicam que as interações de van der Waals entre
ligante e receptores favorecem interações hidrofóbicas com as partes fenólicas e
alifáticas do ligante. Em adição, o p-cumarato de hexila (9) (4,14 + 0,55 μg/mL;
IS=2,72) apresentou a melhor atividade leishmanicida frente a forma Leishmania
braziliensis amastigotas. Os resultados do docking molecular do composto 9 indica
que o ALDH, MPK4 e TOP2 são alvos potencialmente promissores para orientar
futuras investigações sobre os possíveis mecanismos de ação. Dentre os compostos
analisados contra o Plasmodium falciparum, o p-cumarato de metila (1) (64,59 + 2,89
μg/mL; IS= 0,1) apresentou uma atividade razoável frente aos demais derivados. Com
relação a atividade inibitória frente a butirilcolinesterase, três derivados apresentaram
bioatividade: o p-cumarato de 4-clorobenzila (14) (75,17 ± 1,81; IC50=19,08 ± 0,70
μM), o p-cumarato de 4-bromobenzila (15) (76,09 ± 2,16; IC50=22,22 ± 1,50 μM) e o
p-cumarato de naftaleno (19) (65,39 ± 3,88; IC50=22,69 ± 2,15 μM). Na avaliação da
atividade antifúngica, os compostos 9 (62,90; 31,45 e 125,85 μM) e 14 (27,05; 54,09
e 54,09 μM) foram bioativos contra as espécies de Candida. Portanto, no presente
estudo demostra que os derivados do ácido p-cumárico são compostos promissores
para a pesquisa de novos candidatos a fármacos frente a diversas patologias.
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CLAUDENISE CALDAS DA SILVA DANTAS VIEGAS
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ATIVIDADE ANTINOCICEPTIVA, ANTI-INFLAMATÓRIA E ANTIOXIDANTE DO EXTRATO ETANÓLICO BRUTO E FRAÇÃO ALCALÓIDE DA Waltheria viscosissima A. St. Hil - Malvaceae
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Data: 18/03/2022
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Hora: 14:00
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A Waltheria viscosissima A. St.-Hil (Malvaceae) também conhecida como Malva
branca, foi relatada etnofarmacologicamente por ter propriedades antinociceptivas e
anti-inflamatórias. O objetivo do presente estudo é elucidar a atividade antinociceptiva,
anti-inflamatória e antioxidante do extrato etanólico bruto (EEBWa.v) e da fração
alcalóide (FAWa.v) das partes aéreas da W. viscosíssima em camundongos Swiss.
Inicialmente foi realizado o teste de toxidade aguda do EEBWa.v e FAWa.v na dose de
2000 mg/kg, intraperitoneal (i.p.), e a triagem comportamental através do teste de Rota
Rod com EEBWa.v e FAWa.v (50, 100 e 200 mg/kg, i.p.), diazepam (4 mg/kg, i.p.). O
EEBWa.v e FAWa.v (50, 100 e 200 mg/kg, i.p.), morfina (10 mg/kg, i.p.) e controle
(tratado com solução salina) foram usados em testes in vivo de nocicepção química
induzida por ácido acético (0,6%; 10 mg/kg) e formalina (2,5 %). A inflamação aguda
foi avaliada pelo modelo de edema de pata induzido por prostaglandina e a nível
peritoneal, por carragenina (1%), em testes in vivo, cujos grupos foram o controle
(tratado com solução salina) e os grupos tratados com EEBWa.v (100 mg/kg, i.p.),
FAWa.v (100 mg/kg, i.p.) e padrão indometacina (10 mg/kg, i.p.) ou dexametasona (2
mg/kg, i.p.). Após o procedimento de peritonite induzido por carragenina, os animais
foram eutanasiados e o líquido peritoneal coletado para avaliação da migração celular e
balanço redox (malondialdeído - MDA e Capacidade Antioxidante Total - CAOT). O
mecanismo de ação foi avaliado pelo teste de formalina com cafeína (10 mg/kg, i.p.),
naloxona (5 mg/kg, i.p.) e glibenclamida (10 mg/kg, i.p.). A morfina, EEBWa.v (50 e
100 mg/kg, i.p) e FAWa.v (100 mg/kg, i.p.) reduziram significativamente o número de
contorções abdominais quando comparados ao grupo controle, e a FAWa.v (100 mg/kg,
i.p.) foi superior a FAWa.v (200 mg/kg, i.p). No modelo de nocicepção induzida por
formalina, na fase neurogênica o EEBWa.v (50 e 200 mg/kg, i.p.) reduziu
significativamente o número de lambidas de pata. Na fase inflamatória a atividade da
FAWa.v (100 mg/kg, i.p.) foi superior ao EEBWa.v (200 mg/kg, i.p.). EEBWa.v e
FAWa.v (100 mg/kg, i.p) mostraram-se significativos para os próximos experimentos.
Ambas as amostras apresentaram redução no edema de pata e na migração celular,
assim como os tratados com indometacina e dexametasona, em animais com inflamação
induzida por prostaglandina e carragenina, quando comparadas ao grupo controle. O
balanço redox (CAOT e MDA) revelou que apenas EEBWa.v (100 mg/kg, i.p)
apresentou maior potencial antioxidante do que o grupo não tratado e o grupo
dexametasona, p <0,005 e p <0,001, respectivamente. FAWa.v (100 mg/kg, i.p) não
apresentou atividade antioxidante superior ao EEBWa.v. Também foi detectado que
EEBWa.v e FAWa.v (100 mg/kg, i.p) não inibiram a peroxidação lipídica e apresentam
possível mecanismo de ação antinociceptivo pelos receptores opioides e canais de
K
+
ATP. A W. viscosissima estimula o controle da dor, que pode ser mediado por ação
central e periférica. Esses compostos bioativos mostraram-se promissores e com efeito
bioativo estatisticamente semelhante ao da morfina, indometacina e dexametasona,
medicamentos padrões no mercado, mas com a vantagem da atividade antioxidante.
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LARISSA RODRIGUES BERNARDO
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AVALIAÇÃO DO MECANISMO DE AÇÃO DA MILONINA NO MODELO MURINO DE LESÃO PULMONAR AGUDA E SEU ESTUDO FARMACOCINÉTICO IN SILICO.
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Data: 16/02/2022
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Hora: 09:00
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A lesão pulmonar aguda (LPA) é uma patologia de origem inflamatória com
infiltrado de neutrófilos, lesão da barreira alvéolo-capilar, produção de citocinas
levando a insuficiência respiratória aguda. A complexidade dos eventos
fisiológico/imunológico, dificulta o desenvolvimento de uma farmacoterapia
efetiva. Assim, estratégias terapêuticas que promovam a resolução da
inflamação vêm sendo desenvolvidas, tendo os produtos naturais como fontes
de novas moléculas anti-inflamatórias. Nesse contexto, o objetivo desse estudo
foi avaliar o potencial anti-inflamatório da milonina, alcaloide morfinâmico de
Cissampelos sympodialis Eichl (Menispermaceae) no modelo murino a LPA.
Para tal, camundongos BALB/c foram desafiados com lipopolissacarídeo (LPS)
e tratados com milonina (2,0 mg/kg). Vinte e quatro horas após o desafio, os
animais foram eutanasiados, e o lavado broncoalveolar (BAL), sangue e pulmões
foram coletados para as análises celulares e moleculares. Para a predição de
alvos moleculares e perfil farmacocinético, foi realizado estudos in silico. O
tratamento com a milonina inibiu a migração de células inflamatórias para o
pulmão, principalmente de neutrófilos, reduziu o exsudato proteico, edema
pulmonar, e as citocinas, IL-1β, IL-6 e TNF-α no BAL, entretanto, apenas a IL-6
foi reduzida a nível sistêmico. As alterações histológicas foram atenuadas com
o tratamento com a milonina, com redução de leucócitos e manutenção da
arquitetura bronquicoalveolar, confirmadas por dados morfométricos. O efeito
anti-inflamatório da milonina está associado à inibição da kinase B (ou Akt) e do
fator nuclear κB (NFκB). Estudos in silico de docking molecular mostraram que
o alcaloide apresentou energia de ligação de -43.96 kcal/mol e formou interações
hidrofóbicas com os aminoácidos Ile124 e Phe126 no receptor MD-2 associado
ao receptor Toll Like-4. O alcaloide apresentou um promissor perfil ADMET
(absorção, distribuição, metabolismo, excreção e toxicidade) relacionado aos
parâmetros farmacocinéticos de segurança e boa disponibilidade. Portanto, a
milonina apresentou efeito imunomodulador no processo inflamatório da lesão
pulmonar aguda associado a fatores reguladores dos genes de citocinas
inflamatórias, bem como uma farmacocinética com boa segurança e
disponibilidade colocando-a como uma potencial molécula para o tratamento da
inflamação pulmonar.
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DAVIDSON BARBOSA ASSIS
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AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE E DOS MECANISMOS ENVOLVIDOS NO EFEITO ANTINOCICEPTIVO E ANTI-INFLAMATÓRIO DO 2-ALILFENOL.
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Data: 04/02/2022
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Hora: 08:00
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ASSIS, D.B. Avaliação da atividade antioxidante e dos mecanismos envolvidos no efeito antinociceptivo e anti-inflamatório do 2-alilfenol. 2021. 106p. Tese (Pós-graduação em Desenvolvimento e Inovação Tecnológica em Medicamentos) UFPB / CCS, João Pessoa.
O 2-alilfenol (2-AF) é um fenilpropanóide amplamente comercializado na China sob o nome de Yinguo. Extraído do exosperma da fruta Ginkgo biloba, o 2-AF apresenta atividade antibacteriana, antitumoral, antifúngica e antinociceptiva já relatadas. Entretanto é necessário elucidar com mais detalhes o mecanismo pelo qual o 2-AF promove seu efeito antinociceptivo, por isso este estudo tem o intuito de avaliar uma possível atividade antioxidante e anti-inflamatória exercida pelo 2-AF em camundongos, avaliando os mecanismos envolvidos nestes efeitos. A administração de 2-AF foi realizada nas doses de 50, 75 e 100 mg/kg (i.p.) sempre trinta minutos antes da realização dos testes farmacológicos. Os experimentos iniciaram com a investigação do mecanismo antinociceptivo do 2-AF. Para estudar a participação dos sistemas nitroxidérgico, GABAérgico e dopaminérgico administrou-se respectivamente L-NNA, flumazenil e sulpirida quinze minutos antes do tratamento com o 2-AF no teste das contorções abdominais induzidas pelo ácido acético. No intuito de aumentar as evidências da atuação do 2-AF na via adenosinérgica, anteriormente relatada, foi realizado um estudo de docking molecular. O teste da peritonite induzida por carragenina foi utilizado para avaliar o efeito anti-inflamatório do 2-AF através da avaliação da migração celular e dos níveis das citocinas pró-inflamatórias TNF-α e IL-1β no líquido peritoneal. Por fim, a atividade antioxidante do 2-alilfenol foi determinada pelos testes da capacidade antioxidante total, atividade sequestradora de DPPH, teste da atividade sequestradora do radical hidroxila, teste da atividade sequestradora de superóxido. O tratamento com o L-NNA, flumazenil e sulpirida não reverteram o efeito antinociceptivo do 2-AF, descartando a participação dos sistemas nitroxidérgico, GABAérgico e dopaminérgico no efeito antinociceptivo. Os estudos de docking confirmaram afinidade entre o 2-AF e o receptor A2a, essa interação pode estar relacionada à redução da produção de citocinas pró-inflamatórias. Nos testes anti-inflamatórios, o 2-AF inibiu a migração de leucócitos via redução dos níveis de TNF-α e IL-1β no teste da peritonite. Apresentou uma alta capacidade antioxidante total sendo esta atividade proporcionada através do sequestro de radicais superóxido, demonstrando que sua atividade antioxidante também pode estar auxiliando no efeito anti-inflamatório e antinociceptivo. Diante dos resultados, torna-se evidente o potencial clínico do 2-AF para o tratamento da dor e inflamação.
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