PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO (PPGEP)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de DEFESA: MANOEL GERONIMO LINO TORRES

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: MANOEL GERONIMO LINO TORRES
DATA: 07/04/2016
HORA: 17:00
LOCAL: Laboratório de Análise do Trabalho
TÍTULO: CONFORTO TÉRMICO E DESEMPENHO NOS AMBIENTES DE ENSINO COM INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS - ESTUDO DE MULTICASOS NO NORDESTE BRASILEIRO
PALAVRAS-CHAVES: Conforto térmico; Desempenho; Salas de aula; Inovações tecnológicas; Estudantes.
PÁGINAS: 160
GRANDE ÁREA: Engenharias
ÁREA: Engenharia de Produção
SUBÁREA: Engenharia do Produto
ESPECIALIDADE: Ergonomia
RESUMO: Introducao: Desde os primordios da humanidade, o homem, de forma intuitiva, buscou locais para se abrigar de intemperies climaticas. Com o passar do tempo o mundo se desenvolveu e o clima se transformou. Dentre os diversos acontecimentos climaticos, o aquecimento global recente tem impactos ambientais intensos e atingira diversas areas e localidades, em especial, os paises menos desenvolvidos situados na regiao tropical. No Brasil, as regioes que mais sofrerao impactos, com tais mudancas, serao a Amazonia e o Nordeste. Com o desenvolvimento da sociedade moderna, observa-se que os individuos estao consumindo grande parte do seu tempo em ambientes fechados, e por isso, numerosas pesquisas vem buscando estudar condicoes de conforto ambiental que auxiliem na execucao das atividades e maximizacao do desempenho humano. Uma das diversas mudancas que ocorreu encontra-se no ambiente de ensino, o qual e diferente quando comparado ao de anos atras. Recursos tecnologicos em sala de aula tem tornado este ambiente mais versatil, permitindo que alunos e professores interajam com outras instituicoes, conferindo maior flexibilidade na utilizacao de ferramentas que estendem suas habilidades cognitivas. Porem, estas ferramentas podem tanto favorecer a comunicacao e a versatilidade do ensino-aprendizagem quanto elevar a carga termica no ambiente que ja sofre influencia direta do ambiente externo. Nesse sentido, torna-se importante investigar como as variaveis do conforto termico afetam o desempenho dos alunos em ambientes de ensino climatizados providos destas tecnologias. Objetivo: Analisou a relacao entre conforto termico e o desempenho de estudantes nos ambientes com inovacoes tecnologicas em areas do nordeste brasileiro. Materiais e Metodos: Os dados foram obtidos durante a realizacao dos experimentos nas salas de aula de duas instituicoes (A e B) de ensino superior localizadas no Nordeste brasileiro, com n=103 alunos dos cursos de exatas, sendo uma sessao por dia, por turma, em tres dias consecutivos. A temperatura do ar, atraves do ar condicionado foi ajustada para as temperaturas 20ºC e 24ºC; no ultimo dia a temperatura do ar estava no entorno de 30°C. Atraves do medidor de estresse termico TGD300 e estacao microclimatica Babuc A registraram-se os parametros do ambiente termico. As habilidades cognitivas foram avaliadas pelas cinco provas que compoem o instrumento do BPR-5. As variaveis subjetivas e pessoais (conforto, desejo e sensacao termica; resistencia termica das roupas) foram avaliadas de acordo com a norma ISO10551/1995 e ISO7730/2005. Resultados: A instituicao “A” e uma universidade privada e localiza-se na cidade de Joao Pessoa, estado da Paraiba, cuja temperatura e predominantemente quente com media anual em torno dos 26 °C. Os alunos desta instituicao no primeiro dia de coleta, onde a temperatura encontrava-se a 21,49ºC, indicaram (42,9%) estar sentindo o ambiente levemente quente (+1); 39% dos alunos desejaram que o ambiente permanecesse como estava (0); e 51,9% avaliaram que o local estava confortavel (1). O indice da ISO7730/2005 indicou que o ambiente estava frio, com 57% dos votos entre -1,5 e -2,5. No segundo dia cuja temperatura media foi de 23,24ºC cerca de 58,1% dos alunos sentiram o ambiente termicamente neutro (0); 40,5% desejaram que ele permanecesse como estava (0) e o classificaram (55,4%) como confortavel (1). Para o segundo dia de coleta de acordo com o indice PMV o ambiente estava levemente frio, com 87,8% dos votos entre -0,5 e -1,5. No terceiro dia a temperatura media foi de 27,49ºC e 41,9% dos alunos classificaram o ambiente como quente (+2); 29,7% dos estudantes desejaram que a temperatura ficasse levemente mais fria (-1); e por fim, classificaram o local (35,1%) como levemente desconfortavel (2). O Voto Medio Predito indicou que o ambiente estava levemente quente no terceiro dia, com 60,8% dos votos variando de +0,5 a +1,5. A instituicao “B” e uma universidade publica e localizada na cidade de Teresina, estado do Piaui; possui uma temperatura media anual de 28ºC, e e considerada uma das capitais mais quentes do Brasil com temperaturas maximas que ultrapassam 40ºC em certas epocas do ano. Os estudantes (em torno de 50%) no primeiro dia de coleta, cuja temperatura media foi de 20,07ºC, indicaram sentir que o ambiente estava levemente frio (-1); desejaram (42,3%) que estivesse levemente mais quente (+1); e o classificaram (61,5%) como confortavel (1). O indice PMV, com 92% dos votos, indicou que o ambiente estava frio de -1,5 a -2,5. No segundo dia a temperatura media foi de 33,72ºC, onde os alunos (59,3%) afirmaram que o ambiente estava quente (+2); desejaram (59,3%) o ambiente mais frio (-2); e 66,7% classificaram-no como desconfortavel (3). Em relacao ao PMV 100% dos votos indicaram que o ambiente foi classificado como muito quente acima de +2,5. No terceiro dia com a temperatura media de 22,95ºC, a sensacao termica dos alunos (em torno de 73,3%) era neutra (0); 80,8% desejaram que permanecesse como estava (0); o local foi classificado pelos alunos (96,2%) como confortavel (1). O indice PMV, com 88,5% dos votos, indicou que o local estava levemente frio [-0,5;-1,5]. Utilizando Modelos Lineares Generalizados observou-se, atraves dos dados das duas instituicoes, que o desempenho esta ligado ao conforto termico. Foi observado que ao se elevar a temperatura do ambiente aumenta-se a chance dos estudantes passarem de uma faixa de desempenho inferior para uma superior em 1,09 vezes, para situacoes de muito desconforto (4). Consideracoes finais: Assim este estudo mostra que existe uma diferenca/defasagem entre o que a norma ISO7730/2005 prediz com o que realmente e relatado pelos estudantes, ou seja, situacoes em que a norma indica desconforto os estudantes relatam estar confortaveis. Observou-se tambem que as variaveis subjetivas sao fatores importantes para um bom desempenho cognitivo dos estudantes. Quando os alunos estao em desconforto termico, com a temperatura do ar nos laboratorios de informatica em torno de 20°C, representando um PMV entre -1,5 e -2,5 e necessario elevar a temperatura do ar para que os mesmos estejam mais aquecidos, o que possibilita com probabilidade em torno de 9% sair de uma faixa de desempenho inferior para uma superior. E provavel quanto mais aquecido o aluno estiver maior sera essa probabilidade. Porem, depois dos alunos estarem bem aquecidos, em situacao de conforto termico, a partir de 27°C, e provavel que o desempenho satisfatorio nos laboratorios esteja vinculado a alguns fatores como a aclimatacao, o fator ensino-aprendizagem, mecanismos de esforco cognitivo ou ao tempo de permanencia no ambiente que e inferior a 60 min.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 6336620 - LUIZ BUENO DA SILVA
Interno - 329502 - ANTONIO SOUTO COUTINHO
Externo à Instituição - ANTONIO AUGUSTO DE PAULA XAVIER