PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS (PPGL)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Dissertações/Teses


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2023
Descrição
  • MARCELO DE LIMA FERNANDES
  • A AMBIGUIDADE ENTRE O VIVIDO E O CRIADO: INTERMIDIALIDADE, MEMÓRIA E METAFICÇÃO EM DOR E GLÓRIA, DE PEDRO ALMODÓVAR
  • Orientador : LUIZ ANTONIO MOUSINHO MAGALHAES
  • Data: 20/04/2023
  • Hora: 08:00
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  • Dor e glória (2019), filme do diretor Pedro Almodóvar, acompanha diversos períodos da vida de Salvador Mallo, um diretor de cinema interpretado por Antonio Banderas. A intenção do presente trabalho é, a partir das categorias teóricas de intermidialidade (MOSER, 2006; CLÜVER, 2006; 2012; RAJEWSKY, 2012, 2020), metaficção (WAUGH, 1984; HUTCHEON, 1991) e memória (BERGSON, 1999; HALBWACHS, 2006), analisar como, em Dor e glória, a ficção assume um papel preponderante na jornada do protagonista e de outras personagens. Para tanto, ancoramos nossas discussões no âmbito das escritas de si (LEJEUNE, 2008; DOUBROVSKY, 2011; FAEDRICH, 2014; COLONNA, 2014) para compreender a maneira como essas ferramentas teóricas provocam uma ambiguidade entre ficção e realidade na narrativa fílmica. Nos valemos, ainda, das ideias de ideologia do cotidiano (VOLÓCHINOV, 2018) e política dos amadores (RANCIÈRE, 2012) para verificar os modos de imbricação da ficção na vida cotidiana sugerida por Dor e glória. Em nossa análise, constatamos que o longa de Almodóvar se utiliza de diferentes estratégias e ferramentas narrativas - como o diálogo com outras instâncias narrativas de mídias distintas, a exemplo do Livro do desassossego, de Fernando Pessoa, e o filme 8 ½, de Federico Fellini - para suspender a distinção entre ficção e realidade na diegese fílmica, suscitando questões acerca da materialidade que a ficção assume no cotidiano, da (in)distinção entre memória e criação e do papel do artista na construção de múltiplas possibilidades de ser e estar no mundo.
  • CÍCERO ÉMERSON DO NASCIMENTO CARDOSO
  • SOBRE O HERÓI ROMANESCO: A EDUCAÇÃO SENTIMENTAL, DE GUSTAVE FLAUBERT, E QUARUP, DE ANTÔNIO CALLADO
  • Orientador : ARTURO GOUVEIA DE ARAUJO
  • Data: 28/02/2023
  • Hora: 14:00
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  • Este trabalho consiste na realização de um estudo de caráter comparativo entre A educação sentimental, de Gustave Flaubert, e Quarup, de Antonio Callado. Optamos por estudar as obras que constituem nosso corpus a partir de uma categoria analítica estrutural: o herói romanesco. Nesse sentido, nossa proposta foi desenvolvida com base na ideia de que é possível perscrutar uma possibilidade de leitura capaz de representar uma contribuição original para a fortuna crítica de ambas as obras. Nossa hipótese de pesquisa pautou-se, inicialmente, na observação de convergências presentes na construção dos heróis romanescos nelas apresentados, de modo que isso nos instigou a pensarmos na maneira como esses heróis modernos agem no sentido de realizarem suas metas existenciais e inserem-se em contextos sócio-históricos complexos que repercutem na configuração subjetiva deles. Observamos, ainda, os recursos estéticos empregados por seus respectivos autores para a construção desses heróis, além de analisarmos, na linha do que György Lukács (2000) apresenta no ensaio A teoria do romance, que se constitui a perspectiva teórica que adotamos, como Frédéric Moreau e Nando poderiam ser categorizados em se tratando da tipologia apresentada pelo teórico. Como resultado final, percebemos a pertinência do estudo comparativo sugerido, pois essas obras apresentam convergências e divergências que nos possibilitaram reflexões significativas acerca da categoria analítica que estudamos. Também foi possível discutir Frédéric Moreau como herói do romantismo da desilusão e Nando como herói que apresenta traços do herói da educação em suas especificidades. Como procedimento essencial de nosso estudo, recorremos a uma pesquisa bibliográfica pautada no recolhimento, leitura e análise de materiais indispensáveis para a construção dos debates para os quais nos direcionamos. O levantamento de fortuna crítica nos possibilitou estabelecer algumas linhas gerais que foram significativas para a compreensão desses romances distanciados por um século e por mimetizarem espaços socioculturais, sociopolíticos e sócio-históricos de países distintos. Para desenvolvimento de nosso debate, recorremos a estudiosos que contribuíram profundamente para nossa investigação, dentre os quais, na Europa, Lukács (2000), Marx (2012), Hobsbawn (1996) e Oehler (1999); e, no Brasil, Candido (2010), Rosenfeld (2000), Chiappini (2000), Gouveia (2011), dentre outros.
  • CRISTINA ROTHIER DUARTE
  • LITERATURA DE MÚLTIPLOS DESTINATÁRIOS: PERSPECTIVA METATEÓRICA À LUZ DO LEITOR REAL
  • Data: 28/02/2023
  • Hora: 10:00
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  • Na contemporaneidade, temos verificado, recorrentemente, narrativas classificadas como literatura de múltiplos destinatários, de audiência dual ou crossover fiction, devido, segundo alguns especialistas (FALCONER, 2009; RAMOS; NAVAS, 2015; BECKETT, 2009), à temática e a determinadas características textuais que possuem. Conforme o entendimento de Beckett (2009), os textos literários, sobre os quais incidem esse fenômeno, apresentam uma comunicação narrativa que flui em duas direções, e os níveis de endereçamento são determinados não apenas pelos destinadores, mas também pelos destinatários, de modo que irrompem as fronteiras etárias. Não obstante a importância da participação do leitor nesse processo de ampliação do público intentado, em um primeiro momento, por instâncias legitimadoras (mercado editorial, instituições premiadoras etc.), ainda não fora dada a devida atenção às suas particularidades dentro desse contexto de interação com o texto literário. Diante disso, é objetivo geral, nesta pesquisa, analisarde que modo se dá essa comunicação entre um leitor adulto e um texto literário juvenil, porém considerado ficção de múltiplos destinatáriospela crítica. Em sede de objetivos específicos, visamos a: i. apresentar um recorte histórico da literatura infantil e juvenil brasileira; ii. empreender discussões teóricas acerca da (i)legitimidade da literatura juvenil e de abordagens teóricas sobre a literatura de múltiplos destinatários (crossover fiction); iii. contribuir metateoricamente com os estudos que versam sobre esse tipo de texto literário, a partir da articulação teórica proposta por Santos (2009) à luz da teoria do efeito estético e da teoria histórico-cultural; iv. verificaro processo de leitura do qual resultou o efeito estético vivenciado por uma pessoa adulta, a ora pesquisadora, em interação com o texto literário juvenil Aos 7 e aos 40 (2013), de João AnzanelloCarrascoza, viaMapeamento de Experiência Estética – MAPEE (SANTOS, 2009, SANTOS; COSTA, 2020). A fundamentação teórica que apoia esta tese consiste nos estudos da teoria do efeito estético (ISER, 1996; 1999a) e da teoria histórico-cultural (VYGOTSKY, 2007; 2008). A metodologia desta pesquisa envolve o método fenomenológico, na medida em que viabiliza o perscrutamento da essência do ato de leitura de um leitor real; o indutivo, visto que, a partir dos resultados obtidos mediante o MAPEE, identificamos idiossincrasias do texto e do leitor que oportunizam o efeito estético; e o autoetográfico, procedimento adequado em razão do integral vínculo da pesquisadora em relação aos fenômenos que ela investiga e documenta. A análise do ato de leitura de um texto crossover permitir-nos-á, a título de resultado, a identificaçãodas particularidades do leitor e do texto literário, as quais exercem o papel condicionante do fenômeno de transposição dos limites etários estabelecidos pelo mercado editorial.
  • CAIO ANTONIO DE MEDEIROS NOBREGA NUNES GOMES
  • Articulações da paródia na coleção Devorando Shakespeare
  • Orientador : GENILDA ALVES DE AZEREDO
  • Data: 28/02/2023
  • Hora: 09:00
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  • Essa tese constitui um estudo acerca da paródia nos três romances que compõem a coleção Devorando Shakespeare, publicada no Brasil entre os anos 2006 e 2007. São eles: Trabalhos de amor perdidos (2006), de Jorge Furtado, que retoma a trama da peça homônima de Shakespeare; A décima segunda noite (2006), de Luis Fernando Verissimo, intertexto construído a partir da comédia Noite de Reis; Sonho de uma noite de verão (2007), de Adriana Falcão, escrito com base nos eventos da celebrada peça que empresta seu título à narrativa brasileira. Em relação a essas narrativas, são analisados desdobramentos metaficcionais em três níveis de articulação – cultural, textual-verbal e midiático. Além disso, argumentamos que cada um desses níveis está conectado a um ethos específico da paródia, o que resultou em discussões sobre devoração intercultural, crítica intertextual – na forma de uma ficção teórico-crítica – e memória intermidiática. Nosso referencial teórico-metodológico é composto especialmente pelas discussões de Hutcheon (2000), Rose (1979) e Dendith (2000), no que concerne à paródia; por Currie (1995), Hutcheon (1980) e Waugh (1984), em relação à metaficção; por Al-Shara (2009), Fux e Moreira (2008) e Greaney (2006), sobre os postulados da ficção teórico-crítica; e por Bruhn (2016), Rajewsky (2012) e Wolf (2011), em relação à intermidialidade. A partir das análises feitas, foi possível concluir que a paródia é uma estratégia criativa repleta de nuances e substancialmente complexa: os entre-lugares que nutrem a paródia possibilitam diversas novas possibilidades interpretativas, diversas novas chaves de entrada e de saída para as obras, que podem ser muito importantes em meio às distorções e aos novos arranjos visuais decorrentes da reflexividade da casa de espelhos que caracteriza os textos metaficcionais da coleção Devorando Shakespeare.
  • RODOLFO MORAES FARIAS
  • Da mulher vazia à mãe possível: as agonias da maternidade e a erosão feminina em Buchi Emecheta e Ayọ̀bámi Adébáyọ̀
  • Data: 28/02/2023
  • Hora: 08:00
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  • A emergência das literaturas africanas (pós-coloniais) de autoria feminina se deu em um contexto de dupla resistência, pois as primeiras escritoras do continente precisaram enfrentar o mundo masculino local, que desdenhava de seus textos, e o mercado editorial internacional, que as alocava indiscriminadamente junto às feministas ocidentais, cujas demandas não coincidiam com as suas. À luta contra a opressão de gênero foi então somada a disputa por independência, por alforria epistêmica, de modo a poderem dizer de si sem a influência masculina – e longe da interferência do feminismo euro-(norte-)americano. No que concerne à maternidade, as autoras africanas tiveram de se distanciar tanto da idealização masculina à figura da Mãe África, quanto do desdém ocidental ao papel materno, sobretudo numa época em que o direito ao aborto era a principal bandeira do movimento das mulheres. A maternidade africana, parte indissociável da essência ontológica autóctone, precisou da pena feminina para se libertar, rejeitando igualmente a apatia ocidental e a ideação local. Autoras como a nigeriana Flora Nwapa, a ganesa Ama Ata Aidoo e a senegalesa Mariama Bâ, por exemplo, deram os primeiros passos e abriram caminho para que outras pudessem trilhá-lo. Buchi Emecheta, contemporânea dessas vanguardistas e ela própria uma pioneira da literatura feminina nigeriana, teve seu quarto romance, As alegrias da maternidade (1979), transformado em símbolo da luta pela igualdade feminina no continente – atacando, além da precariedade da condição da mulher naquela sociedade, a maternidade como instância de aviltamento e martírio para as mães, que, idealizadas pelo imaginário cultural, não gozavam, em vida, das benesses cantadas pelos poetas e griots. Na longa tradição literária daí surgida, destaca-se Ayọ̀bámi Adébáyọ̀ , jovem escritora cujo romance de estreia, Fique comigo (2017), prova que o abuso materno – (mal) disfarçado de deferência e culto à mãe – ainda segue cruciando muitas mulheres, quer ante a compulsoriedade da função materna, quer em razão das exigências torturantes feitas às mães. Este trabalho consiste, portanto, na análise das duas obras mencionadas, precedida de um exame da escrita pós-colonial africana – que se propõe a estudar o surgimento e expansão dessas literaturas no último (meio) século, principalmente a produção escrita de expressão feminina, de humilde começo, mas que floresceu e hoje se mostra em nada devedora, em qualidade e alcance, à tradição masculina.
  • THAÍSE GOMES LIRA
  • AS CASAS DE VIDRO EM NÓS: panóptico e contranarrativa nas obras de Ievguêny Zamiátin, Ivan Ângelo e Rubem Fonseca
  • Orientador : LUCIANE ALVES SANTOS
  • Data: 27/02/2023
  • Hora: 09:30
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  • As narrativas distópicas brasileiras dos séculos XX e XXI possuem ressonâncias da distopia russa Nós (2017 [1924]), de Ievguêni Zamiátin, e é necessário um olhar mais atento sobre essas produções, em aspectos estruturais e temáticos. Nesta tese, entre os variados aspectos em comum nas obras distópicas, ressalto dois pontos principais: primeiro, a ideia do panóptico de Jeremy Bentham, que pode ser representada nas ferramentas de controle, opressão e repressão populacional nas distopias; segundo, o conceito de contranarrativa de Raffaella Baccolini nas narrativas analisadas neste trabalho. A principal obra analisada nesta tese é Nós (2017), um romance distópico escrito no início da década de 1920, mas publicada apenas em 1924, na cidade de Nova Iorque (EUA) e em inglês, porque a censura na U.R.S.S. vetava a publicação de obras como aquela no seu país de origem. A narrativa russa é construída em forma de entradas de um diário, no qual o engenheiro e matemático D-503, membro orgulhoso do Estado Único (novo sistema de governo mundial), fala do seu novo mundo, da sociedade que, para os “números” (ou unifs) é a mais perfeita da história, e também dos elementos opositores que começam a se levantar contra o regime do Benfeitor, o chefe da nação. Nós (2017) influenciou importantes narrativas distópicas, como Admirável Mundo Novo (2014 [1932]), de Huxley, e 1984 (2009 [1949]), de Orwell, entre outras; embora alguns autores discordem do pioneirismo russo no gênero, o que é defendido por Booker (1994), o reflexo de Zamiátin nas obras distópicas é perceptível na análise: no uso da força bruta para reprimir movimentos, nas transformações espaciais e sociais, na centralização de poder, nas tecnologias avançadas, na falta de harmonia social e na forte presença do vidro, em toda a sua simbologia. A pesquisa, que é bibliográfica, qualitativa e explicativa, parte da apresentação da fortuna crítica dos autores mencionados no estudo; na sequência, fala das perspectivas teóricas da narrativa segundo Todorov (2013), Genette (2015; 2017), Reuter (2004) e também da contranarrativa como um discurso de resistência, segundo Baccolini (1995). Posteriormente, aborda o panoptismo, segundo Bentham (2019), caso em que são essenciais também os estudos de Foucault (1987). Adiante, apresenta a obra Nós (2017), de Zamiátin, em seus traços distópicos, e, para isto, são fundamentais os preceitos teóricos de Booker (1994), Baccolini (1995), Claeys (2010), Vieira (2010) e Moylan (2016). Por fim, a tese apresenta a análise da obra de Zamiátin, mais o estudo dos contos “O quarto selo (fragmento)” (1987 [1969]), de Rubem Fonseca, e “A casa de vidro” (1979), de Ivan Ângelo, de modo a estabelecer semelhanças e distinções entre as obras do corpus. Esta pesquisa buscou incentivar os estudos comparativos entre a distopia brasileira e a russa, pela relevância e originalidade da obra de Zamiátin, e pela influência notável do escritor russo sobre autores da literatura distópica universal.
  • SANDRELLE RODRIGUES DE AZEVEDO
  • A VOZ DA CRIANÇA NA POESIA INFANTIL BRASILEIRA
  • Data: 24/02/2023
  • Hora: 14:00
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  • Esta tese analisa a presença da voz da criança na poesia infantil brasileira, tendo como ponto de partida a obra Poesias infantis, de Olavo Bilac, publicada em 1904, até a produção contemporânea de poemas para crianças, num recorte de 100 livros a que tivemos acesso durante a pesquisa. Trazemos inicialmente um relato das mudanças na forma como a infância foi vista no ocidente através do tempo, fundamentados nos estudos de Ariès (1981), Gélis (1991) e Perrotti (1986), bem como suas especificidades em solo brasileiro, estudadas por Priore (2007) e Dourado e Fernandes (1999), e os desdobramentos dessa “descoberta” da infância pelas ciências humanas, apoiados em Gouvêa (2011) e Souza (1997). Apresentamos também como surge a literatura brasileira escrita para crianças, principalmente do ponto de vista das narrativas, e comentamos como esse olhar sobre a infância também pode ser estudado a partir do texto literário, embasados por Zilberman (1987), Lajolo e Zilberman (2002) e Coelho (2006, 2010). Em seguida, chegamos às especificidades da poesia nacional voltada para crianças, e fazemos um percurso histórico do aparecimento e desdobramentos da produção poética infantil no Brasil, dialogando com Bordini (1986, 1989), Coelho (2006), Cecantinni e Aguiar (2012), Camargo (2000, 2012) entre outros. Na sequência, trazemos os principais resultados quantitativos da análise do nosso corpus, e traçamos os critérios de definição das nossas categorias de análise. No último capítulo, olhamos de maneira aprofundada algumas obras poéticas completas, com foco nas vozes que se apresentam nos textos e suas relações com qualidade estética, época de produção, caráter pedagogizante e representatividade infantil. Por fim, concluímos que embora seja importante para uma possível identificação do leitor com o texto poético, o sujeito lírico é apenas um dos recursos que podem ser utilizados pelos autores de poemas para a produção de um texto em versos de qualidade para as crianças.
  • FERNANDA CARDOSO NUNES
  • TRADUZINDO NARRATIVAS MÍSTICAS DE AUTORIA FEMININA MEDIEVAIS: UMA ANÁLISE LITERÁRIA DAS OBRAS DE JULIANA DE NORWICH E MARGERY KEMPE
  • Orientador : LUCIANA ELEONORA DE FREITAS CALADO DEPLAGNE
  • Data: 24/02/2023
  • Hora: 09:00
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  • Esta tese tem por objetivo a análise literária das obras A Revelationof Love (c.1395), de autoria das místicas inglesas Juliana de Norwich (c.1343 – c. 1416), em sua versão longa, e The Book ofMargeryKempe (c.1438) de MargeryKempe (1373 - c. 1438), bem como propor a tradução desta última para a língua portuguesa. A análise se realizará com o aporte da crítica literária feminista buscando observar como questões relativas à como se dá as representações da memória, do corpo e da maternidade nos textos das duas mulheres. Sobre a fundamentação teórica acerca da memória, utilizaremos os escritos de Jacques Le Goff acerca da memória em História e Memória (2003); Minha história das mulheres (2015) de Michelle Perrot e as Confissões (2013) de Santo Agostinho. Sobre a representação do corpo e da maternidade de Jesus Cristo faremos uso dos seguintes estudos: de Caroline Walker Bynum, Jesus as Mother: Studies in theSpiritualityofthe High Middle Ages (UCLA, 1983); Sarah McNamer, "The ExploratoryImage: God as Mother in Julian ofNorwich'sRevelationofDivine Love" de 1989; a pesquisa de Josué Soares Flores, Maternidade de Deus em Juliana de Norwich (2013) e os estudos de Liz Herbert McAvoy sobre AuthorityandtheFemaleBody in theWritingsof Julian of Norwich andMargeryKempe (D. S. Brewer, 2004), além da obra A Companion to Julian of Norwich (D. S. Brewer, 2008); bem como o artigo de LieveTroch,“Mística Feminina na Idade Média: historiografia feminista e descolonização das paisagens medievais”, para compreendermos o lugar das místicas enquanto produtoras de textos literários (2013); Nancy Bradley Warren, “Feminist Approaches toMiddleEnglishReligiousWriting: The Cases ofMargeryKempeand Julian of Norwich” (2007), os estudos de Lúcia OsanaZolin (2009) sobre crítica feminista e literatura de autoria feminina, bem como o texto de Lélia Almeida, “Linhagens e ancestralidade na literatura de autoria feminina” (2004). A respeito da tradução da obra de MargeryKempe, teremos como aporte teórico os estudos acerca da tradução de Susan Bassnett com sua compilação Estudos de Tradução (2005); Paulo Henriques Britto e A tradução literária de 2012; André Lefevere, com seu Tradução, reescrita e manipulação da fama literária (2007); Sherry Simon e seu Gender in Translation (2005) e Louise Von Flotow com seu estudo TranslationandGender: Translating in the ‘Era ofFeminism’ (2013). Juliana de Norwich e MargeryKempepodem ser consideradas transgressoras ao romperem com papéis convencionados às mulheres de seu tempo. Seus escritos trazem o papel feminino numa nova perspectiva de protagonismo religioso, social e literário. Através dessa pesquisa, esperamos deixar claro o quanto esse processo de resgate e releitura pode ser renovador para os estudos literários, da cultura e da tradução.
2022
Descrição
  • JULIANA MIRANDA CAVALCANTE DA SILVA
  • O ESTEREÓTIPO PROBLEMATIZADO EM ORANGE IS THE NEW BLACK: COLONIALISMO, INTERMIDIALIDADE E POLÍTICAS DA METAFICÇÃO
  • Orientador : GENILDA ALVES DE AZEREDO
  • Data: 31/08/2022
  • Hora: 15:00
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  • O estereótipo é uma das principais ferramentas usadas pelo colonizador para manter o poder sobre o colonizado, pois atua diretamente na formação da diferenciação entre o Eu e o Outro, e nas relações resultantes desse processo (BHABHA, 1998). Ao atribuir um bloco de características fixas a uma pessoa ou a um grupo, o estereótipo apaga as individualidades, deslegitima e desumaniza o estereotipado, calando sua voz. O potencial da arte para atuar no reforço dos estereótipos (e, consequentemente, na manutenção do poder dominante) está ligado à tentativa de representação da “verdade” pela ficção através do realismo, explorado como espelho do mundo sem oposições importantes até a segunda metade do século XX, quando a correspondência entre verdade e realismo passou a ser questionada de forma contundente (CERTEAU, 1998; BARTHES, 2011; GENETTE, 2015). Na prática, ganhou força o uso sistemático de artifícios metalinguísticos e intermidiáticos para expressar o descortinamento dos procedimentos narrativos, com um distanciamento crítico proveniente, principalmente, da ironia (HUTCHEON, 1995). Nesse sentido, é possível afirmar que a série da NetflixOrange Is the New Black, produzida entre 2013 e 2019, é tanto produto deste momento social e artístico quanto vanguarda e influência para outras obras. Fugindo do gênero exploitation, comum nas ficções sobre mulheres presas, a série focaliza as relações inter e intrapessoais que perpassam as vidas dessas mulheres, abordando questões de raça, gênero, transtornos mentais, orientação sexual, privilégios (ou a falta deles), sem fugir dos estereótipos, mas confrontando-os. O presente estudo tem como objetivo analisar justamente de que forma o estereótipo se apresenta e é confrontado em Orange, com recorte em dois eventos (o leilão de Judy King e o jogo Fantasy Inmate) e nas histórias de duas personagens (Piper Chapman e Poussey Washington). A análise é a etapa final de um processo que inclui a contextualização teórica dos conceitos de estereótipo, metaficção e intermidialidade, em um primeiro momento e a problematização do estereótipo (em relação à metaficção e à intermidialidade) na série, em um segundo momento. O método de pesquisa inclui a leitura e sistematização de material teórico-crítico sobre o assunto (com recorte nos teóricos que julgamos mais relevantes para o estudo), incluindo material audiovisual.
  • BEATRIZ OLIVEIRA ROSENDO
  • A RETÓRICA DO NARRADOR EM “O BARRIL DE AMONTILILLADO” E “O DEMÔNIO DA PERVERSIDADE”, DE EDGAR ALLAN POE: UMA FANTÁSTICA CONFIGURAÇÃO DA PERVERSIDADE
  • Data: 31/08/2022
  • Hora: 13:30
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  • A maior parte das obras de Edgar Allan Poe, senão todas, são constituídas por narradores intrigantes, sempre envolvidos em mistérios, mortes, crimes e confissões que, no decorrer das histórias, demonstram a escrita milimetricamente pensada de seu criador. Em suas narrativas, o autor revela uma atmosfera de suspense permeada de ambiguidades, nas quais o leitor é inserido e convidado a participar de um jogo enunciativo, comandado pelo narrador, que surge com a finalidade de ludibriá-lo e fazê-lo questionar sobre a veracidade dos “fatos” expostos. As estratégias discursivas são uma das características fundamentais dos escritos de Allan Poe, bem como os seus “narradores não confiáveis” que podem apresentar perturbações mentais e, em alguns de seus contos, sofrem com oscilações de humor, passando a ter atitudes agressivas e imprevisíveis. O conjunto da obra de Poe já foi investigado em diferentes perspectivas; neste trabalho, analisamos a categoria do narrador, levando em consideração o desequilíbrio e a perversidade como elementos responsáveis por suas ações, a fim de demonstrar como a literatura pode espelhar, em menor ou maior grau, a condição dos indivíduos na ficção. Encontramos em “O Barril de Amontillado”, na figura de Montresor, e em “O Dêmonio da Perversidade”, cujo narrador-protagonista não é nomeado, o perverso. Assim, apresentamos reflexões acerca do medo, do mal e dos monstros a fim de expor como essas discussões elucidaram o entendimento sobre o elemento da perversidade no enredo a partir dos narradores, e sobretudo, como a análise da retórica dos protagonistas pôde exibir suas “verdadeiras faces”. Partimos dos seguintes questionamentos: os narradores se enquadrariam como perversos? Qual é o papel da retórica para exposição perversa dos protagonistas? Para tanto, selecionamos os contos “O Demônio da Perversidade” (1845) e “O Barril de Amontillado” (1846), de Edgar Allan Poe, definimos os narradores em primeira pessoa como uma figura pontual na narrativa que configura por meio de seus feitos a perversidade presente nos contos. Para dar suporte à análise, são usados os textos de Quinn (1969) e Bonaparte (1958); para a discussão da biografia mais fortuna crítica e discussão teórica, nos apoiaremos em Delumeau (2009); para tratar do medo, Agostinho (1986); para refletir a temática do mal, algumas considerações de Genette (1972), Chiappini (1994) e Booth (1980); para discutir sobre o narrador, outros teóricos que foraM indispensáveis para compreender as outras perspectivas que este trabalho aborda. Por fim, apresentamos uma análise correspondente à retórica do narrador e à configuração da perversidade, nos dois contos, comprovando assim que, de acordo com os critérios apontados Montresor e o narrador não nomeado, representa sim um típico perverso.
  • NAILA CORDEIRO EVANGELISTA DE SOUZA
  • O LUGAR ONDE NASCE A DOR: A MULHER E O VAZIO EM O PESO DO PÁSSARO MORTO, DE ALINE BEI
  • Orientador : SAVIO ROBERTO FONSECA DE FREITAS
  • Data: 31/08/2022
  • Hora: 10:00
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  • O presente trabalho tem por objetivo investigar a categoria dor na poética da escritora Aline Bei (1987-), analisando de modo específico como ela se insere no romance de estreia da autora, O peso do pássaro morto (2017). A pesquisa defende a tese de que a dor, dentro da narrativa, liga-se indistintamente ao feminino e ao vazio. Em um primeiro momento, pretendemos refletir acerca da quarta onda do movimento feminista e de suas reverberações na literatura brasileira contemporânea de autoria feminina, na medida em que essa demarcação se constitui enquanto o contexto digital e físico habitado pela autora referida, bem como na área de crítica literária feminista. Intentamos, ainda, demonstrar as pluralidades de vozes femininas na literatura contemporânea e suas imbricações no que tange à dor feminina, e o nascimento de alguns projetos em prol da valorização da literatura de autoria feminina/feminista no Brasil. Para tanto, utilizamos os fundamentos teóricos e críticos de Martinez (2019), Dalcastagnè (2012), Paredes (2020), Costa (2010), Biroli (2014), entre outras, e o aporte literário de Evaristo (2016), Dorrico (2019), Paim (2009) e Pantaleão (2020). Num segundo momento, buscamos delinear a construção do projeto literário de Aline Bei, que tem uma perspectiva estética baseada na escrita da dor, por meio dos espaços vazios e dos silêncios, e uma perspectiva ideológica baseada na expressão de dores das mulheres, atravessada pelos questionamentos oriundos das lutas e experiências femininas e feministas. Para tal, utilizamos fundamentos de Steiner (1988), Paz (1982), Figueiredo (2020), Wittgenstein (1999), Spinoza (2020), Cunha (2012) em diálogo ao primeiro e segundo romances da autora, bem como de alguns de seus contos. Por fim, a partir de Saffioti (1987), Sontag (2015), Lerner (2019), Bachelard (2001), Xavier (2012; 2021), entre outros, intencionamos localizar e demonstrar de maneira esmiuçada a maneira pela qual, em O peso do pássaro morto (2017), os vazios impressos nas páginas interligam-se e constituem a experiência feminina da dor.
  • BEATRIZ BEZERRA BATISTA
  • VIDRAÇAS QUEBRADAS, FALAS ANUNCIADAS”: AFETO, VIOLÊNCIA E INSURGÊNCIA NEGRA FEMININA NA PRODUÇÃO CONTISTA DE MIRIAM ALVES
  • Orientador : LUCIANA ELEONORA DE FREITAS CALADO DEPLAGNE
  • Data: 30/08/2022
  • Hora: 14:00
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  • Com o propósito de emergir as experiências de mulheres ausentes das pautas do feminismo ocidental, os outros feminismos, formado por mulheres negras, indígenas, caribenhas, decoloniais, lésbicas, bissexuais, entre outras, levantaram o debate em torno das especificidades do ser-mulher, examinando as intersecções dos marcadores sociais e as opressões as quais são submetidas. Concomitante a isto, as escritoras da Literatura Negra-Brasileira construíam seus espaços, reivindicando uma episteme negra e protagonizando seus discursos. Elas vislumbraram na literatura um lugar possível não apenas para denunciar as opressões vividas pela mulher negra, como também para apontar as resistências que são travadas ao longo da história e expressar a beleza que há em sua cultura. Como corpus desta pesquisa, foram escolhidos quatro contos da escritora Miriam Alves: “Alice está morta” e “Olhos verdes de Esmeralda”, presentes no livro Mulher Matr(r)iz (2011) e outros dois nomeados “Não se matam cachorros” e “Acidente” publicados no seu mais recente livro, o Juntar Pedaços (2021), que demonstram os novos percursos estéticos e ideológicos da autora neste espaço tempo. A partir desses textos, discutiu-se questões de resistências e transgressões, racismo, violência física e psicológica contra a mulher, feminicídio, lesbofobia, heterossexualidade compulsória, masculinidade heteroaprisionada, estupro corretivo e estupro marital, assédio, hipersexualização da mulher negra, entre outras formas de violência. Para tanto, considerou-se necessária uma pesquisa que estivesse apoiada em vários campos de conhecimento como literatura, filosofia, sociologia, antropologia, psicologia. Vozes como as de Sueli Carneiro (2003; 2011), Lélia Gonzalez (1984; 2020), Beatriz Nascimento (2021), Heleieth Saffioti (1999, 2001), bell hooks (2015; 2019), Angela Davis (2016), Audre Lorde (2015), Adrienne Rich (2010), Françoise Vergès (2020; 2021), Franciane Silva (2018), Cristian Souza de Sales (2015), Luiz Silva (Cuti) (2010), entre outras, ecoaram e possibilitaram a construção desta pesquisa.
  • MARIA LUIZA DINIZ MILANEZ
  • DE REACIONÁRIA A REVOLUCIONÁRIA: A SAGA DE TIA LYDIA EM O CONTO DA AIA E OS TESTAMENTOS, DE MARGARET ATWOOD
  • Data: 30/08/2022
  • Hora: 14:00
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  • O trabalho possui como principal corpus a jornada da personagem Tia Lydia, presente nas obras O Conto da Aia (2017) e Os Testamentos (2019) da autora canadense Margaret Atwood, de maneira a analisar as estratégias de sobrevivência e resistência utilizada por essa personagem; sua relação com as outras mulheres presentes na narrativa; a utilização de relações identitárias com homens afim de obtenção de poder; e o desmonte de regimes totalitários. Mantendo o principal objetivo pautado no projeto de pesquisa deste trabalho (havendo mudança da personagem a ser analisada, anteriormente sendo Serena Joy); a pesquisa busca investigar os comportamentos conflitantes da personagem e as maneiras com que ela perpetua – combatendo simultaneamente – o regime totalitário, bem como analisar os mecanismos presentes no regime totalitário de Gilead para minar as relações femininas e direitos das mulheres
  • LUIS ERNESTO BARRIGA ALFARO
  • O CANTAR DE MÍO CID PERCEBIDO COMO UMA VELADA EXORTAÇÃO Á ASCENSÃO ESTAMENTAL
  • Data: 29/08/2022
  • Hora: 15:00
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  • Esta dissertação se situa na área de concentração de Literatura, Cultura e Tradução, na linha de pesquisa dos estudos Clássicos e Medievais. Tem como corpus o Cantar de Mío Cid e gira em torno a hipótese: o Cantar De Mío Cid é apenas uma alegoria à vida de Rodrigo Díaz de Vivar e a todo ao que o seu imaginário cavalheiresco representa? Ou, aliás, contem diluída uma crítica à rigidez estamental castelhana daquele contexto medieval? Este aspeto aparece encoberto habilmente pelo jogral e as suas capacidades discursivas na obra. Nesta reflexão se analisa o contexto histórico e cultural em conjunto com diversos fragmentos da obra que apontam para a nossa interrogante maior anteriormente citada, onde o Cid Campeador e os seus colaboradores são transparecidos como evidências de mobilidade estamental. Neste estudo se observa que, o nosso corpus contém crítica à sociedade estamental do seu contexto, encorajou os indivíduos à reflexão, e não deveria ser considerado apenas como uma obra de exaltação do imaginário cavalheiresco através de um herói mitificado. Como referencial teórico, estão principalmente as contribuições de Carlos Blanco Aguinaga (1976); Francisco López Estrada (1983); Jaime Aurell (2006) com o método analítico do nuevo medievalismo; Pierre Bourdieu (1996) e a formação das identidades; e Jonathan Culler (1999) e o campo literário, norteiam este estudo.
  • SAULO SANTANA DE AGUIAR
  • MÍMESIS E DIDÁXIS: UMA INVESTIGAÇÃO ACERCA DA POESIA DIDÁTICA EM HESÍODO E LUCRÉCIO
  • Data: 26/08/2022
  • Hora: 09:00
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  • O objetivo desta pesquisa é estudar a configuração do gênero didático assim como apresentado em duas obras singulares dessa tradição, os poemas Trabalhos e Dias, de Hesíodo, e o Da natureza das coisas (De rerum natura), de Lucrécio, tendo como norte para essa investigação o conceito de mímesis, definidor do próprio ato de criação literária, tal como preconizado na teoria clássica da literatura, e exposto em obras como a República, de Platão, e a Poética, de Aristóteles, as quais temos como fonte teórica básica para o nosso trabalho. Os dois poemas citados ocupam, e isso é uma de suas marcas principais, posições proeminentes na tradição didascálica da literatura antiga, sendo Trabalhos e Dias a obra fundadora desse gênero, responsável assim por estabelecer-lhe a forma, e o poema lucreciano o seu grande renovador no que se refere à sua conformação poética, fato este que justifica a escolha de tais textos para o presente estudo. É preciso lembrar igualmente da necessidade de que se façam novos trabalhos voltados para a compreensão da poesia didática, especialmente no Brasil, muito por causa da ainda escassa bibliografia crítica disponível sobre tal matéria. De tal modo, na primeira parte desta pesquisa, investigamos as principais questões que cercam o gênero didático, desde o ponto de vista da estética moderna até o da teoria clássica da literatura, estabelecida na antiguidade greco-latina, com o fito de revelar os problemas e contradições que marcam tal gênero, de modo a, partindo da própria leitura das obras individuais, chegarmos a uma interpretação mais exata do sentido e das características desse gênero, mesmo que ancorados na antiga teoria da mímesis.E esse foi também o objetivo de nosso segundo capítulo, no qual analisamos o poema hesiódico de acordo com a sua pretensa configuração mimética, que intentamos apresentar, estabelecendo a partir disso as características e diferenças mais relevantes que distinguem a poesia didática dos demais gêneros literários da antiguidade, como o épico, por exemplo.Por conseguinte, em nosso terceiro capítulo, buscamos desenvolver o mesmo estudo acerca das configurações miméticas da poesia didática, só que tendo em mira o poema lucreciano, com o fito de apresentar os motivos que nos levam a crer em tal poema como um divisor de águas dessa tradição, em razão das inovações estruturais nele apresentadas.
  • ADRIANA CLAÚDIA DE SOUSA COSTA
  • A LITERATURA BRASILEIRA TRADUZIDA NA FRANÇA (2000-2019): EDITORAS, LÓGICAS E REPERCUSSÕES
  • Data: 26/08/2022
  • Hora: 08:00
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  • Nesta tese, realizamos um levantamento geral das traduções de literatura brasileira na França entre 2000 e 2019. Com base nos dados obtidos, construímos um panorama das editoras, gêneros literários, obras e autores a fim de distinguir os espaços que ocupam no interior dos campos literário e editorial francês. Constatando que as pequenas e médias editoras são as maiores responsáveis pela circulação dessas traduções, realizamos o estudo de caso das duas editoras que consideramos pioneiras no que diz respeito à importância dada à nossa literatura em seus catálogos no período estudado: as edições Métailié, primeira editora francesa a criar uma coleção voltada para literatura brasileira; e a Anacaona, primeira editora especializada em traduções de autores brasileiros. O aporte teórico de Pierre Bourdieu (1996, 2002) foi fundamental no sentido de compreender as operações sociais por meio das quais as transferências entre os campos nacionais se realizam. Do mesmo modo, os estudos de Gisèle Sapiro (2007, 2008, 2009), Johan Heilbron (2009, 2010) e Pascale Casanova (1999, 2002, 2015) foram imprescindíveis para a apreensão da estrutura do espaço internacional em que ocorrem as trocas culturais e a dupla hierarquia nacional e linguística em que todas as operações de tradução ocorrem, bem como as relações de força entre países e suas línguas. Tais estudos nos possibilitaram, de um lado, uma melhor compreensão da posição da língua portuguesa dentro do sistema mundial das traduções; e de outro, da situação de desvantagem do português no conjunto das relações de força desiguais entre as culturas nacionais. Enfim, de modo a poder examinar como se deu a repercussão da literatura brasileira durante o período estudado realizamos um mapeamento de notícias, críticas, resenhas e comentários, publicados na imprensa e/ou veiculados na rádio francesa. Nesse sentido, inferimos que a pouca repercussão da literatura brasileira nas diversas mídias francesas está atrelada a um desencontro entre as expectativas do leitor potencial, as seleções dos editores e os interesses das mídias.
  • CLARISSA ROSAS TROCCOLI
  • Fábulas de Iriarte traduzidas para adultos: uma retradução comentada do espanhol ao português
  • Orientador : MARTA PRAGANA DANTAS
  • Data: 24/08/2022
  • Hora: 14:00
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  • Tomás de Iriarte foi um dos principais fabulistas espanhóis, autor de setenta e seis fábulas em verso, rimadas e metrificadas, publicadas no século XVIII. Essas fábulas foram traduzidas para o português europeu pouco após a primeira publicação espanhola. No Brasil, a circulação da obra fabulística de Iriarte foi pouca e atualmente está restrita a seis fábulas, direcionadas para o público infantil, que fazem parte de antologias ou foram publicadas individualmente no século XX, e figuram em acervos de bibliotecas ou sebos. Nesse contexto, tendo em vista a relevância do fabulário de Iriarte como representante da fábula espanhola e sua escassa difusão no Brasil, este trabalho tem como objetivo fazer uma retradução de uma seleção substancial e representativa de fábulas seguida de comentários. O fabulário de Iriarte intitula-se Fábulas literarias, e o adjetivo “literarias” no título não é à toa: deve-se ao fato de que as fábulas tratam de temas que fazem parte do mundo da literatura, como obras literárias, autores, tradutores, citações, etc. Pela temática peculiar que aborda, à diferença dos temas mais gerais comumente tratados nas fábulas desde suas remotas origens no Oriente, Iriarte é reconhecido e apreciado em especial por sua originalidade. Considerando que essa temática está mais voltada para um público adulto e apoiando-se na tese de Rousseau de que o gênero fábula não é apropriado para crianças, a tradução aqui proposta está direcionada ao público adulto. Essa decisão implicou um direcionamento da tradução, que pôde então despreocupar-se de questões como vocabulário acessível e construções sintáticas simples, o que seria uma reflexão necessária caso o público infantil fosse alvo da tradução. O destinatário estabelecido para a tradução foi fator determinante para essa flexibilidade da retextualização: ao considerarmos que nosso leitor-meta deve ser capaz de desfrutar de um texto mais erudito, abriu-se ao nosso dispor um leque maior de vocabulário e de construções sintáticas. Assim, conforme o esperado, o conteúdo apresentou-se como uma faceta mais flexível para a tradução do que a forma, que no nosso caso seguiu padrões mais rígidos como métrica e rima. O trabalho divide-se em cinco capítulos: o primeiro trata do contexto literário, que envolve o gênero fabulístico, o público-alvo das fábulas, apresentação de Iriarte como autor e tradutor, apresentação de suas fábulas e levantamento de traduções de fábulas iriartianas para o português; o segundo concerne o arcabouço teórico, que aborda tradução comentada, retradução, estratégias tradutórias, forma e conteúdo na tradução de versos e itens específicos da cultura; o terceiro apresenta os procedimentos metodológicos, que dividem-se em etapas da metodologia adotada, seleção do corpus para tradução, projeto de tradução e esquema proposto para os comentários; o quarto traz as traduções e o quinto, os comentários.
  • THIAGO GUILHERME CALIXTO
  • Das tragédias intimas às rupturas sociais: quando os amantes entram em cena no teatro de Nelson Rodrigues
  • Data: 30/06/2022
  • Hora: 10:00
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  • As tragédias da vida cotidiana desnudam às sombras que se avultam nos palcos do inconsciente, que tecem as narrativas psíquicas a partir de um texto-corpo dramático sobre o qual a cultura se inscreve. Estas marcas discursivas permeiam o teatro rodriguiano, que percorre o avesso da moralidade, expondo os subúrbios dos costumes, subvertendo os papéis sociais e sacralizando o “pecado” da infidelidade amorosa, como traço constituinte do drama moderno. Por sua vez, a fidelidade emerge, sempre, atrelada antagonicamente a infidelidade, tal imbricamento acontece devido ao modo como são construídas historicamente as relações amorosas, fincadas, em sua quase totalidade, na monogamia. Mesmo, segundo Barash e Lipton (2007) existindo fortes indícios não só sociais, subjetivos, contextuais, mas também biológicos de que os seres humanos não são monógamos por natureza, tão pouco às muitas outras espécies de animais estão longe de sê-lo. Por outro lado, o amor romântico torna-se, fundamentalmente, o sustentáculo dessas “frágeis” relações modernas, atrelando a fidelidade sexual a uma qualidade moral inerente aos relacionamentos amorosos. Essa ligação entre relacionamento amoroso e fidelidade sexual, expõe, muitas vezes, como as margens entre o desejo e a moral são tênues, demonstrando, assim, o tão instável é a superfície social sobre a qual os nossos valores estão assentados. Haddad (2009), considerada, essa tensão um território complexo que forma uma teia de significações que vai além da moral, das leis e dos bons costumes. Freud (1930, p.70) enveredou por entre essas tortuosas instâncias, partindo das suas origens constatou que tais eventos se desenham a partir de uma “memória fantasiada de um tempo de plenitude que se deseja repetir, essa busca é inevitável, também o são os percalços decorrentes dela, a saber, todo o sofrimento produzido pela perda dos objetos amados originários e os que se seguem durante a vida”. A partir de uma de uma tríade dramática, propomos percorrer as nuances do desejo (in)fiel a partir do papel do amante, que encarna, por vezes, a simbologia máxima da infidelidade. Para isso trazemos a discussão três dramas rodriguianos, dispostos a partir da segmentação realizada por Magaldi (1996), Peças psicológicas: A mulher sem pecado (1941), Peças míticas: Álbum de família (1946) e Tragédias cariocas: Toda nudez será castigada (1965), a partir de um recorte teórico que está fundamentado em uma larga base teórica, entre eles Freud (1905), Foucault (2019), Haddad (2009), Hubert (2013), Fausto (2007), Castro (1992), Birman (2016), Ackerman (1997), entre outros.
  • MAYSA MORAIS DA SILVA VIEIRA
  • Gênero, Maternidade e Memória Ancestral nos romances Presqu’une Vie e Pour une poignée de gombos: o lugar de resistência das personagens femininas na literatura beninense
  • Data: 30/06/2022
  • Hora: 09:00
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  • O presente trabalho de tese, intitulado Gênero, Maternidade e Memória Ancestral nos romances Presqu’une Vie e Pour une poignée de gombos: O lugar de resistência das personagens femininas na Literatura Beninense, consiste na análise das relações de gênero, maternidade, memória e ancestralidade, nos romances das escritoras Carmen Toudonou e Sophie Adonon. A fim de observarmos como essas autoras dialogam acerca dos questionamentos que suas escritas levantam sobre as vivências das personagens femininas e o modo como elas são conduzidas para um lugar de resistência. Em Presqu’une Vie e Pour une poignée de gombos, tanto a narradora-personagem quanto a narradora observadora que tecem as histórias, retratam diversos aspectos que envolvem o universo feminino, desde seus papéis na sociedade beninense e suas ligações com o sagrado e a ancestralidade que junto à memória ocupam lugar nas narrativas como recurso de superação das opressões sofridas pelas personagens femininas. Diante disso, são interessantes para nossos estudos as discussões teóricas propostas por George Ngal, Odile Cazenave, Jean Marie Volet e Fernanda Murad Machado para compreendermos o panorama literário da África Francófona e as produções de autoria feminina no continente, sobretudo o campo literário do Benim. No que diz respeito as nossas abordagens sobre gênero e os contextos plurais em que estão inseridas as mulheres africanas, utilizaremos os estudos do Feminismo Negro e Africano de Angela Davis; bell hooks; Kimberlé Crenshaw; Oyeronke Oyewumi; Amina Mama; Lélia Gonzaléz e Carla Akotirene. Para tratar das relações de corpo, sexualidade e maternidade da mulher africana e beninense utilizaremos os apontamentos de de Sylvia Tamale; Bibi Bakare Yusuf; Nkiru Nzegwu; Patricia Hill-Collins e Catherine Achonolu. Além disso, aplicaremos os conceitos de Memória e Ancestralidade propostos Maurice Halbwachs, Michel Pollak e Anne Muxel, bem como os estudos sobre Ancestraidade/Sagrado Africano de Reginaldo Prandi; John Mbiti; Leda Maria Marins, Adjignon Débora Hounkpe e Kwasi Wiredu para entendermos de que modo os labirintos mnemônicos das narrativas contribuem para a construção das trajetórias das personagens femininas dos romances. Por fim, desenvolveremos o conceito de Literatura Ahosi, uma proposta de leitura das obras de autoria feminina que reflete como o passado de poder e prestígio social das mulheres beninenses pode ser resgatado na literatura e ressignificar as vivências das personagens femininas.
  • SAYONARA SOUZA DA COSTA
  • Vozes de mulher em Moçambique: Hirondina Joshua e os Ângulos da Casa
  • Data: 27/06/2022
  • Hora: 09:00
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  • A presente pesquisa visa suscitar discussões em relação à literatura de autoria feminina em Moçambique, como também difundir nomes de mulheres que escrevem neste país. Os objetivos estão pautados em verificar os processos estéticos e ideológicos que enquadram essas produções e como enfrentam as dificuldades que perpassam uma sociedade patriarcal, que teve seu marco inicial da literatura ainda tardio, por causa do processo de colonização portuguesa. Dessa maneira, serão feitas às análises dos sete primeiros poemas do livro; verificando às temáticas que surgem, assim como emerge a figura da casa e a simbologia dos números que representam os títulos dos textos. O estilo de escrita, a questão da subjetividade e da metafísica também são elementos que serão verificados ao longo da pesquisa. A relevância deste estudo consiste em conceder espaço às novas vozes de escritoras moçambicanas, para que seus escritos tenham destaque e suas inquietaçaões estejam abertas a novas leituras. O corpus utilizado é o livro Ângulos da casa (2016), da escritora Hirondina Joshua. O livro foi publicado em Moçambique no ano de 2016 e no Brasil em 2017. Algumas observações serão feitas ao longo do escrito, a questão da autoria feminina, como já mencionado, é uma delas, pois ainda existe uma grande problemática que envolve esta questão. Para tanto, a pesquisa foi desenvolvida em três etapas: o primeiro capítulo trata da questão da autoria feminina em Moçambique, por meio de um apanhado histórico relacionado à precursora, mãe dos poetas moçambicanos, Noémia de Sousa, até chegarmos as autoras contemporâneas: Sónia Sultuane, Tánia Tomé e Rinkel. O segundo capítulo é dedicado a Hirondina Joshua, o lugar dela na literatura do seu país e a questão da introspecção presente em seus poemas. O terceiro capítulo é composto pela discussão teórica em relação ao espaço, a casa, a simbologia dos números até adentramos, de fato, às análises dos sete primeiros poemas que compõem os Ângulos da casa (2016). Feito isto, teremos um panorama mais claro de como o processo de autoria feminina é construído em Moçambique e como essas vozes de mulheres têm buscado seus lugares enquanto escritoras. Assim, concluiremos com a análise da poesia de Joshua, dentro do recorte estabelecido, e a produção literária de autoria feminina moçambicana sob a ótica de escritos que a antecederam. Para isto, faremos uso de conceitos teóricos voltados para a simbolologia da casa, utilizando os fundamentos da poética dos espaços de Bachelard (2008), que perpassa o estudo psicológico dos lugares físicos; a contribuição de Xavier (2012) no que tange a casa e as memórias afetivas positivas ou negativas, como também a questão histórica da literatura moçambicana a partir dos escritos de Noa (2017). Além destes, utlizaremos os postulados teóricos de Chevalier (2009); Chiziane (2016); Almeida (2015), Borges Filho (2007), Brandão (2015), Compagnon (2010), Eagleton (2006), entre outros.
  • MORGANA DE MEDEIROS FARIAS
  • VERSOS PARA OS PEQUENINOS, DE JOÃO KÖPKE: UMA FORTUNA LITERÁRIA POUCO EXPLORADA
  • Data: 21/06/2022
  • Hora: 15:00
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  • Esta tese tem como objetivo principal analisar o manuscrito Versos para os pequeninos, escrito pelo fluminense João Köpke, que remonta ao século XIX, mas não tem data de criação definida. As análises têm como base investigações acerca da competência criadora do autor, dos aspectos artísticos da sua produção, observando sua inclinação em lidar mais com assuntos lúdicos do que com pedagógicos,fato que o destaca dentre outros autores de poesia da época. A composição da qual nos ocupamos é um compilado de poemas infantis de onde escolhemos como corpus quatro deles, intitulados O balanço”, “O ato ilis”, “Meu cavallo” e “Conversas”, estes que lidam com uma perspectiva infantil bem perceptível, tratando de temas comuns ao universo da criança. Entendemos que houve uma supressão no percurso biográfico do autor, no sentido de não ficar claro que ele escrevia textos dessa natureza. Algumas das suas faces foram mostradas em pesquisas anteriores, mas outra foi praticamente omitida: a de escritor de literatura para crianças, esta que veremos de perto que possui valor estético e semântico. Para chegar ao nosso objetivo, mobilizamos teorias e conhecimentos acadêmicos sobre as relações entre literatura e educação no século XIX, olhando para o espaço escolar e as ideologias imperantes, chegando às origens da literatura infantil e às pesquisas em torno de Köpke, contando, para isso, com autores como Salem (1970), Carvalho (1985), Hilsdorf (2005), Panizzolo (2006), Lajolo e Zilberman (2007), Coelho (2010) e Arroyo (2011), Santos (2013), Mortatti (2015), e Ferreira (2015). Em um segundo momento, nos detemos em estudar com mais afinco o percurso biográfico do autor, visando compreender um pouco da sua trajetória, da sua inclinação à educação, bem como conhecemos algumas das obras que escreveu na interface desta área com a literatura. Estudos como os de Hilsdorf (1988), Chicoski (2010), Matta (2011), Panizzolo (2011), Santos (2013), Belo (2014), Mortatti (2015) e Ferreira (2018) contribuíram com a montagem dessa trajetória marcante, que chamou nossa atenção ao primeiro olhar atento. Por fim, mobilizamos teorias a respeito do texto poético, para entender suas particularidades e, feito isso, adentramos a comparações entre poemas que Köpke criou, para compor o manuscrito, com os de mais três autores da sua época, para só depois fecharmos o trabalho com a análise do corpus citado. Bosi (1977), Held (1980), Lajolo (1982), Bordini (1991) e Ferreira (2017) colaboraram diretamente com a fundamentação desta seção. Para nós fica visível, no caso do manuscrito, a intenção de João Köpke em escrever textos através dos quais as crianças se sentissem representadas, onde suas vivências estivessem presentes, sem ensinamentos engessados. Portanto, com esta pesquisa, redimensionamos o lugar deste autor nos estudos sobre literatura, ressignificando seu nome e fornecendo meios de questionar o apagamento que se dá em relação a ele na historiografia literária nacional.
  • ANDERSON GUSTAVO SILVA MACEDO PEREIRA
  • O desejo homoerótico e o seu algoz: as configurações da dor e do gozo no romance En finir avec eddy belleguele de Édouard Louis
  • Data: 15/06/2022
  • Hora: 09:00
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  • A sexualidade esteve subordinada, até o final do século XVIII, a três esferas de controle da sociedade: os discursos médicos, religiosos e morais (FOUCAULT, 2015). Entendendo que a homossexualidade está dentro desse núcleo de submissão, mesmo antes de ter uma palavra que a identificasse, podemos afirmar que ela foi vista como doença, pecado e crime, respectivamente. O indivíduo que não obedecesse a esse todo sistêmico teria de lidar com algum tipo de discriminação ou mesmo punições das mais severas. Malgrado inúmeros avanços, na atualidade, os homossexuais se veem diante de uma dualidade cruel e cada um busca encaixar a própria homossexualidade dentro desse antagonismo: (1) a desobediência à cultura, rebelando-se contra ela para viver a homossexualidade de forma plena e, assim, correr riscos dos mais diversos ou o inverso; (2) a recusa à própria orientação sexual, negando-a até para si mesmo, a fim de não sofrer retaliações e humilhações; outras possibilidades se encontram entre esses dois polos, sempre colocando o indivíduo em um lugar de luta (contra si, a priori, contra o outro, a posteriori). Dentro deste contexto de escolhas, incoerências e conflitos tão dolorosos quanto prazerosos, inserimos nosso objeto de estudo: o romance En finir avec Eddy Bellegueule (2014), do escritor francês Édouard Louis, no qual essas dores e prazeres se (re)produzem na infância e na adolescência de Eddy, narrador-personagem. Suas experiências sexuais inaugurais, aos 10 anos, foram vividas de maneira marginalizada em um depósito de lenha na comunidade de Hallencourt (norte da França). Ao mesmo tempo, a homofobia o vitimizava: ele sofria violência psicológica e física por parte de sua família, dos colegas de sua escola e dos moradores do vilarejo no qual residia. A escolha desse corpus se justifica por termos um número fraco de obras francesas traduzidas no Brasil (TORRES, 2007) se comparado à volumosa produção literária em francês. Estudar um autor de língua francesa em um contexto como esse é uma tentativa de manter vivo o interesse por parte do público brasileiro em literatura e língua francesas, entendendo que o acesso a culturas estrangeiras enriquece a cultura nacional. Além disso, o estudo desta obra busca favorecer as discussões sobre as narrativas contemporâneas francesas de temática homoerótica no Brasil. Por isso, procedemos a uma genealogia das homossexualidades. Resgatar o passado é necessário para entendermos as epistemologias do presente, logo, passeamos pelo tempo através dos textos de variados estudiosos do assunto (DOVER, 1994; MOTT, 2001; CECCARELLI, 2008; GRAÑA, 1998; QUINET, 2013; TREVISAN, 2018). Além disso, encontramos na psicanálise as ferramentas adequadas para analisarmos as experiências homoeróticas precoces de Eddy, para tal, elaboramos uma interlocução com o pensamento de Sigmund Freud (1905, 1912, 1919, 1930). Em oposição aos prazeres da homossexualidade, buscamos entender os mecanismos da homofobia (BORRILLO, 2010). Assim, o objetivo deste estudo é identificar as configurações da dor e do gozo de entender e viver a própria homossexualidade em um contexto de degradação social a partir do(s) discurso(s) de Eddy, a fim de elucidar como ele concebe subjetivamente sua orientação sexual e as consequências disso nesse contexto. Os signos do homoerotismo e da homofobia são (re)interpretados como traços de uma poética do desejo e da violência, respectivamente. Concluímos que a dor de pertencer a uma orientação sexual destoante do que espera a maioria do todo social deixa em Eddy Bellegueule sequelas irreversíveis que o levam, inclusive, a mudar de nome para poder tentar deixar o passado para trás
  • NILMA BARROS SILVA
  • CONTOS DO CEMITÉRIO: O PROTAGONISMO JUVENIL NA LITERATURA FANTÁSTICA
  • Data: 30/05/2022
  • Hora: 14:00
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  • A presente dissertação tem como proposta apresentar o protagonismo juvenil na literatura fantástica usando como base a coleção Contos do Cemitério (1997), produzida pelo escritor francês Yak Rivais. A série é composta de seis livros: Sob o sol poente, sob o arco-íris, Na neblina, Ao vento de outono, Antes da tempestade e Depois da chuva. A partir da abrangência da coleção, foi necessário realizar um recorte, assim, três livros foram escolhidos e, de cada obra, um conto selecionado para ser corpus de análise desta pesquisa. Os contos selecionados foram: “Annick e a mão do diabo”, do livro Sob o sol poente; “O ogro de areia”, do livro Ao vento de outono; “Os defuntos se divertem”, do livro sob o arco-íris. A justificativa para escolha dessa coleção é que os textos trazem para o campo de estudo contos que apresentam uma representatividade juvenil em narrativas fantásticas. Ainda pouco traduzido no Brasil, Rivais é escritor, pintor e ex-professor, nascido em 1939, em Fougères. A coleção Contos do Cemitério (1997) é ilustrada pelo próprio autor e foi posteriormente adaptada para a linguagem visual, em forma de desenhos animados. Em todas as narrativas é no mesmo espaço, o Cemitério de São Patrício, que os jovens protagonistas enfrentam, sem medo, os inúmeros desafios a eles impostos. É com bravura, coragem e muita esperteza que eles vencem fantasmas, duendes, assombrações, vampiros, anões, a Morte, enfim, uma vasta galeria de seres do imaginário fantástico que estão presentes em todas as narrativas que compõem o volume. A metodologia do trabalho é a bibliográfica, cuja principal característica é o levantamento de estudos acerca do tema selecionado para análise. Para ancorar teoricamente nossos estudos, partimos das concepções de Colomer, (2003), Ceserani (2006) Todorov (1975), Camarani (2014), Roas (2014), Silva (2013), Rodrigues (1988), Vax (1963). Ainda que a ideia de conjunto percorra toda a obra, optamos por uma análise individual, a fim de destacar a singularidade de cada personagem e como eles se relacionam com os elementos fantásticos dos textos. Esperamos, com o desenvolvimento deste estudo, apresentar dois pontos merecedores de maior destaque entre as pesquisas brasileiras: a literatura infantojuvenil fantástica e a qualidade estética da obra de Yak Rivais.
  • YASMIN DE ANDRADE ALVES
  • O USO DAS ALEGORIAS COMO MECANISMOS DE SUBVERSÃO EM O ESPELHO DAS ALMAS SIMPLES, DE MARGUERITE PORETE
  • Data: 15/04/2022
  • Hora: 10:00
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  • intenciona-se analisá-la, através do método de pesquisa bibliográfico, em torno da tese de que a construção de seu discurso subversivo em favor da remodelação da experiência espiritual deu-se por meio do uso estratégico das alegorias em um contexto de opressão, usufruindo, do potencial político da linguagem. Para tal, parte-se da ideia de que a subversão feminina dá-se em três planos: a) através do contexto; b) do discurso; e c) da palavra escrita. Buscando desenvolver acerca do protagonismo feminino medieval e da autoria e de revelar a importância do resgate de obras de autoria feminina para a (re)construção de uma História das mulheres, leva-se em consideração os movimentos mendicantes e a propagação das beguinas, bem como a organização social francófona medieval. Neste sentido, a análise é desenvolvida com base nas três personagens principais da obra, representadas por alegorias femininas: Alma, Dama Amor e Dama Razão. Sendo assim, a pesquisa é fundamentada nos estudos acerca das alegorias e estudos feministas, sobretudo os propostos por Hansen (2006), Tambling (2010), Ricoeur (2015), Fletcher (1970), Newman (2005), Chance (2007), Rovere (2019) e Funck (2016), e nos estudos históricos propostos por Le Goff e Schmitt (2017), Pernoud (1996), Bloch (2016), Power (1979), Simons (2001), Lerner (1993), McGinn (2017), Dalarun (1990), Newman (1995), Delumeau (1978), Verdeyen (1986), Kocher (2008), Deane (2011), dentre outros.
  • LIVIA MARIA DA SILVA
  • DISCURSO DE AUTORIDADE: A LINGUAGEM DAS PERSONAGENS COMO INSTRUMENTO DE PODER NA ÉPICA E NA TRAGÉDIA GREGAS
  • Data: 31/03/2022
  • Hora: 14:00
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  • Tanto na poesia épica do período arcaico grego quanto no teatro trágico do período clássico, o discurso ocupa um lugar de primazia nos textos, poéticos ou dramáticos. Neles, personagens investidas por seu status social discursam a ponto de conferirem ao enredo das obras novos relevos e, de modo inverso, os próprios discursos conferem um poder de manutenção a estas personagens. Assim, compreender as dinâmicas das relações discursivas nestas obras é também revelar características essenciais na construção de outros aspectos literários, tais como: o ethos das personagens e o enredo que as envolve. Urge assim o estudo do papel dos discursos dessas personagens nas categorias literárias supra citadas. Com isso, pretende-se demonstrar a sua importância na análise de obras literárias e na determinação exegética de algumas passagens.
  • INALDO DA ROCHA AQUINO
  • DE VOZES E CICLOS: O POEMA ENCARNADO DE SÓNIA SULTUANE
  • Data: 31/03/2022
  • Hora: 10:00
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  • Esta dissertação tem como objetivo analisar a coletânea de poesias Roda das Encarnações (2017) da poeta moçambicana Sónia Sultuane mostrando que o poema encarnado da referida escritora se estrutura a partir de uma discussão estética e ideológica sobre voz, espiritualidade e ciclos de vida. Sendo assim, a investigação faz uso de um diálogo entre poesia de encarnação no feminino e religiosidades moçambicanas. Para embasar a pesquisa, seguimos as discussões de Paradiso (2019), (2015) e Awolalu (2005) sobre a religiosidade, a literatura e as crenças tradicionais no território moçambicano; de Cooper (1998) e o realismo mágico; Opuko (2010) e sua contribuição para o estudos da formação histórico religiosa em Moçambique, Hampaté Bâ (2010) e a tradição oral ancestral; seguido de Freitas (2020, e sua colaboração aos estudos da literatura de autoria feminina em Moçambique, assim como de Pinheiro (2021) no que se refere à moçambicanidade e à formação do cânone literário. A obra de Sultuane caminha rumo a uma ligação multifacetada com o universo das artes. As análises finais do corpus nos apontam que o eu lírico de Sónia Sultuane caminha intimamente ligado aos ciclos encarnatórios que a coletânea sugere e as vozes poéticas que surgem nos versos trazem a representação de uma espiritualidade multifacetada que faz circular diversos fluxos de vivências encarnadas.
  • FRANCIELLE SUENIA DA SILVA
  • Escrevivências decoloniais e o corpo encantado em Conceição Evaristo
  • Data: 29/03/2022
  • Hora: 14:00
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  • A presente pesquisa tem enfoque na produção literária narrativa da escritora brasileira contemporânea Conceição Evaristo. O corpus de análise envolve contos e novela publicados nas obras Olhos d’água (2015) e Histórias de leves enganos e parecenças (2016). O objetivo principal é apresentar o conceito das categorias de corpo encantado e corpo terreiro a partir da epistemologia decolonial, bem como da perspectiva do encantamento a partir da análise de personagens femininas centrais das narrativas em estudo. Os corpos da diáspora africana e dos seus descendentes foram marcados pelo jugo da colonialidade e sofrem, até hoje, as consequências de uma prática que tenta provocar o desencanto e o apagamento das vivências, ciências e culturas de diversos povos. Pode-se afirmar que, historicamente, na literatura brasileira, o corpo da mulher negra foi subjugado, usado como objeto de trabalho e de exploração sexual/erótico. Dessa forma, a representação desse sujeito é, por vezes, estigmatizada, o que reforça um pensamento machista, sexista e racista. Ao nos depararmos com os textos evaristianos, notamos que há outra possibilidade de representação da mulher negra na literatura. Muitas vezes, essa presença está dotada de uma carga de encantamento que permite com que essas personagens agreguem aos textos uma semântica espiritual e religiosa, permitindo uma associação com as divindades de religiões afro-brasileiras. Observamos, também, como a organização desses corpos encantados está direcionada à propagação e manutenção da vida, individual e coletivamente, manifestando uma prática ancestral, que está vinculada tanto à linhagem familiar quanto aos orixás e divindades que acompanham a vida da personagem. Da mesma forma, a escrita evaristiana dá indícios de participação em um ritual da escrita no qual autora, personagens e leitores cumprem um papel ancestral para a existência da obra, propondo uma ressignificação da função da literatura na sociedade. Portanto, os elos que conectam encantamento e decolonialidade são expostos por meio das discussões propostas pela linhagem oposicional e pelas ações milagrosas vividas pelos corpos encantados, bem como da ação ritualística experienciada pelo ato da escrita.
  • KÉSIA VIVIANE DA MOTA
  • Leituras e escritas de vida em A Resposta e Histórias Cruzadas: estratégias metaficcionais no Ensino Fundamental, através do diálogo entre literatura, cinema e educação
  • Data: 29/03/2022
  • Hora: 14:00
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  • O presente trabalho constitui uma reflexão sobre o desafio de levar os conhecimentos que aprendemos na universidade à Educação Básica. Neste sentido, tem por objetivo a aplicação de um projeto didático relacionado a estratégias metaficcionais, no Ensino Fundamental, tendo como corpus o romance A Resposta, de Kathryn Stockett (2013), e sua adaptação fílmica Histórias Cruzadas, de Tate Taylor (2012). Trata-se de uma investigação interdisciplinar que procura articular conhecimentos de três áreas: literatura, cinema e educação. Através da pesquisa bibliográfica e interpretativa, aliada à aplicação de um projeto didático, em sala de aula do Ensino Fundamental (anos finais), a pesquisa investiga a viabilidade do ensino do conceito de metaficção e seus recursos, no ensino básico, através da transposição didática. O projeto didático segue a proposta da professora Socorro Pacífico Barbosa (2011), de ensino da literatura através de temas caracterizadores. Ao analisar os recursos metaficcionais do corpus, algumas temáticas relevantes são acionadas e discutidas no decorrer do trabalho: preconceito, racismo, alteridade, autonomia, protagonismo feminino, opressão, relações de poder, dentre outras. Para articular o recurso estético às políticas que ele representa, contamos com a fundamentação teórica de Adrienne Rich (2017), Angela Davis (2018), bell hooks (2017-A; 2017-B), Djamila Ribeiro (2018; 2020), Dora Gago (2021), Genilda Azerêdo (2016), Hélène Cixous (2017), Joice Berth (2019) e Paulo Freire (1987; 2020). Quanto ao potencial pedagógico do cinema, trazemos reflexões de autores como Fresquet (2010; 2013), Migliorin (2010), Pimentel (2011), Rancière (2012; 2018), Xavier (2008), além de Bergala (2008), especificamente sobre a relação entre literatura, cinema e educação. A fundamentação teórica a respeito da leitura literária como objeto de estudo, no ensino básico, conta com Antonio Candido (2004), Barbosa (2011), Cosson (2019; 2020; 2021), Dalvi (2013; 2021), Jouve (2012), Leahy-Dios (2004), Rojo (2013), Segabinazi (2011), Sodré (2012) e Zilberman (2004; 2021). Quanto às estratégias da metaficção, fundamentamos a análise em Hutcheon (1980; 1993; 2000; 2013), Bernardo (2010), Schor (1989), Stam (1981; 2003), Waugh (1984), Lodge (2020) e Azerêdo (2009; 2019). Os resultados da pesquisa demonstram o potencial pedagógico da metaficção e suas políticas, seja na literatura, seja no cinema, contribuindo, de modo significativo, para o desenvolvimento de habilidades cognitivas, interpessoais e críticas.
  • DEBORA GIL PANTALEAO
  • SARAH KANE E O TEATRO IN-YER-FACE: A POÉTICA DO EXCESSO CONTRA O PERCEPTICÍDIO NAS PEÇAS BLASTED (1995) E CLEANSED (1998)
  • Data: 25/02/2022
  • Hora: 15:00
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  • A dramaturga Sarah Kane é considerada por Aleks Sierz como autora que inaugurou o Teatro In-Yer-Face com a sua primeira peça teatral, Blasted (1995). Esse teatro, que dramatiza a violência em excesso e expõe diante dos espectadores as mais perversas formas de crueldade, viria a ter continuação com a segunda peça da autora – Cleansed (1998) – parte de uma trilogia nunca finalizada por Kane. Durante as montagens das peças, e em razão das respostas agressivas da mídia britânica ao seu teatro, a autora precisou passar a utilizar um pseudônimo ao escrever essa segunda peça da trilogia inacabada. Nesse cenário de uma dramaturgia marcada por excessos e privações, o nosso objetivo foi o de analisar a poética do excesso de Sarah Kane como uma opção estética que se impõe contra o percepticídio, posicionando-se enquanto rejeição e resistência àquilo que pode e não pode ser visto e percebido em nossas estruturas sociais. Para verificarmos a validação desta hipótese, analisamos o contexto histórico-social de Kane com a Era Thatcher e o governo Tony Blair e os fatos que demonstram ter sido a Cool Britannia uma Cruel Britannia; trabalhamos as definições de Sierz sobre o Teatro In-Yer-Face enquanto lócus de transgressão ao teatro mainstream; além de apresentarmos a obra de Kane, no primeiro capítulo. No segundo capítulo, examinamos características da pós-modernidade e do pós-modernismo a partir de Jameson (1991), Anderson (1999), Maffesoli (2003, 2016). Para o estudo da paródia e da ironia no pós-modernismo, examinamos as contribuições de Linda Hutcheon (1985, 2000, 2001) e Afonso Romano de Sant’Anna (2004). A necessidade de pensar a tragicidade das peças de Kane nos remeteu a Raymond Williams (2002). Para pensar a violência na pós-modernidade pela perspectiva de suas vítimas, utilizamos o conceito de “horrorismo” da filósofa italiana Adriana Cavarero (2009). Articulamos os pensamentos de Cavarero aos de Judith Butler (2018, 2020), que trata dos seres vulneráveis e não passíveis de luto, para nomearmos os corpos que sofrem e que vivenciam o trágico pós-moderno. Concluímos que, nas peças de Kane, é por via da “antiestrutura” que tais seres podem se tornar visíveis, ou seja, por via da paródia e da ironia ao re-apresentar o real enquanto pastiche. As tensões em torno da ambiguidade trazidas por Jameson são apaziguadas em nossa análise através do estudo da ironia, posto que trata de o leitor ou espectador captar o jogo irônico e perceber o que está posto pra ser visto e denunciado – por via do excesso da violência – nas peças teatrais. Dito isto, fica nítido que as dominantes estéticas pós-modernas dão ênfase ao paródico e ao irônico quase como única saída possível ao absurdo e ao mal-estar social.
  • ROSSANA TAVARES DE ALMEIDA
  • A DONZELA GUERREIRA NA LITERATURA: um olhar semiótico sobre o processo de mitificação da personagem histórica
  • Data: 25/02/2022
  • Hora: 14:30
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  • Denominamos de heroicização ou mitificação o processo de transformação da personagem histórica para a personagem mitificada, em que há uma ressignificação dos fatos históricos através dos gêneros discursivos diversos, ao longo dos anos, tornando difícil a distinção entre mito e história.Tomando como direcionamento a crítica literária sobre a Donzela Guerreira, a personagem mítica estudada foi Joana d’Arc cujo estudo partiu do seguinte questionamento: como a imagem mítica de Joana d’Arc é representada nas obras estudadas? Nossa hipótese apostou no sentido de que o processo de heroicização/mitificação da personagem histórica para personagem literária parte do mito já solidificado, ou seja, inspira-se na representação já existente no imaginário popular. A base teórica utilizada foi a Semiótica das Culturas (RASTIER,2010; PAIS, 1993) cuja metodologia de análise é interpretativa, histórica e comparativa, tendo sido complementada com a semiótica Greimasiana que se atém à análise do percurso da significação presente nos textos, Assim, este trabalho teve como objetivo estudar os aspectos semióticos do mito da Donzela Guerreira no processo de mitificação da personagem histórica Joana d’Arc, verificando, especificamente, como Joana d’Arc é representada na linguagem literária, observando os sistemas de valores presentes no corpus estudado e os papéis temáticos assumidos pela a heroína francesa, considerando o contexto da prática social geradora do mito que foi a Guerra dos Cem Anos. O processo de mitificação da referida personagem histórica foi estudado através da análise interpretativa das seguintes obras: A vida de Joana d’Arc (1978), de Érico Veríssimo; Joana d’Arc e suas e suas batalhas (2010), de Robins Phil; A vida fabulosa de Joana d’Arc (2020), de Patrícia Deps e Joana d’Arc (2010), de Tony DiGerolamos. O estudo permitiu concluir que Joana d’Arc atende aos requisitos do paradigma Donzela Guerreira. Além disso, a imagem mítica presente no corpus traz papéis temáticos normalmente já atribuídos Joana d’Arc (santa, donzela, guerreira e bruxa) e caminham de uma literatura para uma etnoliteratura, por explorarem a imagem mitificada de uma personagem histórica, possibilitando várias leituras interpretativas, sem perder seu status mítico.
  • JULIANA DANTAS RABELO
  • INTERSECCIONALIDADE EM VIOLETS AND OTHER TALES (1895), DE ALICE DUNBAR-NELSON
  • Orientador : LIANE SCHNEIDER
  • Data: 25/02/2022
  • Hora: 10:00
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  • Esta dissertação tem como objetivo analisar o conto “A mulher”, escrito por Alice Dunbar-Nelson em 1895, incluído no livro Violets and other tales. Nosso intuito é identificar como a autora trabalhou a conexão entre raça, classe e gênero nesta narrativa para perceber de que forma ela discutiu o lugar das mulheres, especialmente das mulheres negras, na sociedade estadunidense oitocentista. Para aprofundar essa discussão, buscamos destrinchar a maneira como Dunbar-Nelson se contrapôs à ideia de “Culto da Domesticidade” ou “Culto da Verdadeira Feminilidade” em voga no período estudado. Fizemos menção, portanto, a outros textos literários incluídos no livro a fim enriquecer essa discussão. Como aporte teórico, utilizamos as contribuições da crítica feminista, especialmente os trabalhos desenvolvidos por intelectuais alinhadas ao feminismo negro que discutiram os usos prolíficos da ferramenta de análise que se convencionou chamar de interseccionalidade. Nesse sentido, para esta dissertação, importantes foram os debates desenvolvidos por Collins (2016), Plastas (2011), Storm (2016), Vallier (2017), Davis (2016), West (2021), entre outros. Por fim, esperamos contribuir para uma ampliação dos estudos acerca da trajetória de Alice Dunbar-Nelson, enfatizando sua importância na luta, através da literatura, pelos direitos dos negros nos Estados Unidos da virada do século XIX para o século XX.
  • MARIA GOMES DE MEDEIROS
  • JUREMA E UMBANDA NAS VOZES DE MÃE RITA PRETA E MÃE MARINALVA: narrativas do pioneirismo feminino nos cultos afro-indígenas da Paraíba
  • Data: 25/02/2022
  • Hora: 09:00
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  • O presente trabalho envolve pesquisas sobre narrativas orais (depoimentos, histórias de vida) e relatos autobiográficos de Mãe Rita Preta e Mãe Marinalva, antigas juremeiras/umbandistas das cidades de João Pessoa e de Santa Rita. No que diz respeito às memórias de Mãe Rita Preta, nos debruçaremos sobre o trabalho etnográfico empreendido por Valdir Lima, presente no livro Cultos afro-paraibanos: Jurema, Umbanda e Candomblé (2020), fruto de sua dissertação de mestrado em ciências das religiões. Também contaremos com a análise do documentário Santa Rita Preta (2007), organizado pela ONG Encumbe, com direção de Cleyton Ferrer e trabalho de pesquisa de Valdir Lima. As memórias de Mãe Marinalva foram analisadas a partir do livro Umbanda: missão do bem: minha história, minha vida (2013), narrado por Mãe Marinalva e transcrito e organizado pelo professor Giovanni Boaes. Interessa-nos entender, a partir da experiência dessas mulheres, que foram precursoras do culto de Umbanda e Jurema no estado da Paraíba e também sujeitos políticos imprescindíveis para a luta pela liberação dos cultos afros na década de sessenta, como as narrativas coletivas de terreiros de Jurema e Umbanda (re)constroem a memória mítica (SODRÉ, 2018) de populações em contextos de diáspora afro-indígena. Foram utilizados os conceitos de tempo espiralar (MARTINS, 2002), para compreender essas narrativas, conforme os imperativos éticos e políticos firmados no cruzo de temporalidades próprias de vozes em diáspora. Utilizamos, ainda, conceitos dos estudos culturais, feministas e decoloniais, autores e autoras que se debruçaram sobre temas como “colonialidade” e “decolonialidade”, “diáspora”, “epistemicídio”, “justiça social e cognitiva” (GONZALEZ, 2008; COLLINS, 2019; FANON, 1968; QUIJANO, 2005; SOUSA SANTOS, 2019).
  • ELISA DAMANTE ANGELO E SILVA
  • GONZAGA RODRIGUES E A PRESERVAÇÃO DA MEMÓRIA HISTÓRICA E SOCIAL DA CIDADE DE JOÃO PESSOA
  • Data: 24/02/2022
  • Hora: 15:00
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  • Dentro dos cadernos de cultura, de política ou de opinião das folhas dos jornais impressos que ainda resistem às novidades e imediatismos do mundo digital, a crônica na Paraíba ainda é forte. Gonzaga Rodrigues, adotado por João Pessoa, mas cidadão de Alagoa Nova, produz crônicas, em sua maioria, sobre a capital da Paraíba. Observa-se que parte de suas crônicas retratam o cotidiano e as peculiaridades da cidade, e através delas é possível identificar memórias, críticas e observações tanto do povo, quanto de sua cultura e os espaços físicos da cidade. Através do lirismo e da construção pessoal do autor, as crônicas vão desenhando a imagem da cidade. Por meio das obras literárias, em especial, a crônica, é possível também entender a História, uma vez que os produtos literários estão inseridos em um contexto histórico. O leque de pesquisas voltadas para o ramo da crônica na academia, por sua vez, tem uma predisposição à utilização de autores mais consagrados no mercado, deixando de lado, de maneira geral, de enaltecer as produções locais. A consequência disso é a escassez de produtos voltados para o que é produzido na terra. Por esses motivos, o presente trabalho tem por objetivo geral analisar o aspecto documental das crônicas de Gonzaga Rodrigues sobre a cidade de João Pessoa, investigando, através dos textos presentes no livro Notas do meu lugar (1978), a construção da memória histórica e coletiva e do imaginário da capital, utilizando para essa elaboração, uma análise comparativa com textos de outros gêneros, como artigos e notícias da época, que tratam sobre as evoluções e mudanças na cidade de João Pessoa, na tentativa de contextualizar e situar as crônicas no tempo e no espaço. Para isso, faz-se necessário também pesquisar a crônica enquanto gênero híbrido, perpassando o jornalismo, a literatura e a história; analisando também obra do autor dentro dos contextos históricos. No que diz respeito ao gênero crônica, a pesquisa será guiada pelo olhar de autores como Melo (1985), Pereira (1994), Galvani (2008), Sá (1985) e Bender e Laurito (1993).
  • BEATRIZ PEREIRA DE ALMEIDA
  • Novos livros, novos poemas: adaptações de Odilon Moraes de Ismália e Conselho
  • Data: 24/02/2022
  • Hora: 14:00
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  • Contar e recontar histórias faz parte do nosso cotidiano. Na literatura, isso não é diferente. Ao longo do tempo, as histórias se adaptaram de acordo com a intenção dos autores, sofrendo adequações para se inserirem num determinado contexto de recepção e essa prática permanece presente atualmente. Nesse sentido, observamos que autores de livros ilustrados se utilizam dessa prática para ampliar aquilo que é recebido pelo público infantil. Odilon Moraes é um desses autores, visto que, através do livro ilustrado, criou novas obras a partir de poemas já existentes: Ismália, de Alphonsus de Guimaraens e Conselho, de Fernando Pessoa. Sem alterar o texto verbal, Moraes acrescentou ilustrações aos poemas e um novo projeto gráfico, modificando o suporte deles, transformando-os em um novo objeto artístico e, consequentemente, alterando ou, pelo menos, ampliando o público leitor. Por isso, ao longo desta pesquisa, teremos como objetivo geral analisar o processo de adaptação nas obras Ismália e Conselho, ilustradas por Odilon Moraes, buscando identificar quais os mecanismos utilizados pelo ilustrador para “recriar” tais poemas, a exemplo das ilustrações, da materialidade e do projeto gráfico como um todo dos livros. Esta pesquisa é qualitativa, tendo como procedimentos metodológicos a pesquisa bibliográfica e a documental. Além disso, para embasá-la teoricamente, selecionamos autores como Oliveira (2008), Linden (2011), Nikolajeva (2011), para discutir a respeito do livro ilustrado, Zilberman (1994) e Hutcheon (2013), em relação à adaptação e à adequação de obras a um novo público, Darnton (1986), Lajolo e Zilberman (2007) e Zilberman (2014) acerca do processo de consolidação da literatura infantil europeia e brasileira.
  • ANGELINA SILVA DE FARIAS
  • O HUMOR NA OBRA INFANTIL DE ANDRÉ RICARDO AGUIAR
  • Data: 24/02/2022
  • Hora: 09:00
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  • Esta dissertação visa analisar o elemento humor presente na obra infantil de André Ricardo Aguiar. De forma, mais, específica, apresentar os livros: O rato que roeu o rei (2007), Pequenas reinações (2012) e Chá de sumiço e outros poemas assombrados (2013), como sendo estes produções para o público infanto-juvenil no viés da contemporaneidade, compreendendo o processo de diálogo entre (os) livros e o cenário das mutações do século para a realização do humor. Nesse sentido, justifica-se tanto pela qualidade literária dos escritos do referido paraibano quanto pela lacuna de trabalhos críticos a respeito da sua obra e do assunto proposto, o que nos fez acreditar que a pesquisa é significativa ao contribuir para o estabelecimento da fortuna crítica. O corpus dessa pesquisa são os livros supracitados, e é por meio deles que buscamos alcançar a confirmação da hipótese levantada: a de um de processo de significação ocorrido através do riso, ao valer-se de elementos como chiste, jogos de palavras, trocadilhos, alcançando uma construção poética na literatura infantil avessa ao utilitário e pedagogizante, obras que se firmam como produção infantil preocupada com a estética. Para dar suporte à análise, foram utilizados textos de Bergson (2018), Freud (1905), Todorov (1980), Candido (1996), Hunt (2010), Bosi (1996), Ribeiro Neto (2015), Candido (1983), Barbosa (2001), entre outros. Como resultados, observamos um processo de (res)significação que não se restringe apenas à permuta de lugar das personagens a partir de suas características, mas que acontece por meio de elaborado trabalho com a palavra, alcançando refinado humor.
  • IRANY ANDRÉ LIMA DE SOUZA
  • O cordel no mercado editorial brasileiro das adaptações literárias (2000-2020)
  • Data: 23/02/2022
  • Hora: 14:00
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  • As adaptações, historicamente, têm contribuído para a circulação e a constante revitalização da literatura e têm ganhado atenção como campo de análise. Nesse contexto, observamos a carência de estudos voltados para o cordel, lacuna que objetivamos preencher com nossa pesquisa de doutorado. Portanto, com este trabalho, temos a finalidade de apresentar o panorama atual das adaptações literárias em cordel no Brasil, enfatizando o período de 2000 a 2020. Para isso, organizamos nossa tese de abordagem quali-quantitativa em três capítulos: no primeiro, a partir de pesquisa bibliográfica, expusemos concepções teóricas sobre adaptação, mostrando a fortuna crítica a seu respeito, tanto no sentido mais amplo quanto no que diz respeito apenas à literatura. No capítulo seguinte, apresentamos o contexto das adaptações em cordel, no Brasil, divulgadas pelas editoras brasileiras até 2020. No capítulo 3, analisamos a produção e a circulação literária de cordel no Brasil via publicações de textos adaptados em editoras (de 2000 até 2020). Nesta parte, fizemos um levantamento de dados, sua descrição e análise, chegando a 52 editoras brasileiras publicando adaptação em cordel no suporte do folheto ou em livro. Por último, a fim de entendermos melhor a dinâmica de negociações frente à produção e à circulação das adaptações em cordel, confrontamos as informações adquiridas nas editoras com entrevistas realizadas por e-mail com 6 cordelistas – Cícero Pedro de Assis, Evaristo Geraldo da Silva, Francisco Paiva das Neves, João Bosco Bezerra Bonfim, Marco Haurélio e Rouxinol do Rinaré – e com editores(as) de 3 empresas - Amir Piedade, da Cortez Editora; Tatiana Fulas, da Panda Books; e Lucinda Azevedo, da Editora IMEPH. Com os dados teóricos e empíricos, traçamos um panorama mais real do contexto de publicações de adaptações contemporâneas em cordel no mercado editorial brasileiro, evidenciando, ao mesmo tempo, um fragmento da história de leitura no Brasil, uma vez que ratificamos a vitalidade da literatura de cordel ao dialogar com um vasto repertório literário e se adaptar às novas demandas do mercado, ampliando seu alcance. Para a realização desta pesquisa, parte de nosso aporte teórico se fundamenta nos estudos de Abreu (1999; 2004; 2006), Galvão (2001), Luciano (2012) e Haurélio (2018), sobre literatura de cordel, e nos estudos realizados por Hutcheon (2013), Carvalho (2006), Formiga (2009), Coelho (2010) e Feijó (2010) sobre adaptações.
  • JENNIFER ADRIELLE TRAJANO LIMA
  • VAZIO E QUEBRA DA GOOD CONTINUATION EM MICROCONTOS E CURTAS-METRAGENS DE FICÇÃO: IMPLICAÇÕES TEÓRICAS
  • Data: 22/02/2022
  • Hora: 14:00
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  • A literatura segue redescobrindo a própria estética, fazendo surgir ou evidenciando novos gêneros, já que existe “o gosto pelo fragmento que nasce com o romantismo (...), o gosto pelo inacabado, pela obra aberta” (CANDIDO, 2017, online). Por tais razões, esta pesquisa de mestrado é metateórica e pretende mostrar como as narrativas ficcionais minimalistas, sejam literárias ou cinematográficas, abrem maiores possibilidades para vazios e quebras da good continuation na interação com o leitor real, haja vista a brevidade dessas estruturas estéticas aumentarem a probabilidade de ficcionalidade e, consequentemente, a emancipação. Esses conceitos compõem a fenomenológica Teoria do Efeito Estético, do teórico literário alemão Wolfgang Iser, que descreve características universais ocorridas durante o subjetivo ato de leitura, considerando a necessidade humana de ficcionalizar descrita pela Antropologia Literária. A partir do que escreve a professora brasileira Carmen Sevilla G. dos Santos em sua tese de pós-doutorado (2017), vemos que os processos estudados por Iser são mais facilmente observáveis em nossa experiência estética com o cinema, sendo aqui um dos pontos em que essas duas artes dialogam, no que concerne às apreensões (in)conscientes do sujeito. A fim de demonstrar a premissa da dissertação, serão utilizados mapeamentos de quatro microcontos de uma linha – Sem caixão (Adrienne Myrtes); O coroinha era o culpado (André Ricardo Aguiar); O olhar (Manoel Carlos Karam); 41. história só com princípio e fim (Marina Colasanti); – e quatro curtas-metragens de ficção do Mobile Film Festival com até 1min.30s – Leo never gives up (Balint Klopfnstein-Laszlo); Karma (Félix Dobaire e Timé Bulliard); Yes, no (Matteo Tibiletti); Unsung Hero (Vinamra Pancharia), visando subsídios para inferir que, quanto mais breves forem, maior a probabilidade de a Gestalt ser aberta, dada a estética condensada. Isso ocorre porque tais artes possuem não ditos e, geralmente, provocam um impacto maior na leitura/expectação do leitor/espectador. Desse modo, descreveu-se as especificidades dessas estruturas sucintas, discutindo seus processos de formulação do objeto estético.
  • ALINNE DE MORAIS OLIVEIRA CORDEIRO
  • ENTRE TELAS, PRESENÇAS E ESPAÇOS: UMA ANÁLISE À LUZ DA TEORIA ISERIANA SOBRE A RELAÇÃO TEXTO-LEITOR EM PERFORMANCES AUDIOVISUAIS
  • Data: 22/02/2022
  • Hora: 09:00
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  • Esta dissertação investiga como espectadores vivenciam suas experiências estéticas com performances artísticas correlatas ao escrito em um contexto de plataformas digitais. O estudo é amparado pela Antropologia Literária, pela teoria do Efeito Estético (ISER, 1996, 1999a, 1999b, 2013) e pela Teoria Histórico Cultural. O intento no estudo partiu do que foi proposto e afirmado por Paul Zumthor (2018) em Performance, Recepção e Leitura. Os escritos do estudioso mostraram-se teoricamente frágeis no tocante ao recebimento de performances em suportes audiovisuais e no que diz respeito à Teoria do Efeito Estético, além de propagar um discurso antimídia em defesa da efemeridade do ao vivo. Para tanto, o problema que norteia a pesquisa se define por: o fato de uma exposição performática ser assistida através de um vídeo (e não ao vivo), dificultaria ou mesmo anularia a experiência estética para o ouvinte? O trabalho mapeou os antecedentes históricos e a evolução da relação entre poesia e performance, bem como suas especificidades, além de realizar um estudo contextual no tocante à teoria iseriana e suas recentes atualizações. Ainda, foi analisado como se desenvolve (ou não) o efeito estético em performances gravadas na plataforma de streaming YouTube através dos comentários presentes em vídeos. A metodologia adotada para o prosseguimento da pesquisa contou com a seleção dos vídeos de O amor bate na aorta (DRUMMOND, 2012), interpretado por Drica Moraes; Elegia 1938 (DRUMMOND, 2012), performado por Caetano Veloso; Se eu fosse eu (LISPECTOR, 1999), apresentado por Débora Wainstock e Geni e o Zepelim (BUARQUE, 1978), encenado por Letícia Sabatella. Em seguida, foi realizada a coleta e análise dos comentários, organizados de acordo com categorias previamente definidas, nos direcionando a um levantamento e comparação de resultados. Esses procedimentos foram úteis para a obtenção de respostas à nossa hipótese de que o suporte influencia diretamente na experiência estética com performances audiovisuais, mas não a ponto de eliminar o fator de novidade e renovação. O trabalho é de viés metateórico, visto que se propõe a compreender e apresentar alternativas conceituais partindo do aprofundamento acerca da expectação com performances em vídeo.
  • OLAVO BARRETO DE SOUZA
  • TRAVESSIAS POÉTICAS EM AMNERES: DO BLOG AO LIVRO
  • Data: 21/02/2022
  • Hora: 14:00
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  • A presente pesquisa busca investigar o processo de escrita que envolveu a criação do Diário da poesia em combustão, de Amneres (2010), a partir das travessias entre o blog, intitulado Poesia em tempo real, local primeiro de sua publicação, e o livro, objeto compulsado do território digital. Nesse trânsito entre obras, nos interessamos pelos aspectos que manifestam continuidades e descontinuidades entre elas, analisando suas especificidades e possíveis motivações. A hipótese desenvolvida ao longo da tese admite que o curso dessa escrita foi realizado através de um trabalho contínuo, não encerrado com a obra impressa; e que o espaço digital é um campo aberto para experimentações, tendo por característica basilar o aspecto da maleabilidade, no qual os poemas da autora estão inscritos, favorecendo as variadas versões deles, no curso de sua produção, seja nesse ambiente ou no trabalho efetuado para a obra impressa. Para tanto, nos valemos da análise comparativa entre as versões digital e impressa dos poemas presentes nesse curso de escrita. Quanto a divisão dos capítulos, a tese está assim constituída: no primeiro capítulo apresentamos sumariamente a obra da autora, a fim de visibilizar seu percurso de criação, nos seus livros publicados; a partir do segundo, centramo-nos na discussão do percurso criativo realizado entre o blog Poesia em tempo real e o livro Diário da poesia em combustão analisando nesse capítulo as travessias da reescrita, com foco para as mudanças vocabulares diversas, realizadas nos poemas; no terceiro, discutimos sobre as particularidades concernentes às questões editoriais e os paratextos para a formatação distintiva das obras; no quarto, evidenciamos os processos de retextualização e recepção implicados no curso dessa escrita, focalizando o modo como essas questões dialogam para constituir os objetos analisados; e o quinto capítulo trata das virtualidades do blog e as materialidades do livro, no qual elencamos o diálogo feito sobre as ponderações teóricas acerca desses elementos, observando as travessias entre as obras discutidas. Quanto aos autores com os quais dialogamos, destacam-se: Genette (2009), Lejeune (2008), Schittine (2004), Marcuschi (2001), Jauss (1994), Chartier (1998), dentre outros.
  • SIOMARA REGINA CAVALCANTI DE LUCENA
  • A CIRCULAÇÃO E A RECEPÇÃO DA OBRA INFANTIL DE MONTEIRO LOBATO NA ARGENTINA
  • Data: 21/02/2022
  • Hora: 14:00
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  • O presente trabalho de Doutorado tem por objetivo apresentar, discutir e analisar a circulação e a recepção da obra infantil de Monteiro Lobato na Argentina a partir da crítica literária daquele país, de jornais e documentos da época e também de repercussões que tenham ocorrido em outros países, com intúito de defender a tese de que, resguardadas as peculiaridades de cada país, a obra infantil de referido autor, no que diz respeito à circulação e à recepção, foi tão importante na Argentina quanto no Brasil. Trata-se de uma investigação qualitativa, baseada em pesquisa documental e bibliográfica. O referencial teórico utilizado está ancorado em bases da História Cultural, concentradas nos estudos e abordagens teóricas de Roger Chartier (1990; 2007; 2009; 2011), cujos princípios tratam da historicidade das práticas de leitura, da circulação do livro, das comunidades de leitores e dos protocolos de leitura, entre outros conceitos pertinentes à nossa pesquisa. Fontes advindas da crítica literária brasileira também estão na base desta pesquisa, como Marisa Lajolo (2000; 2006, 2008; 2014), Regina Zilberman (1982) e Laura Sandroni (1987) e Luciana Sandroni (1997), entre outros. Vozes da crítica de literatura infantil na Argentina recolhidas em entrevistas, como Pablo Medina, Laura Devetach e Lidia Blanco, também foram importantes para melhor entender o processo construído por Monteiro Lobato durante a sua trajetória, na costura das relações literárias entre Brasil e Argentina, com o intuito de participar daquele mercado editorial. Os dados coletados nos permitiram fazer um mapeamento das obras infantis do autor publicadas na Argentina, além de evidenciarem que a imprensa, através principalmente dos jornais pesquisados La Prensa e La Nación, mostram a presença do referido escritor dentro do contexto editorial da Buenos Aires da segunda metade dos anos 1940, figurando em meio a vários escritores locais e autores representativos do cânone europeu que, naquela época, ainda representavam boa parte das obras consumidas na capital da Argentina. Através deste estudo, acessamos o intenso trabalho realizado por Monteiro Lobato na busca de estreitar laços com o país vizinho, não apenas trazendo suas obras de literatura infantil traduzidas para o espanhol, mas também produzindo material inédito na Argentina, dando vida à obra La nueva Argentina (1947), pela Editorial Acteón, que conta uma história totalmente relacionada ao contexto argentino da época, e também a dez títulos da Colección Figuritas – Monteiro Lobato, pela Editorial Codex. Por meio da presente investigação, foi possível contemplar a atividade do autor brasileiro em um período efervescente da literatura infantil brasileira, do desenvolvimento da indústria livreira na Argentina durante a chamada “edad de oro del libro argentino” e também no perídodo provavelmente mais importante no tocante à circulação de obras brasileiras de literatura infantil naquele país, o que nos permite construir um embasamento sólido para evidenciar a tese aqui defendida.
  • WILLY NASCIMENTO SILVA
  • Poder e discurso na ficção científica distópica: o regime de verdade de Fahrenheit 451
  • Data: 18/02/2022
  • Hora: 14:00
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  • Fahrenheit 451 (1953), romance de Ray Bradbury publicado no período pós-guerra, chama atenção pela maneira como denuncia as contradições próprias das sociedades industriais que emergem a partir dos anos 1950, evidenciando estratégias de poder mais “refinadas” do que as representadas nas distopias clássicas do início do século XX. Essas estratégias, que incluem dispositivos como a indústria cultural, a escola e a publicidade, demonstram que não é somente investindo os corpos que se conduzem os comportamentos individuais, mas produzindo efeitos de verdade no interior de discursos que, por si, se fazem obedecer. Diante disso, o presente trabalho objetiva verificar como o poder opera por meio desses discursos de modo a estabelecer o regime de verdade da sociedade distópica. Para tanto, são exploradas as noções de utopia, eutopia e distopia (BACCOLINI; MOYLAN, 2003; CLAEYS, 2010; 2013; 2017; MOYLAN, 2000a; 2000b; 2014; SARGENT, 1975; 1994; 2006); a ligação entre ficção utópica e ficção científica (SUVIN, 1979; 1988; 2003; 2010); e a postura que ambas assumem acerca do progresso científico (BOOKER, 1994; CLAEYS, 2017; ROBERTS, 2018). Além disso, são discutidas a relação entre ciência e poder (HABERMAS, 2014; MARCUSE, 2015); a formação do discurso utópico (FOUCAULT, 1987; 1999; 2006; 2019a); e a definição de uma economia do poder que combina controles físicos (FOUCAULT, 2014), psicológicos (ADORNO; HORKHEIMER, 1985; DEBORD, 1997; ILLICH, 2018; VINICIUS, 2014) e dispositivos de segurança (FOUCAULT, 2008; 2019d). Os argumentos construídos nas seções teóricas são retomados a partir de uma análise crítica de Fahrenheit 451, cujos resultados indicam que o regime de verdade da sociedade representada na obra seria sustentado por estratégias de poder como a espetacularização das relações humanas, a massificação da cultura e a fetichização da rebeldia.
  • RAÍZA HANNA SARAIVA MILFONT
  • MULHER DE FERRO COM ZONAS ERÓGENAS E APARELHO DIGESTIVO: O RELATO CONFESSIONAL DA MILITÂNCIA FEMININA EM “PAIXÃO PAGU”
  • Data: 18/02/2022
  • Hora: 10:00
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  • Patrícia Galvão, mais conhecida como Pagu, foi uma das primeiras “mulheres novas” do Brasil, pois possuía as características e as atitudes que subvertiam a lógica patriarcal do lugar destinado às mulheres na sociedade brasileira do começo do século XX, respaldada pelo boom da modernidade e do modernismo que fazia despontar, nas mulheres da época, um modo de viver mais ativo e autônomo. Através do registro autobiográfico, escrito em 1940 mas só publicado em 2005 sob o título de Paixão Pagu, a escritora, tradutora e militante política faz um passeio em marcha ré pelos caminhos que traçou nos seus primeiros trinta anos e nos leva aos corredores do movimento modernista e aos primeiros anos do Partido Comunista brasileiro, narrando a sua entrada e seus trajetos na militância partidária. Esse estudo tem como objetivo analisar a militância feminina através de seus relatos íntimos, bem como examinar a validação de sua escrita de si híbrida. Fazendo um retrospecto bibliográfico sobre a produção de autoria feminina e feminista do começo do século passado; da trajetória pessoal e intelectual de Pagu; e dos conceitos relativos à autobiografia, ao diário íntimo e à carta, pudemos delinear a sua experiencia militante e, comparando com relatos testemunhais de outras mulheres, desvelar as vivencias da militancia feminina de esquerda e seus desdobramentos na vida pessoal e pública dessas ativistas.
  • PRISCILA DE OLIVEIRA NOVAIS LIMA
  • Venuti no Brasil: um Estudo Bibliométrico em Teses e Dissertações
  • Data: 17/02/2022
  • Hora: 09:00
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  • Os Estudos da Tradução vêm se constituindo como campo disciplinar nos últimos 50 anos e vêm passando pelo que Echeverri (2017) denomina como metavirada, momento em que o campo disciplinar faz um balanço de sua própria história por meio de estudos bibliométricos e da compilação de documentos com as contribuições mais significativas para a área. Nesse sentido, temos observado o surgimento de pesquisas que, entre outras coisas, objetivam compreender o impacto dos autores mais influentes de determinado campo do conhecimento. No âmbito dos Estudos da Tradução, um nome de projeção internacional é Lawrence Venuti, autor que ganhou notoriedade após a publicação de The Translator’s Invisibility: A History of Translation (1995). Sendo assim, através de um estudo bibliométrico, esta tese visa contribuir para a consolidação dos Estudos da Tradução no Brasil por meio do levantamento e análise de teses e dissertações com o objetivo de aferir a presença desse autor no referido campo disciplinar. Para isso, rastreamos o contexto temporal e geoinstitucional de utilização dos conceitos venutianos no Brasil, bem como identificamos a maneira pela qual os pesquisadores brasileiros empregaram esses postulados em seus trabalhos. Com essa finalidade, compilamos um corpus composto por 61 teses e dissertações coletadas do Catálogo de Teses e Dissertações da CAPES, a partir do qual levantamos dados referentes ao ano e instituição em que os trabalhos foram defendidos, aos orientadores, às palavras-chave indexadoras dos trabalhos, às referências consultadas e utilização do pensamento venutiano nas pesquisas O levantamento foi feito através de termos próprios da terminologia venutiana. A investigação empreendida nesta tese é de natureza quanti-qualitativa: a análise quantitativa dos dados é realizada em consonância com a metodologia apresentada por Esqueda (2020), enquanto a análise qualitativa, é feita com base nos conceitos de Transferências Culturais, de Michel Espagne (2012; 2017; 2018), de Globalização do Conhecimento, de Renn e colaboradores (2017), e de Circulação Internacional do Conhecimento, de Bourdieu (2002). Os resultados apontam para uma rede de mediação dos postulados venutianos que envolve orientadores, tradutores e editoras universitárias situadas no eixo Sul-Sudeste, bem como revelam uma fragmentação institucional dos Estudos da Tradução no Brasil. A análise conteudística dos trabalhos nos levou a sistematizar seis categorias de uso dos conceitos de Venuti, quais sejam: tema do trabalho, fundamentação em projeto de tradução comentada, fundamentação para análise de tradução, fundamentação para discussão da prática tradutória, fundamentação secundária do trabalho e utilização indireta no trabalho. Os resultados também evidenciam a ampla difusão dos conceitos de estrangeirização e domesticação no contexto acadêmico brasileiro, ao ponto de terem adquirido caráter autônomo e circularem sem a devida vinculação teórica, bem como apontam para ressemantizações desses conceitos de acordo com os objetivos propostos pelos pesquisadores em seus trabalhos. Ao aferirem a produção científica de uma área do conhecimento, pesquisas como a empreendida nesta tese se mostram indispensáveis, não apenas para o processo de consolidação dos Estudos da Tradução enquanto campo disciplinar, mas também por fornecerem pistas acerca da produção intelectual desenvolvida no Brasil.
  • ALUSKA SILVA CARVALHO
  • A vida em verso: histórias e poemas de Espedito de Mocinha
  • Data: 02/02/2022
  • Hora: 09:00
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  • O propósito desta tese é socializar a arte de quem produz e vive a cultura popular através de experiências poéticas. O percurso das narrativas de Seu Espedito de Mocinha foi cartografado a partir de suas vivências e de sua poesia. Esse poeta do cariri paraibano possui vasta e eclética produção em poesia e prosa, além de ser exímio contador de histórias. Amparada pela metodologia da história oral/ história de vida, apresento um narrador que comunica, a partir da poética da voz (e da escrita), sua literatura. Metodologicamente, esta tese reflete, a partir dos caminhos narrativos do autor, os procedimentos constitutivos de sua poesia, mostrando como ocorre a transposição da oralidade para a escrita. Para tanto, realizo um levantamento dos poemas oralizados e escritos do autor e analiso as suas visões de mundo, temáticas e estilo, procurando compreender como a experiência de oralidade, manifestada em sua poesia, contribui para a constituição de um sujeito-autor. Teoricamente, utilizo, dentre outras, as contribuições dos autores Zumthor (2014, 2005, 1997), Fernandes (2007), para performance e poética da voz; Ong (1998) para relações entre oralidade e escrita e Hansen (1992) e Foucault (1969; 2004) para reflexões sobre autoria. O percurso analítico apontou que a poesia de Seu Espedito tem raízes fincadas na experiência oral e, mesmo que escritos, a natureza de seus poemas continua sendo oral. Esse fato não o diferencia de um poeta que faz o caminho inverso: ambos são poetas. Desse modo, não identifiquei perdas significativas entre os registros orais para os escritos, excetuando-se, evidentemente, o fator performático, que é único e irrepetível.
2021
Descrição
  • FRANCISCO DANILLO PEREIRA TAVARES
  • O OLHAR SOBRE OUTRO PARA FALAR DE SI: TEMPO E FOCALIZAÇÃO EM A CHEGADA (2016)
  • Data: 30/11/2021
  • Hora: 14:00
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  • Os elementos que constituem uma narrativa são fundamentais na organização lógica da história a ser narrada. Os estudos narratológicos atualmente dão conta de muitos suportes utilizados para contar histórias sejam eles às palavras, às imagens, os sons etc. E o cinema é um meio que reúne diversos signos na construção de seus significados. Em geral, as narrativas lidam com a manipulação de um tempo da história para se encaixar dentro do tempo do discurso, além de uma perspectiva assumida na narração da história. Em A chegada, filme de 2016 dirigido por Denis Villeneuve e adaptado do conto História da sua vida de Ted Chiang, o tempo é manipulado estruturalmente através da percepção e do ponto de vista da protagonista Louise Banks durante o contato dela com seres alienígenas. A percepção do outro faz com que a personagem entenda mais sobre si e sua relação com a alteridade. Para analisarmos como ocorrem essas as relações, utilizamos como base a narratologia genettiana aplicada aos estudos do cinema. Articulando o tempo como categoria narrativa a partir de Gérard Genette (2017) atrelado às especificidades cinematográficas principalmente abordadas por André Gaudreault e François Jost (2009). A pesquisa tem como base em termos de foco narrativo e focalização autores como Gérard Genette (2017), Jean Pouillon (1974) e Norman Friedman (1967). Como também, visto que o filme pertence ao gênero ficção científica, faz-se imprescindível observar como ele trabalha temas como a alteridade e a relação do eu com o outro, temática cara ao gênero. Para tanto, o aporte teórico quanto à ficção científica está ancorado em Fátima Régis (2006), Adam Roberts (2018) e Allana Miranda (2016). E quanto aos estudos da linguagem e do discurso do outro, estes são fundamentados nos conceitos bakhtinianos sobre a alteridade. Por fim, o estudo analisa como a narrativa fílmica constitui a perspectiva em função do tempo não linear da narrativa, escolhendo o que esconde e releva do espectador através do ponto de vista assumido.
  • RAFAEL PAULO DE ATAIDE MONTEIRO MELO
  • UMA ANÁLISE DE SENTIDO DO POEMA LAMENTO OCULTO DE UM SURDO, DE SHIRLEY VILHALVA
  • Data: 22/10/2021
  • Hora: 15:00
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  • Nesta dissertação, desenvolvo uma Análise de Discurso norteada pelas Categorias de Análise da Teoria de Bakhtin, no poema Lamento Oculto de um Surdo, de Shirley Vilhalva, corroborando com o crescimento Cultural, Histórico, Político e Social da Comunidade Surda. Apresento contribuições de pesquisas desenvolvidas no campo da Literatura, Literatura Surda, Cultura Surda, Literatura Visual, tais como: as constribuições de Eagleton (2006), Wrigley (1996), Peixoto (2016), Nascimento (2006), Karnopp (1999), Skliar (1998) e outros. A partir da análise de sentido do poema, através de estudos bibliográficos relacionados com a Comunidade Surda e sua Literatura, busco nas categorias de análise fornecidas por Bakhtin, a relação histórica, cultural social, política e ideológica da Comunidade Surda frente a Comunidade Ouvinte. As motivações para esta pesquisa se dá pela necessidade dessa Comunidade Surda despertar para poiesis (criação) de suas suas próprias produções literárias, olhando para si mesma “o eu” e para “o outro” (comunidade ouvinte), encontrando-se no outro e em si mesma, numa relação dialógica entre “mim e o outro”. Como objetivo geral, pretendi analisar os sentidos presentes no corpus, os quais influenciam diretamente à militância da Comunidade Surda. A pesquisa tem uma abordagem de Análise de Discurso, em que utiliza as categorias da Teoria de Bakhtin: Autoria, Ideologia, Estilo e Estética, Polifonia e Cronotopia para extrair e descrever, dentro do universo de sentido, a relação de poder entre as Comunidades Surda e Ouvinte. Nos resultados das análises, destaco o universo de sentido contido no poema, evidenciando as categorias da Teoria de Bakhtin nos trechos do corpus. Logo, a Literatura Surda é narrada como área de conhecimento em diferentes espaços, tanto em ambientes sociais formais, quanto informais, em texto sinalizado ou escrito, pinturas e poemas, represetando e registrando um público diversificado na Cultura, na História, no Social, na Ideologia e na Militância de um povo que busca chancelar a sua voz como Comunidade Surda. Com este trabalho espera-se dar destaque à Literatura Surda e às experiências da Comunidade Surda, contribuindo assim para a educação de surdos, com a academia e a sociedade.
  • REGINALDO CLECIO DOS SANTOS
  • A PROSA DE FICÇÃO FRANCESA NOS PERIÓDICOS DIÁRIO DE PERNAMBUCO, O LIBERAL PERNAMBUCANO E JORNAL DO RECIFE (1850-1870): JOSEPH MÉRY E O PÚBLICO LEITOR
  • Data: 30/09/2021
  • Hora: 14:00
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  • O presente trabalho teve como objetivo reconstituir os modos de circulação da prosa de ficção nos jornais periódicos de Recife, capital da província de Pernambuco, entre 1850 e 1870. A pesquisa contou com o levantamento de autores e autoras que estiveram presentes nas seções destinadas à prosa de ficção – “Folhetim”, “Variedades”, “Miscelâneas”, etc. – bem como nas colunas de comentários variados sobre a vida cultural da província dos jornais Diário de Pernambucano, Jornal do Recife e O Liberal Pernambucano. Paralelamente a esse levantamento, foi feita uma pesquisa bibliográfica que objetivou reconstituir os primeiros passos da história da tipografia, da imprensa periódica, bem como de reconstruir fragmentos de memória de sujeitos e de instituições direta ou indiretamente envolvidos na circulação da cultura escrita em Pernambuco no século XIX. Ganharam destaque, nessa parte da pesquisa, artigos publicados na Revista do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de Pernambuco nas décadas finais do Oitocentos, além das pesquisas de pioneiros como Alfredo de Carvalho (1906), Gilberto Freyre (1979) e Luiz do Nascimento (1966; 1968), desenvolvidas ao longo do século XX. Para analisar os dados coligidos nos periódicos recifenses, foram utilizados pressupostos da História Cultural, sobretudo as noções relacionadas às práticas e aos modos de circulação de materiais impressos em determinadas comunidades de leitores, bem como às representações construídas por essas comunidades a partir de apropriações e representações específicas (ABREU, 2003a, 2003b; BARBOSA, 2007; CHARTIER, 1999, 2012; MEYER, 1996, 1998). O levantamento empreendido demonstrou a presença majoritária, quase exclusiva, da prosa de ficção produzida na França, por autores e autoras célebres como Amédée Achard (1814-1875), Paul Féval (1816-1887), Delphine de Girardin (1804-1855), que circulou em Paris por meio de publicações periódicas a exemplo da Revue de Paris, da Revue des Deux Mondes e do jornal diário La Presse, com destaque para um autor praticamente esquecido até pela historiografia literária francesa: Joseph Méry (1797-1866). Ao que tudo indica, esse autor, nascido em Marselha, foi um dos autores preferidos do público leitor recifense, haja vista o comparecimento significativo das prosas de ficção de sua autoria e dos comentários sobre sua produção nos periódicos pesquisados. A partir da análise, torna-se possível afirmar que a prosa de ficção, majoritariamente oriunda dos impressos periódicos franceses, em circulação nos jornais periódicos recifenses na metade do século XIX, demonstra indícios de critérios de seleção de textos ficcionais por parte de redatores e demais envolvidos no processo de tradução e veiculação, relacionados intimamente com o gosto e o imaginário de pelo menos uma parte do público leitor pernambucano.
  • ADRIANO RODRIGUES DOS SANTOS
  • Aspectos Lexicais da Língua Brasileira de Sinais: Glossário em Libras da Região Metropolitana do Cariri do Ceará
  • Data: 30/09/2021
  • Hora: 09:00
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  • Esta pesquisa foi motivada pela minha convivência e meus contatos com a comunidade surda da região metropolitana do cariri, o fato que me chamou atenção foi quando os surdos me convidavam para conhecer alguns locais turísticos no cariri, quando eles me chamavam eles produziam os sinais dos pontos turísticos, isso passou na minha cabeça a importância de realizar um registro dos sinais produzidos pelos próprios surdos utilizados em sua própria cidade. Nesses momentos de meus contatos com os surdos do Cariri do Ceará, em sua comunicação notei uma grande importância dos sinais lexicais variantes expressados pelos surdos desta região e me despertou interesse em realizar uma pesquisa para um glossário técnico de lexicologia de Libras da região do Cariri do Ceará, para assegurar, registrar e difundir os sinais de sua própria região. Para conhecer os léxicos para a organização do Glossário em Libras da Região Metropolitana do Cariri do Ceará, especialmente os léxicos usados pelos surdos das cidades de Juazeiro do Norte e Crato, principalmente os termos dos pontos turísticos. Para preparar o glossário em Libras da Região Metropolitana do Cariri do Ceará, tomamos como ponto inicial os conteúdos e as palavras que possuem dentro dos conteúdos que estão relacionados a eles, retirados de um site chamado “Turismo no cariri”, com o link https://www.turismonocariri.com.br. O Universo da pesquisa é principalmente o estudo da língua natural dos surdos da comunidade surda da região metropolitana do cariri do Ceará, focalizando tanto nos léxicos dos sinais quanto nas formas que os surdos realizam na produção dos sinais. Assim, espera-se que essa pesquisa contribua para garantir e valorizar os sinais utilizados pelos surdos do Cariri do Ceará, bem como, principalmente sua língua, suas histórias e culturas que a sociedade deixou de valorizar desde o início até os tempos atuais, de suas histórias de lutas e conquistas na sociedade em que vivemos majoritariamente dos ouvintes.
  • VALNIKSON VIANA DE OLIVEIRA
  • Mulher de letras em relicário de papeis: Itinerário de Zalina Rolim na imprensa periódica entre os séculos XIX e XX
  • Data: 29/09/2021
  • Hora: 14:00
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  • O presente trabalho tem como objetivo investigar a participação da escritora Zalina Rolim (1867-1961) na imprensa periódica brasileira entre o final do século XIX e o início do século XX, tentando ressignificar o seu nome e a sua trajetória do apagamento na historiografia literária. A pesquisa defende a tese de que, no percurso bibliográfico da referida escritora, mais do que a publicação em livro, a participação na imprensa periódica permite a compreensão de sua inclusão no campo intelectual de seu tempo. Nesse sentido, argumentamos que a presença em impressos de interesse geral, veículos escritos por mulheres e órgãos pedagógicos foi determinante em seu percurso na literatura. Dessa forma, em um primeiro momento, propusemo-nos estudar e refletir sobre a atividade de mulheres de elite no contexto histórico-social e cultural do referido período, dando ênfase à conquista feminina dos espaços públicos pela palavra, mostrando como o acesso à leitura e à escrita possibilitou novas perspectivas diante dos papéis femininos pré-estabelecidos de mãe, esposa e “anjo do lar”. Para tanto, utilizamos Bourdieu (2018), D’Incao (2018), Eleutério (2005), Lacerda (2003), Lajolo e Zilberman (1996), Louro (2018), Muzart (1999; 2000; 2003; 2011), Perrot (1992, 1998; 2005; 2019), Telles (2012; 2018), entre outros. Com isso, em um segundo momento, pudemos iniciar o processo de revisitar e reescrever a trajetória biobibliográfica de Rolim a partir dos periódicos, avaliando o seu lugar social e suas redes de sociabilidade intelectual (SIRINELLI, 2003), analisando as possíveis condições de produção oferecidas à sua escrita por meio dos jornais, das revistas e dos almanaques nos quais colaborou e as vozes que repercutiram e/ou opinaram a respeito da sua produção. Para tal, priorizamos a busca em fontes primárias, permitindo compreender e reconstituir de forma mais verossímil e não-anacrônica a vida literária e os modos de apropriação da cultura escrita no período estudado (BARBOSA, 2007). Dessa maneira, confirmamos ou refutamos o que é mencionado nas principais pesquisas sobre a vida e a obra da autora estudada, como Piza (2008) e Dantas (1983), também podendo identificar a diferença de tratamento entre a crítica feita por homens e a crítica feita por outras mulheres a respeito do trabalho da autora estudada. Em um terceiro momento, empenhamo-nos em localizar e caracterizar os escritos de Zalina Rolim publicados na imprensa periódica em relação à temática e à forma, além de traçar a relação de tal produção com o seu suporte, contribuindo para a recuperação do álbum em que a escritora guardou memórias de sua carreira nas letras. Por fim, intencionamos mensurar o alcance da produção da autora estudada por meio da localização de reproduções ou republicações de seus escritos em periódicos que não receberam a sua colaboração efetiva.
  • LUBOVA TRABO
  • Corpo e sexualidade em contos de Lyudmila Petrushevskaya e Marina Paley: um olhar a partir da crítica literária feminista russa
  • Data: 27/09/2021
  • Hora: 10:00
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  • Este trabalho tem como objetivo realizar um estudo sobre a percepção do corpo feminino no período soviético e pós-soviético na Rússia, a partir da leitura de contos de Lyudmila Petrushevskaya e Marina Paley. No primeiro capítulo identificamos as prerrogativas históricas de lutas feministas e como foram abordadas as condições das mulheres no regime soviético, observando principalmente a relação com o corpo e a sexualidade feminina e como isso dialoga com o regime comunista. Aprofundamos a reflexão sobre os discursos acerca do corpo e as condições da mulher, a percepção da qual mudava de acordo com as mudanças políticas, econômicas e demográficas ou seja, de acordo com as necessidades do estado sempre patriarcal no seu cerne, apesar da propaganda da igualdade entre os gêneros. Como consequência, constatamos que a mulher sempre foi deixada fora de domínio e do poder sobre o seu corpo, sexualidade e desejos. No segundo capítulo apresentamos um panorama dos pensamentos e obras das teorias feministas russas. Demostramos como o feminismo é percebido na academia russa e, mais especificamente, a recepção das teorias feministas e crítica literária feminista ocidental pelas críticas e teóricas feministas russas, abordando, ainda, a teoria literária feminista tendo como foco corpo feminino. A metodologia utilizada será analítica e comparativa e as reflexões acerca do tema serão um ponto de partida para análise de contos de duas escritoras russas: Lyudmila Petrushevskaya e Marina Paley e seus contos “Groselhas verdes” e “A ala das acabadas”, respectivamente.
  • HEUTHELMA RIBEIRO BRAGA SANTOS
  • DIÁSPORAS DO SIGNIFICANTE, A ERRÂNCIA DO SUJEITO EM A HORA DA ESTRELA DE CLARICE LISPECTOR
  • Data: 31/08/2021
  • Hora: 14:00
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  • Esta dissertação visa fazer um percurso pelas ideias psicanalíticas de Sigmund Freud (1856 -1939) e Jacques Lacan (1901-1981) sobre a Constituição do Sujeito. Teorias psicanalíticas revelam que o ser humano se constitui na relação com o outro. A forma como o bebê é acolhido no mundo, na sociedade e na família é determinante para que o sujeito possa advir. Ancorada no campo simbólico e fazendo uma ligação entre a Psicanálise e a Literatura, mais precisamente por meio da análise da personagem Macabéa, da obra A Hora da Estrela (1977), da escritora Clarice Lispector (1920-1977), procuramos compreender como se dá o processo de Constituição do Sujeito nos primeiros anos de vida e as implicações decorrentes das falhas na interação da protagonista com os outros personagens da obra aqui analisada. O romance é projetado nas palavras de Rodrigo S M, personagem narrador, que escreve como se confessasse sua própria dor de existir, sua mágoa, sua culpa. Teria que ser escrito por um homem, pois segundo Clarice uma mulher pode chorar piegas. Macabéa é uma jovem nordestina de 19 anos, pobre, desnutrida, miserável que mal tem consciência de existir. Órfã desde os dois anos de idade, já não sabia mais ter tido pai nem mãe, tinha esquecido seus nomes e o gosto de tê-los. Cresceu num ambiente hostil, vazio e sem afeto. Mudou-se de Alagoas para o Rio de Janeiro e empreendeu grande esforço para sobreviver na cidade grande. Desamparada no mundo, nada sabia do seu não saber, da sua história e do seu lugar. Macabéa tornou-se um sujeito precário.
  • FLAVIA VALERIA SALVIANO SERPA
  • DOS ESPELHOS NARCÍSICOS À METAMORFOSE: IMAGENS MELANCÓLICAS DO CORPO EM O BURACO DE LUIZ VILELA E CARTA A UNA SEÑORITA EN PARÍS DE JULIO CORTÁZAR
  • Data: 30/08/2021
  • Hora: 09:00
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  • O inconsciente desborda e se inscreve no corpo com a mesma violência que O Senhor açoita o seu escravo e é desde esta perspectiva que o presente trabalho tem como objetivo realizar uma análise acerca do emprego da figura animal na construção literária como significante do caráter anímico do sujeito. Para tanto, tomamos como primeiro objeto de estudo o conto O buraco, de Luiz Vilela, presente na obra Tremor de terra, escrita em 1967. Na trama vamos acompanhando como o personagem começa sua fixação em cavar um buraco desde a infância e aos poucos vão acontecendo transformações físicas e anímicas, fazendo que ele comece a caminhar de quatro até que, por fim, se transforme completamente em um tatu, distanciando-se da superfície. E tomamos como segundo objeto de estudo o conto Carta a una señora en Paris, de Júlio Cortázar presente na obra Bestiario, escrita em 1951. No conto personagem vomita regularmente coelhinhos e vive a angústia de ser descoberto a qualquer momento, o que o leva a vomitar mais coelhinhos até que seu desespero o leva ao final trágico. Para que pudéssemos realizar o nosso estudo, enveredamos pelos pressupostos psicanalíticos que nos deram suporte para analisar como ocorre a metamorfose do personagem Zé no O buraco, e como se manifestam os sintomas do personagem do conto Carta a una señorita en Paris a causa de seus estados anímicos. Para isso, recorremos primeiramente aos pressupostos freudianos (1914) e aos estudos lacanianos (1965) que versam sobre o narcisismo como uma fase na qual são construídas as imagens que o sujeito leva por toda a vida. A continuação, fizemos um recorrido sobre os pressupostos teóricos de NASIO (2009) que versam sobre o corpo e o entendimento de corpo para a psicanálise, considerando que é nele que se manifesta o inconsciente. Posteriormente nos debruçamos sobre os pressupostos teóricos de LAMBOTTE (1997) que nos apresenta a melancolia como um transtorno narcísico no qual o sujeito sofre a falta relacionada a uma deficiência da sua primeira imago. Através de nosso estudo pudemos observar que dentro do campo dos estudos literários é possível pensar as metamorfoses bem como as manifestações dos sintomas, como uma representação do inconsciente no corpo e que os pressupostos psicanalíticos nos dão suficientes subsídios para fazer uma análise literária mais profunda, bem como, conhecimento daquilo que forma a subjetividade humana.
  • FRANCIELLY ALVES PESSOA
  • MULHERES EM DESLOCAMENTO: O ESPAÇO TRANSCULTURAL EM AZUL-CORVO, DE ADRIANA LISBOA, E ALGUM LUGAR, DE PALOMA VIDAL
  • Data: 27/08/2021
  • Hora: 10:00
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  • O presente trabalho tem por objetivo analisar a presença da categoria espaço como marca textual nos romances Azul Corvo (2014) e Algum Lugar (2009) de Adriana Lisboa e Paloma Vidal, respectivamente. Entendemos a literatura produzida por essas autoras como representações de discursos de uma poética da diversidade no contexto dos deslocamentos contemporâneos. Assim, abordamos brevemente o contexto dos movimentos da globalização e as modificações quanto à ideia de sujeito da contemporaneidade. Os deslocamentos das protagonistas femininas de ambas as tramas incidem sobre a forma como elas se percebem nos diferentes espaços que passam a ocupar ao se movimentarem de um lugar a outro, de um país a outro, de uma cultura à outra. À medida que adentramos a leitura dos textos, buscamos problematizar, pela conjuntura que lhes configura, o espaço em que ocorrem as vivências das personagens femininas, não apenas como o meio físico em que ocorrem suas trajetórias, mas como processo e efeito subjetivo da construção das identidades num contexto marcado pelos trânsitos culturais. A partir das colaborações teóricas de Brandão (2013) e Massey (2004, 2008 e 2020) problematizamos a definição de espaço para pensar em sua relação com o texto literário, com a produção escrita de mulheres no Brasil e, finalmente, analisar a construção literária da categoria nos romances em estudo como reflexo dos sujeitos que narram seus trânsitos por entre Américas. Enfocamos ainda a perspectiva de Butler (2017) e Ricouer (2014) para pensar sobre a possibilidade de os sujeitos fazerem um relato de si, uma vez que as narrativas em estudo são construídas principalmente a partir da primeira pessoa do discurso. Entendemos que a narrativa em primeira pessoa se configura como modo de representar a condição do eu fraturado em que se encontram as protagonistas. Por fim, abordamos a ideia de cultura (KEESING, 2014; EAGLETON, 2011) para pensarmos esse conceito em relação às fronteiras culturais que atravessam a constituição de ambos os romances e suas protagonistas como sujeitos da fratura do contemporâneo, mas que buscam no deslocamento ressignificar suas vidas como experiência da fragmentação e da transculturalidade (DAGNINO, 2012).
  • MARIA EDILENE JUSTINO
  • POESIA NEGRO-FEMININA: discurso poético e empoderamento em Elisa Lucinda
  • Data: 25/08/2021
  • Hora: 15:00
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  • Refletir sobre as questões de gênero é compreender que essa discussão é ampla, desafiadora e complexa, uma vez que coexistem aí relações sócio-históricas e culturais profundamente imbricadas. Assim, por acreditarmos na força e no poder da poesia escrita por mulheres negras, nesta pesquisa desenvolvemos um olhar crítico sobre a poesia de Elisa Lucinda e seus desdobramentos, no que se refere às questões de gênero, estereótipo e empoderamento, auxiliadas pelas teorias feministas e pelo feminismo negro. A presente pesquisa traz à luz os resultados obtidos após a apreciação e análise crítica do corpus poético extraído dos livros: Euteamo e suas estreias (2007); A fúria da beleza (2013); O Semelhante (2015); e Vozes Guardadas (2016), de Elisa Lucinda. Nossa fundamentação vem das teorias supracitadas, partindo de debates sobre ‘mulher’/‘mulheres’, desde Beauvoir (1970b), das discussões de gênero, com Lauretis (1994; 2019) entre outras, e do feminismo negro com Davis (2016; 2017; 2018) e Gonzalez (2019), Carneiro (2019), hooks (2019), Kilomba (2019) e Ribeiro (2017; 2018; 2019). Problematizamos a noção de estereótipo, com Schmidt (2019), Collins (2019) e Gonzalez (2019). Discutimos corpo e erotismo, com Susan Bordo (1998), Borges (2013), Almeida (2012) e Lorde (2019. Empoderamento, com Rute Baquero (2012), Joice Berth (2019), e Collins (2019). Além disso, observamos as diferenças de direitos de inserção no universo literário vivenciado por autores e autoras, além das diferenças entre brancas e negras. Destacamos também a negação da poesia escrita pelas poetas negras, que persiste nas antologias da segunda metade do século XX; Revisitamos o caminho de milhares de mulheres negras adentrando o universo poético, com Auta de Sousa como pioneira na poesia negro-feminina; os Cadernos Negros, como marco histórico na poética nacional, que visibilizou a poesia das mulheres negras, possibilitando conexões com a irreverente poética de Elisa Lucinda, que quer “passar verdades a limpo”, desguardar as vozes e reeditar o destino das mulheres negras. Estudamos também conceitos de corpo, especialmente o corpo feminino negro em sua performance poética, que foi do corpo subjugado pela cultura midiática, chegando ao corpo falante que desestabiliza a mentalidade patriarcalista e ao corpo desejante, que assume conscientemente seus desejos e sua sexualidade como liberdade transgressora. Constatamos que o empoderamento feminino, poético e erótico se materializa ora via corpo e linguagem, ora pela descolonização da mente, das palavras e dos discursos quanto às formas de ver a si e de identificar como essas são vistas pelos outros. Por fim, com esta pesquisa buscamos contribuir com o debate acadêmico sobre gênero, estereótipo e empoderamento, entrelaçando a leitura desses elementos à poesia negro-feminina brasileira Lucindiana, onde a vez e a voz são, indubitavelmente, das mulheres negras.
  • JONATHAN LUCAS MOREIRA LEITE
  • O sertão e o mundo nas margens do alguidar: uma análise semiótica da canção de Chico César
  • Data: 23/08/2021
  • Hora: 14:00
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  • O presente trabalho insere-se no campo dos estudos semióticos, bem como no dos estudos sobre canção, tendo como principal objetivo analisar as tensões formadoras da canção de Chico César, músico, compositor e poeta brasileiro. Inicialmente, faremos uma revisão da Teoria Geral dos Signos, principal suporte metodológico de nossa pesquisa, através de Peirce (1975), além das contribuições de outros autores que se orientam pela perspectiva peirceana, como Santaella (2000; 2004; 2005; 1997), Nöth (2003), Ferraz Júnior (2012) e Pignatari (1974). O segundo capítulo é dedicado a elucidar as questões relativas à música e à canção. Construiremos um breve apanhado histórico da Música Popular e de suas relações com a Literatura. Discorreremos, ainda, acerca das abordagens metodológicas adotadas para os estudos sobre canção popular, focalizando o modelo sistematizado por Luiz Tatit. (1996; 2001; 2004). No terceiro capítulo, faremos uma leitura panorâmica da canção do autor, buscando evidenciar as principais características de sua obra. Por fim, dialogando com o conceito de hibridação cultural, proposto por Nestor Canclini (2019), refletiremos sobre as tensões entre os universos sígnicos díspares que se estabelecem na obra do paraibano, através da análise das canções Nato, Zabé, A prosa impúrpura do Caicó, Dança do Papangu e Folia de Príncipe.
  • JAYNNOÃ FERNANDO SILVA LOPES
  • A ETIMOLOGIA ESTOICA: PRINCÍPIOS E PROPÓSITOS, ANÁLISE DOS TESTEMUNHOS DE CÍCERO E DE LAÉRCIO
  • Data: 20/08/2021
  • Hora: 10:00
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  • É nosso intento, por este trabalho, identificar, a partir de testemunhos de Cícero e de Diógenes Laércio, os princípios e os propósitos da prática etimológica na filosofia estoica, interpretando duas ocorrências suas a partir das concepções filosóficas da escola. Servirão a este escopo tanto o discurso de Balbus no segundo livro Da natureza dos deuses (De Nat.), de Cícero, quanto o testemunho de Diógenes Laércio acerca dos estoicos em seu Vidas e Doutrinas dos Filósofos Ilustres (Vitae Philos.). Em ambos os trechos, dão-se etimologias de teônimos com o fim de demonstrar a sentença teológica da escola. A fim de distinguir o lugar dos estoicos no avanço da abordagem etimológica das palavras, também se faz mister remeter aos passos que a mesma abordagem dera até antes do Período Helenístico. Para isso, apresentar-se-á na primeira seção o uso da etimologia nos escritores gregos que precederam cronologicamente os estoicos, agrupando-os em duas fases: a da etimologia poética – compreendendo desde Homero até os tragediógrafos – e a da etimologia filosófica, desde Platão. Busca-se, assim, oferecer uma contribuição aos estudos de história da Gramática, da qual a etimologia era considerada parte na Antiguidade. Por outro lado, far-se-á necessário explorar os aspectos da doutrina estoica que auxiliarão na compreensão de seu uso da etimologia, de modo a ressaltar as concepções físicas e lógicas que nele estão ensejadas; disso ocupar-se-á a segunda seção. Finalmente, propõem-se na última seção uma tradução e uma análise de De Nat. II, 63-71, e de Vitae Philos. VII, 147.
  • VANALUCIA SOARES DA SILVEIRA
  • A PRODUÇÃO PARANOICA DA REALIDADE NA LITERATURA: PSICOSE E DESCONTRUÇÃO
  • Data: 20/08/2021
  • Hora: 09:00
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  • A realidade literária, sob a positivação discursiva da paranoia, é o objeto a articular, nesta pesquisa, de natureza teórica e exploratória, e de método indutivo e dedutivo, as relações entre Literatura, Psicanálise, Materialismo Histórico e Pós-Estruturalismo. Essa questão é pensada a partir das teorias dos psicanalistas Sigmund Schlomo Freud (2018; 2017a; 2017b; 2016; 2015; 2014; 2013a; 2013b; 2011; 2010a; 2010b; 2010c; 1996a; 1996b; 1975), Melanie Klein (1996; 1994; 1991; 1981a; 1981b; 1975; 1974; 1964) e Jacques Marie Émile Lacan (2016; 2014; 2011; 2007; 2005; 1995; 1988); relacionada com a ideologia de Karl Heinrich Marx (2015, livros 1 e 3) e Karl Marx e Friedrich Engels (1998), alusiva à produção material da realidade, de base anti-hegeliana, e, principalmente, compreendida sob a ótica da Desconstrução, do autor pós-estruturalista Jacques Derrida (2018; 2014; 2006; 2001; 1981). Nossa proposta é mostrar que mecanismos de defesa paranoicos - o delírio, a alucinação, a comunicação pré-verbal, a lalíngua, a negação do Supereu, a obsessão, a culpa persecutória, o ciúme, a inveja, a ansiedade paranoide, a identificação projetiva, o fetichismo, a fixação oral e anal, a solidão, o desamparo, a economia de prazeres, de perda de realidade e de foraclusão significante, o desejo da mãe, o desejo pela mãe e pelo Pai, o desejo de morte do falo materno e do falo paterno, a suplência do Outro, o sonho, a mania, o humor, a ironia, o sopro verbal, a histeria, a idealização, a sublimação libidinal - são arranjados, esteticamente, pelo autor-criador de sua obra para a obtenção da verossimilhança e da polissemia. Portanto, a nossa tese é que a realidade na Literatura é uma produção paranoica. Para comprová-la, recorremos a obras da Literatura universal e nacional, sobretudo, ao romance Jane Eyre, da escritora inglesa Charlotte Brontë, com o intuito de ilustrar como as suas arquitetônicas resultam de uma consciência – ao mesmo tempo, material e abstrata - das fontes do inconsciente, embora reconheçamos a inscrição não premeditada de certas fantasias na construção das metáforas e metonímias textuais. Compreendemos que a simbolização do Imaginário enraíza-se em uma dupla falta: a falta subjetiva e a falta significante. É por sentir-se perseguido pela castração de suas pulsões sexuais e da linguagem que o Homem internaliza um Supereu terrorífico e busca projetá-lo na Literatura. O resultado disso é a deformação da realidade, em especial, da realidade literária, pelos processos de tradução psíquica e fonética. A partir dessa proposição, interpretamos que, no enodamento paranoico e no limite da falta humana e linguística, institui-se a (i)mortalidade do autor e do leitor pelos processos de escrita e de leitura. Assim, a realidade literária é um Sinthoma positivo dos efeitos da castração enredada pela divisão psíquica e pela divisão significante. É uma simbolização do Real, concebendo esse Real como traços já simbólicos. A sua lógica corresponde a de um delírio inventado e protegido pelo desejo de um sujeito criador em suplência do grande Outro, da desconstrução. A Literatura é, pois, o encontro paranoico do Eu com o seu abismo, mediante a promessa enganadora da linguagem.
  • MILENA VERÍSSIMO BARBOSA
  • TRADIÇÃO, MEMÓRIA E IDENTIDADE: AS NARRATIVAS INDÍGENAS POTIGUARA (RE)CONTADAS NAS ALDEIAS JACARÉ DE CÉSAR E TRÊS RIOS
  • Data: 11/08/2021
  • Hora: 14:00
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  • Narrar fatos ocorridos no dia a dia, contar histórias fabulosas e de grandes feitos, bem como descrever entes sobrenaturais e suas ações, são tarefas inerentes aos sujeitos nas diversas sociedades. O povo indígena Potiguara, por meio dos anciãos, também utiliza a contação de histórias para comunicar sua cultura, identidade e suas tradições. Contudo, essas narrativas ainda são compartilhadas apenas através da oralidade, sem o registro escrito de narrativas que versam sobre as origens das famílias, de como se deu o processo de povoamento dentro das aldeias, assim como as histórias sobrenaturais que cercam o cotidiano dos parentes indígenas. Nesse contexto, a presente pesquisa buscou reunir, através de coleta de relatos entre os anciãos, um conjunto de narrativas presentes no imaginário coletivo do povo Potiguara localizado no Litoral Norte paraibano, a fim de registrar, por meio da escrita, narrativas da tradição oral que permeiam o cotidiano indígena dessa região. Autores como Ong (1998), Cascudo (2007), Munduruku (2009), Le Goff (1990), Halbwachs (1993), Moonem e Maia (2008) Cardoso e Guimarães (2012), Benjamin (1994), entre outros, fundamentaram esta pesquisa. Sob o ponto de vista metodológico, realizou-se uma pesquisa de campo, utilizando-se entrevistas semiestruturadas como instrumento de coleta de dados. Os relatos coletados foram analisados sob três perspectivas: tradição oral, memória e identidade. Dentre as principais contribuições desta dissertação, destaca-se a coleta e o registro escrito das narrativas contadas pelos anciãos potiguaras, que fazem parte da memória coletiva deste povo em torno dos seus ancestrais, dos seres sobrenaturais e das lutas territoriais e culturais que colaboram para construção e fortalecimento da identidade das novas gerações.
  • FELIPPE NILDO OLIVEIRA DE LIMA
  • POÉTICAS DA CARNE: A NECROPOLÍTICA NO ENCALÇO DA POESIA CONTEMPORÂNEA BRASILEIRA
  • Data: 03/08/2021
  • Hora: 09:00
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  • A pesquisa de mestrado se centra em duas antologias poéticas lançadas em 2019 pela revista Cult: Poemas para ler antes das notícias, organizada por Alberto Pucheu, e Quando a delicadeza é uma afronta, com curadoria de Tarso de Melo. A realidade das mortes perpetradas pelo Estado brasileiro e suas instituições, como o exército e a polícia, e pela sociedade civil contra negros/as, mulheres, indígenas e LGBTQIA+, nos termos do que Achille Mbembe (2016) denomina “necropolítica”, atravessa fortemente as sensibilidades dos/as poetas, e é colocada em seus textos como questão que confronta politicamente a palavra e o trabalho com a poesia em nosso tempo, mais especificamente em 9 poemas que trago para análise e leitura nesta dissertação. Logo, o objetivo geral da pesquisa é discutir a busca desenvolvida pela poesia brasileira da última década de se constituir como contramola ou reação à necropolítica e ao apagamento de suas vítimas. Apesar de os poemas enunciarem mortes bastante recentes, é inevitável, em suas análises, relacionar o contexto político atual de morte no país ao histórico de traumas e feridas desde o início do projeto colonial. Partindo dessa gênese da violência de Estado no Brasil, o trabalho ainda desenvolve os seguintes aspectos: entender como os/as poetas contemporâneos/as têm nomeado e situado os vazios deixados pelos corpos vitimados por mortes políticas e crimes gratuitos de ódio motivados pelo racismo e pela LGBTQIA+fobia; perceber como a linguagem dos poemas ressoa no patético, no trágico e no horror como tentativas de se aproximar do real inominável sofrido pelas carnes dos corpos de dor dilacerados; buscar nos poemas proposituras políticas que perpetuem as vidas, os corpos e as memórias das vítimas do necropoder para além do tempo de existência curta que possuem a recepção imagética das catástrofes do cotidiano e as notícias de jornal, demarcando os compromissos políticos da poesia recente não só com os/as mortos/as, mas também com a vida dos/as matáveis que insistem em sobreviver.
  • ROSILENE FELIX MAMEDES
  • MARCAS PSICANALÍTICAS E LITERÁRIAS NA ESCRITA INTIMISTA UMA ADOLESCENTE
  • Data: 30/07/2021
  • Hora: 14:00
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  • Este trabalho tem como finalidade discutir o processo da continuidade e da descontinuidade na construção do adolescente por meio da escrita de diários pessoais. Dessa forma, esta pesquisa de doutorado busca compreender a fase da adolescência por meio da escrita do diário e da relação intimista que o autor possui com este instrumento. Como objetivo geral: analisar o processo da continuidade e da descontinuidade do comportamento do Eu- adolescente a partir das marcas que plasmam na escrita dos diários pessoais a partir da óptica da Psicanálise e da escrita intimista. Para os Objetivos Específicos: Identificar na psicanálise e na literatura subsídios para compreender as subjetividades apresentadas nos diários pessoais da adolescente analisada; Compreender como a adolescente se constitui como sujeito psicanalítico; Compreender o diário pessoal como uma narrativa intimista confessional. Identificar características ficcionais na escrita intimista. Assim, como caminho teórico esta pesquisa se apresenta da seguinte maneira: No capítulo I- Percurso metodológico a partir de uma metodologia com fins qualitativos, descritivos, além de ser um estudo de caso, por se tratar da análise de apenas um sujeito de pesquisa, uma vez que se tem como finalidade analisar a escrita de diários pessoais para compreender o universo da construção do sujeito adolescente. No Capítulo II traz um panorama obre o advento da escrita e como esta foi se transformando até chegar à escrita intimista; Capítulo III- busca compreender como a Literatura e a Psicanálise convergem, de forma a refletir este sujeito psicanalítico por meio das marcas de subjetividade na escrita, como o sujeito de pesquisa é uma adolescente. No que tange à Literatura, a teoria será sob a óptica da ficção, da escrita feminina e intimista. No capítulo IV destinado à adolescência buscou-se compreender o adolescente como sujeito sócio-histórico, descrevendo como ele foi se delineando ao longo da sociedade e, posteriormente, sob óptica da Psicanálise. Por fim, o capítulo V será destinado às análises e ao confronto com a teoria apresentada, procurando, sobretudo, compreender a relação íntima autor-diário, que é produzida a partir da escrita confessional, interligando-se entre a narrativa factual e a de ficção, a partir das relações psicanalíticas e da construção do sujeito. Como aporte teórico serão utilizados teóricos que se debruçam sobre a teoria da escrita, da teoria da Literatura e da Psicanálise, além do universo do adolescente, especialmente, as categorias freudianas e bakhtinianas. Dessa forma, pretende-se contribuir para a compreensão do universo do adolescente, de modo a entendê-lo como ser psicanalítico, protagonistas na sua própria construção social, mas, como sendo produto do seu meio e das relações com os “outros”.
  • RIVÂNIA MARIA DA SILVA
  • Da Fragmentária às Mínimas: as odes de Hilda Hilst
  • Data: 28/07/2021
  • Hora: 14:00
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  • A presente pesquisa tenciona efetuar uma investigação sobre como se dão os movimentos de autoria da “ode” em diferentes fases da poética de Hilda Hilst. Por isso, tendo como corpora os livros que a escritora manifesta a referida forma lírica, a saber, Ode fragmentária (1961), Odes maiores ao pai (1963-1966), “Ode descontínua e remota para flauta e oboé. De Ariana para Dionísio” (1974), e Da morte. Odes mínimas (1980), elencamos os seguintes objetivos: 1. investigar o percurso do gênero dentro do universo lírico hilstiano; 2. evidenciar os pontos de contatos e os pontos de afastamentos entre as obras; 3. averiguar os momentos em que Hilst dialoga ou desvia da tradição clássica e das apropriações do modelo da poesia brasileira que lhe era contemporânea, e 4. analisar quais procedimentos a poeta utiliza para atualizar a ode. A fim de atingir os objetivos traçados, realizamos uma revisão teórico-crítica da ode, a partir de Ragusa (2013); Albuquerque (1936), Penna (2007), e Achcar (1994), com o intuito de investigar as raízes do gênero, e traçar um percurso de como essa forma chegou às poéticas modernas, bem como discutimos as leituras que foram realizadas pelos estudiosos das odes na obra poética de Hilst.
  • ROBSON NASCIMENTO DA SILVA
  • UM ESTUDO DA MELANCOLIA NA POESIA LÍRICA DE JOAQUIM CARDOZO
  • Data: 26/07/2021
  • Hora: 14:00
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  • Este trabalho objetiva analisar alguns poemas inseridos na obra poética de Joaquim Cardozo publicados a partir de 1970, ou seja, suas últimas produções líricas, que demonstrem a presença do discurso melancólico em seu sujeito lírico, e como tais questões ajudam a esclarecer as suas formulações. Sendo assim, essa investigação levanta a seguinte problemática: como a melancolia se torna uma das claves centrais para a constituição do sujeito lírico cardoziano, e quais as questões históricas e estéticas que envasaram essa propositura? Para isso, as hipóteses que norteiam esta pesquisa são: 1. A nota melancólica na poesia do pernambucano induz a uma leitura que remete à solidão do eu lírico, o que por sua vez reforça o entendimento de um sujeito desarticulado com os espaços a sua volta; 2. Os procedimentos estéticos utilizados por Cardozo para a composição de alguns dos seus poemas reforçam a leitura de um eu lírico que se volta contra e sobre si em uma perspectiva melancólica; 3. A melancolia irá ser notada em torno de algumas formas poéticas, como o soneto, elegia e canção como parte associada a sua composição, modulando novas perspectivas a essas formas tradicionais. Diante disso, nos capítulos de análises, iremos delimitar mais especificamente nos principais desdobramentos estéticos da melancolia na poesia cardoziana, com o intuito de discutir como ocorre e, por conseguinte, por que são recorrentes em suas obras. No primeiro capítulo, delimitaremos o nosso olhar para a presença da solidão na poesia lírica de Joaquim Cardozo, relacionando a melancolia e como essa temática é representativa em suas produções literárias, especialmente nas repetições sonoras. No segundo capítulo o foco será em torno da melancolia e tempo, na ação duradoura que esse estado proporciona no sujeito lírico. No último, discorreremos em torno da melancolia e morte, a fim de compreender como a percepção da morte no eu lírico cardoziano contribui para o entendimento da obra do pernambucano, uma vez que essa temática reincide, em muitos casos, ao retorno às formas fixas, como o soneto e a elegia, para a produção desses poemas. O referencial teórico coletado para esta pesquisa centra-se, acima de tudo, nos estudos sobre a melancolia, deixados por Jean Starobinski (2011; 2016), Freud (1992), Lambotte (2000), Löwy e Sayre (2015), e Lima (2017).
  • LEANDRO DOS SANTOS SOUZA
  • A SIMBOLOGIA DOS METAIS E O UNIVERSO DO HERÓI: UM ESTUDO SOBRE O ESCUDO DE AQUILES E O MITO DAS RAÇAS
  • Data: 13/07/2021
  • Hora: 10:00
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  • O presente trabalho tem como proposta fazer uma análise literária da representatividade dos metais presentes na construção das imagens forjadas no escudo de Aquiles no canto XVIII da Ilíada. Para sua realização, propomos uma comparação entre a descrição do escudo e o mito das raças encontrado em Trabalhos e dias, de Hesíodo. Durante nossa pesquisa, percebemos uma relação simbólica e estrutural entre os textos, e partindo desse ponto, obtivemos êxito em encontrar essa similaridade entre o poema homérico e o hesiódico. A análise inicia-se pela representação do universo em que o herói está inserido, em seguida repousará sobre o mito das raças e seu valor simbólico de acordo com os metais que as representam. Partindo daí, estabelecemos um parâmetro para que pudéssemos nivelar ambos os textos no mesmo assunto, os metais. Assim sendo, fizemos um contraponto entre a simbologia dos materiais utilizados na forja do escudo de Aquiles e aqueles apresentados por Hesíodo no mito da criação do homem. Deste modo, pudemos estabelecer um paralelo entre ambos. Dentre os teóricos abordados em nosso estudo, adotamos como base, quando se trata do mito das raças, a análise de Jean Pierre Vernant encontrada em sua obra Mito e Pensamento entre os Gregos. Para fazer referências a parte histórica, optamos por utilizar Claude Mossé, pois vimos a necessidade de trazer um panorama histórico no que diz respeito ao surgimento da pólis grega. Além disso, visto que decidimos analisar de maneira simbólica as imagens presentes no escudo de Aquiles e os metais encontrados na sua construção, bem como os aqueles presentes também na descrição do mito das raças, trouxemos para nossa discussão J. R. Forbes, com o intuito de trazer à tona o significado dos metais na Grécia durante o período arcaico e clássico. No âmbito do simbólico, decidimos seguir Northrop Frye, para que pudéssemos suscitar uma discussão embasada em seus apontamentos sobre o assunto. Considerando, pois, esses teóricos, pudemos constatar que a figura do herói está inserida como pilar simbólico, que ao carregar o escudo, leva sobre si todas as demais raças descritas por Hesíodo.
  • ALEXIA ELOAR FELIX CAVALCANTE
  • A JORNADA DAS HEROÍNAS NO CINEMA DE ANIMAÇÃO: MITOS, FANTASIA E SÍMBOLOS EM ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS E A VIAGEM DE CHIHIRO
  • Data: 05/07/2021
  • Hora: 09:00
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  • Alice no País das Maravilhas (1951) atrai grande público, de crianças a adultos, há mais de um século, com diversas refilmagens e adaptações em mídias de diferentes formatos. Mas foi nos Estados Unidos, nos anos de 1950, que a Walt Disney conseguiu adaptar em seu estúdio a obra do inglês Lewis Carroll para uma animação audiovisual de longa-metragem. Indo até o Japão, famoso pelos animês e mangás, temos o Studio Ghibli, um dos principais nomes das animações orientais. Entre tantas obras produzidas, tendo em boa parte mulheres como protagonistas, Hayao Miyazaki, um dos fundadores do estúdio, nos apresenta Chihiro, em A viagem de Chihiro (2001). Nesta pesquisa, é sob os olhares das meninas Alice e Chihiro, a partir da teoria da focalização (GENETTE, 2017; STAM, 1992), que acompanharemos as suas partidas, de estruturas semelhantes em um momento de autodescoberta com a transição entre a infância e a vida adulta, para a jornada da heroína. Junto a esses objetos pretendemos entender a arte da animação, com apoio de Fossati (2011) e Graça (2006), como uma delegação de vozes, devendo atentar para que histórias estão sendo contadas, por quem estão sendo contadas e também como são produzidas, disseminadas e recebidas pelo público (SHOHAT; STAM, 2006). Com isso, este trabalho busca demonstrar quais elementos de estereótipos se mantêm e quais são quebrados a partir da análise do arquétipo da jornada do herói, de Joseph Campbell (1989), comparado à jornada da heroína, de Maureen Murdock (2013). Esses modelos serão usados para percebermos como o olhar afetivo de Alice e Chihiro tem valor significativo, em suas animações fílmicas, trazendo questões específicas do gênero feminino em suas jornadas de autoconhecimento a partir dos mitos e símbolos, apoiando-se nos estudos de Bachelard (1978, 1996, 1998), J. Brandão (1987), Chevalier e Gheerbrant (1986, 1982, 2015), Eliade (1979, 1996), Kato (2012) e Mendlesohn (2008), tanto no Ocidente quanto no Oriente.
  • ANIELY WALESCA OLIVEIRA SANTIAGO
  • Os tipos de morte na Chanson de Roland
  • Data: 25/06/2021
  • Hora: 09:00
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  • Obra inaugural da literatura francesa, escrita em meados do século XI, La Chanson de Roland, é considerada como “A mais antiga, a mais célebre e a mais bela de todas as canções de gesta” (GAUTIER, p.12, 1875). O poema épico versa sobre o conflito entre o exército francês e os sarracenos, ocorrido no desfiladeiro de Roncesvales, resultando na morte de Roland e os Doze Pares de França. O objetivo desta pesquisa consiste em analisar as imagens literárias da morte na obra La Chanson de Roland, a partir do conceito de figurativização, procedimento da teoria da Semiótica referente ao campo da semiótica discursiva que, de acordo com Fiorin (2018), pode ser definido como a concretização dos sentidos, por meio de mecanismos internos e externos presentes no texto, e das classificações dos tipos de morte formuladas nos estudos de Michel Vovelle, Philippe Ariès e Jean-Pierre Vernant, compreendendo as esferas imagéticas, estilísticas e textuais da morte, considerando os aspectos históricos e sociais. Apoiamo-nos nos estudos de Le Goff (1984), Herman Braet (1980), Werner Verbeke (1996), Erich Auerbach (1971), Roger Chartier (2007), José Luiz Fiorin (2018), Léon Gautier(1875), Jean- Claude Schmitt (1999), dentre outros.
  • CAIO CESAR MARTINO
  • MONTEIRO LOBATO À LUZ DAS PESQUISAS ACADÊMICO-CIENTÍFICAS SOBRE SEU PAPEL DE TRADUTOR: uma perspectiva bibliográfica e bibliométrica em artigos em contexto brasileiro
  • Orientador : ROBERTO CARLOS DE ASSIS
  • Data: 18/06/2021
  • Hora: 14:30
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  • Este trabalho teve como objetivo mapear publicações acadêmicas de artigos científicos, no contexto brasileiro, sobre Monteiro Lobato no papel de tradutor, identificando suas datas de publicação e autoria, bem como as afiliações dos autores, e regiões geográficas das instituições às quais estão vinculados, numa perspectiva que dialoga com estudos bibliométricos em sua interface com os Estudos da Tradução. Para examinar a abordagem dos pesquisadores em relação a Monteiro Lobato como tradutor, conduziu-se uma pesquisa bibliográfica com revisão sistemática qualitativa. O levantamento foi realizado em duas plataformas online, a saber: o Portal de Periódicos da CAPES, e o SciELo. De uma amostra inicial de 172 artigos, um total de 73 textos que combinavam os termos de busca ‘Monteiro Lobato’ e ‘tradução’ foram analisados. A análise desses artigos evidenciou que Monteiro Lobato e sua produção literária e tradutória são o foco de trabalhos de (ou, ao menos, mencionados em) variadas áreas do conhecimento; que há poucos artigos que discutem aspectos das traduções de Monteiro Lobato, mais especificamente dentro dos Estudos da Tradução; que os trabalhos que consideram as traduções de Monteiro Lobato como adaptações geralmente não se ocupam de apresentar uma definição clara desse termo. De um ponto de vista quantitativo, a maioria dos estudos sobre Monteiro Lobato encontrados nas duas bases de dados utilizadas são desenvolvidos por pesquisadores com vínculo institucional na região sudeste do Brasil, especificamente, no Estado de São Paulo, sendo a USP a instituição que concentra o maior número de estudos sobre Monteiro Lobato.
  • JHONATAN LEAL DA COSTA
  • POR QUE AS PESSOAS TRAEM? UM RETORNO DA PSICANÁLISE AOS MITOS INDÍGENAS E ÀS TRAGÉDIAS EURIPIDIANAS PARA SE COMPREENDER AS ORIGENS DO ADULTÉRIO
  • Data: 15/06/2021
  • Hora: 09:00
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  • Essa tese possui como objetivo principal compreender por que as pessoas cometem o adultério. Para tanto, problematizamos as origens da infidelidade conjugal através da psicanálise freudiana, de mitos indígenas coletados em território brasileiro por Betty Mindlin (1993) e de tragédias euripidianas. Polêmico, controverso e ambivalente, o adultério existe, segundo estudiosos como Helen Fisher (1995), Thimothy Taylor (1997) e Peter Stearns (2010), desde que a ideia de exclusividade sexual foi estabelecida. Identificada em todas as épocas e sociedades até então investigadas, a infidelidade conjugal, apesar de ter acompanhado a evolução da humanidade enquanto prática sociossexual, costuma ser imbuída, tanto por artistas quanto por civis, de representações, sentimentos e valores paradoxais. Por mais que o adultério costume ser amplamente compreendido como a ruptura da exclusividade sexual entre cônjuges, o fato é que a sua definição tende a variar de cultura para cultura, de período para período e, atualmente, de casal para casal e de sujeito para sujeito. Porém, mesmo com todas as variações e diferentes possibilidades de se constatar a incidência de uma traição amorosa, o fato é que, de maneira universal e atemporal, o adultério tende a ser considerado uma transgressão. Talvez por isso, a infidelidade conjugal tenha sido tema recorrente nas obras literárias, usado por escritores que, no atravessar dos séculos, buscaram representar, entender, problematizar, sublimar ou nos entreter com a intensidade das volúpias e dos infortúnios que comumente regem as quebras dos juramentos afetivos e sexuais. Nesse cenário, problematizamos: por que as pessoas traem? Quais as origens históricas e psíquicas da infidelidade conjugal? A quem se é infiel quando se trai? Nossa tese é a de que o adultério tem a sua gênese e o seu prazer primordial na fantasia psíquica, por acreditarmos poder ser ele uma experiência inconsciente de tentativa de realização de fantasias originárias, conforme estabelecidas por Sigmund Freud (2019): visão da cena primitiva, sedução, castração e retorno ao útero materno. Partiremos da hipótese de que os mitos indígenas e as tragédias gregas, quando representam o tema do adultério, em alguma medida também fazem alusão à uma ou mais fantasias originárias. Ao nos colocarmos apenas como um ponto de vista, ideológico e inevitavelmente faltoso sobre um assunto tão vasto como o da infidelidade conjugal na mitologia e nos textos antigos, delimitamos cinco mitos indígenas e duas tragédias gregas que melhor ilustrarão as nossas ideias: “O namoro malandro”, “Um namoradoAnta”, “O homem do pau cumprido”, “Berewekoronti, o marido cruel e a mulher traidora” e “O amante Txopokod e a menina do pinguelo gigante”, todos (re)contados por Betty Mindlin (2014); de Eurípides (2015), o nosso enfoque recai sobre as tragédias Hipólito (428 a.C.) e Medeia (431 a.C.), ainda que não tenhamos o objetivo de fazer um trabalho de profunda análise literária. Trabalhamos, principalmente, por um viés psicanalítico, mais precisamente em uma abordagem freudiana, uma vez que Freud calcou boa parte de sua teoria em tragédias e mitos antigos. A pesquisa está articulada em quatro capítulos: o primeiro compreende o adultério na Pré-História e na Antiguidade; o segundo e o terceiro trazem conceitos e casos basilares da psicanálise freudiana, articulados, por nós, às noções de infidelidade; e o quarto, em uma perspectiva da teoria literária, busca elucidar a genealogia e as formas dos mitos indígenas, das tragédias gregas euripidianas, de como abordá-los psicanaliticamente, e de como esses textos ancestrais podem contribuir no entendimento das origens do adultério. A ideia é a de que as análises psicanalíticas ajudem a melhor compreender o tema da infidelidade conjugal nas formas como essa prática afetiva e sexual foram talhadas pelas narrativas em discussão, obras essas que remontam aos primórdios da humanidade. Nas considerações, a avaliação geral de nossos resultados e a validação de nossa tese, que ressoa na ambiguidade com que o adultério pode ser, ao mesmo tempo, uma tentativa de fuga e (re)encontro.
  • JOÃO BATISTA ALVES DE OLIVEIRA FILHO
  • ANÁLISE VERBO-VISUAL DE TEXTOS LITERÁRIOS ADAPTADOS PARA A COMUNIDADE SURDA
  • Data: 09/06/2021
  • Hora: 09:00
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  • O presente trabalho trata-se de uma análise semiótica de duas obras de literatura surda: Cinderela surda e O Feijãozinho surdo. Elas são adaptadas para a cultura surda, por isso, contém o texto escrito em Libras, pelo sistema Sutton SignWriting, e em português que são acompanhados por ilustrações. As bases teóricas da pesquisa foram apoiadas na categoria de ideologia de Bakhtin e na verbo-visualidade de Brait. O objetivo geral da pesquisa é: analisar a produção de sentido do texto verbo-visual presente na literatura adaptada para surdos. Os objetivos específicos são: identificar quais são os aspectos que sofreram adaptação dos clássicos da literatura infantil ouvinte ao ser adaptado à cultura surda; analisar a ideologia presente no texto verbo-visual; averiguar se a cultura e a subjetividade surda são representadas nas imagens, na escrita de sinais e no português. Adotamos a metodologia qualitativa de caráter documental com técnica de análise da produção de sentido no texto verbo-visual e seus corpora foram as duas obras citadas acima. Os dados apontaram que as obras são textos verbos-visuais e apresentam as ideologias sobre a comunidade surda: educação, história, família e ouvintismo.
  • MAYSA RAMOS VIEIRA
  • O PASSARINHO DIFERENTE: UMA ANÁLISE SEMIÓTICA NA LITERATURA SURDA
  • Data: 31/05/2021
  • Hora: 14:00
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  • Com as conquistas a partir do status linguístico que a Lei 10.436/2002 trouxe para a comunidade surda brasileira, muitos estudos surgiram voltados para a Libras. Desde então, podemos perceber que as produções culturais desta comunidade linguística ganharam uma maior visibilidade, dentre estas, a produção literária, através de textos sinalizados, e na escrita de sinais. Porém, ainda é muito recente se pensarmos que a primeira coletânea com registro fílmico da Literatura Surda Brasileira foi publicada no ano de 2021, completando 22 anos. Com base neste marco, surgiu o interesse em analisar uma das obras presentes nessa coletânea pioneira, a fábula intitulada O passarinho diferente, relacionando a teoria da Semiótica Greimasiana com os estudos sobre a Cultura Surda. Em nossa leitura analítica, percebe-se que o caráter semiótico presente na narrativa alegórica proposta corrobora com a estrutura visual que a língua de sinais apresenta. Esta pesquisa foi guiada através do olhar dos autores Rastier (2010), Barros (2002) e Fiorin (1989), Strobel (2008), Segala (2010), Peixoto (2016), dentre outros. Teve como objetivos realizar um resgate histórico da literatura surda e do gênero fábula, traduzir pela primeira vez para a língua portuguesa a obra selecionada, analisar a obra com base nos três níveis da Semiótica Greimasiana (Fundamental, Narrativo e Discursivo) e relacionar as características encontradas na fábula com os artefatos culturais elencados por Strobel (2008). Assim, foi possível abordar questões intrínsecas à subjetividade dos sujeitos surdos reconhecidas ao ter acesso à obra, e levantar reflexões relevantes, tanto para a representatividade dos surdos na arte, quanto para os ouvintes inseridos nesta comunidade. Além disso, através da tradução para Língua Portuguesa e da análise do sentido realizadas neste trabalho, a sociedade, de modo geral ouvintes não fluentes na Libras, terá o privilégio de mergulhar nesta obra que guia o leitor para uma viagem ao mundo dos surdos.
  • LIGIO JOSIAS GOMES DE SOUSA
  • VIDA E OBRA DO POETA POPULAR SURDO MAURÍCIO BARRETO: UM ESTUDO DE ABORDAGEM SEMIÓTICA
  • Data: 28/05/2021
  • Hora: 14:00
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  • Embora os sujeitos surdos brasileiros compartilhem da mesma nacionalidade dos ouvintes, eles apresentam aspectos diferentes por se desenvolverem como cidadãos biculturais e bilíngues, e possuem aspectos peculiares da sua própria cultura, a cultura do povo surdo, que consiste em um povo sem demarcação geográfica. Sendo assim, este estudo pretende promover um melhor conhecimento por parte da sociedade brasileira sobre a cultura surda, sua língua, valores e crenças, a partir da teoria abordada pela Semiótica Greimasiana dialogando com os estudos sobre a Cultura Surda, com base nos autores Diana Barros, José Luiz Fiorin, Fátima Batista entre outros como Hall, Strobel e Peixoto. A proposta do presente trabalho foi estudar sobre a vida e obra do poeta popular nordestino, surdo, Maurício Barreto, em especial a poesia intitulada 24 de abril Lei da Libras, assim como, catalogar as suas obras (de todos os gêneros), fazer um levantamento biográfico do poeta e por fim, analisar a poesia escolhida com base nos três níveis de estudo semiótico: fundamental, narrativo e discursivo. Podendo assim mostrar a riqueza dessa Literatura, além de promover a preservação e a valorização desta herança cultural que é a Literatura Surda.
  • GILBÉRIA FELIPE ALVES DINIZ
  • Entre a Residualidade e a transtextualidade. Uma análise da influência de Kalila e Dimna em El Conde Lucanor de Don Juan Manuel
  • Data: 21/05/2021
  • Hora: 09:00
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  • El Conde Lucanor pode ser considerado uma das mais importantes obras da Europa Medieval, tendo sido composta no século XIV.Os contos têm uma finalidade didática ese apresentam como um manual de instrução para aqueles que desejam tomar decisões sábias diante das inúmeras possibilidades. Esta narrativa não surgiu sozinha. Don Juan Manuel, autor da obra, utilizou inúmeras fontes que influenciaram,diretamente, a escrita desse texto, fazendo com que esse livro se tornasse o mais importante da sua trajetória intelectual. Entre as várias fontes, encontra-se Kalila e Dimna, primeira narrativa oriental a ser traduzida para língua romance. Esta obra apresenta uma compilação de histórias que expõem muitas situações que são resolvidas através da moral apresentada na fábula. As duas obras exibem semelhanças tanto sua estrutura como na temática, posto que, Juan Manuel tinha muito contato com as traduções das narrativas orientais deixadas pelo legado do seu tio Alfonso X.Sendo assim, este trabalho pretende analisar, à luz da teoria de Gérard Genette (2010)e Roberto Pontes (2017), como esta relação acontece, isto é, de que maneira Juan Manuel desdobra em seus contos elementos da literatura Oriental. Além dos teóricos responsáveis pela parte metodológica desta dissertação, cabe acrescentar Gómez Redondo (1987), Mamede Mustafa Jarouche (2005) e María Jesús Lacarra (2006), que são os principais autores que fundamentam o corpus da análise literária.
  • SHEYLA MARIA LIMA OLIVEIRA
  • MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE BRÁS CUBAS: UM ESTUDO SOBRE A PROBLEMATICIDADE DO HERÓI MACHADIANO
  • Data: 30/04/2021
  • Hora: 09:00
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  • O presente trabalho de dissertação consiste em analisar o romance Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, publicado em 1881, a partir dos conceitos postulados por Georg Lukács em sua Teoria do Romance (2009). Com efeito, o cerne de nossa análise é, especificamente, investigar o perfil do protagonista Brás Cubas, observando quais são os aspectos que constituem a sua problematicidade, ou seja, o conflito existente entre a interioridade e o mundo externo. Em sua obra, Lukács parte da epopeia para mostrar a fragmentariedade do sujeito representado no romance moderno, no qual a relação homem/mundo torna-se problemática pela dissonância, permanente desavença, entre a primeira e a segunda natureza. Desta sorte, podemos encontrar no personagem machadiano, características que o configuram como um herói problemático da tipologia lukacsiana. A abordagem dessa categoria narrativa baseia-se no cinismo, na ironia, nas tentativas de autenticidade e na volubilidade, aspectos que se destacam ao longo dos capítulos. A metodologia utilizada em nosso percurso investigativo é de cunho bibliográfico, com a leitura imanente da obra, bem como, mapeamentos a fim de priorizar os momentos nos quais a dimensão problemática de Brás Cubas é evidenciada. Acerca dos referenciais que compõem a longa fortuna crítica de Machado de Assis, trabalhamos, prioritariamente, as apreciações de Antonio Candido (2014), Alfredo Bosi (2015), Raymundo Faoro (2001), Valentim Facioli (2008), Roberto Schwarz (2012), entre outros, que dialogam diretamente com nossa análise. Com efeito, a leitura que empreendemos aqui nos permite demonstrar que os aspectos intrínsecos ao perfil de Brás Cubas coadunam com as concepções de Lukács, desse modo o protagonista transcende a tipologia lukacsiana. Assim, o classificamos como herói problemático híbrido.
  • ALINE SOUZA MELCHIADES
  • O RELATO DE SI EM JOÃO VÊNCIO: OS SEUS AMORES DE LUANDINO VIEIRA – DO NARRADOR À SOCIEDADE LUANDENSE
  • Data: 29/04/2021
  • Hora: 14:00
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  • Este projeto objetiva realizar um estudo acerca do relato de si realizado pelo narrador personagem protagonista do romance João Vêncio: os seus amores, escrito em 1968 e publicado em 1979, cuja autoria é do escritor luso-angolano José Luandino Vieira. De acordo com Butler (2017), o sujeito não pode narrar a si mesmo sem assumir determinada responsabilidade pelas condições sociais em que surge. Nesse sentido, destacamos o discurso do narrador como categoria analítica capaz de ressignificar o plano social, subverter e descolonizar a opressão e violências agenciadas pelo sistema colonial, no cenário angolano. Contribuem para a fundamentação deste trabalho Chaves (2005), que discorre de maneira ampla sobre experiência colonial e os territórios literários; Hamilton (1999), que retrata a literatura dos Palop; Tutikian (2006) e Hall (2005), ambos analisando a questão da identidade; Santos (2009), que se posiciona a respeito de o discurso entre o narrador e o narratário; Macêdo (2002, 2004) discutindo a concepção do “pretoguês” e a temática da geografia de Luanda nas ficções angolanas; Butler (2017), trazendo uma abordagem social do relato de si, Mignolo (2017), abrangendo uma perspectiva decolonial; Candau (2011), relacionando memória e identidade, Halbwacks (1990) discorrendo sobre a memória individual e coletiva; Kilomba (2019), abordando a questão da dupla alteridade da mulher negra como consequência da opressão do sistema colonial; Foucault (1999), discorrendo sobre a vigilância das instituições e a representação do Panóptico; Bourdieu (2012), considerando a ideia da virilidade como representação da dominação masculina; (MERUJE; ROSA, 2013), discorrendo sobre a concepção do rito sacrificial elucidado por Girard (1979); Torres (2009), refletindo sobre as questões da colonização do ser, saber e poder; Fanon (1997, 2008), discutindo sobre a consciência colonial e o reconhecimento do sujeito outrorizado, inserido nesse sistema opressor; Mbembe (2001, 2018), discutindo sobre a tendência das produções literárias africanas de reinventar ou ressignificar as tradições do universo africano e a problemática racial, no âmbito psicológico dos sujeitos outrorizados; Žižec (2014), argumentando sobre as violências subjetivas e objetivas, as quais associamos em nosso estudo às marcas do sistema colonial dominante e opressor.
  • IVSON BRUNO DA SILVA
  • TERRITÓRIOS DO FANTÁSTICO EM PERNAMBUCO: O ESPAÇO EM NARRATIVAS DE GILBERTO FREYRE E JAYME GRIZ
  • Data: 29/04/2021
  • Hora: 14:00
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  • Condicionada pelo estigma da transgressão da realidade, a literatura fantástica produzida em Pernambuco tem representações no eixo urbano de Recife e nas regiões do interior do estado. As obras Assombrações do Recife velho, de Gilberto Freyre, e O lobishomem da porteira velha, de Jayme Griz, albergam o universo misterioso e incógnito condenado pelas leis racionais e cultivado pelo imaginário social. Tematizando as tradições, os ritos, o misticismo, a religiosidade e os assombramentos que cercam os indivíduos, os livros se alicerçam nas circunstâncias inexplicáveis que inquietam o cotidiano do homem. Com foco nos ditames das ordens que se opõem ao real, esta dissertação de mestrado objetiva analisar o espaço ocupado pelo fantástico no relato freyreano “O sobrado da Estrela” e no conto griziano “O lobishomem da porteira velha”. Antecede à investigação a exploração dos aspectos biográficos e bibliográficos dos autores pernambucanos, em liame com a recepção crítica dos textos. No que tange às proposições teóricas sobre o fantástico, as leituras de Charles Nodier, Tzvetan Todorov, Irene Bessière, Felipe Furtado, Remo Ceserani e David Roas iluminam a compreensão acerca da evolução dos estudos do insólito ficcional. Já a espacialidade literária tem nos pressupostos de Antonio Candido, Osman Lins, Antonio Dimas e Luis Alberto Brandão a validade no âmbito da estética. Na análise do relato de Freyre, é possível perceber que os sobrados são moradas de visagens, cuja dinâmica espacial, dentro e fora das casas, é modificada pelas ações incomuns dos fantasmas. À luz da manutenção de vínculos com o contexto, a narrativa estabelece correspondência entre as assombrações recifenses e a história da cidade, marcada pelo progresso no período colonial e pelas lutas político-sociais. De forma análoga, a fantasticidade ganha destaque no mundo agrário do conto de Griz, amalgamado pelas crendices regionais do engenho, pelo mito do lobisomem e pelas alusões aos traços folclóricos e socioculturais. Nele, a fronteira entre o possível e o impossível é uma porteira, espaço onde as personagens são ameaçadas pela irrupção do sobrenatural. No contraste dicotômico entre o urbano e o rural, o real e o irreal, os prismas intra- e extratextuais, as narrativas engendram a ruptura com os quadros de referência da realidade e postulam a crise entre as convicções humanas e o fantástico.
  • THÁRCILA ELLEN AIRES BEZERRA
  • IMPLEMENTAÇÃO DO ROTEIRO DIDÁTICO METAPROCEDIMENTAL NUMA TURMA DE ENSINO MÉDIO: EFICIÊNCIA, EFICÁCIA E REVERBERAÇÕES
  • Data: 28/04/2021
  • Hora: 14:00
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  • Neste trabalho, analisamos os relatos escritos e orais referentes à leitura literária realizada por duas turmas do 3º ano do Ensino Médio da Escola Cidadã Integral Lyceu Paraibano, localizada na cidade de João Pessoa-PB, em contexto de sequências didáticas criadas, organizadas e implementadas pela autora desta pesquisa, no dia 02 de dezembro de 2019. Tal empreendimento objetivou analisar, através do uso do Roteiro Didático Metaprocedimental (RDM), o desenvolvimento do processo de ficcionalização em leitura literária dos alunos, via relatos de sua experiência estética com o texto. O referido instrumento foi criado e testado pelos Programas CANAL 67 (Cinema Articulado às Noções de Antropologia Literária, sexta e sétima artes) e PARDAL (Programa de Aplicação do Roteiro Didático Metaprocedimental em Antropologia Literária) que abarcavam projetos do PIBIC, PROLICEN e PROBEX da Universidade Federal da Paraíba, nos anos de 2015 a 2019. Trata-se de um instrumento esteado teoricamente no pensamento do crítico alemão Wolfgang Iser para o ato de leitura ficcional. Para alcançarmos o propósito ora apresentado, nossos objetivos específicos consistiram em: selecionar duas turmas do Ensino Médio, uma intitulada Grupo de Controle (GC), e a outra, Grupo de Tratamento (GT); observar o método utilizado pela docente para o ensino da leitura literária; escolher um curta-metragem e um conto, juntamente com a docente, considerando o conceito iseriano de Repertório e o conceito vygotskiano de Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP) dos alunos; planejar sequências didáticas com e sem a utilização do RDM; implementar as sequências; avaliar suas produções à luz do referencial teórico; e comparar seus resultados. No dia programado, realizamos vivências de apresentação e significação nos dois grupos, esta visando o compartilhamento da leitura pelos alunos e aquela a apresentação dos participantes. A diferença foi a seguinte: no GT exibimos o curta-metragem The Maker (KEZELOS, 2015), analisado verbalmente e em conjunto, seguindo a proposta do RDM. Após, lemos o conto A partida, de Osman Lins (2003 [1957]) e solicitamos aos alunos que também o analisassem, porém, desta vez, de forma escrita. Já no GC, o curta e o Roteiro não foram utilizados. As produções escritas deveriam relatar as experiências e percepções dos estudantes em relação ao conto. Em síntese, desenvolvemos dois estudos: um com o GC, que não recebeu a mediação guiada pelo RDM, e outro, com o GT, aquele no qual o RDM foi utilizado. Comparamos os resultados obtidos, o que permitiu demonstrar que no Grupo de Tratamento houve um maior detalhamento dos processos de leitura dos alunos. Inferimos, assim, que o uso do RDM concorreu para o desenvolvimento do processo de ficcionalização em leitura literária dos alunos participantes do presente estudo. Esses resultados possibilitaram, por conseguinte, a comprovação da eficácia e eficiência do RDM, bem como a discussão de suas possíveis reverberações metodológicas e teóricas.
  • ELIZA DE SOUZA SILVA ARAÚJO
  • MORRISON, ANGELOU E EVARISTO: MULHERES NEGRAS E ESCRITA REVOLUCIONÁRIA
  • Data: 13/04/2021
  • Hora: 14:00
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  • Esta pesquisa tem como objetivo principal analisar, a partir de uma abordagem comparativa, interdisciplinar e transnacional as três narrativas O olho mais azul (Toni Morrison), Eu sei por que o pássaro canta na gaiola (Maya Angelou) e Becos da memória (Conceição Evaristo). Nestes três textos literários, observo que mulheres negras que escrevem narrativas nos importantes momentos históricos que se apresentam nos Estados Unidos e Brasil quando da publicação desses volumes, inovam tanto no que diz respeito aos temas que abordam em suas escritas, quanto no que se refere aos recursos distintos que trazem à forma narrativa. Alguns desses elementos narratológicos seriam a estética do jazz (SMALL-MCCARTHY, 1995), a rememória (MORRISON, 2019) e a escrevivência (EVARISTO, 2005; 2007). Considero, então, a escrita dessas mulheres negras como revolucionária, tanto do ponto de vista artístico quanto do político. Enquanto as narrativas em tela discorrem sobre questões também exploradas pela agenda do feminismo negro (no contexto estadunidense e no brasileiro), o feminismo negro aponta a quase total ausência de discussão quanto à condição interseccional que afeta as mulheres negras mesmo dentro do feminismo (CRENSHAW, 1989). Revisitando registros e análises históricas, sociológicas e políticas sobre o Black Power Movement, Black Arts Movement e o Movimento Negro Unificado, apresento uma leitura dos textos literários das três autoras enfocadas em diálogo e contraponto com a práxis e as concepções desses movimentos. As narrativas deste corpus não somente apresentam novas perspectivas no campo político e artístico, como reinstauram a discussão sobre o cânone literário supostamente universal, questionando seus históricos apagamentos. Com as análises das narrativas, que são aqui articuladas e embasadas em discussões interdisciplinares com pressupostos da Literatura, História, Sociologia e Ciência Política, pretende-se expandir uma compreensão das dimensões da estética negra tanto no contexto estadunidense como no brasileiro e destacar como mulheres negras que escrevem literatura trazem novas dimensões e legados ao universo da escrita, do conhecimento e da arte, tendo desde sempre lutado por sua participação tanto no campo literário como no político.
  • REGINALDO CLECIO DOS SANTOS
  • A PROSA DE FICÇÃO FRANCESA NOS PERIÓDICOS DIÁRIO DE PERNAMBUCO, O LIBERAL PERNAMBUCANO E JORNAL DO RECIFE (1850-1870): JOSEPH MÉRY E O PÚBLICO LEITOR
  • Data: 31/03/2021
  • Hora: 14:00
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  • O presente trabalho teve como objetivo reconstituir os modos de circulação da prosa de ficção nos jornais periódicos de Recife, capital da província de Pernambuco, entre 1850 e 1870. A pesquisa contou com o levantamento de autores e autoras que estiveram presentes nas seções destinadas à prosa de ficção – “Folhetim”, “Variedades”, “Miscelâneas”, etc. – bem como nas colunas de comentários variados sobre a vida cultural da província dos jornais Diário de Pernambucano, Jornal do Recife e O Liberal Pernambucano. Paralelamente a esse levantamento, foi feita uma pesquisa bibliográfica que objetivou reconstituir os primeiros passos da história da tipografia, da imprensa periódica, bem como de reconstruir fragmentos de memória de sujeitos e de instituições direta ou indiretamente envolvidos na circulação da cultura escrita em Pernambuco no século XIX. Ganharam destaque, nessa parte da pesquisa, artigos publicados na Revista do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de Pernambuco nas décadas finais do Oitocentos, além das pesquisas de pioneiros como Alfredo de Carvalho (1906), Gilberto Freyre (1979) e Luiz do Nascimento (1966; 1968), desenvolvidas ao longo do século XX. Para analisar os dados coligidos nos periódicos recifenses, foram utilizados pressupostos da História Cultural, sobretudo as noções relacionadas às práticas e aos modos de circulação de materiais impressos em determinadas comunidades de leitores, bem como às representações construídas por essas comunidades a partir de apropriações e representações específicas (ABREU, 2003a, 2003b; BARBOSA, 2007; CHARTIER, 1999, 2012; MEYER, 1996, 1998). O levantamento empreendido demonstrou a presença majoritária, quase exclusiva, da prosa de ficção produzida na França, por autores e autoras célebres como Amédée Achard (1814-1875), Paul Féval (1816-1887), Delphine de Girardin (1804-1855), que circulou em Paris por meio de publicações periódicas a exemplo da Revue de Paris, da Revue des Deux Mondes e do jornal diário La Presse, com destaque para um autor praticamente esquecido até pela historiografia literária francesa: Joseph Méry (1797-1866). Ao que tudo indica, esse autor, nascido em Marselha, foi um dos autores preferidos do público leitor recifense, haja vista o comparecimento significativo das prosas de ficção de sua autoria e dos comentários sobre sua produção nos periódicos pesquisados. A partir da análise, torna-se possível afirmar que a prosa de ficção, majoritariamente oriunda dos impressos periódicos franceses, em circulação nos jornais periódicos recifenses na metade do século XIX, demonstra indícios de critérios de seleção de textos ficcionais por parte de redatores e demais envolvidos no processo de tradução e veiculação, relacionados intimamente com o gosto e o imaginário de pelo menos uma parte do público leitor pernambucano.
  • THIAGO DA SILVA ALMEIDA
  • A LITERATURA VEICULADA PELA CAMPANHA DA FRATERNIDADE: SIGNIFICAÇÃO E CULTURA.
  • Data: 30/03/2021
  • Hora: 16:00
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  • Esta tese objetiva analisar, do ponto de vista semiótico, as significações culturais presentes em textos literários, veiculados pela Campanha da Fraternidade cuja celebração passou por reformulações no que diz respeito ao direcionamento das suas escolhas desde a sua primeira edição na década de sessenta. Em um primeiro momento, a Igreja centrava-se na renovação de sua estrutura interna. Depois, começou a se preocupar com a realidade social do povo, mas o fazendo, ainda, internamente. Por fim, a Igreja passa a se interessar pelas questões existenciais do povo brasileiro, porém agindo de maneira mais proativa e participativa na sociedade. É neste terceiro momento que o presente trabalho delimita seu enfoque, especificamente a partir de 1985, quando se findou o regime militar brasileiro, até a primeira década do século XXI. A proposta metodológica empregada, de natureza interpretativa e comparativa, utiliza como corpus hinos que são textos verbais em linguagem geralmente apelativa e cartazes, textos sincréticos que unem o verbal ao imagético. Estes são analisados com a base teórica da Semiótica das Culturas de linha francesa, principalmente as contribuições dos semioticistas François Rastier (2010) e Teodoro Pais (2009). Concebida como ciência da interpretação das significações culturais, compreende os saberes compartilhados, a visão de mundo e os sistemas de valores de um grupo sociocultural como parte integrante de uma identidade social. O trabalho está delimitado em três momentos: estudos teóricos sobre os fundamentos básicos da semiótica das culturas, seguidos de um panorama das principais tendências semióticas, como a norte-americana, a russa e a francesa. Em sequência, fez-se um breve histórico da Campanha da Fraternidade, com informações acerca das primeiras celebrações. Por fim, realizou-se o trabalho analítico do corpus que mostrou uma cultura centrada na inclusão e na aceitação das diferenças.
  • NEMUEL GONCALVES DE LIMA
  • Deaf culture in comic books: a semiotic analysis of Daigle 's' collection
  • Data: 25/03/2021
  • Hora: 14:30
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  • Esse trabalho é um estudo semiótico das significações em torno do surdo e dos valores expressos, culturalmente, através dos textos que compõem o acervo literário do povo surdo, à exemplo das histórias em quadrinhos de Matt e Kay Daigle (2014) que compõem o corpus dessa pesquisa. A obra “That Deaf Guy: A wild ride!” é um produto cultural e objeto de investigação extremamente valioso que nos leva a descobrir aspectos históricos, sociais e culturais dos sujeitos surdos. Para isso, tomamos como suporte teórico a semiótica de linha francesa, considerando, em especial, a metodologia do percurso da significação de Greimas destacando as três estruturas: narrativa, discursiva e fundamental que foi completada com estudos sobre as significações culturais presentes no texto. Trata-se de um estudo analítico, interpretativo e comparativo. Os resultados encontrados destacam a tematização, os valores culturais, os percursos e as significações geradas nos quadrinhos de autores surdos. Tal análise possibilita a visualização de elementos que influenciam na construção da significação nas histórias em quadrinhos e na atmosfera semiótica da cultura surda.
  • ISABOR MENESES QUINTIERE
  • O abismo como espelho: formas e efeitos da metaficção em O assassino cego, de Margaret Atwood
  • Data: 19/03/2021
  • Hora: 14:30
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  • O objetivo deste trabalho é analisar o romance O assassino cego (2000), de Margaret Atwood, focalizando os aspectos metaficcionais da obra e observando a articulação entre metaficção e subjetividade dos personagens em seus múltiplos níveis diegéticos. Para tanto, temos um capítulo inicial dedicado aos conceitos de metaficção e mise en abyme, com base teórica de Gass (1980), Dällenbach (1980), Ron (1987), Waugh (2001), Bernardo (2010) e Hutcheon (2013), e de subjetividade na ficção, partindo de escritos de Lodge (1992), Culler (1999), Candido (2009), Wood (2012) e Todorov (2013), além de nos voltarmos para Genette (2010) e Rajewsky (2012) para tratarmos da intermidialidade observada no corpus. No segundo capítulo, é analisada a metaficção enquanto alicerce do romance de Atwood, considerando quatro pontos principais da narrativa e separando-os em níveis. Os resultados obtidos através dessa análise mostram como os recursos metaficcionais são utilizados para compor a fragmentação na caracterização das personagens de O assassino cego, apresentando a metaficção de uma perspectiva não apenas formalista como também dotada de subjetividade e crítica sociopolítica. Este trabalho acrescenta também à teoria já existente acerca deste corpus, considerando que outras pesquisas tendem a conferir menor importância à sua composição estético-formal e focalizar os aspectos de feminismo e gênero presentes na obra, enquanto neste é trabalhada especialmente a articulação entre experiência e forma.
  • RENATA ESCARIAO PARENTE
  • ESCRITA DE SI E VOZ NARRATIVA EM HOSPÍCIO É DEUS E O SOFREDOR DO VER, DE MAURA LOPES CANÇADO
  • Data: 17/03/2021
  • Hora: 08:00
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  • A pesquisa tem por objetivo investigar como a escritora mineira Maura Lopes Cançado constrói representações de si em suas narrativas ficcionais e de não ficção nos livros Hospício é Deus — Diário I (1965) e O sofredor do ver (1968), em especial, a representação da autora-narradora-personagem, como ponto de partida para a discussão sobre a escrita de si, a escrita de mulheres e a relação entre a escrita de si e a literatura da urgência, produzida em situações-limite. Para tal, nos referenciamos em autores(as) como Foucault (1992), Arfuch (2010), Maciel (2009), Woodward (2000), Schmidt (2014), Klinger (2006) e Hidalgo (2008). Além de estudar como a voz narrativa em Cançado se apresenta no Diário e nos contos “Espiral ascendente”; “No quadrado de Joana”; “Introdução a Alda”; e “Pavana”, buscando suporte teórico em autores como Lejeune (2008), Reis e Lopes (1988), Sarlo (2007), Wadi (2011), Engel (2006) e Porter (1990), verificamos o diálogo entre essas vozes, e como, nesse diálogo, aparecem temas cruciais em Cançado, como gênero, memória, o cotidiano e os diagnósticos limitantes dentro de uma instituição psiquiátrica, no caso, em torno da esquizofrenia. Também produzimos um perfil biográfico sobre a autora, contribuindo com um registro sistematizado sobre sua trajetória, método essencial também para as discussões sobre escrita de si. Nossa hipótese é que o motivo do sentimento de rejeição e inadequação apresentado por Cançado, em vários momentos das suas narrativas, não se restringe às suas internações e à sua possível condição de esquizofrênica, mas também à sua condição de mulher, com um comportamento inadequado para os padrões da época, que acaba por ser segregada. Também defendemos que sua escrita é uma ferramenta de sobrevivência e denúncia, refletindo não apenas suas vivências enquanto mulher interna em uma instituição psiquiátrica, mas reflete também a realidade de tantas outras mulheres com as quais conviveu, sobre as quais escreveu e que socialmente representa.
  • LUCAS NEVES VERAS
  • Da novela ao filme: processos adaptativos e intermidiáticos na articulação entre história de iniciação e espaço em The cement garden
  • Data: 11/03/2021
  • Hora: 09:30
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  • A presente dissertação tem como objetivo analisar a história de iniciação em articulação com o espaço na novela The cement garden (1978), de Ian McEwan, em comparação com sua adaptação fílmica, de mesmo nome, dirigida por Andrew Birkin, em 1993. Por estarmos investigando um texto literário em diálogo com sua adaptação fílmica é importante delinear como cada linguagem é utilizada para a construção da história de iniciação. Para tanto, levaremos em conta as potencialidades de ambas as linguagens audiovisual e literária à luz da teoria da adaptação e da intermidialidade, com textos de Rajewski (2012), Straumann (2015) e Gaudreault e Marion (2012). Por se tratar de um contexto de história de iniciação, em que subjetividades são questionadas e desconstruídas, em que também se faz presente a perda da inocência, Marcus (1976) e Lacan (1977) foram utilizados com o objetivo de compreender como se dá esse processo. Ambas as obras levantam questões sobre as consequências que a orfandade e o isolamento – quando presentes em um contexto de construção de identidade – podem trazer; por essa razão, também foi utilizado Culler (1999) a fim de complementar a discussão acerca da construção de identidade, bem como teóricos que tratam das noções de espaço.
  • FRANCIS WILLAMS BRITO DA CONCEIÇÃO
  • COLONIALIDADE DO ESPAÇO E ESPIRALIDADE EM PONCIÁ VICÊNCIO
  • Data: 05/03/2021
  • Hora: 15:00
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  • Nesta pesquisa, realizamos um estudo da categoria espaço no romance Ponciá Vicêncio (2003), da escritora brasileira Conceição Evaristo, considerando a trajetória de deslocamentos de Ponciá e sua família sob o prisma dos estudos pós-coloniais/decoloniais e feministas. Inicialmente, lançamos um olhar crítico sobre a narrativa, através da perspectiva estrutural do espaço, atentando para os aportes teóricos de Antonio Candido (2014), Antônio Dimas (1987) e Luís Alberto Brandão (2013); em seguida, abordamos os elementos da configuração espacial como constituintes de um aparato colonial moderno na ficção evaristiana, enfatizando conceitos como movimento e regulação do território pelas marcações da diferença, a partir das discussões de Doreen Massey (2008), Gayatri Spivak (2019), Homi Bhabha (1998), Paul Gilroy (2012), entre outros. No segundo momento da pesquisa, articulamos a ideia de uma “Colonialidade do espaço”, formulação conceitual central nesta investigação, baseada nas leituras de Aníbal Quijano (2005), Édouard Glissant (1989), María Lugones (2019) e Walter Mignolo (2017), a fim de inferir que as personagens estão em um contexto de deslocamento da experiência histórica de origem, e, quer no espaço rural ou urbano, sem que haja o prejuízo de uma apreensão dicotômica dos cenários pelos quais elas transitam, ocorre a continuidade de uma lógica colonial, em que se empregam mecanismos opressores como o racismo, o sexismo e o separatismo espacial. Sendo assim, amparados pelas vozes que ecoam no feminismo negro e na teoria da interseccionalidade – como Carla Akotirene (2019), bell hooks (2019), Grada Kilomba (2019), Kimberlé Crenshaw (2002) e Lélia Gonzalez (2019) –, constatamos que a narrativa é perpassada por um Espaço espiralar (Fernanda Miranda, 2019; Leda Maria Martins, 2003); e a protagonista, em condição de deslocamento, performatiza uma trajetória de movimento, retorno e reinvenção, com o intuito de inscrever uma nova cartografia de possibilidades para a existência/resistência, que se realiza, segundo Leda Martins (2003, p. 65) e Spivak (2019, p. 268), por meio da estratégia de “consignação do espaço” e do processo de “refazer a história”. Sendo assim, esta pesquisa dissertativa nos permitiu chegar aos seguintes resultados: a protagonista e sua família se encontram em um espaço regulado pela colonialidade e se utilizam da performance – a exemplo das idas e vindas no tempo-espaço, do vazio, dos sentimentos de ausência e dos abortos – objetivando romper com a continuidade do controle colonial, sendo a espiralidade, portanto, um fundamento, que expressa tanto as intermitências das opressões de poder quanto as repetições das performances de insurgência das personagens.
  • JOSÉ ALEXANDRE CAVALCANTE DE MIRANDA
  • Do Surrealismo ao fantástico moderno: processos semióticos na obra de René Magritte e J. J. Veiga
  • Data: 04/03/2021
  • Hora: 14:30
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  • Tomando como subsídio a teoria Semiótica, analisou-se a presença do fantástico em quadros do pintor belga René Magritte e no romance do escritor brasileiro J. J. Veiga, visando descrever as estratégias semióticas da narração e da imagem de inspiração surrealista. A semiótica filosófica de Peirce constituiu a tendência escolhida, ampliada pelos conceitos da semiótica das culturas(a), no que tange à caracterização dos objetos culturais e da narrativa. Das nove células sígnicas formadas pelas tricotomias peirceanas, foram consideradas duas delas: o quali-signo e o índice, a partir das quais foram apontados quatro modelos ou estratégias semióticas responsáveis pelo efeito fantástico. São eles: (a) a distorção das propriedades do quali-signo, (b) os índices não confirmados, (c) a contrajunção e (d) a confrontação de opostos. Essas categorias foram estudadas em um corpus constituído de dezesseis quadros de Magritte: A traição das imagens (1928-29), O jóquei Perdido (1948), As férias de Hegel (1958), A resposta inesperada (1933), A canção da tempestade (1937), A batalha de Argonne (1959), O túmulo dos lutadores (1961), O mês da vindima (1959), O jogador secreto (1927), O além (1968), Os amantes (1928), Reprodução proibida (Retrato de Edward James) (1937), O assassino ameaçado (1926), O império das luzes (1954), A voz do silêncio (1928), A cascata (1961). Os textos imagéticos serão comparados com trechos do romance A hora dos ruminantes de Veiga. Traçou-se, a seguir, um panorama acerca das diferenças entre o fantástico tradicional e o moderno e o Surrealismo, surgido no momento histórico no qual a crise cultural e ideológica de uma Europa devastada após a Primeira Grande Guerra criou uma arte nonsense: o Dadaísmo, representativo da crise dos sistemas burgueses. O Surrealismo, porém, traria um novo método: acessar a zona cinzenta do inconsciente humano e assim revelar a verdade plena, aquela não sufocada pela previsibilidade dos sistemas burgueses. Daí a importância da caracterização do objeto surrealista, que seria aquele de utilização desconhecida ou, mais importante que isso, seria o objeto não vinculado a uma cultura opressora.
  • JANAINA DA CONCEIÇÃO JERONIMO LIRA
  • Haicai e Poesia Visual: Tessituras/ Tecituras da Poesia Brasileira à Luz da Semiótica
  • Data: 25/02/2021
  • Hora: 14:00
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  • Esta pesquisa dedicou-se ao estudo comparativo entre a poesia visual e o haicai, tendo como impulso investigativo as contribuições estéticas dessas formas poéticas para a poesia contemporânea em nosso país. Para tal fim, elegemos os poemas visuais de Augusto de Campos e os haicais de Paulo Leminski, verificamos, então, em quais aspectos a poética desses autores se aproxima e ou se distancia esteticamente e quais as consequências teóricas dessa aproximação ou distanciamento. Escolhemos para compor o corpus da pesquisa poemas de Augusto, distribuídos na obra: Viva Vaia (2014), que reúne poemas de 1959-1979. Utilizamos, de igual modo, haicais de Leminski, que apresentam recursos visuais em sua constituição, publicados pela primeira vez no livro Caprichos e Relaxos (1983), atualmente reunidos no livro Toda Poesia (2013). Constatamos que um dos vieses que aproxima a poética desses autores é uma inclinação para o diálogo com a tradição oriental, baseada no modo de compor inspirado nos ideogramas japoneses, cuja influência foi um “divisor de águas” para muitos poetas ocidentais, no século XX, reverberando igualmente nas produções do século XXI. Realizamos a análise do corpus da pesquisa à luz da Teoria Geral dos Signos, elaborada pelo pensador norte-americano Charles Sanders Peirce. Priorizamos, assim, as três categorias do signo que formam a mais importante das tricotomias consideradas pelo pesquisador norte-americano em sua gramática especulativa: o símbolo, o índice e o ícone; dessa última categoria, ressaltamos a sua subclassificação: a imagem, o diagrama e a metáfora. Utilizamos como aportes teóricos os estudos de Décio Pignatari (2004), Ezra Pound (2006), Ernest Fenollosa (2000), Expedito Ferraz Júnior (2012), Haroldo de Campos (2000), Winfried Nöth (2003), Lúcia Santaella (2012), Peirce (2015) (Roman Jakobson (1995), dentre outros autores.
  • SILVIA MARIA FERNANDES ALVES DA SILVA COSTA
  • A VIDA ESCRITA DO POETA ESCRAVO JUAN FRANCISCO MANZANO: CAMINHOS, PEDRAS E VERSOS
  • Data: 25/02/2021
  • Hora: 14:00
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  • Esta tese apresenta um estudo sobre a composição da Autobiografía de un esclavo, do poeta cubano Juan Francisco Manzano (1797?-1853), para determinar os procedimentos criativos da obra e verificar a possibilidade do seu texto autobiográfico ser fundacional na América Latina, construindo uma identidade e memória do negro, logo uma subversão da escrita colonial. Para isto, utilizou-se uma metodologia de natureza básica, enfoque qualitativo, nível exploratório e procedimentos de investigação bibliográfica, que deu suporte teórico à discussão, elucidando o assunto em questão, no intento de explicar o corpus deste estudo e a fim de reconhecer o autorretrato (ou a imagem) de Manzano, tanto direto quanto indiretamente. O texto autógrafo de Manzano foi escrito em 1835 por incentivo do crítico literário Domingo del Monte (1804-1853) e publicado em Londres em língua inglesa em 1840, uma vez que a censura metropolitana espanhola não permitia a publicação de textos com fundo escravocrata em Cuba. Porém, a primeira publicação em língua espanhola aconteceu em Havana em 1937 com base no texto autógrafo. Foi também baseado nesse texto, o qual está na Biblioteca Nacional José Martí em Havana, que William Luis fez a sua publicação em 2007 com todas as emendas e correções que este texto apresenta. É a partir dessa publicação que esta tese se desdobra, primeiramente, sob a perspectiva do “pacto autobiográfico”, de Philippe Lejeune (1994), que se comprovou a autenticidade da autobiografia de Manzano ao cumprir esse pacto. Ademais, utilizou-se sete das cartas de Manzano a Del Monte para apoiar esta análise e revelar a sua imagem ou o seu autorretrato direto. Posteriormente, estabeleceu-se o espaço autobiográfico do poeta em um diálogo possível entre a sua única peça teatral publicada, Zafira (1842) – supostamente uma história de colonização africana – e sete poesias selecionadas de Manzano com teor antiescravagista, todas analisadas sob o viés pós-colonial para desprender a imagem indireta do poeta. Finalmente, este estudo examinou a autobiografia, de Manzano, sob a ótica da psicodinâmica da oralidade em relação a psicodinâmica da escrita que, segundo Walter Ong (1998), diferenciam-se, o que permitiu determinar o fundamento da escrita literária latino-americana, sendo Manzano e sua autobiografia de fundamental importância no papel de construção da identidade do negro nas Américas.
  • LARISSA BRITO DOS SANTOS
  • EXPERIÊNCIA ESTÉTICA EM LOOPING: SOLIDÃO E MEMÓRIA NO DESVELAR DOS SENTIDOS
  • Data: 25/02/2021
  • Hora: 09:00
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  • A experiência estética é um fenômeno imanente, porém, conhecer como ocorre o processo de atribuição de sentido na interação com um texto é fundamental para que o ensino de literatura se torne mais eficaz e eficiente, tendo em vista a complexidade de mediar uma interação que ocorrerá somente entre o indivíduo e o texto. Portanto, essa dissertação objetiva evidenciar como a experiência estética se constrói no âmbito da literatura em comparação com o cinema, considerando as perspectivas textuais articuladas no ato da leitura e a presença de recursive loopings, a partir do mapeamento do romance Cien años de soledad e do longa-metragem Memento (2000). A fundamentação teórica utilizada une a Antropologia Literária e a Teoria do Efeito Estético, ambas formuladas por Wolfgang Iser, que buscam descrever o ato da leitura, fornecendo subsídios para que os processos que ocorrem na mente do leitor quando interage com o texto possam ser vistos como corpora teórico. A metodologia associada à teoria é o Mapeamento da Experiência Estética, uma análise autoetnográfica da experiência individual de leitura, elaborada pelo programa Cinema articulado às noções de Antropologia Literária (CANAL 67), sob a supervisão de Santos e Andrade (2009), unindo diversos projetos de licenciatura, extensão e pesquisa na Universidade Federal da Paraíba. Com a análise dos recursive loopings identificados no processo de leitura foi possível categorizar seis tipos de procedimentos, possibilitando a comparação entre as experiências estéticas de leitura que resultaram na confirmação da hipótese de que o cinema e a literatura se organizam na mente do leitor por processos similares, respeitando as idiossincrasias entre os suportes, ainda que no cinema a percepção desses processos se mostre de mais fácil identificação. Os resultados dessa pesquisa possibilitaram uma maior compreensão da experiência estética, mostrando como ocorre a atribuição de sentido via looping, cuja concretização reverbera na formulação do objeto estético e, consequentemente, na emancipação do leitor.
  • JOAZ SILVA DE MELO
  • DO NARIZ DE GOGOL ÀS UNHAS DE RUBIÃO: A CRÍTICA SOCIAL NA LITERATURA FANTÁSTICA DOS SÉCULOS XIX E XX
  • Data: 24/02/2021
  • Hora: 14:00
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  • A relação entre literatura e sociedade sempre foi motivo de debates entre estudiosos do assunto. Alguns, como os formalistas russos, buscavam um método mais científico para suas análises imanentistas. Outros, como Antonio Candido, buscavam analisar como o texto reflete e se relaciona com o mundo que representa. A literatura fantástica, por sua vez, não é diferente, há os que privilegiam a estrutura do texto, como Tzvetan Todorov, e há os que admitem os ecos sociais, como David Roas, Jean-Paul Sartre, entre outros. Todorov, por exemplo, desconsidera a interpretação alegórica, pois ela não é inerente ao texto; o que é desconstruído pelos outros estudiosos. Em nossa pesquisa, estudamos duas narrativas, “O Nariz”, de Nikolai Gogol, autor ucraniano-russo do século XIX, e “As Unhas”, de Murilo Rubião, autor brasileiro do século XX. Analisaremos como as narrativas se desenvolvem no fantástico, como são construídas críticas a partir de uma leitura alegórica delas e como ambas representam a sociedade em que estão inseridas. A literatura fantástica, geralmente, apresenta relações com o mundo, diferentemente do conceito popular de fantasia como distanciamento do “real”. Essa ligação, muitas das vezes, serve para denunciar as anormalidades do mundo. Muitos autores trabalharam com críticas a sociedade ao longo do tempo. Embora Nikolai Gogol e Murilo Rubião pertençam a diferentes séculos e continentes, as narrativas selecionadas de ambos são classificadas como fantásticas. Inicialmente, nossa pesquisa é desenvolvida a partir do levantamento da fortuna crítica dos autores e como eles trabalhavam o fantástico como uma forma de crítica. Em seguida, nos deteremos na análise do texto, destacando pontos que despertam uma leitura alegórica que combine com fatores sociais contemporâneos e do século XIX para, assim, detectar e classificar a(s) crítica(s) apresentada(s). De acordo com Jean-Paul Sartre (2005), o artista persiste onde o filósofo desiste, assim, pretendemos compreender a concepção de mundo expressa nas narrativas dos autores. Nosso estudo trata-se de uma pesquisa bibliográfica, na qual utilizamos o método comparativo de forma qualitativa. Como pressupostos teóricos para o presente estudo, apresentamos: Tzvetan Todorov (2017), David Roas (2014), Jean-Paul Sartre (2005); sobre a alegoria na literatura: Walter Benjamim (2011) e João Adolfo Hansen (2006).
2020
Descrição
  • MARIA APARECIDA SARAIVA MAGALHAES DE SOUSA
  • ESCRITA DE SI, GÊNERO E SUAS INTERSECÇÕES NAS CRÔNICAS “JORNALISTICAMENTE INCORRETAS” DE MARILENE FELINTO
  • Data: 15/12/2020
  • Hora: 14:00
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  • Este trabalho tem como objetivo realizar um estudo acerca da crônica e de sua aproximação com os gêneros de escrita de si e com a escrita das mulheres, tomando como ponto de partida a produção da escritora contemporânea Marilene Felinto para o jornal Folha de S. Paulo entre os anos de 1995 e 1999, reunidas no livro Jornalisticamente incorreto (2000). Inicialmente, lançamos um olhar crítico feminista para a origem e desenvolvimento da crônica como gênero literário (LIMA, 1986, 1992, 2003; MOISÉS, 1979; OCAÑA, 2008), buscando problematizar sua marginalização em relação aos gêneros canônicos e observar como se deu a sua relação com a história e a escrita das mulheres ao longo dos tempos. Valendo-nos dos pressupostos da Crítica Literária Feminista, em especial, aqueles que resultaram da incômoda sensação de “exclusão de autoria” e que propõem uma “re-visão” da história da literatura (RICH, 1971; KOLODNY, 1979; SCHMIDT; 2017; DUARTE, 1995; MOREIRA, 2003, 2005, 2015), procuramos dar ênfase a algumas escritoras que se utilizaram do gênero nesse percurso, como as precursoras no jornalismo brasileiro. Em seguida, realizamos um estudo acerca da “literatura autobiográfica” (ROCHA, 1977), a fim de compreender o hibridismo da crônica com outras formas de “escrita de si” (FOUCAULT, 1992), observando em que medida as mulheres escritoras encontram nestes discursos um espaço para elaborar suas subjetividades, denunciar desigualdades e resistir ao silenciamento (RÉGNIER-BORLER, 1994; RAMOS, 2008; KAPLAN, 1997; RAGO, 2011, 2013; FIGUEIREDO, 2013, GARRETAS, 1990). Por fim, fundamentando-nos, especialmente, nos pressupostos teóricos do feminismo negro (CARNEIRO, 2000, 2003; GONZALEZ, 1984; hooks, 2017; 2018), aprofundamos a reflexão sobre a intersecção de gênero com outras categorias que envolvem relações desiguais de poder, como classe e raça, como forma de discutir alguns textos de Marilene Felinto, considerando as questões identitárias dessa cronista pernambucana e afrodescendente.
  • NOELE NATÁLIA MIRANDA RODRIGUES
  • VIOLÊNCIA E MULHERES EM QUADRINHOS INDÍGENAS: ESTÓRIAS QUE RESISTEM
  • Data: 14/12/2020
  • Hora: 09:30
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  • A presente dissertação tem por objetivo analisar o graphic novel de autoria indígena intitulado Will I See (2016), de iskwé e David Alexander Robertson, por uma perspectiva crítico-teórica interessada na discussão e denúncia da violência exercida historicamente contra mulheres indígenas. Desse modo, buscamos analisar como o tema do desaparecimento e morte de mulheres indígenas é retratado no graphic novel selecionado para nosso estudo e como publicações de histórias em quadrinhos produzidos por indígenas, em geral, têm sido relevantes para a discussão do tema no Canadá. A partir da leitura de textos teóricos e críticos definidos como fundamentais para este trabalho de pesquisa, nos propomos, num primeiro momento, a refletir sobre a utilização deste gênero pelos indígenas canadenses; neste sentido, buscamos verificar características próprias deste gênero literário que certamente tornaram-se atrativos para escritores nativos em tempos contemporâneos e os motivos para essa afinação entre quadrinhos e culturas indígenas. Em seguida, discutimos a questão da violência vivenciada por indígenas, e pelas mulheres indígenas, em particular, no Canadá contemporâneo, com o apoio de discursos que questionam as relações marcadas por sexismo e racismo. Para tanto, nos embasaremos principalmente em estudos de autoras indígenas, como Joyce Green (2007), Allison Hargreaves (2017) e Paula Gunn Allen (1992), no que se refere à questão da violência. Para fundamentar a análise da forma literária utilizada em Will I See?, nos apoiaremos em estudos como os de Will Eisner (2008) e Gérard Genette (2009), entre outros. Finalmente, nosso objetivo com a pesquisa foi colaborar com estudos que questionam, a partir de pontos de vista pós ou decoloniais, as relações de poder estabelecidas na sociedade canadense contemporânea, que continuam marcadas por violências bastante seletivas a partir de critérios de gênero e raça.
  • DAYSE HELENA VIANA DE ALBUQUERQUE GOUVEIA
  • A Travessias atlânticas: análise descritiva da tradução para o espanhol do romance A república dos sonhos, de Nélida Piñon
  • Orientador : MARTA PRAGANA DANTAS
  • Data: 11/12/2020
  • Hora: 14:30
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  • A escritora brasileira Nélida Piñon (1937) ao longo de sua carreira literária publicou romances, coletâneas de contos, crônicas, livros de ensaios e memórias. Desde o início de sua trajetória, ela vem estabelecendo um diálogo com os outros países seja pelo fluxo de viagens para palestras, lançamentos de livros, participações em feiras literárias internacionais ou através de suas traduções. Até a presente data, a escritora publicou 23 livros dentre os quais 16 foram traduzidos para 11 países, sendo a Espanha o país que mais publicou seus títulos, totalizando 16. O romance A república dos sonhos (1984) desponta como a sua obra mais traduzida e editada no exterior, com edições nos Estados Unidos, Inglaterra, Colômbia, França e Espanha. Diante do exposto, esta dissertação tem como objetivo principal realizar uma análise descritiva da tradução para o espanhol do romance A república dos sonhos, de Nélida Piñon. Essa análise descritiva consistirá, primeiramente, no exame dos paratextos editoriais a fim de verificar como esses foram inseridos no sistema receptor espanhol. Igualmente, no nível macrotextual, se identificará como as diretrizes editoriais e o projeto tradutório de Elkin Obregón Sanín se refletiram em La república de los sueños. Finalmente, a análise microtextual buscará identificar o tratamento dado aos denominados itens de especificidade cultural com o intuito de responder quais foram as estratégias adotadas pelo tradutor para traduzi-los e se essas tiveram como o efeito ou apagamento ou a acentuação dos elementos da cultura brasileira. A partir de identificados esses dados, procederá de uma análise quantitativa na qual se pretende verificar quais foram as estratégias tradutórias que predominaram no texto alvo com o intuito de responder se a tradução analisada segue a tendência domesticadora ou estrangeirizadora segundo Lawrence Venuti (2004). Como aporte teórico, esta pesquisa adotará o modelo metodológico para a descrição de traduções proposto por José Lambert e Hendrik Van Gorp (2011). Para a análise dos paratextos editoriais, serão indicados os estudos de Gerárd Genette (2018), Marie-Hélène Catherine Torres (2011) e Teresa Dias Carneiro (2014). Para o exame macrotextual, será abordado o conceito de espanhol neutro e sua influência no mercado editorial literário a partir das pesquisas empreendidas por Eva Bravo García (2008), Julia Benseñor (1993) e Norma Carriburo (2003). Finalmente, para a análise microtextual, será adotado o conceito de itens de especificidade cultural e suas possíveis manipulações segundo Javier Franco Aixelá (2013) e Carla Melibeu Bentes (2005). A partir do levantamento dos itens de especificidade cultural encontrados em La república de los sueños constatou-se que o tradutor adotou 10 estratégias para traduzi-los, de acordo com a classificação de Aixelá (2013) e Bentes (2005). Por fim, verificou-se que Obregón Sanín utilizou um maior número de estratégias de tendência estrangeiriziadora em relação às domesticadoras e, por último aparecem as estratégias classificadas como híbridas, contabilizando 59%, 32% e 9%, respectivamente.
  • JANNERPAULA SOUZA DA SILVA
  • Literatura infantojuvenil na perspectiva da multimodalidade: Uma análise da representação composicional em adaptações de O MÁGICO DE ÓZ
  • Orientador : DANIEL ANTONIO DE SOUSA ALVES
  • Data: 11/12/2020
  • Hora: 09:30
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  • Ao observar a pluralidade de formatos de livros infantojuvenis e seu caráter de adaptação literária presentes no mercado nos dias atuais, percebe-se também uma variação de maneiras com que essas adaptações são feitas de modo a construir significado. Desta forma, esta pesquisa se utiliza deste argumento para analisar um texto clássico da Literatura Infantojuvenil, O Mágico de Óz, do autor americano Lyman F. Baum, que é considerado o primeiro conto de fadas infantojuvenil norte-americano. Através da análise de três diferentes formatos da obra, sendo uma tradução interlingual e duas adaptações, e baseando-se no que Kress e Van Leeuwen ([1996] 2006) discorrem sobre Multimodalidade, em especial no que Van Leeuwen (2005) trata como Composição, buscaremos discutir de que forma tradutor/adaptador direciona o olhar do leitor de modo a construir sentido. Ao entendermos as adaptações literárias como objetos de tradução, nos pautamos nos Estudos da Tradução, principalmente nos discursos de Baker (2005), Hutcheon (2013) e Lathey (2010) para dar início a este estudo. Utilizamos também as discussões de Coelho (2000), Colomer (2017) e Machado (2009) para entendermos acerca dos livros infantis clássicos; e dos argumentos de Ramos (2013), Hunt (2010) e Costa Val (1991) para refletirmos sobre construção de significado. Abordamos ainda a questão de livro e forma, com ênfase nos formatos analisados que são quadrinhos e o livro pop up; e então, trazemos as definições acerca da Multimodalidade e da Representação Composicional. A análise, com base nesta teoria, busca discutir percepções de como os textos O Mágico de Óz, tradução de Lyman F. Baum (2013), Turma da Mônica em O Mágico de Óz, de Maurício de Sousa (2015) e O Mágico de Óz, de Robert Sabuda (2014) direcionam o olhar do leitor através da organização visual e contribui na construção de significado. Percebe-se, ao fim desta pesquisa, que os diferentes formatos e o maior apelo da quantidade de modos semióticos presentes nos livros podem facilitar em diferentes níveis o acesso à leitura por leitores iniciantes ou em formação como é o caso do público infantojuvenil.
  • FLAVIANA FERREIRA DE OLIVEIRA
  • A REPRESENTAÇÃO DE JESUS CRISTO NOS QUATRO EVANGELHOS EM PORTUGUÊS E EM ESPANHOL NA BÍBLIA NVI
  • Data: 08/12/2020
  • Hora: 14:00
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  • Esta dissertação insere-se na interface dos Estudos da Tradução com a Representação de Atores Sociais (VAN LEEUWEN, 1997) e estilo em textos ficcionais (LEECH E SHORT, 2007) ao investigar como as escolhas léxico-gramaticais constroem significados em textos em relação tradutória na língua portuguesa e espanhola. Trata-se de uma investigação das formas de representação de Jesus como apresentado pelos narradores/evangelistas nos evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João, nas traduções para o português e espanhol da Bíblia NVI (Nova Versão Internacional). Realizações de Jesus Cristo como Ator Social foram identificadas e anotadas conforme o recorte de Personalização e Impersonalização. As análises revelam que Jesus Cristo é representado principalmente pela Personalização em ambas as línguas, sendo nomeado e funcionalizado em ambas as línguas. Argumenta-se que, por meio dessas ocorrências, Jesus é mais humanizado que divinizado em Mateus, Marcos, Lucas e João. Para além dessa análise, essa dissertação também apresenta resultados concernentes ao estilo dos textos construídos pelos narradores. Os dados revelam principalmente a atuação dos narradores por meio do discurso direto, que proporciona maior visibilidade a personagem central desta investigação, Jesus Cristo, por meio de outras personagens existentes nas narrativas; recurso que foi especialmente utilizado em João e Lucas nos dois idiomas.
  • JANILE PEQUENO SOARES
  • O ÚLTIMO HOMEM (1826): DISTOPISMO E PROFECIA FEMININA NO ROMANCE DE MARY SHELLEY
  • Data: 30/11/2020
  • Hora: 09:00
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  • Esta pesquisa tem por objetivo analisar O Último Homem (1826), romance da escritora inglesa Mary Shelley (1797-1851), sob a perspectiva dos estudos sobre distopia aliado à crítica feminista, destacando o protagonismo feminino representado tanto por figuras proféticas quanto por personagens femininas ao longo do romance. As principais fontes teóricas utilizadas foram os estudos de Clayes (2017), Moylan (2016), Vieira (2010), Queiroz (2014), Seymour (2000), Schmidt (2006), Funck (1998), Lefanu (1989), Gilbert e Gubar (1984), dentre outras. Publicado em 1826 O Último Homem se mantem relevante por trazer uma discussão que aborda os medos sociais de uma época que continuam sendo realidade mesmo após séculos seguidos de sua escrita e publicação. O cenário é uma Londres especulada entre os anos 2093 e 2100 e conta a história de um homem, único imune a uma peste disseminada a nível pandêmico que destrói a humanidade como era conhecida até então. No entanto, o romance vai além e constrói a narrativa evidenciando as falhas do ser humano sempre calcado em princípios individualistas, pondo em risco a vida em comunidade, alerta sobre os males de sua época de produção ao mesmo tempo em que impulsiona a esperança de mudança através do registro deixado por este último sobrevivente. Deste modo, nossa análise está centrada nas marcas que convergem para a qualidade distópica do romance especialmente através da análise do diário do personagem Lionel Verney, o sobrevivente, dentre outros fatores que permeiam o distopismo no romance. A metodologia utilizada foi analítica; as reflexões acerca do tema foram confrontadas com a teoria que subsidiou a pesquisa.
  • LINDJANE DOS SANTOS PEREIRA DE MEDEIROS
  • Rente ao chão, canta o poeta gauche: a poesia do cotidiano de Carlos Drummond de Andrade
  • Data: 13/11/2020
  • Hora: 14:00
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  • Observando os impactos do processo de modernização no dia a dia das pessoas que viviam no Rio de Janeiro do início do século XX, ou rememorando a sua infância, vivida numa pequena cidade mineira, é que Carlos Drummond de Andrade constituiu o que nesta tese denominamos a sua poesia do cotidiano. Trata-se de uma lírica que não só escolhe a vida corriqueira como tema, mas que também adota uma linguagem que busca nos fazer sentir esse cotidiano. A partir dessas observações, buscamos saber quais as principais imagens do dia a dia encontradas na poesia de Drummond e de que forma o cotidiano é representado. A pesquisa se apoiou especialmente em estudos sobre a poesia moderna (AUERBACH; BAUDELAIRE; BENJAMIN; BERMAN; FRIEDRICH; PAZ, etc.), em leituras dos principais críticos da obra de Carlos Drummond de Andrade (CANDIDO; MERQUIOR; SANT’ANNA; LEITE; VILAÇA; etc.) e, no que se refere especificamente ao processo de representação, na semiótica de Charles Sanders Peirce (PEIRCE, SANTAELLA, FERRAZ JR., etc.).
  • RARIELA VALESKA DA SILVA SALUSTINO
  • O ciúme e seus avatares: apreciações psicanalíticas no romance contemporâneo português "o remorso de baltazar serapião", de Valter Hugo Mãe
  • Data: 31/08/2020
  • Hora: 18:00
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  • O ciúme é um sentimento normal e comum: desde a infância, precisamos ser amados e, até mesmo, preferidos! Este sentimento pode, então, aparecer para um dos pais, um irmão ou uma irmã. Além disso, Freud (1922) escreveu que não é normal não sentir ciúmes. Segundo ele, seria até uma necessidade. É verdade que observamos esse sentimento em todas as culturas, em todas as latitudes, no entanto, quando o ciúme se torna prejudicial é a porta aberta para sofrimentos e círculos destrutivos. A proposta deste estudo é: apresentar uma leitura, abordando as relações existentes entre o ciúme patológico, motivado pela formação da identidade masculina na cultura patriarcal, e, com efeito, aclarar os aspectos subjetivos do ciúme, tomando os óbices como manifestação da masculinidade, e esta como reflexo da incorporação de uma dinâmica violenta no que concerne à expressão dos ciúmes varonis, com base na articulação entre a literatura e a fortuna crítica sobre a concepção de ciúmes e masculinidade. Para tanto, partiremos da leitura analítica da obra o remorso de baltazar serapião, de Valter Hugo Mãe – poeta, romancista, artista plástico e cantor, nascido em 1971, a qual fornece, por um lado, um panorama sobre o patriarcado, enquanto sistema de dominação baseado no poder socialmente construído pelo homem, e, por outro lado, representa as modalidades do desdobramento da violência considerada como produto formador do estereótipo masculino. Agraciada pelo prêmio José Saramago em 2007, a narrativa conta a história da família Serapião, mais conhecida em sua região como “Os Sarga”, “nascidos de pai e vaca”, em virtude da relação que eles estabelecem com a criação da vaca Sarga. Na obra, somos apresentados a um contexto lusitano em que o ambiente bucólico e miserável serve como cenário para que se manifestem a violência e o machismo, resultantes da herança cultural de sua nação, do protagonista, Baltazar. No cerne do romance, o remorso constrói uma história de amor e ciúme, que é, com alguma naturalidade, mas não normalidade, o que é importante ressaltarmos, uma vez que o comum não pode ser confundido com o normal. Afinal, não se deve conceber como normal uma história em que o amor se mescla com constantes acessos de violência física e moral. Todavia, com a violência consentida, dado que a impunidade viril da época era reforçada por estereótipos e levada ao extremo da destruição do outro e da autodestruição. Ademais, é nesse ponto que notamos que, no fundo, esta Idade Média ficcional, como percebemos na linguagem e no conteúdo empregados na obra, é sobretudo a reconstrução da cena pulsional – de algum modo primitiva, não tanto por natureza, mas por cultura milenar – da guerra dos sexos. Embora marcada temporalmente em tempos medievais, qualquer leitor crítico e atento poderá ver, infelizmente, que esse retrato literário possui demasiada verossimilhança, visto que a violência contra a mulher persiste em todas as sociedades contemporâneas. Evidentemente, essa interpretação não classifica nem supõe todas as formas de violência, todavia, oferta um quadro abrangente das arbitrariedades brutais cujo fundamento é a manutenção do poder masculino na sociedade frente às mulheres e outros grupos de homens, sejam eles nas posições de subordinados, marginalizados e cúmplices. O presente trabalho consiste em apresentar uma discussão reflexiva situada no estudo das relações fronteiriças entre psicanálise e literatura, a partir de uma alegoria estética, a literatura, no romance “o remorço de baltazar serapião”. Para tanto, nossa investigação parte de uma revisão bibliográfica dos textos do próprio Freud e de outros autores que se debruçaram a respeito do fenômeno subjetivo do ciúme e os sentimentos periféricos que o acompanham.
  • IVANILDO DA SILVA SANTOS
  • DO PRINCÍPIO AO FIM, O AMOR: A ERRÂNCIA ERÓTICA DE CASSANDRA RIOS
  • Data: 31/08/2020
  • Hora: 09:00
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  • Ao longo dos séculos, escritores e filósofos tentaram explicar em seus escritos a natureza, origem e razões do amor, todavia, sempre esbarraram em alguma coisa da ordem do intransponível. Mas, ao examinarem a natureza do amor, souberam decifrar alguns de seus mistérios. Como maior exponente, Freud (1914/2010) defende o amor como sendo uma miragem num outro idealizado. Ou seja, o amante investe toda libido em um objeto que, para ele, é seu tudo. Posteriormente, o tema passou a ser retomado por psicanalistas renomados, como Jacques Lacan (1985) e J. D. Nasio (1997). O primeirofunda Eros como aquilo que o sujeito não tem, logo não é. A consequência primeira desse enfoque, o desejo pela falta. Para Lacan (1985), Eros, filho da Pobreza, é a busca para preencher uma falta e tentar restituir-se a uma unidade. O que contribuiria para apreendermos o mito amoroso como a conversão do impossível, já que a plenitude dos dois seres jamais será atingida. Assim, o objeto perdido é o que o amor mais procura. Por sua vez, Nasio (1997), afirma que quanto mais se ama, mais se sofre. É nesta linha de investigação que o presente trabalho se insere, porém, buscando analisar a experiência amorosa lésbica em um texto literário produzido por uma escritora lésbica. Assim, propomos-nos examinar o romance A Borboleta Branca (1974), escrito por Cassandra Rios, cujo principal objetivo é procurar analisar o amor lésbico e suas especificidades. O trabalho articula-se em três capítulos: no primeiro, procura-se distinguir as principais influências sócio históricas nas relações amorosas alicerçadas na filosofia, na literatura e na sociologia. No segundo, investiga-se as contribuições psicanalíticas sobre o fenômeno amoroso. O terceiro capítulo, por outro lado, traça considerações sobre as personagens, espaço e enredo do romance, estabelecendo dados que envolvam amor e homossexualidade feminina.
  • MARIA GENECLEIDE DIAS DE SOUZA
  • POÉTICAS DO ENVELHECER: A PSICANÁLISE DO TEMPO EM CLARICE LISPECTOR
  • Orientador : HERMANO DE FRANCA RODRIGUES
  • Data: 31/08/2020
  • Hora: 09:00
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  • Este trabalho apresenta uma leitura acerca das experiências dos sujeitos no tempo da velhice. A natureza pulsional de vida e morte, as inscrições melancólicas, seus dramas, seus corpos e suas imagens poeticamente escritas por Clarice Lispector e publicadas em contos. A análise se desenvolve apoiada em quatro contos: Viagem a Petrópolis, Feliz aniversário, O jantar e Ruído de passos. Os contornos da narrativa se desdobra a partir dos protagonistas diante dessa conjuntura da vida, experienciando os movimentos que a velhice proporciona. Deste modo, enxerga-se este processo de desenvolvimento da vida, sem as polarizações de um sujeito no campo da senilidade, acometido de enfermidades e por ela demarcando os roteiros das suas histórias. Mas, de um indivíduo que possui as marcas do tempo transcritas no corpo, na memória e contribui para o alicerçamento das suas subjetividades, onde o mesmo se constitui também a partir da senescência – o envelhecimento do corpo acontece de maneira natural devido à incidência da passagem do tempo. Assim é possível refletir sobre a multiplicidade que os contos clariceanos reverberam, como por exemplo: a sexualidade em Ruído de passos, em que se torna flamejante o desejo da protagonista em ter relações sexuais. E os infortúnios de não concretizar suas vontades por ser uma pessoa idosa; diante do conto O jantar, contrapõem-se de maneira diferente, a sexualidade é interpretada por outros ângulos aonde um homem idoso é visto acompanhado de uma mulher mais nova. Assim, evoca-se como o homem e a mulher idosa denotam percepções sociais diferente acerca da sexualidade. Tendo em vista o conto Feliz aniversário, é explícito o apagamento e silenciamento da idosa do convívio familiar; Em viagem a Petrópolis é perceptível o isolamento e posterior abandono sofrido pela idosa. Com efeito, este estudo trará elucidações propostas, sobretudo, pela teoria psicanalítica de base freudiana, na qual utilizará, também, outras vertentes psicanalíticas pós-freudianos. Tendo como objetivo revelar a imagem da velhice, suas vivências, bem como, os contornos melancólicos nos personagens e como vão sendo costuradas na tessitura teórica da psicanálise, demonstrando o interesse em produzir uma fortuna crítica acerca do tema. Problematizando o assunto em evidência, estimulando a discussão sobre a temática, promovendo o conhecimento e a pesquisa sobre o tema, assim como, estimulando os indivíduos a pensar o sujeito na velhice. Portanto pretende-se apaziguar os estereótipos e os conceitos pré-estabelecidos na feitura das suas imagens e seus corpos. Palavras-chave: Velhice; Psicanálise; Clarice Lispector.
  • BRUNO RAFAEL DE LIMA VIEIRA
  • Pós-colonialismo e Pós-modernismo no vandalismo estético em The Butcher Boy (1992), de Patrick McCabe
  • Data: 28/08/2020
  • Hora: 15:00
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  • O irlandês Patrick McCabe é considerado pela crítica especializada, principalmente no contexto contemporâneo do universo literário anglo-saxão, um dos autores mais proeminentes. Entre seus diversos trabalhos, que se espalham entre romances, contos e peças, destaca-se The Butcher Boy, narrativa lançada em 1992, corpus de análise desta tese. O sucesso da referida obra foi quase imediato ao seu lançamento, sendo tomada, por alguns estudiosos, como um texto “revolucionário”, fundador de um novo momento da literatura irlandesa. Em sua trama acompanhamos a narração de Francie Brady, um narrador-protagonista que nos conta sobre seu passado, quando ele era ainda um menino, cuja pobreza, exclusão social e solidão existencial, o encaminharam de uma vida alegre de peraltices infantis, ao cometimento de uma ação criminosa, o clímax de eventos tão dolorosos em sua vida, que o Francie adulto sequer sabe precisar quando exatamente aconteceram. O que o narrador não esquece é que seus dias mudaram com a chegada da família Nugent à cidadezinha em que morava com seus pais. Este evento é o catalizador de transformações na vida de Francie, principalmente após ser xingado por dona Nugent de “porco”. O que se vê, a partir desse acontecimento, é uma dura via crucis do protagonista que, ao fim, o transformará em um assassino, um delinquente, depois de cometer um crime grotesco. Neste caminho de transição, diversos gêneros literários se mesclam na estruturação da narrativa, por meio da bricolagem e da paródia, dentre os quais se destacam: o romance de formação e o gótico. A ironia é outro elemento importante da narrativa, aliado à paródia, rebaixa símbolos e elementos modulares da cultura e da sociedade irlandesa. Na realidade, estes ingredientes são parte da dimensão pós-moderna que a obra de McCabe permite ser analisada. Além disso, The Butcher Boy, ao acordar preconceitos, por meio do insulto evocado por dona Nugent (que tipifica parodicamente a imagem da “colonizadora ao chamar os Bradys de porcos e representar valores característicos da metrópole, faz com que o romance possa ser lido e estudado por meio das lentes teóricas do pós-colonialismo. Afinal, como pretendemos mostrar, a Irlanda, durante sete séculos foi uma colônia do Império Britânico e sua história evidencia que a violência e os traumas da colonização não foram apagados no período pós-colonial, sendo algumas dessas feridas sociais e políticas dramaticamente tematizadas no romance objeto da nossa pesquisa. Dito isto, nosso propósito principal, nesta tese de doutorado, é analisar a obra The Butcher Boy, à luz de elementos característicos do pós-modernismo e do pós-colonialismo. Para isso, nossa pesquisa percorreu diversas trilhas, como a da história, da economia, da cultura, sem perder de vista a estética literária, suas teorizações e críticas. Dentre outros, fundamentam nossa base teórica, Said (2007 e 2011), Young (2002, 2003 e 2005), Hutcheon (1985, 1991), Jameson (1991), Kiberd (1996, 2007), Gladwin (2016), Foster (1989) Kenny (2016).
  • MARCÍLLIA PONCYANA FELIX BEZERRA
  • MEDÉIAS DE ONTEM E HOJE: UMA ANÁLISE DA OBRA DE EURÍPEDES A PARTIR DAS MULHERES CONTEMPORÂNEAS
  • Data: 28/08/2020
  • Hora: 14:00
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  • Esse trabalho de dissertação que tem como título “MEDEIAS DE ONTEM E HOJE: UMA ANÁLISE DA OBRA DE EURÍPEDES A PARTIR DAS MULHERES CONTEMPORÂNEAS” se propõe a refletir sobre os desdobramentos do feminino, na mulher, através da maternidade. Pensar sobre o “tornar-se mulher” como coloca Simone de Beauvoir é também pensar em como cada mulher assume sua feminilidade ao longo da história. A maternidade colocada como questão inerente à esse processo de ser uma mulher, pode provocar na mulher as mais diferentes sensações e sentimentos, sendo quase impossível escapar a esse imperativo. Através da psicanálise, especificamente com Sigmund Freud e Jacques Lacan, foi realizado um estudo dessas teorias, no que diz respeito a subjetividade dos sujeitos e sua sexualidade, passando pelo tema do feminino e da mulher. Em Freud, a mulher, teria uma travessia do Complexo de Édipo diferente do menino e, através da promessa de ter um filho, conseguiria do Édipo, mas estaria com essa precondição do filho para dar conta de ser mulher e embora esse autor não pudesse avançar muito nesse ponto da teoria, deixou uma base muito importante para os próximos psicanalistas. Ao dizer que “a mulher não existe” Lacan pensou a mulher como uma a uma, o que não caberia à universalização, com um gozo não totalmente submetido ao falo, sendo assim um gozo sem limite. A mulher não-toda, em Lacan, vai utilizar de outros meios para lidar com suas questões. Lacan avança um pouco mais ao estudar a mulher e suas subjetividades. Em Medeia, tragédia grega escrita por Eurípedes, escolhida como análise literária desse trabalho, essa mulher se apresenta em sua devastação, conceito elaborado por Lacan, para falar desse lugar vazio que vem a tona em uma mulher na perda de um objeto que velava esse lugar. Ao perder o amor de Jasão, como vingança, Medeia mata os filhos e esse ato possibilita que ela saia da sua devastação. Como “a verdadeira mulher”, como disse Lacan, Medeia fala da sua maternidade e do seu ser mulher, experimentando na sua inteireza, para além da devastação. As mulheres hoje apresentam seus discursos sobre esse processo na clínica assim como na literatura, falando dessa dualidade que é ser mulher e mãe e dos conflitos que isso traz. Como conclusão se pensa a ideia de que clínica poderia se colocar como um lugar para vislumbrar possibilidades para a mulher, que vive os dilemas dessa dualidade, investindo na sua singularidade, para se tornar mulher e mãe.
  • JOYCE KELLY BARROS HENRIQUE
  • O ponto de vista ficcional em "O tigre de Bengala", de Elisa Lispector
  • Orientador : ARTURO GOUVEIA DE ARAUJO
  • Data: 31/07/2020
  • Hora: 14:00
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  • O objetivo geral desta pesquisa é analisar o ponto de vista ficcional nos contos de O tigre de Bengala (1985), de Elisa Lispector, observando a interação entre a interioridade da personagem feminina e a representação do espaço externo. Analisamos quatro contos da autora (“Sangue no sol”, “O furto”, “A agonia de viver” e “Por puro desespero”), contudo, tecemos relações com todos os textos do livro, na averiguação de pontos de aproximação e diferenciação. Na primeira parte deste trabalho, apresentamos a produção de Elisa Lispector, no que diz respeito à perspectiva narrativa. Realizamos, também, uma revisão dos trabalhos críticos sobre a autora, publicados em jornais, livros e plataformas virtuais. O segundo capítulo é constituído por uma síntese teórica, baseada na linha norte-americana — Norman Friedman (2002), Percy Lubbock (1976), Henry James (2003), e Joseph Warren Beach (1932) —, que trata dos conceitos de ponto de vista, cena, sumário narrativo, distância, assim como da representação do pensamento em literatura. Para essa teoria, o enquadramento da ação na consciência da personagem amplia o caráter cênico do texto (reduzindo as interferências do narrador) e transforma o pensamento em elemento essencial para a interpretação da narrativa literária. No terceiro capítulo, a leitura crítica mostra que, nos contos de Elisa Lispector, a ação das personagens é mínima e o monólogo interior é o ponto de vista basilar, contudo, ele coexiste com notações frequentes de narradores observadores e oniscientes. Essa combinação permite a imersão no pensamento da protagonista, sem abdicar de uma visão distanciada da cena, já que o espaço tanto desencadeia as reflexões como mantém com a personagem uma relação de afinidade, recusa, resignação, transformação e superação. Nessa contística, o monólogo interior é um recurso formal que embasa a autoavaliação das protagonistas e lhes proporciona uma revisão/ reformulação de suas perspectivas.
  • LUÍS HENRIQUE MARQUES RIBEIRO
  • MEMÓRIA E IDENTIDADE: ESPAÇOS DE MELODIAS NEGRAS EM AQUARIUS, DE KLÉBER MENDONÇA FILHO
  • Data: 31/07/2020
  • Hora: 10:00
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  • Nesta pesquisa em cinema e análise do discurso ficcional, estudam-se as relações entre ficção e sociedade, tendo em vista as questões ligadas ao racismo, memória e espaço urbano, com base na estruturação da narrativa cinematográfica do filme brasileiro Aquarius (2016), de Kleber Mendonça Filho. Para isso, apoia-se em referencial teórico sobre espaço ficcional e personagem, a partir de Lins (1976), Borges Filho (2007), Brandão (2013) e Reis e Lopes (1988); sobre memória, a partir de Ricoeur (2007), Candau (2011) e Halbwachs (1990); sobre identidade, com Hall (2015); racismo, a partir de Fernandes (2008a, 2008b), hooks (2019), Munanga (2017), Schwarcz (2017), Stam (2008), entre outros. Os resultados da pesquisa indicam que a construção do espaço é fundamental no desenvolvimento da narrativa, da mesma maneira que a observação do racismo, como constitutivo da formação social brasileira é uma peça-chave no entendimento das camadas da personagem principal, Clara, e de sua relação com a personagem Ladjane, sua empregada doméstica. Observa-se, no uso da memória, a partir do espaço urbano, um meio fundamental na construção no filme sobre representações do racismo, por meio das falas das personagens, da mise-en-scène, de fotografias e objetos que compõem o espaço. A película mostra-se atenta ao uso dessas relações, dando continuidade ao trabalho de temas sociais brasileiros do diretor. Contudo, a articulação desses temas é construída de maneira sutil, o que é necessário à formação de um olhar minucioso para a interpretação da multiplicidade de sentidos gerada pela obra.
  • RAISSA VALE MIRANDA CAVALCANTE
  • NUANCES DO MASCULINO EM JOSÉ LINS DO REGO: A TRAJETÓRIA DO PERSONAGEM RICARDO
  • Data: 09/07/2020
  • Hora: 09:00
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  • A discussão a respeito das masculinidades na literatura brasileira é relativamente recente no campo dos estudos culturais. Na literatura regional é possível encontrar a representação literária de um masculino árido, como a terra, o cabra-da-peste. Encontramos, porém, nas obras de José Lins do Rego um protagonista que encerra em si nuances transitórias do masculino, ora voltadas para o que é convencionado socialmente enquanto pertinente ao gênero feminino e ora voltadas para o que é convencionado socialmente enquanto gênero masculino, o personagem Ricardo. O presente trabalho busca investigar a identidade de gênero masculina nos romances de José Lins do Rego, “O Moleque Ricardo” (1935) e “Usina” (1936). A fim de cumprir com o nosso objetivo, o trabalho está dividido em três capítulos: o primeiro trata-se de um panorama histórico sobre a construção social da masculinidade a partir das contribuições, principalmente, de Oliveira (2004) Connell (2013) e Badinter (1993). No segundo capítulo iremos verter o olhar sobre a contribuição da categoria espacial para a construção do personagem Ricardo, tomando como referências Albuquerque Júnior (2013), Bakhtin (2018) e Bachelard (1993). Por último, no terceiro capítulo, faremos uma análise sobre as relações entre alguns personagens das narrativas, principalmente aqueles com os quais Ricardo se envolveu afetivamente. Para tanto traremos as análises empreendidas por Elizabeth Badinter (1993), Pierre Bourdieu (2002) e Nolasco (1993).
  • ANA PATRÍCIA FREDERICO SILVEIRA
  • FICÇÃO CURTA DE AUTORIA FEMININA PARAIBANA: ANÁLISE DA CASA, DO CORPO E DO PATRIARCADO EM QUATRO LUAS
  • Data: 05/06/2020
  • Hora: 10:00
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  • Esta tese, intitulada Ficção curta de autoria feminina paraibana: o corpo, a casa e o patriarcado em Quatro Luas , se centra nos Estudos culturais e de gênero, mais especificamente no estudo de gênero, que se volta à personagem feminina e como esta lida com o seu corpo e os espaços que lhe apresentam em confronto ou não com a ordem patriarcal. É importante entender que ao nos referirmos à personagem feminina não nos reduzimos apenas às ficcionais, mas também às mulheres reais que firmam na sociedade como autoras de obras literárias, produzidas no território paraibano, desde o século XIX. Esta pesquisa, portanto, compreende a crítica feminista como nossa principal vertente, de modo que está dirigida com o objetivo de resgatar mulheres que fizeram da literatura uma de suas atividades, como uma maneira de mostrar e compartilhar a sua consciência de si mesma no trajeto que a emancipa enquanto cidadã, sem permitir o apagamento de sua voz, em nome do interesse da ordem imperada pelos homens que insistem no memoricídio dessas mulheres. Destacamos a relevância de fazer este estudo sem desvencilhar a voz feminina e o seu corpo, inseridos nos espaços da ficção literária, tendo em vista que voz e corpo foram e ainda são armas de grande poder de domínio e de poder na seara da existência e perpetuação das mulheres. Para isto, nos reservamos ao estudo da obra Quatro Luas, produzida no início do século XXI, como uma maneira de investigarmos como as autoras que compõem esta obra, se revelavam na virada do século, dialogando nossas descobertas enquanto críticos literários com os estudos consagrados acerca do espaço, da personagem e do corpo, no cenário da autoria feminina brasileira, seguindo a mesma metodologia utilizada por Elódia Xavier, quando a mesma investigou o corpo e a casa na autoria feminina brasileira, sendo o nosso recorte exclusivamente voltado a Quatro Luas. Muitas outras fontes de estudo nos orientaram, as quais perpassaram sobre o que é ser mulher, o que é ser paraibana e as várias nuances do feminismo, como símbolos de resistência e de luta na cena da emancipação, da liberdade e do poder das mulheres.
  • ELISÂNGELA ARAÚJO SILVA
  • REPRESENTAÇÕES DIALÓGICAS NA INTERFACE AUDIOVISUAL DE "HOJE É DIA DE MARIA"
  • Data: 02/06/2020
  • Hora: 14:00
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  • A adaptação é um processo que tem atuado de forma recorrente entre diferentes mídias, ao longo do tempo. Junto à literatura, ela tem “transcodificado”, nas palavras de Linda Hutcheon (2013), tem atualizado o modo de contar. De fato, a adaptação não é um fenômeno novo e nem se encerra no tempo. Desde a etapa de propagação pela oralidade até a era digital, ela continua e continuará a reapresentar narrativas, através de procedimentos diversos, incluindo a redução, o acréscimo e a transformação. (BRITO, 2006). A presente tese tem como objeto de estudo a microssérie Hoje é dia de Maria (2005), escrita pelo dramaturgo Carlos Alberto Soffredini e adaptada para a televisão por Luís Alberto de Abreu e Luiz Fernando Carvalho. A narrativa conta a trajetória de Maria, uma menina órfã de mãe que sofre com as perseguições de uma madrasta, uma adaptação que refaz a narrativa clássica. A protagonista que dá nome à obra faz uma travessia pelo interior brasileiro em busca d’as franja do mar. A pesquisa aborda os processos de atualização envolvidos nos procedimentos de adaptação. A discussão aqui traçada está organizada a partir de três momentos distribuídos em três capítulos. No primeiro, discorremos sobre o trabalho de atualização da adaptação por meio da intertextualidade e dos “fios” dialógicos que reinterpretam um texto. Nesse momento em que analisamos o fenômeno da adaptação, recorremos às contribuições, principalmente, de Bakhtin (1997), Hutcheon (2013), Balogh (2005) e Stam (2006). No segundo capítulo, discutimos como o espaço narrativo reapresenta o fantástico e o maravilhoso traduzido em discurso audiovisual, procurando avançar na discussão de como o espaço narrativo e a mise-en-scène contam a narrativa Hoje é dia de Maria e ressignificam “a conversa” entre os textos. Para tanto, recorremos às contribuições de Ryngaert (1995), Lins (1978), Xavier (2003), Roas (2014), Ceserani (2006), Camarini (2014), Bordwell e Thompson (2013) dentre outras fontes. No terceiro capítulo, tivemos como objetivo analisar como a personagem Maria retoma, dialogicamente, a saga, a sina e a lida da heroína, mesmo atuando como menina comum, tendo o audiovisual como efeito de reverberação. Para analisar esse aspecto, recorremos às contribuições teóricas de Martin (2005), Chartier (1990), Pallottini (1989), Eliade (1922), Campbell e Moyers (2014) para comporem a mediação teórica com Bakhtin (1997). Por fim, nas considerações finais, deixamos a reflexão sobre como a literatura se perpetua, se reinventa, por meio da adaptação, afirmando sua capacidade de reapresentar, reinterpretar e atualizar a narrativa.
  • RAYSSA MYKELLY DE MEDEIROS OLIVEIRA
  • A CONQUISTA DO ESPAÇO PELA PERSONAGEM EM ALICE: LUGARES, NÃO-LUGARES, MEMÓRIA E TRAJETÓRIA
  • Data: 20/05/2020
  • Hora: 09:00
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  • Espaço e personagem são duas categorias narrativas que podem estabelecer entre si uma relação bastante pronunciada, a qual ensejará uma série de possibilidades expressivas em uma narrativa. Osman Lins (1976) reconhece essa relação, relatando inclusive que o limite entre espaço e personagem pode ser vacilante, exigindo nosso discernimento. O objeto de estudo desta tese, a série Alice (2008-2010), de Karim Aïnouz e Sérgio Machado, apresenta essa relação em sua premissa básica: após o suicídio do pai, a personagem título que vive em Palmas, com a avó e o irmão, tem que ir a São Paulo, onde morou na infância, para o funeral. Seduzida pela cidade e pelas memórias que ela guarda, Alice acaba ficando na capital paulista e deixando para trás a vida que havia construído em Tocantins. Neste trabalho, propusemo-nos a analisar como o trabalho com o espaço narrativo constrói uma série de outras questões que acabam por influir na trajetória da protagonista. A dinâmica da cidade, que se apresenta quase como uma personagem na trama, acaba por produzir condições fundamentais para o desenvolvimento de Alice. Lugares, não-lugares (AUGÉ, 2002) figuras ambulatoriais (CERTEAU, 1998), identidade e pertencimento (HALL, 2000) são algumas das noções advindas do espaço e que se apresentam como questões importantes para a economia narrativa de Alice. Em nosso processo de análise, não pudemos ignorar o fato de estarmos trabalhando com um produto audiovisual, o que exige que estejamos atentos às especificidades da linguagem. Para tanto, recorremos a autores como Gerárd Betton (1987), Marcel Martin (2003) e Jean Epstein (1947) como amparo teórico. Para além disso, Alice é um uma série televisiva e a mídia também precisou ser levada em conta em nossa investigação. A organização serial da narrativa (MACHADO, 1999) influi diretamente em sua feitura, na construção dos arcos narrativos que a compõem e, também, em outras questões, tais como o desenvolvimento das personagens. Complexidade narrativa (CAPANEMA, 2016; MITTEL, 2012) e qualidade na televisão (BORGES, 2004) também são alguns dos pontos que permearam nossa discussão. Por fim, ao tentar compreender as estruturas narrativas de nosso objeto, o diálogo (BAKHTIN, 1997; BARROS, 1997) estabelecido com outras obras é fundamental, notadamente com os romances de Lewis Carrol, Aventuras de Alice no País das Maravilhas (2010) e Alice através do espelho (2010).
  • AURICÉLIO SOARES FERNANDES
  • ESPELHOS E RETRATOS DE DORIAN GRAY NA SÉRIE TELEVISIVA PENNY DREADFUL: CONFIGURAÇÕES DO GÓTICO NA CONSTRUÇÃO DO PERSONAGEM DE OSCAR WILDE
  • Data: 29/04/2020
  • Hora: 14:00
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  • Como um fenômeno transcultural e trans-histórico (SÁ, 2010) propenso a mudanças em determinado tempo e espaço, o gótico tem permanecido nas artes há quase novecentos anos, desde seu surgimento na arquitetura até formas audiovisuais da contemporaneidade. Nesse contexto, essa tese tem por objetivo principal discutir reflexos do gótico no seriado de televisão anglo-americano Penny dreadful, cuja trama maior advém de personagens literários da tradição inglesa. Penny dreadful é um exemplo de adaptação televisiva que se desvincula do modelo de fidelidade ao texto fonte, como fora por muito tempo atribuído à qualidade da adaptação (STAM, 2006), materializando na ficção seriada uma tendência contemporânea nas produções audiovisuais denominadas de new horror, que retrata o lado humano dos personagens monstruosos (ROAS, 2012), (LLOBERA, 2015), compreendidos como uma metáfora dos “monstros” que cada indivíduo pode ter dentro de si. Assim, escolhemos como categoria específica o personagem Dorian Gray, do romance O retrato de Dorian Gray, do escritor, poeta, dramaturgo e crítico irlandês Oscar Wilde. No seriado televisivo, Dorian Gray é caracterizado como monstruoso (JEHA, 2007) e transgressor (BOTTING, 1996) e suas ações o enquadram como um outsider, como afirma Howard Becker (2008), no seu estudo sobre a sociologia do desvio. Além disso, ao analisarmos o personagem Dorian Gray e a conexão com o espaço em que ele vive, verificamos a presença da autorreflexividade, que atribui diversos outros sentidos à sua caracterização, intimamente ligada à arte pictórica e a símbolos como o espelho. Compreendemos Penny dreadful como uma bricolagem de narrativas góticas clássicas do século XIX como Frankenstein, Drácula, O médico e o monstro, citações de poemas do Romantismo inglês e folhetins de terror da Era Vitoriana, os penny dreadfuls, que dão nome à série. Para discutir o conceito de bricolagem, recorremos a estudos de Levi-Strauss (1971) que define o termo como um trabalho manual produzido de maneira improvisada e que reaproveita diferentes tipos de materiais e Michel de Certeau (1994), que conceitua o termo como a junção de vários elementos culturais que resultam em algo novo. Por fim, para discorrermos acerca da narrativa na televisão e a ficção seriada, utilizamos estudos de Jost (2007, 2012), Esquenazi (2002) e Machado (2007) e dos estudos cinematográficos, trabalhos de Bordwell (2013), Bordwell e Thompson (2015) e Martin (2005) com foco especial na mise-en-scène.
  • AMANDA GOMES DOS SANTOS
  • AS ONDULAÇÕES EM ROSA CABRAL: AS REPRESENTAÇÕES IDENTITÁRIAS E A CONSTRUÇÃO DA REPRESENTAÇÃO DO FEMININO NO ROMANCE DENTRO DE TI VER O MAR
  • Data: 28/04/2020
  • Hora: 14:00
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  • Dentro de ti ver o mar é um romance de Inês Pedrosa publicado em 2013 no Brasil pela Editora Alfaguara. Este estudo busca analisar Rosa, uma fadista de sucesso, figura feminina forte e protagonista do romance, que procura sua própria identidade enquanto oscila entre as ausências de afeto nas relações parentais e a busca pelo preenchimento dessas ausências nas relações afetivas. Para abarcar a complexidade da personagem, sua representação do feminino e da condição da mulher nas relações, e as ambivalências das suas identidades, o estudo concilia as categorias analíticas de identidade — encontrada nos estudos de Hall (2015), Bauman (2005) e Giddens (2002); memória — proposta por Candau (2016) e Ricouer (2007); analisa as relações parentais à luz de Batinder (1985) Stein (1988) Freud (1996); o ser feminino, a partir de Beauvoir (1970) e Perrot (2007), além de abordar a perspectiva da dialética do feminino em Inês Pedrosa — a partir da crítica de Adão (2013) e Oliveira (2008).
  • FLAVIANO BATISTA DO NASCIMENTO
  • A LITERATURA DE E SOBRE CEGOS: aspectos semióticos da referenciação
  • Data: 31/03/2020
  • Hora: 15:00
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  • Esta tese pretendeu dar continuidade aos estudos que vimos realizando sobre semiótica da literatura cega, tendo, como objetivo, estudar os aspectos semióticos da referência e da referenciação, a fim de descobrir como o cego interpreta o mundo. Objetivando conhecer e apreender os modos de ler, escrever e descrever os signos da pessoa cega, procuramos delimitar os referentes visuais dos referentes tácteis, a partir de textos em linguagem visual ou tátil, tais como conto, poema, letra de música, cordel, carta etc. Houve, oportunamente, a necessidade de fazer uma abordagem coerente sobre a pessoa cega, de como ela vem se apresentando ao longo da história humana, de que modo ela é e foi representada na literatura mundial, como ela se relaciona com as outras pessoas nos diversos ambientes e nas diversas épocas. Ao longo da história humana, desenvolveram-se e discriminaram-se três protótipos de cego: o cego antigo (ou da Antiguidade), o cego modelar (o representante da classe dominante) e o cego moderno (ou da Modernidade), que transcende sua classe social e vive cotidianamente como qualquer homem, com os respectivos problemas, desafios, decepções, benefícios e triunfos. A teoria semiótica considerada foi a de linha francesa, que se atém ao estudo da significação, vista como a função semiótica e que destaca as relações entre os constituintes sígnicos, o que nos levou a aprofundar os conhecimentos sobre o signo, percorrendo sua história, verificando sua concepção na filosofia, na linguística e na semiótica, destacando sobretudo a questão da referenciação. O corpus do trabalho constituiu-se- de: textos, de ou sobre cego, levantados em sites de áudio, livros, em acervos online, bibliotecas públicas, sebos, livrarias e também no acervo do Programa de Pesquisa em Literatura Popular (PPLP), dos quais foram selecionados para a análise dois contos e duas epístolas.
  • HELIO SANTIAGO RODRIGUES ABDALA
  • O ENREDO APORÉTICO DE “A TERCEIRA MARGEM DO RIO” (GUIMARÃES ROSA) E “EL INMORTAL’” (JORGE LUIS BORGES)
  • Data: 31/03/2020
  • Hora: 09:00
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  • Investigando alguns contos específicos do final do século XIX, nos deparamos com algumas situações diferenciadas quanto à construção do enredo: autores como Cleveland Moffett (pouco conhecido no cenário literário atual) e Henry James criam narrativas que apresentam um problema inicial não resolvido pelo desfecho (e nem em outras fases do enredo). Estes autores, entretanto, não chegam a cultivar de forma exaustiva essa condição. Somente no século XX, vemos escritores como Franz Kafka estruturarem suas melhores narrativas na forma de um enredo que põe ao leitor uma situação não resolvida e a prolonga até o final sem lhe dar chances de elucidação efetiva. Jorge Luis Borges, na linha kafkiana, também realiza algumas de suas mais famosas obras tomando como ponto de partida a construção do enredo não elucidativo. No Brasil, Guimarães Rosa usa esse expediente em alguns de seus textos ficcionais. “A terceira margem do rio” se apresenta como um dos principais exemplos (talvez, o melhor exemplo dentro da ficção do escritor mineiro) no que concerne à criação do que chamamos de enredo aporético. Nesta perspectiva, o nosso trabalho procura realizar uma análise detalhada do supracitado conto em conjunto com a narrativa de “El inmortal”, de Jorge Luis Borges. Partimos da observação dos modos em que são apresentados os enredos de ambos os textos, procurando compreender o funcionamento artístico do conceito de aporia enquanto causa motora do relato, tendo o cuidado de verificar as particularidades inerentes a cada produção artística.
  • PALOMA DO NASCIMENTO OLIVEIRA
  • A MÍSTICA DO AMOR EM HADEWIJCH DE AMBERES E ADÉLIA PRADO: QUANDO A UNIÃO COM O DIVINO SE TRADUZ EM POESIA
  • Data: 31/03/2020
  • Hora: 09:00
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  • Duas místicas separadas pelo tempo, mas com pontos em comum, compõem a dupla de mulheres cuja escrita é objeto de estudo nesta tese. A escritora medieval, Hadewijch de Amberes, e a contemporânea, Adélia Prado, reservam em suas obras a temática da mística do amor, e trazem nela aproximações e distanciamentos que foram identificados ao longo desta pesquisa. Foi buscando responder aos questionamentos de que aspectos permitiriam este diálogo que foi feita uma reflexão comparativa entre a lírica amorosa e mística de ambas, analisando a presença do amor cortês e da mística cristã, fazendo deste o principal objetivo deste trabalho. Com a metodologia de pesquisa focada na discussão destas teorias, assim como o uso da literatura comparada e da estilística no que toca às análises dos poemas, foi realizado um estudo dividido em três partes. Na primeira discutiu-se aspectos teóricos da mística, do amor cortês e da junção destes dois pontos; assim como foram ressaltados alguns nomes de mulheres que se destacaram na literatura, sobretudo no período medieval. Na segunda parte é possível conhecer a escrita das duas místicas, compreendendo os caminhos, do ponto de vista de estilo, que cada uma traça nas publicações. No terceiro momento da tese, reunindo quatro tópicos, foi desenvolvido um estudo analítico de poemas inseridos e adotados a partir das temáticas da natureza, do temor, da entrega e do corpo, de modo comparativo; apontando aquilo o que as une e o que as separa. A leitura dos poemas proporcionou a conclusão de que as vozes femininas, sejam do medievo, sejam da contemporaneidade, são capazes de ecoar, legitimar e dar visibilidade ao discurso de qualquer mulher que permita sentir, falar, amar, mesmo que o eleito seja a maior entidade da comunidade cristã: Deus.
  • MARIA JOSÉ LIMA DE CARVALHO
  • CANTIGAS DE NINAR DO NORDESTE BRASILEIRO (PARAÍBA E PERNAMBUCO): uma abordagem semiótico-discursiva
  • Data: 30/03/2020
  • Hora: 15:00
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  • Este trabalho foi motivado por estudos que fizemos em obras sobre as cantigas de ninar, começando pelo Cancioneiro da Paraíba (SANTOS; BATISTA, 1993), quando vimos a necessidade de realizarmos uma tese sobre o assunto que teve como objetivo analisar os sistemas de valores presentes nas cantigas de ninar, explorando as categorias temático-figurativas da discursivização à luz da semiótica das culturas. Tínhamos o intento de descobrir se as cantigas de ninar ainda soavam como prática social na família moderna e que tipo de cantiga era usada nessa prática? Partimos de uma recolha substanciosa de cantigas populares e/ou eruditas que fizemos em regiões da Paraíba e Pernambuco e que serviram de corpus a essa tese, possibilitando o encontro de textos de épocas e lugares diversos, utilizando o critério da funcionalidade das cantigas, ou seja, aquelas usadas para auxiliar no sono das crianças. Tradicionalmente, são conhecidas como cantigas de ninar, acalantar, embalar, pelo fato de serem cantadas nas atividades que caracterizam o cuidado e o carinho da mãe com o filho pequenino, antes de colocá-lo para dormir. Nossa coleta revela cantigas tradicionais e/ou adaptações, já divulgadas por outras pesquisas ou textos inéditos, que se materializam por narrativas cantadas ou dialogadas, por discursos que indicam saberes sobre o mundo e que concepções são levantadas sobre ele. Os temas e atores variam, mas prevalece as figuras da família. Nesse mundo expressivo e mediante a relevância do gênero como portal das tradições, das superstições, das crenças, insere-se nossa pesquisa que utilizou como base teórica a Semiótica de linha francesa, considerando, entre outros teóricos, Greimas e Courtés (2012), Pais (1993), Batista (2014), para fundamentar as análises deste corpus. Agrupamos nosso levantamento por informantes e comunidades pesquisadas, organizando essas cantigas em sete categorias temático-figurativas, uma vez que, embora sejam cantigas usadas numa única função social: a de acalentar, elas pertencem a gêneros discursivos diferentes, como poesias narrativas, mitos, contos, parlendas e até cantigas populares, geralmente não utilizadas como acalantos.
  • ALINE CUNHA DE ANDRADE SILVA
  • UM BRINDE AO QUE SUSPENDE, ESCAPA E PERSISTE:TRAVESSIAS ERÓTICAS NA POESIA DE RITA SANTANA
  • Data: 30/03/2020
  • Hora: 14:00
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  • Nesta tese, apresentamos uma leitura do erotismo, em poemas de Rita Santana, a partir da análise das recorrentes figuras femininas que imbricam o fazer poético e o encontro sexual. As referências à Lilith, à Safo e à Verônica Franco, em poemas dos livros Tratado das veias (2006), Alforrias (2012) e Cortesanias (2019), são analisadas como um contínuo de vozes que atualizam, em contextos distintos, a aproximação entre poesia e erotismo. Objetivamos investigar como a voz da poeta baiana contemporânea convoca outras tradições e vozes na sua escrita. A partir dos estudos culturais e de gênero, discutimos a articulação entre autoria feminina e poesia erótica, a fim de situar a poesia contemporânea de Rita Santana na cena literária brasileira. Para discutir a categoria de erotismo partimos das contribuições de Bataille (2009) e da crítica literária brasileira (MORAES, 2003), (BORGES, 2009), avançando pela perspectiva das feministas negras Audre Lorde (2019) e bell hooks (2006).
  • ANA XIMENES GOMES DE OLIVEIRA
  • GÊNERO E MATERNIDADE POLÍTICA EM LITERATURAS AFRICANAS: Um estudo sobre Ventos do Apocalipse e Hibisco Roxo
  • Data: 30/03/2020
  • Hora: 09:00
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  • A presente tese se centra no estudo do gênero e da maternidade como categorias políticas diante do sujeito feminino pertencente a duas sociedades africanas, Nigéria e Moçambique, transpostas nos romances de Ventos do Apocalipse, de Paulina Chiziane, e Hibisco Roxo, de Chimamanda N. Adichie. O corpus desta pesquisa apresenta narrativas que inscrevem o feminino como sujeitos tangenciados pela cultura patriarcal e que subvertem os lugares impostos de silenciamento. Teóricas como Anne McClintock (2010), Bibi Bakare-Yusuf (2003) e Amina Mama (2013) foram trazidas para o estudo, destacando a necessidade de se entender o gênero como uma categoria que perpassa as experiências coloniais e pós-coloniais em África, assim como a necessidade de localização de experiências singulares de luta de mulheres contra discursos de subordinação. A oralidade feminina não-ficcional surge, assim, como uma prática também política de propagação de saberes, que reposiciona a voz feminina como uma ferramenta de transgressão na cultura e tradição, apresentando o feminino como um sujeito de ação e um agente modificador dos lugares de opressão. Para construir um aprofundamento no universo ficcional das autoras em tela, estabelecemos uma reflexão diante da produção de autoria feminina nos territórios africanos citados, apontando sua conexão a partir da voz feminina enunciadora que rasura valores e práticas masculinistas, nos ambientes público e privado, através da literatura. Assim, observamos a maternidade pelo viés político de análise, como debatida por Mary O’Brien (2007) e Andrea O’Reilly (2007) nos estudos feministas, atuando como um lugar de força e resistência de mulheres entre si, capaz de gerar modificações nas gerações que se seguem e questionando as narrativas históricas e seus lugares de protagonização e poder.
  • KHAYLES NOBREGA PEREIRA ALVES
  • Estética e Política na Cena Irlandesa: as Dublin Plays de Sean O’Casey
  • Orientador : SANDRA AMELIA LUNA CIRNE DE AZEVEDO
  • Data: 30/03/2020
  • Hora: 09:00
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  • Esta Tese apresenta uma leitura crítica das peças The shadow of a gunman (1923), Juno and the paycock (1924) e The plough and the stars (1926), trilogia conhecida como as Dublin Plays, do dramaturgo irlandês Sean O’Casey (1880-1964). Focalizando-se a relação entre Estética e Política, conflitos sociais e dramas existenciais constitutivos da ação das peças, analisados sob o enquadramento histórico dos acontecimentos políticos concernentes à independência da Irlanda, no início do século XX, avalia-se como o contexto político incide sobre a construção dramática dos textos, no sentido mesmo formulado por Raymond Williams (2002), para quem os conteúdos se precipitam em formas. Ambientada nos tenements dublinenses, a trilogia de O’Casey adota como setting os cortiços nos quais residia a população pobre da cidade, e a ação, nas três peças, decorre durante importantes eventos da história da Irlanda, como o Levante de Páscoa (1916), a Guerra Anglo-Irlandesa (1919-1921) e a Guerra Civil Irlandesa (1922-1923). Inscritas na estética teatral naturalista, essas obras apresentam uma configuração da ação trágica que se encaixa na problematização sobre a crise do drama teorizada por Peter Szondi, em seu livro Teoria do Drama Moderno: 1880-1950, obra na qual o autor discorre sobre a problemática da forma na dramaturgia moderna, no momento em que esta busca representar conteúdos fundamentalmente épicos, resultando em inconsistência na dramaticidade cênica. A estética naturalista das peças associa-se à análise do meio social por via da representação dramática de suas consequências sobre a vida humana, ou seja, denota um ponto de vista sobre as causas socais de ações nas quais os personagens sucumbem a forças políticas, sociais e econômicas, que lhes subtraem a subjetividade autônoma e voluntariosa característica dos heróis das tragédias renascentistas. Williams (2000, 2002) reconhece, contudo, que a composição dramática fundamenta-se em uma “Forma Geral” que se atualiza continuamente, como expressão das transformações tecnológicas, filosóficas, políticas e culturais que afetam as sociedades em um dado momento histórico. Para entender como esse processo se realiza nas Dublin plays de O’Casey, nosso primeiro capítulo apresenta uma revisão de dados históricos da Irlanda associados aos eventos políticos implicados nas ações das peças. O segundo capítulo revisita a teoria do drama, examinando conceitos e formulações pertinentes ao estudo crítico das Dublin Plays, cuja estética naturalista atualiza a Forma Geral das antigas tragédias nos moldes do drama social. Por fim, o terceiro capítulo expõe a análise do corpus à luz dos conhecimentos previamente discutidos nos capítulos histórico e teórico, descrevendo os processos de representação dramática empregados por O’Casey para incorporar à estrutura textual questões externas ao universo dramático, provenientes dos fatos históricos que o artista vivenciou e fez representar nos palcos.
  • RICCARDO MIGLIORE
  • REPRESENTAÇÕES DIALÓGICAS DO OUTSIDER NO CINEMA DE JIM JARMUSCH: ESTRANHOS NO PARAÍSO, GHOST DOG E PATERSON
  • Data: 27/03/2020
  • Hora: 09:00
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  • Esta tese tem por objeto o cinema do diretor Jim Jarmusch, com ênfase nos filmes Estranhos no paraíso (1984), Ghost dog (1999) e Paterson (2016). Nossa categoria analítica é a do personagem. Neste aspecto, focamos principalmente em entidades ficcionais outsiders. No cinema deste realizador audiovisual não só ocorre a presença maciça de outsiders, e sim, defendemos o fato que a interação dialógica entre “diversos” oriente tanto a narrativa como a mise en scène dos vários filmes, adquirindo um papel estrutural. Através de um viés interdisciplinar, abordamos as representações do outsider no cinema de Jarmusch, cuja obra fílmica é rica em termos de “diversidade”, o que nos permite propor uma sistematização das submodalidades do outsider, onde, entre outras coisas, podemos verificar aproximações entre outsider e pícaro, outsider e malandro, outsider e beatnik, e também, outsider e poeta. Percebe-se, assim, que o outsider permeia toda a obra do cineasta, em suas multíplices vertentes e nuanças, já que a representação é meticulosamente heterogenea. Este outsider vai muito além das representações midiáticas corriqueiras, e aponta, mais do que para um marginal (embora existam personagens transgressores da lei), para toda uma variedade de estranhos que incluem: o forasteiro, o estrangeiro, personagens em trânsito, personagens desenraizados (ou que constroem uma nova identidade em um novo local), o poeta, o músico de free jazz, o deejay, o taxista noturno, um afro-samurai “(pós)moderno”, e até mesmo vampiros e zumbis. Se do ponto de vista analítico, nossa leitura dos três filmes tem como principal referência a pesquisa de David Bordwell (2007) (2008), do ponto de vista teórico, compreendemos o outsider de Jarmusch, em suas interações com outros outsiders, através do estudo bakhtiniano das interações dialógicas (1997) (1998) (2017). Além de fundamentarmos no pensamento de Mikhail Bakhtin, trabalhamos com questões como: personagens ficcionais no cinema e na literatura, através de Antonio Candido e Anatol Rosenfeld (2007) e Eder, Jannidis e Schneider (2010); a interiorização estrutural do aspecto social (supostamente exterior) no cinema e na literatura, com autores como Antonio Candido (2006) (2007); representação e identidade, através de autores como Stuart Hall (1989) (1997) (2006), Woodward (2000) e Tomaz Tadeu da Silva (2000). Vale salientar que, nesta tese, evidenciamos a forte presença de intertextualidade no cinema de Jim Jarmusch, a qual, das três obras por nós selecionadas, ocorre principalmente em Ghost dog e Paterson. E sempre em termos de embasamento teórico, sinaliza-se que o humor peculiar deste diretor torna necessária uma reflexão sobre pastiche, paródia e sátira, fato que nos leva a utilizar como referências autores como Northrop Frye (1973), Linda Hutcheon (1985) e Fredric Jameson (1991).
  • JOSE DIEGO CIRNE SANTOS
  • A DIALÉTICA SARAMAGUIANA: UM MÉTODO NARRATIVO
  • Data: 27/03/2020
  • Hora: 08:00
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  • Este trabalho se propõe a investigar a produção romanesca de José Saramago à luz da narratologia e da filosofia. Constatamos em todas as vertentes dos romances do autor, considerados maduros pelos principais estudiosos de suas produções literárias, um ponto de vista contraditório no desenvolvimento ficcional dos temas abordados, sejam eles históricos, religiosos, intimistas ou engajados. A partir disso, objetivamos comprovar que tal inclinação é o resultado estético de um método narrativo dialético. As narrativas saramaguianas escolhidas como corpus para a análise de tal procedimento estilístico são: A viagem do elefante, O homem duplicado e A caverna¬. A escolha de cada uma delas visa abranger os três assuntos predominantes na obra do escritor: o passado, a intimidade psicológica humana e a crítica social. Nossas referências essenciais da narratologia são Norman Friedman, em “O ponto de vista na ficção”; Gérard de Genette, em O discurso da narrativa; Jean Pouillon, em O tempo no romance; Theodor Adorno, em “Posição do narrador no romance contemporâneo”; Walter Benjamin, em “O narrador”; Mikhail Bakhtin, em “A pessoa que fala no romance”; Paul Ricoeur, em “Os jogos com o tempo”; e Käte Hamburger, em “O gênero ficcional ou mimético”. O suporte teórico para as discussões filosóficas de nosso estudo acerca da dialética são, prioritariamente, A República, de Platão; a Enciclopédia das Ciências Filosóficas e Fenomenologia do espírito, de Hegel; A ideologia alemã e o Manifesto comunista, de Engels e Marx, e o “Prefácio” da Crítica da economia política, de Marx. A metodologia utilizada por nosso julgamento avaliativo é o exame crítico de cada livro, respeitadas as particularidades de todos, a fim de verificarmos como esse posicionamento antitético da voz locutora se comporta esteticamente em cada eixo temático explorado por Saramago.
  • FRANCEILTON ALVES PASSOS
  • A METAMORFOSE NOS CONTOS DE FADAS DE MADAME D’AULNOY
  • Data: 26/03/2020
  • Hora: 09:00
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  • A proposta desse estudo é analisar o processo de metamorfose em dois contos de fadas da escritora francesa Madame d’Aulnoy (1650/1651-1705), a quem se deve o mérito pela criação da nomenclatura “contos de fadas”. Também pretendemos divulgar a obra da autora, pois poucos de seus contos foram traduzidos em língua portuguesa, sendo assim não muito conhecidos, como também escassos os estudos sobre essas narrativas entre as pesquisas acadêmicas no Brasil. Os contos selecionados para a análise foram “A gata branca” e “O ramo de ouro”. Pretendemos refletir sobre a caracterização e motivação da metamorfose das personagens, especificamente do gênero feminino. Em relação à constituição do gênero conto de fadas, abordaremos o nascimento dos contos de fadas a partir da escrita feminina, recorrente no movimento literário que ocorreu na França no século XVII, conhecido como Preciosismo. Dessa forma, traçamos um percurso histórico que começa nos mitos e na oralidade, culminando com a tradição escrita. No mais, a nossa pesquisa é de abordagem qualitativa, quanto à natureza é pesquisa básica e de procedimento bibliográfico, por conseguinte, o pressuposto teórico utilizado para embasar a discussão, organizamos da seguinte maneira: fontes históricas, através de livros, sites e trabalhos acadêmicos para abordar a biografia da Madame d’Aulnoy e o contexto em que a sua obra está inserida; também estudos que teorizam a respeito do maravilhoso, dos contos de fadas, e da metamorfose, a saber, André Jolles (1930) Clive Staples Lewis (2015), Irlemar Chiamp (2015), Jack Zipe (1979), John Ronald Reuel Tolkien (2013), Joseph Campbell (1997), Mariza B. T. Mendes (2000), Mircea Eliade (1972), Nelly Novaes Coelho (2003), Robert Darnton (1986), Vera Maria Tietzmann Silva (1985), Vladimir Propp (2002), entre outros; e ainda o específico estudo de uma pesquisadora francesa sobre a obra de d’Aulnoy, Anne Defrance (1998).
  • ANA RAQUEL DIAS SILVA LOURENÇO
  • A CONSTRUÇÃO DO PERCURSO SEMIÓTICO DA MOÇA NO CONTO DE INSPIRAÇÃO POPULAR: tradição e contemporaneidade.
  • Orientador : MARIA DE FATIMA BARBOSA DE MESQUITA BATISTA
  • Data: 03/03/2020
  • Hora: 14:30
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  • Partindo da hipótese de que as personagens femininas apresentam como objeto de valor ter um marido como forma de se sentirem completas, esse trabalho procurou analisar a ideologia presentes nos contos populares tradicionais, comparando-os com os contos escritos na contemporaneidade para verificar o que vem mudando na atitude das mulheres em relação ao assunto. Em vista disso, o objetivo geral foi analisar a personagem feminina (mulher) como sujeito semiótico do querer-ter um marido no conto de inspiração popular. O corpus constituiu-se de quatro contos que vão da tradição à contemporaneidade, dos quais dois são tradicionais e dois contemporâneos. Os primeiros foram extraídos do acervo de contos de Sylvio Romero, “A moça e o Gambᔠe “A moça e o Gavião”, do livro Contos Populares do Brasil (1885, p. 187-189). Os contemporâneos foram: “A moça Tecelã e Doze reis” e a “Moça no labirinto do vento”, escolhidos do livro de Marina Colasanti, Doze reis e a moça no labirinto do vento (1982, p.9-13, 41-46), que marcam a preponderância da literatura escrita. Apesar da diferença entre as duas modalidades de conto – oral e escrita, observa-se que os contos escolhidos têm, fundamentalmente, uma inspiração popular: foram moldados pela cultura do povo, enraizada na tradição. A proposta teórica escolhida foi a semiótica de linha francesa, descrita por Greimas e seus colaboradores da Escola Semiótica de Paris, que é tida como a ciência que estuda as significações presentes nos textos "verbais e não-verbais e sincréticos (BATISTA,2009).
  • JOSE EIDER MADEIROS
  • UM GOZO EXPLOSIVO PARA A ANTIPOÉTICA PORNOTERRORISTA DE DIANA J. TORRES
  • Data: 28/02/2020
  • Hora: 16:00
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  • A presente dissertação busca compreender na voz dissidente da linguagem póspornográfica de Diana J. Torres, a Diana Pornoterrorista, a manifestação de um gozo por meio da antipoética, a partir das relações dialógicas entre literatura e psicanálise. Os recortes literários se debruçam na análise de “Transfrontera”, “Sin título”, “Animal” e “Mi vagina”, poemas demonstrativos do que se alicerça em Pornoterrorismo (2011) e do que se mescla enquanto ruptura de estilo característico da paródia pós-pornográfica no pós-modernismo, fenda no simbólico e na submissão à lei fálica decorrente do feminino não-todo, e infamiliar recorrência à imagética do abjeto, do grotesco e do patológico como modo de ressignificação dos corpos inscritos sob a égide imprecisa e indeterminada do queer. Para tanto, apresentamos um histórico sumário da presença de personagens putas na literatura ocidental que foram nomeadas, de modo a aproximar a marca da subjetividade na representação ficcional desde os escritos clássicos até as produções de meados do século XIX, associando essa nomeação com certo reconhecimento da constituição de sujeito nestas personagens. Logo, enveredamos na discussão teoria sobre temas relativos ao feminino como corpo pulsional, representação fantasmática no imaginário, e signo desestabilizador da ordem simbólica, a partir de variados escritos de Freud e de Lacan, e seus críticos e comentadores. De modo a ilustrar a antipoética pornoterrorista como sintoma do contemporâneo, ensaiamos aproximações em torno da intersemiose pornográfica e do gozo, através de um olhar psicanalítico, enquanto fissuras apropriadas pelo feminismo pró-sexo e pelas narrativas pós-pornográficas frente aos determinismos do império das imagens, mas criativamente vinculadas à ambivalência do feminino como indeterminável, bifurcado, fendido, terrífico.
  • THAYSE KELLY BARBOSA DA SILVA
  • A disciplinarizaçao feminina e a propriedade privada em “Senhor diretor”, de Lygia Fagundes Telles
  • Data: 28/02/2020
  • Hora: 15:00
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  • A presente dissertação tem como objetivo analisar o conto “Senhor Diretor”, de Lygia Fagundes Telles. A obra foi publicada no livro de contos “Seminário dos Ratos” e veio a público no final da década de setenta, mais precisamente 1977, um período da história em que os valores patriarcais ainda vigoravam fortemente, apesar das importantes mudanças de comportamento que começaram a se operar na sociedade brasileira no século XX, devido aos movimentos políticos que questionavam esses valores, principalmente no que se refere aos arranjos de gênero. Deste modo, a análise do conto parte de uma proposta que tem como principal interesse ponderar sobre como essas ideologias interferiam diretamente na vida das mulheres, através da personagem principal, Maria Emília, cujo protagonismo está personificado em uma relação existente entre seu corpo disciplinarizado, devido à imposição patriarcal, e a angústia de estar submersa em um campo de inúmeras contradições internas e determinações, ainda que inconscientemente. Dessa forma, analisaremos como essa disciplinarização feminina é compreendida enquanto um fator histórico, tendo sua raiz no patriarcado, o qual, por sua vez, tem origem com o surgimento da propriedade privada, fazendo-nos pensar que a questão da opressão da mulher (seja ela financeira, sexual, etc.) está diretamente ligada à questão de classe. Além disso, a proposta de análise alcança a forma do texto, pensando na narrativa, fator elementar e de extrema importância para que essas mesmas contradições internas vivenciadas pela protagonista possam ser visualizadas. Para embasamento da nossa pesquisa, utilizaremos alguns pressupostos teóricos, como textos de Susana Borneo Funck (2011), Foucault (2006), Constância Lima Duarte (2003), Frederich Engels (1887), Mary Del Priore (2007), entre outros, a fim de dar o embasamento histórico e cultural o debate sobre gênero que desenvolvemos.
  • GUILHERME DE OLIVEIRA DELGADO FILHO
  • Máscaras de Ezra Pound em Personae (1909): uma tradução comentada
  • Data: 28/02/2020
  • Hora: 14:00
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  • Poeta de inegável importância para a moderna poesia de língua inglesa, o estadunidense Ezra Pound (1885-1972) é a grande motivação deste trabalho. Seu terceiro livro de poemas, Personae, de 1909, é aqui entendido como um título paradigmático por reunir sistematicamente a formulação das chamadas “máscaras poundianas”: máscaras pelas quais Pound se apropriava das personae de poetas do passado através de um exercício complexo na adoção da técnica, voz ou características desses mesmos autores no intuito de revivificar e reapresentar tradições que julgava importantes, mas também moldar uma linguagem pessoal, conforme apontou Brooker (1979). Nossos objetivos gerais foram colaborar para que a tradução e recepção do autor no contexto brasileiro se aproxime de suas múltiplas facetas, atenuando o lapso que ainda se observa sobre sua obra poética, e destacar a importância do período em questão para os desdobramentos de sua obra posterior. Nosso objetivo específico foi realizar uma tradução comentada de seis poemas de Personae (1909) centrados em três autores fundamentais para a poesia inicial de Ezra Pound: Robert Browning (1812-1889), François Villon (1431-1463?) e William Butler Yeats (1865-1939). Nossa tradução procurou comentar não apenas o diálogo que Pound manteve com esses poetas, e a maneira particular como ele os absorveu em sua poesia, mas sobretudo os meios de que nos valemos para responder aos anseios de nossa teoria, que prezou por relativizar extremos e assumir uma perspectiva prática de tradução a partir de reflexões de Britto (2012) e Flores (2014). Em meio ao processo de análise, utilizamos Campos (2015), Meschonnic (2010), Spina (2003 [1971]) e sobretudo Britto (2005) para destacar possíveis correspondências formais e funcionais entre original e tradução e refletir sobre as possibilidades de recriá-las com êxito. Nossos resultados apontam para a pertinência de uma discussão mais ampla sobre a historicidade contida nas formas poéticas tradicionais, para a importância da forma para Ezra Pound e para uma revalorização de sua poesia inicial.
  • PEDRO PAULO NUNES DA SILVA
  • Transferências linguístico-culturais em An invincible memory de João Ubaldo Ribeiro: a autotradução de palavras sufixadas por -inho à luz da estilística de corpus
  • Data: 28/02/2020
  • Hora: 13:00
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  • Viva o povo brasileiro foi traduzido para diversos idiomas, dentre as línguas estão o alemão, o holandês, o sueco, o francês e o espanhol. Todavia, para a língua inglesa, o próprio autor realizou uma versão para este idioma, por consequência, uma autotradução. O romance foi publicado, em 1984, e sua autotradução, An invincible memory, em 1989. Ambos os textos se tornam, portanto, uma fonte para estudos no campo disciplinar dos estudos tradutológicos, sendo um deles a atual pesquisa. Neste estudo, analiso o uso do sufixo -inho em corpus comparável monolíngue, a fim de verificar se o sufixo -inho é uma característica linguístico-cultural brasileira por meio de comparações e contrastes em subcorpora contendo textos literários lusitanos, brasileiros e textos traduzidos para o português, e, com isso, poder tratar o uso do sufixo por João Ubaldo não apenas como aspecto estilístico seu, mas como uma particularidade que parece existir proeminentemente no português brasileiro. Além disso, investigo a circulação de obras ubaldianas traduzidas, de forma a observar se houve indícios que motivaram a realização da segunda autotradução ubaldiana e perceber as implicações linguístico-culturais dessa circulação sobre o texto autotraduzido (An invincible memory). Por fim, cotejo a mediação intercultural autotradutória realizada por João Ubaldo no corpus paralelo bilíngue Viva o povo brasileiro/An invincible memory com atenção especial sobre as palavras sufixadas por -inho. Esta pesquisa baseia-se em autores que descrevem os aspectos morfológicos do sufixo -inho (FERRARI NETO, 2014; GONÇALVES, M. 2006; ROSA, 2005; SANTANA, 2017; e outros), em pesquisadores que apresentam aspectos socioculturais desse mesmo afixo, considerando as interfaces com a sociedade, a línguas e a cultura (FURTADO DA CUNHA, 2016; MARTELOTTA; KENEDY, 2015; OLIVEIRA; WILSON, 2015; SOUZA, 2015; e outros), em teóricos que expõem sobre a estilística (MARTINS, 2011; MONTEIRO, 2009, 2002; RODRIGUES, M. 2009; SIMPSON, 2004, 1997; e outros), a linguística de corpus (BERBER SARDINHA, 2004; CHENG, 2012; VIANA, 2010, 2008; e outros) e a estilística de corpus (FISCHER-STARCKE, 2010), mas, principalmente, em autores que estão inseridos nos estudos tradutológicos (AUBERT, 1998; GENTZLER, 2009; HEILBRON, 1999; OUSTINOFF, 2011; e outros). Os resultados, no corpus comparável monolíngue, apontam que o uso do sufixo -inho está atrelado ao comportamento sociolinguístico-cultural do homem cordial descrito por Holanda (1995) como aquele que se abstém da polidez para dar lugar à intimidade e que, muitas vezes, revela-se em seu socioleto através do uso quase irrestrito e frequente do sufixo -inho, logo, uma característica sociolinguístico-literário-cultural brasileira. Além disso, a análise também aponta que o segundo romance ubaldiano autotraduzido ocorreu devido a fatores inerentes à circulação de outras obras literárias ubaldianas traduzidas. Por fim, o corpus paralelo bilíngue apresenta uma leve vantagem numérica para as traduções indiretas em comparação às traduções diretas. Consequentemente, tais quantificações indicam que a tradução de palavras sufixadas por -inho estão mais atreladas a uma mudança considerável da forma e/ou da função do sufixo -inho de maneira a indicar uma domesticação por parte da autotradução. Por outro lado, é notório que a diferença numérica não é tão díspar e, por isso, também corroboram para uma perspectiva que a autotradução se guiou por uma ideologia de não apagamento de aspectos linguístico-culturais. Em vista disso, há um equilíbrio entre resistência e adaptação à língua-alvo e suas culturas correspondentes, isto é, uma autotradução que parece conter estrangeirização e domesticação em níveis semelhantes.
  • RAYSSA KELLY SANTOS DE OLIVEIRA
  • AS INTERMITÊNCIAS DO CORAÇÃO SELVAGEM: (sub)versões do feminino na prosa Clariciana
  • Data: 28/02/2020
  • Hora: 09:30
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  • Desde os primórdios da civilização, a questão dos papéis sociais é teorizada de maneira complexa e diversificada, sobre a qual recaem discursos, por vezes, inconformes, originários de distintos setores da sociedade, que se aplicam as igrejas, universidades, escolas, entre outros. No tocante à mulher, esses dispositivos de poder engendram, amiúde, estigmas que se inscrevem na utopia da fragilidade, covardia e vulnerabilidade. O desempenho em esfacelar e aniquilar esse feminino edificou diálogos que, perversamente, autoriza o masculino a fragmentar a existência daquele enquanto sujeito autônomo, sinalizando um arquétipo de inferioridade. Essa deturpação estende-se, pois, aos tempos vigentes e, não menos, às artes. Com o ensejo desse panorama social é que a literatura de autoria feminina brasileira insurge como resistência aos desígnios patriarcais e perpetua um modelo de denúncia, no qual explora protagonismos antes usurpados. É nessa seara que nos deparamos com a escritura de Clarice Lispector. O universo feminino da autora perpassa a profundidade dos sentimentos e assola a imposição do silenciamento, vozeando a anunciação desde o íntimo das almas ao externo da convivência, reativando a multiplicidade do (não) pertencer. Em seu primeiro romance, Perto do Coração Selvagem (1943), essas nuances surgem moldando a subjetividade de Joana. A obra aborda as fases da vida da protagonista sob o prisma da descoberta e da liberdade, cujos contornos ainda são demarcados pela instituição familiar patriarcal, e, por consequência, por valores que priorizam o contexto religioso que, por sua vez, imputam a mulher a se (re)conhecer na condição da “boa e dedicada esposa”, enclausurando seus desejos e anseios. A narrativa rompe com esses preceitos utilizando-se da heroína como representante de uma trajetória transgressora. A travessia entre o ser e o tornar-se revela um feminino que desafia a disciplina e dissipa a norma em razão do direito autoral de seu próprio instinto, transformando a estabilidade da impossibilidade em percursos plurais e factíveis. A fim de corroborar com nossa análise, utilizaremos o arcabouço teórico de Zolin (2009), Lins (2012), Beauvoir (1949/2009), Telles (2004), dentre outros para tratar da subversão feminina. Dessa forma, buscaremos, dentro do romance Clariciano, as faces desse feminino em ebulição, que subverte e se (des)constrói a todo instante.
  • BRENDA MARIA PEREIRA DE PONTES
  • A crítica literária de Ana Cristina Cesar: verdade e máscara
  • Data: 19/02/2020
  • Hora: 14:00
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  • O presente trabalho consiste na investigação da produção crítica da poeta, tradutora e crítica literária contemporânea brasileira Ana Cristina Cesar, a partir da problemática da relação ficção-realidade, tema frequentemente abordado pelos estudiosos de seus escritos poéticos, mas ainda não discutido de maneira ampla em seus textos críticos. Para tanto, dedicamo-nos aos textos de Literatura não é documento (1980) e Escritos no Rio (1993), publicados posteriormente em Crítica e Tradução (2016), cujos objetos frequentes são a poesia marginal, os gêneros autobiográficos, o próprio exercício crítico e o cinema documentário. Na referida compilação, Cesar apresenta uma posição de questionamento sobre questões concernentes à verdade e à máscara, reverbera as proposições de teóricos de inclinação estruturalista e pós-estruturalista, além de levantar uma proposta de estetização da realidade em obras ficcionais, que se entrevê ao longo de sua trajetória crítica. Quanto ao suporte teórico de nossa pesquisa, voltamo-nos aos postulados de viés historiográfico de Flora Süssekind (2004), Heloísa Buarque de Hollanda (2004), Ítalo Moriconi (2016), a fim de abordarmos a literatura da década de 1970; Roland Barthes (2004), no tocante ao discurso crítico e autoria; Michel Foucault (2011), no que concerne a função autor e a escrita de si; e Michael Hamburger (2007), no tocante à ideia de máscara. Assim, levando em consideração o que pesquisamos e discutimos ao longo dessa dissertação, chegamos à conclusão de que as propostas de estetização e fingimento são as principais perspectivas a partir das quais Cesar reflete a literatura, o que revela ainda uma atitude independente de seus posicionamentos crítico-teóricos, em detrimento às inclinações dos estudos literários vigentes na época no Rio de Janeiro.
  • ELLEM KYARA PESSOA DOS SANTOS
  • A Linguagem Regional-Popular em Jessier Quirino: Um Estudo Léxico-Semântico
  • Data: 14/02/2020
  • Hora: 09:00
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  • O presente trabalho apresenta considerações acerca da linguagem regional-popular utilizada pelo escritor paraibano Jessier Quirino, com o propósito de identificar e descrever o léxico regional característico da região do Nordeste brasileiro. É neste viés, que o objetivo central de nossa pesquisa é inventariar, em um glossário, a linguagem regional-popular do escritor Jessier, assegurando, assim, que a sociedade atual e as gerações futuras, bem como pesquisadores da área tenham acesso a este acervo linguístico-cultural. Tal objetivo é justificado pela riqueza de expressões regionais que as obras em estudo apresentam, desta maneira, podemos atestar que uma pesquisa deste teor contribui para a preservação dos falares regionais, como também comprova a riqueza cultural do Nordeste brasileiro, enaltecendo, ainda, a escrita literária de escritores regionalistas como Quirino. Tornando, desta maneira, esse tipo de linguagem, ainda pouco estudada, reconhecida não somente no meio acadêmico, mas na sociedade em geral. Nesta perspectiva, nosso estudo se fundamenta nos pressupostos teóricos da Dialetologia, Sociolinguística, Etnolinguística, Lexicologia, Lexicografia e da Semântica, que serão utilizados conforme Aragão (2005), Biderman (2001), Borba (2002), Cardoso (2016), Coseriu (1977), Pottier (1972), entre outros. Quanto ao corpus da pesquisa, este é composto por quatro obras quirinianas, a saber: Prosa Morena (2005), Bandeira Nordestina (2006), Berro Novo (2009) e Papel de Bodega (2013). Tais obras poéticas representam, com propriedade, a linguagem regional utilizada pelo povo nordestino. Diante disso, fica notória a importância de um glossário léxico-semântico, haja vista que este pode exercer, dentre tantas funções, a função de patrimônio histórico de uma dada comunidade linguística, possibilitando, portanto, o conhecimento e a preservação dos falares regionais. Por fim, inferimos que no corpus analisado foi possível identificarmos dentro daquilo que depreendemos como linguagem regional/popular: neologismos, arcaísmos e expressões nordestinas de uso corrente na língua.
  • JOAES CABRAL DE LIMA
  • PETER PAN DE MONTEIRO LOBATO: ENTRE CAPAS E ILUSTRAÇÕES, UM OLHAR NOS PROTOCOLOS DE LEITURA
  • Data: 13/02/2020
  • Hora: 09:00
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  • Os protocolos de leitura, em seus diversos aspectos e usos, que abarcam a estrutura do livro concernente a todo o seu projeto gráfico editorial, são usados como elementos antecipadores do texto, devido à sua carga narrativa, da mesma forma que também norteiam a leitura, explicando determinados itens; organizando sua ordem; resumindo capítulos, além de, no caso da ilustração, estabelecendo uma relação discursiva com o próprio texto, como bem evidenciam CARVALHO (2008), CAVALCANTE (2010) e ARANTES (2019). Tendo em vista a importância dos protocolos de leitura, que embora sejam pouco estudados no meio acadêmico, mas evidenciados por teóricos em seus estudos acerca da leitura, como CHARTIER (1990), SCHOLES (1989), ROSA (2016), MARTINS (1989), BASTIANETTO (2005) entre outros, esta dissertação objetiva avaliar as diversas mudanças que ocorreram ao longo do tempo nas capas e ilustrações internas da adaptação de Peter Pan, realizada por Monteiro Lobato em 1930, por meio dos protocolos de leitura e da própria história cultural. Além disso, evidenciamos as muitas edições adaptadas e traduzidas que foram realizadas por diferentes editoras brasileiras. Para a realização deste trabalho partimos de uma metodologia centrada na pesquisa bibliográfica a partir de dissertações, teses e das próprias obras infantis de Lobato, em especial, as várias edições da adaptação de Peter Pan. Também se fez necessário uma pesquisa biográfica de Monteiro Lobato, dada a sua relevância na construção do mercado editorial brasileiro nos primeiros decênios do séc. XX e da sua contribuição como autor e inovador no campo da literatura infantil brasileira. Desta forma nos foi possível identificar mudanças significativas tanto no projeto gráfico das muitas edições da adaptação realizada por Lobato, como também em relação a elementos textuais.
2019
Descrição
  • LUIZA HELENA COSTA
  • BERTOLEZA, DE ALUÍSIO AZEVEDO: A REPRESENTAÇÃO DA NEGRA LIVRE EM SUA TRAJETÓRIA DE RESISTÊNCIA
  • Data: 13/11/2019
  • Hora: 14:00
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  • Com esta pesquisa objetiva-se realizar um estudo a respeito das configurações da mulher negra na narrativa azevediana e de suas formas de resistência, de maneira mais particular, a partir do perfil de Bertoleza, personagem que habita o cortiço ficcional de Aluísio de Azevedo. Nessa intenção, tentamos apreender os mecanismos e maneiras com as quais o romancista maranhense, em estreita aproximação com os ideais naturalistas de sua época, elabora esta personagem. Nossa análise se fundamenta, primordialmente, nas contribuições de Candido (1993), Soethe (2007), Nogueira (1999), Santos e Canuto (2017), Almeida (2010), Silva (2008), Linhares (2015) e Mott (1991). Sendo assim, tecemos uma reflexão sobre a representação da mulher negra livre que, ao longo da narrativa, reinventa-se como sujeito ativo em sua trajetória de resistência.
  • THAMIRES NAYARA SOUSA DE VASCONCELOS
  • O LOBO EXPIATÓRIO: O RITO SACRIFICIAL E A TENTATIVA DE RESTAURO DA ORDEM SOCIAL NA DITADURA SALAZARISTA, EM OS CUS DE JUDAS
  • Data: 30/09/2019
  • Hora: 14:30
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  • A presente dissertacao dedica-se a analisar a obra Os Cus de Judas (1976), do escritor portugues Antonio Lobo Antunes. Narrada em primeira pessoa, a obra apresenta o relato de um medico inominado que exprime os traumas de sua experiencia agonica durante a Guerra Colonial em Angola (1961-1974), onde atuou como combatente pelo periodo de vinte e sete meses. Refem das obrigacoes patrioticas, a personagem desvela como as violacoes perpetradas pelo – e para - Estado Novo (1933 – 1974) transformou a em um sujeito identitariamente desmembrado e cativo de uma guerra sem fim. Neste sentido, a presente investigacao adota como hipotese que a obra recupera e ressignifica os pressupostos formulados por Rene Girard, em sua obra a Violencia e o Sagrado (1990)acerca do sacrificio. Apesar de transitar no ambito simbolico, a possibilidade de leitura apresenta-se como um caminho dotado pertinencia, visto que, conforme defende Girard (1990), os mecanimos vitimarios produzidos pelas sociedades com fins de expurgar o caos e restituir a ordem metamorfosea-se, nao adotando assim, uma forma unica de possibilidade existencial. Destarte, avaliamos que o corpus adotado, atraves do testemunho, nos permite romper com as fronteiras entre o privado e o publico,ao retratar com crueza a experiencia de repressao e desumanizacao implementada pela politica colonial salazarista em solo africano. Ademais, destacamos que o exercicio ficcional, nos possibilita uma (re)leitura acerca da ruptura do selfda personagem, um sujeito que submerso em um novo paradigma, o pos-colonial, nao mais reconhece Portugal como sua patria apos os desmandos vivenciados durante a Guerra. Isto posto, destacamos que nosso enfoque sera dado sobre um espectro que vai desde a violencia politica explicita ate as formas mais silenciosas e menos manifestas, mas nao menos presentes e destrutivas, na obra antoniana. A fim de embasar nossa analise, utilizamos os pressupostos girardianos do sacrificio e bode expiatorio de Rene Girard (1990) e (2009) aplicando-o a luz da posmodernidade, com o auxilio das compreensoes acerca da violencia de Michel Foucault (2012) e (2013), Giorgio Agamben (2014). Pierre Bordieu (1989), Judith Butler (2015), perpassando pelas teorizacoes de Benedict Anderson (2006),acerca do nacionalismo e os sacrificios que a manutencao nacao exige e alcando os estudos pos-coloniais acerca da fragmentacao do eu desenvolvidos por Stuart Hall (2002), dentre outros.
  • GEOVANNA DAYSE BEZERRA SILVA
  • A REDE LANÇADA ÀS AGUAS: A SIMBOLOGIA DA ÁGUA EM O OUTRO PÉ DA SEREIA, DE MIA COUTO
  • Data: 30/09/2019
  • Hora: 10:00
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  • O presente trabalho tem como objetivo tecer uma análise do romance O outro pé da sereia, de Mia Couto. O estudo é desenvolvido a partir da categoria simbologia da água. Para fundamentar nossa análise, utilizamos as contribuições teóricas de Eliade (1991, 1992, 2010, 2011), Frye (2014), Chevalier e Gheerbrant (2016), Bachelard (1994, 1997, 2009), Durand (1993), entre outros. A proposta da análise é apresentar uma tipologia do elemento água, relacionando-a aos dois personagens selecionados: Mwadia Malunga e Nimi Nsundi. Observamos que as formas simbólicas em que o elemento água se manifesta, o rio e o mar, estão intrinsecamente ligadas aos personagens Mwadia e Nsundi, respectivamente. Por meio da análise constatamos que ambos os personagens possuem relação de semelhanças e diferenças. A semelhança se dá pela presença do elemento água na trajetória de Mwadia e Nsundi. A diferença se dá quanto ao comportamento que cada um tem diante dos acontecimentos: Mwadia é a tranquilidade da correnteza do rio, é a constância; o temperamento submisso diante do marido, da mãe e daqueles que a cercam, demonstram sua maleabilidade em seguir o curso do rio de acordo com a correnteza. Nsundi representa as instáveis e bravias águas do mar: de temperamento impetuoso, não hesita em transgredir as ordens dos sacerdotes que estão à frente na viagem. É imprevisível como como as águas do oceano, por vezes manso, suave; outrora avassalador. Mesmo com essas diferenças notórias em seus comportamentos, os dois personagens são semelhantes em sua essência, pois ambos são permeados pelo mesmo elemento norteador em suas vidas: a água.
  • LAURA MARIA DA SILVA FLORETINO
  • MÁCULA CLERICAL E JOGOS ADÚLTEROS NOS FABLIAUX MEDIEVAIS
  • Data: 03/09/2019
  • Hora: 14:30
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  • EM BREVE
  • EDITH ESTELLE BLANCHE OWONO ELONO
  • ANÁLISE DESCRITIVA DA TRADUÇÃO PARA O INGLÊS DA OBRA MISSION TERMINÉE, DE MONGO BETI
  • Data: 30/08/2019
  • Hora: 14:30
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  • Esta dissertacao de mestrado analisa a traducao para a lingua inglesa da obra Mission Terminee, do escritor camaronense Mongo Beti (1932-2001), publicada pela primeira vez em 1956. Publicada em 1958 na Inglaterra, a traducao ganhou o titulo Mission to Kala e foi realizada pelo britanico Peter Green. No mesmo ano, a mesma traducao foi publicada nos Estados Unidos da America sob o titulo Mission Accomplished (1958). Esta pesquisa debruca-se sobre a edicao de 2008, publicada pela Mallory International (London) em sua colecao Classic African Writing. A analise se baseia nos Estudos Descritivos da Traducao (EDT), com foco na teoria de Jose Lambert e de Hendrik Van Gorp (1985), que apresenta um esquema de analise das traducoes. Conforme os autores, e um modelo que comporta quatro aspectos: a coleta de dados preliminares, o nivel da macroestrutura, o nivel da microestrutura e por fim o nivel do contexto sistemico. E a partir desses niveis que descrevemos, observamos e analisamos a traducao da obra, comparando-a com o texto fonte nao para apresentar um julgamento sobre ambos os textos, mas com o intuito de perceber com clareza as decisoes tomadas pelo tradutor. A partir disso, as escolhas feitas pelo tradutor em sua tarefa de recriacao passam, entao, a ser analisadas conforme as perspectivas de Haroldo de Campos (2009) e Paulo Henriques Britto (1999), complementadas com as abordagens sobre a reescrita e a manipulacao textual de Andre Leverere (2007). Outros estudos, tais como os de Gerard Genette (2009) e de Marie-Helene Catherine Torres (2011), esta ultima engajada no fortalecimento dos estudos da traducao no Brasil, tambem sao utilizados para a discussao sobre paratextos. Quanto a literatura africana e as pesquisas sobre a vida do autor, os seguintes autores foram considerados: Ait-T-Aarab (2012), Habiballah (2009), Mokam (2009), Bishop (1988) Djiik (2011), Senghor (1967). A partir da analise deste estudo, constatou-se a mudanca de significados, da pontuacao, o uso de explicacoes extensas (muitas palavras) que nao acrescentam de forma alguma o sentido da frase em termos de significado. Verificou-se tambem a presenca de algumas escolhas problematicas que dao uma imagem equivocada da cultura do texto fonte. Com isso, entendemos que a recriacao textual por meio da traducao oferece ao leitor alvo, a oportunidade de construir novos significados acerca da obra e o tradutor e visto ao mesmo tempo como um novo membro da cultura fonte por ter conseguido penetra em sua intimidade mantendo a propria individualidade cultural.
  • LÍVIA CAVALCANTE GAYOSO DE SOUSA
  • A POÉTICA DE FERNANDO PESSOA NAS CANÇÕES-POEMAS DE MARIA BETHÂNIA: UM OLHAR SEMIÓTICO
  • Data: 30/08/2019
  • Hora: 14:30
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  • A juncao da cancao com a poesia suscita investigacoes dos mais variados matizes, uma vez que os objetos permitem leituras varias, a partir de concepcoes teoricas diversificadas. No contexto da Musica Popular Brasileira, a interprete Maria Bethania tem como habito inserir o dizer poetico nos seus espetaculos musico-teatrais, fazendo uma interligacao significativa entre esses elementos, cujo produto e observado por meio de suas performances. Nessa conjuntura, a poetica de Fernando Pessoa surge como materia-prima recorrente, tomada pela artista para a elaboracao daquilo que, neste trabalho, convencionou-se chamar de cancao-poema. Considerando esse contexto, o problema levantado na presente dissertacao e: como analisar, por um vies semiotico, a poetica de Fernando Pessoa nas cancoes-poemas de Maria Bethania? O trabalho, portanto, tem por objetivo apresentar uma possivel leitura das cancoes-poemas, a partir da analise do proprio texto literario, utilizando-se de teorias como a de Charles Sanders Peirce, Luiz Tatit e Algirdas Julius Greimas. Tem-se, inicialmente, um levantamento de fortuna critica acerca da trajetoria poetico-musical dos dois artistas, Pessoa e Bethania, bem como sobre a forma como a ultima constroi os seus espetaculos, a partir de um roteiro construido pela interligacao entre a musica, a poesia e o teatro, o que nos traz, como consequencia, uma manifestacao cenica repleta de signos capazes de produzir sentidos mais abrangentes, se comparados, por exemplo, com uma analise isolada dos elementos musica e poesia. Nessa perspectiva, investigou-se a incidencia da obra pessoana nos discos e espetaculos de Maria Bethania e, em seguida, propos-se uma leitura semiotica de cinco cancoes-poemas extraidas desse corpus. Espera-se, desse modo, contribuir com a proposta de ampliacao de sentidos produzidos pelas cancoes-poemas, permeadas pela atuacao performatica – e carregada de signos – de Bethania nos palcos..
  • HAROUDO SATIRO XAVIER FILHO
  • REVERBERAÇÕES DO ARQUÉTIPO DA FADA NO ROMANCE "JONATHAN STRANGE & MR. NORRELL", DE SUSANNA CLARKE
  • Data: 30/08/2019
  • Hora: 13:30
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  • Esta pesquisa teve como objetivo realizar a análise do arquétipo da Fada no romance Jonathan Strange & Mr Norrell (2016), de Susanna Clarke. Trata-se de um livro inglês de Fantasia e História Alternativa que ganhou e foi indicado aos maiores prêmios do gênero na época de sua publicação, 2006. Buscamos investigar como se deu o processo de adaptação do arquétipo da Fada no romance, perante o contexto da produção da obra e escolhas da autora em relação ao tempo, espaço e prévias representações do arquétipo. Para tanto, ensaiamos uma definição de arquétipo embasada em Campbell (1990), Dundes (1996) e Jung (1978), entre outros. Também utilizamos o conceito de cronotopo (BAKHTIN, 2014), além de elaborar uma tipologia – limitada, mas suficiente para nossa finalidade – do arquétipo da Fada. Utilizamos Hutcheon (2006) como principal base metodológica, que consiste na aplicação do LIDE jornalístico (Ou seja, as perguntas: Quem? Como? Onde? Como? Por Quê? Quando?) aos elementos da adaptação do arquétipo da Fada no romance de Clarke. De acordo com nossa análise, tal arquétipo foi representado de dois modos distintos perante um embate simbólico entre formas apresentadas anteriormente na história da Inglaterra: a Fada como elemento infernal e a Fada como parte constitutiva do próprio espírito da Inglaterra
  • SUELEN OLIVEIRA DE BRITO
  • ENTRE PRÁTICAS E APROPRIAÇÕES: OS GÊNEROS RETÓRICO-POÉTICOS DO FOLHETO DE AMBAS LISBOAS (1730-1731)
  • Data: 28/08/2019
  • Hora: 14:00
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  • Esta pesquisa busca dar visibilidade aos generos retorico-poeticos pertencentes ao Folheto de Ambas Lisboas (1730 – 1731) bem como procura investigar a relacao entre esse folheto jocoso e o periodico oficioso Gazeta de Lisboa Occidental (1715-1760). Assim, pretendemos reconstruir as praticas de escrita de generos que circulavam em Lisboa - Portugal no seculo XVIII. Nesta analise, utilizamos procedimentos previstos e aplicados pelas convencoes letradas em vigencia no periodo (PECORA, 2001) de circulacao do folheto jocoso atribuido a Jeronimo Tavares Mascarenhas de Tavora e a seu colaborador Victorino Jose da Costa. Para tanto, foi realizada uma catalogacao dos generos retorico-poeticos presentes no Folheto e a analise qualitativa dos generos retorico-poeticos, buscando demonstrar o jornal como um espaco experimental que dava vazao a producao escrita da epoca. O estudo fundamenta-se, metodologicamente, na Historia Cultural, que lancou um olhar diverso do que comumente se tem sobre os objetos literarios do passado, concebendo-os como fruto de um tempo historico, agregando valor ao suporte e considerando objetos e autores relegados, apagados e preteridos em razao de uma visao anacronica presente na Historiografia Literaria que os condenou ao esquecimento e silenciamento. Desse modo, importa-nos observar as prescricoes da historiografia da epoca para esses generos, o lugar de fala dos redatores, a importancia do suporte na circulacao e propagacao dos generos retorico-poeticos, as demandas impostas aos generos e a educacao retorica da epoca. Para isso, consideramos os estudos de Barbosa (2007; 2017), Carvalho (2007), Chartier (1990; 1991; 1999; 2004), Gama (1846;1851), Hansen (2013), Honorato (1879), Lopes Moraes (1856), Machado (1746), Mattoso (2011), Mckenzie (2004), Mello Moraes (1856), Moraes Silva (1789) Mota (2003; 2005) e Pecora (2001), Quintiliano (2015) entre outros. Para realizacao desta pesquisa, recorremos aos arquivos eletronicos do Folheto de Ambas Lisboas e a Gazeta de Lisboa Occidental (1715-1760) da Biblioteca Nacional de Portugal.
  • ROSEMERI VERISSIMO SANTANA DA COSTA
  • A ESCRITA DE SI COMO RESISTÊNCIA E DESCLAUSURA EM CARTAS DE AMOR, DE SÓROR MARIANA ALCOFORADO
  • Data: 28/08/2019
  • Hora: 09:00
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  • Esta pesquisa de cunho qualitativo e bibliografico toma como objeto de estudo o livro Cartas de Amor (1992), cuja autoria se atribui a freira portuguesa Mariana Alcoforado (1640-1723). Esta edicao que utilizamos e de uma retroversao, feita pela escritora brasileira Marilene Felinto, uma vez que as cartas foram publicadas em sua versao princeps, intitulada Lettres Portugaises traduites em francois, em 1669, na Franca. A obra e composta por cinco missivas, provavelmente enderecadas a Noel Bouton de Chamilly (1636-1715), oficial frances com quem Soror Mariana haveria se relacionado amorosamente no periodo das Guerras da Restauracao (1640-1668). Para alem das duvidas que existem a respeito da quantidade de cartas, da ordem em que estao dispostas, da autenticidade e/ou da autoria, objetivamos analisa-las a luz das categorias da resistencia e da desclausura, sob a otica dos Estudos Culturais e de Genero, considerando essa producao uma escrita de si. Portanto, trazemos a tona mais uma escrita feminina, no sentido de prosa de ficcao, e uma escritora, sobretudo se atentarmos para o seu carater vanguardista, haja vista que o romance epistolar ganha notoriedade somente no seculo XVIII. Desse modo, privilegiamos o debate acerca da cultura letrada em setecentos, com foco para a literatura conventual feminina, evidenciando assimetrias entre generos nesse espaco, as quais fundamentam e justificam nossa proposta investigativa. Entao, aqui apresentamos uma nova leitura, entre as tantas possiveis para as cartas de Alcoforado, buscando apontar o potencial dessa escrita para a conquista de novos espacos de discurso para aquela que as produziu. Para isso, centramo-nos nos estudos de Morujao (2002; 2011; 2015), Anastacio (2013), Rector (1999), Garretas (1990), Perrot (2005; 2008), Foucault (1992), Figueiredo (2013), Arfuch (2010), Gameiro (2012), Lejeune (2014), Barthes (1981), Bourdieu (2012), entre outros
  • SILVIO TONY SANTOS DE OLIVEIRA
  • OS ENIGMAS DO CORPO FALANTE: A HISTERIA COMO EXPRESSÃO DA FEMINILIDADE
  • Data: 22/08/2019
  • Hora: 18:00
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  • Desde os primordios das primeiras civilizacoes, embasadas no matriarcado, e, posteriormente, a insurreicao do patriarcado, a sexualidade humana pode ser vislumbrada nos mais diversos vestigios historicos: pinturas, esculturas, registros rupestres entre outros. O feminino, em particular, e seu erotismo, de acordo com o tempo e a transicao sociocultural, transitam entre lugares sociais de exaltacao e condenacao; supremacia e subversao; sagrado e profano. Durante o matriarcado, periodo que corresponde, aproximadamente ao paleolitico e neolitico, o corpo feminino e exaltado por meio da fertilidade. O divino e o erotico se fusionam nas imagens divinizadas de entidades que se relacionam com a natureza e se materializam na nas multiplas estatuetas da virgem de venus. Em relacao ao feminino, o masculino se mostra como uma figura a parte: nao havendo lacos subversivos entre os dois generos. Em contrapartida, a fragmentacao do matriarcado culmina em uma derrocada da exaltacao do feminino. A fertilidade, de uma condicao sagrada, no contexto patriarcal, passa a ser vista como uma forma importante de preservacao das culturas e sociedades antigas, porem destituida de qualquer simbologia sagrada. O corpo feminino passa a configurar um hiato em relacao ao erotismo: No contexto greco-romano, berco socio-historico do cultural da sociedade ocidental, a mulher passa a ser compreendido como um componente subalternizado em relacao a figura masculina. Entre os helenicos, as figuras de esposa e mae, restritas as delimitacoes do oikos, sintetizam a visao patriarcal sobre o feminino. Consequentemente, os latinos, por meio de suas aproximacoes culturais historicas com a cultura grega, ratificam as percepcoes de um feminino submisso e constantemente atrelado a tutela masculina. Ja no periodo medieval, a partir do seculo V d. C., os estereotipos da mulher e da feiticeira se confundem de forma indissociavel acarretando estigmas e perspectivas alicercadas na misoginia. Na visao do cristianismo e de seus representantes, a mulher e o diabo se fundem nas inumeras tentativas de corromper os mais desatentos homens, levando-os a perdicao de seus espiritos, e afrontando o divino, por meio da profanacao do corpo, templo sacrario do espirito de Deus. O pecado se personifica na mulher medieval pela intermediacao da amaldicoada personagem biblica Eva. Correlatamente a esses cenarios historicos, os periodos seculares a frente ate os limiares do seculo XIX pouco apresentaram em avancos no que tange as visoes sociais sobre a mulher e sua sexualidade: fonte de satisfacao masculina e detentora de um corpo destinado a reproducao reverberaram ao longo dos anos. Nesses parametros historicos, a insurreicao da histeria feminina se mostrou perene, obedecendo sempre a uma caraterizacao sintomatica em cada epoca. Sexualidade e os sintomas enigmaticos acabam por se interlacarem de forma singular. A hystera, na visao de filosofos e medicos, apresenta ligacoes proximas com um animal errante e obcecado pela fertilidade. Uma perspectiva fundada na metafisica, defendida pelos religiosos medievais, associavam as histericas as manifestacoes demoniacas empreitadas pelo inimigo da fe crista. A partir do seculo XVII, paulatinamente, a histeria, anatomicamente, migra do ventre para o cerebro e, por vezes, concilia com uma posicao de descrenca por parte da medicina, em sua existencia. Essas denotacoes, dirigidas a histerica, acabam por ser encenadas nas manifestacoes culturais como a literatura. As personagens femininas, dos romances, do periodo oitocentista, apresentam-se acometidas por sintomas que lhes atribuem caracteristicas de adoecimento. Debilitadas, fragilizadas ou ate mesmo loucas, essas personagens sao, costumeiramente, vislumbradas como fragilizadas e submissas diante de um pathos devastador. Por meio de uma interface entre psicanalise e literatura, galgamos debrucar um outro olhar sobre a histeria feminina: a histerica, longe de ser uma personagem debil, se apresenta-se subversiva diante da cultura patriarcal e seus prismas. Para tanto, Lancamos mao de um estudo do romance oitocentista circunscrito pelas obras O homem (1887), de Aluisio de Azevedo e A carne (1888), de Julio Ribeiro. Nesses corporas, vislumbramos Magda e Lenita, respectivamente, que diante das vicissitudes culturais, responsaveis pela interdicao do desejo, gozam a partir da imposicao de uma feminilidade subversiva, ofertada pelos sintomas histericos. Nossas consideracoes teoricas, que buscam resgatar a histeria do campo patologico, defendido pela psiquiatria, e alca-la ao campo da subjetividade psiquica, sao fundamentadas nas contribuicoes teoricas de Sigmund Schlomo Freud (1856-1939) e Jacques-Marie Emile Lacan (1901-1981). Nesse sentido, por meio do corpo, Magda e Lenita ostentam uma feminilidade enigmatica que destoa dos preceitos estereotipados, da sociedade oitocentista, acerca do feminino e de sua sexualidade.
  • ERICK FRANCE MEIRA DE SOUZA
  • As Bucólicas de Públio Vergílio Maro: tradução e estudo à luz de aparato filológico e de simbologia da flora
  • Data: 09/08/2019
  • Hora: 09:00
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  • As Bucolicas (ou Eclogas) do poeta romano do periodo classico, Publio Vergilio Maro, ha mais de dois milenios vem sempre (re)despertando o interesse de leitura e estudo literario, quer por imagens emblematicas como a do locusamoenus, quer pela composicao requintada dos poemas em meio a flora que apresentam, quer pela tematica literaria do bucolismo (termo herdado do grego para ‘pastoreio’), cujo perfil Vergilio recupera e retraca a partir de referencias notorias como do poeta helenistico Teocrito. Por outro lado, em termos de teoria e metodologia, os avancos do metodo historico-comparativo sob uma perspectiva indo-europeia vem sendo consideraveis nas ultimas decadas, e esse fato nos faz indagar que leituras seriam possiveis desses celebres poemas a partir de uma atualizacao quanto a aplicacao do metodo referido, de modo que tanto a etimologia como a fraseologia, a onomasiologia e mesmo discussoes de elementos culturais em geral ocupem a maior parte do trabalho. Discute-se, inicialmente, um percurso do conceito de filologia de modo a se formar uma ideia mais clara da aplicacao sob perspectiva historico-comparativa, porem sem aplicacao das etapas formais da filologia (stemmatica, collatio etc.). Ainda se discutem, tambem inicialmente, criterios quanto ao processo de traducao adotado, vantagens e desvantagens dele e como se configura, na pratica, o formato dela. Apresentados, em seguida, os originais em latim acompanhados de suas respectivas traducoes propostas, cada um tem seu proprio comentario conforme a proposta mencionada. Finalmente, o ultimo capitulo complementa, em forma de verbetes, os comentarios principais com um exame, sobretudo, da flora presente nos poemas e de como nos tenha parecido mais pertinente literariamente essa presenca, que nao so sendo puramente ornamental. Para tal, recorreu-se a uma selecao dos termos da flora e de outros de interesse cultural (libertas, honos, amoenus, labor etc.), com imagens das plantas para melhor ilustracao. A conclusao e de que, malgrado haja uma discussao que ha algum tempo questiona a eficiencia de qualquer estudo etimologico, os estudos e traducoes apresentados devem possibilitar, como amostra e forma atualizada do metodo adotado, uma viabilidade concreta para entendimento dos poemas sem, contrariamente a certas opinioes discutidas, perder-se de vista a perspectiva literaria deles.
  • ANDREIA RAFAEL DE ARAÚJO
  • DIÁLOGOS ENTRE HISTÓRIA E FICÇÃO NA RESSIGNIFICAÇÃO DE "BRANCA DIAS" NO ROMANCE DE MIGUEL REAL
  • Data: 31/05/2019
  • Hora: 09:30
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  • O presente estudo, baseado nas relacoes entre Literatura e Historia, concentra-se na discussao da teoria da metaficcao historiografica, atraves do mecanismo da ironia, no romance Memorias de Branca Dias (2009), de Miguel Real. Nosso objetivo consistira em analisar a voz autorreflexiva e ironica da personagem marginalizada Branca Dias, dentro do romance, que tem sua historia marcada pela perseguicao empreendida pelo Tribunal do Santo Oficio portugues no cenario Portugal-Brasil do seculo XVI. Neste sentido, atraves da pesquisa bibliografica, procuramos evidenciar sua ressignificacao no ambito romanesco. Esta pesquisa fundamenta-se nas contribuicoes de Hutcheon (2000) (1991), White (1992), Wilke (2009), Marcocci e Paiva (2013), Novinsky (1982), Wiznitzer (1966), Lipiner (1969), Siqueira (1978), Mello (1996) e Lima (2015).
  • LUANA EYDSAN SILVA DE MOURA
  • SUBJETIVIDADE E INTIMISMO EM A POESIA EM PÂNICO, DE MURILO MENDES
  • Data: 27/05/2019
  • Hora: 14:00
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  • Em A poesia em panico, publicado em 1937, Murilo Mendes, o poeta das tensoes e paradoxos conciliados, nao e somente o autor que segue a cartilha da poesia moderna, trazendo para o seu poema um deslocamento do eu para os objetos, mas neste livro especificamente, apresenta um lirismo intimista, por vias da subjetividade confessional e do erotismo, tais elementos vem marcados por um eu lirico em panico, que vivencia o sagrado e o profano em constante tensoes. O objetivo deste trabalho e, pois, investigar por meio das analises dos poemas, os elementos esteticos e historicos que levaram Murilo Mendes a conceber uma diccao tao diferenciada em A Poesia em Panico, diccao esta subjetiva e intimista, bastante diversa dos livros anteriores e posteriores do autor. O trabalho se justifica porque a questao ainda nao foi suficientemente estudada pelos criticos de Murilo Mendes, que, de maneira geral, nao se voltaram para o intimismo e a subjetividade no poeta, tampouco em A poesia em Panico, procedimentos esses cruciais neste livro. Para fundamentar nossa pesquisa, utilizaremos algumas teorias do eu lirico, como a de Hugo Friedrich, o qual defende a tese da despersonalizacao do eu lirico na modernidade. Em contraposicao a essa critica, nos valeremos das posicoes de Michel Hamburger para mostrar que apesar de moderno, Murilo Mendes tambem pode ser intimo e confessional. Tambem nos apoiamos nos estudos de Georges Bataille, que foi essencial para entendermos a ligacao entre o sagrado e o profano que Murilo Mendes traz em varios poemas do livro
  • MONALIZA RIOS SILVA
  • CONTANDO TRICKSTERS: AGENTES DE SUBVERSÃO/TRANSGRESSÃO DE RELAÇÕES DE PODER EM ERDRICH, MORRISON E HOPKINSON
  • Data: 23/05/2019
  • Hora: 14:00
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  • Em tempos de crescente disseminacao de odio e ascensao de autoritarismos estatais e de opressoes institucionalizadas, olhar para a forca do povo, um poder endogeno, constitui no maior agenciamento que cada cidadao deve exercer em sociedade. Enquanto a Literatura puder promover discussoes, simbolos e representacoes desse rizoma transformacional, embora corroido pela estrutura externa, faz-se valer a figura trickster. Tricksters sao compreendidas, e marcamos o lugar do feminino, como personalidades multi(trans)facetadas e agenciadoras de estrategias ora discursivas, ora representacionais para o enfrentamento das injusticas sociais. Soma-se a isso a capacidade das tricksters de serem agentes de subversao e/ou transgressao no escopo da ordem hegemonica racista, sexista, machista, lgbtqifobica e classicista. Esta pesquisa tem o intuito de investigar a categoria trickster e suas possibilidades de agenciamento das relacoes de poder, envolvendo genero, raca e classe em tres romances de: uma nativo-americana, de uma afro-americana e de uma jamaico-canadense, a saber: The Antelope Wife, de Louise Erdrich (1998); Sula, de Toni Morrison (1973); Midnight Robber, de Nalo Hopkinson (2000). Baseamos nossas epistemes, fundamentalmente, em aparatos teorico-filosoficos que discutem o lugar de nativo-americanas/os e de povos afrodiasporicos nas Americas, como garantia do lugar de fala. Para nossas discussoes teoricas e criticas em Tricksters, trazemos: Hyde (1998), Hynes; Doty (2003); Cunha (2005); Smith (1997); Gates Jr. (1988); Vizenor (1990). Para questoes de estudos em literaturas nativo-americanas, feminismo interseccional, transculturalidade, des-/decolonialidade: Schneider (2001); hooks (1984); Davis (2016); Ribeiro (2017); Pratt (1999); Walter (2009); Costa (2015). Percebemos formas diferentes de tricksters nos romances em estudo que agenciam relacoes de poder, ora subvertendo-as, ora transgredindo-as. Em The Antelope Wife a storytelling, evidenciada no discurso da narradora central e nas focalizacoes em varias personagens, traz uma multivocalizacao narrativa que subverte a ordem linear da narratividade e transgride os discursos hegemonicos das narrativas de fundacao. Em Sula, a assertividade da trickster Sula utiliza o Womanism sass, como linguagem verbal e performatividade, que subverte o patriarcado branco e elitista e transgride instituicoes “sagradas”, como o casamento. Em Midnight Robber, a discursividade transcultural nas diasporas confere o carater trickster de Tan-Tan que performatiza a pluriversalidade cultural, subvertendo opressoes e transgredindo fronteiras, ao se travestir de uma figura mitica e folclorica caribenha, alem de outros tropos de cultura. Sendo assim, em diferentes multi-esteticas e formas, as tricksters dos romances convergem no sentido de estabelecerem lugares de fala diversos e compoem um acervo produzido por povos contra hegemonicos que se circunscrevem nas Americas dos nativos e dos povos de afrodiaspora.
  • KEYLE SÂMARA FERREIRA DE SOUZA
  • ALBA VALDEZ: A PALAVRA DAS MULHERES NA HISTÓRIA DA LITERATURA E DA IMPRENSA CEARENSE
  • Data: 30/04/2019
  • Hora: 14:00
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  • O presente trabalho objetivou rastrear o processo de inclusao da escritora, jornalista e professora Alba Valdez na historia da Literatura e da Imprensa no Ceara. Analisamos a escrita literaria e jornalistica da mulher no Ceara, durante o seculo XIX e XX, com o intuito de compreender as praticas de escrita de Alba Valdez. Para tanto, propusemo-nos a revisitar a historia das mulheres atraves de Perrot (1991;1998; 2005), Kappeli (1991), Falci (2011), D’incao (2011), fazendo um paralelo com a realidade das mulheres no Ceara, sobretudo, no mesmo recorte temporal, remontando ao processo de conquista do espaco publico por essas mulheres atraves da escrita literaria nos periodicos cearenses, bem como, reconhecendo a imprensa como lugar da palavra das mulheres no Ceara, fundamentando-nos para isso em Ketterer (1996), Cunha (2008), Duarte (2016), e nos discursos e memorias da propria Valdez (1907; 1937), assim, como nos jornais dos seculos XIX e XX. Isso nos conduziu a revisitar a historia da imprensa feminina nesse Estado, o que nos possibilitou ir alem da organizacao de uma lista de periodicos editados e, ou destinados ao publico feminino, mas investigar a participacao e atuacao da mulher em toda a imprensa entre o final dos anos oitocentistas e meados do seculo XX. Nessa empreitada, priorizamos a busca nas fontes primarias, periodicos e documentos. Desse modo, primeiro contextualizamos para entendermos o lugar social de Alba Valdez na historia da literatura e da Imprensa cearense com o auxilio das teorias de Certeau (2011). Isso posto, a partir de recortes de jornais e producoes memorialistas, considerando-os como fontes documentais, restauramos a historia de vida de Alba Valdez, em um processo analogo ao descrito por Chartier (1990; 2011) e Lacerda (2003). Por conseguinte, deduzimos que na trajetoria bibliografica de Alba Valdez predominou a publicacao nos periodicos, que se converteram em importantes redes de sociabilidades, em conformidade com Sirinelli (1996), Teixeira (2011), Schueler (2018), como tambem podemos conceituar as associacoes literarias e intelectuais que proporcionaram as mulheres de letras, como Alba Valdez, publicar o que escreveram, expressando seus pensamentos, sentimentos e suas opinioes. Nessa perspectiva, o cotejamento dos jornais, das revistas e dos almanaques nos permitiu identificar, reunir e reorganizar a obra de Alba Valdez, refazendo sua travessia atraves de seus escritos, de tal modo que encontramos producoes ineditas da autora, que nos viabilizaram a construir uma nova trajetoria biobibliografica dessa escritora, reconhecendo que os periodicos foram bem mais que suportes textuais, como preconizaram Barbosa (2007) e Luca (2014; 2015), se constituindo como determinantes na producao da escrita literaria e meios de sociabilidade para a literatura de autoria feminina
  • ADAYLSON WAGNER SOUSA DE VASCONCELOS
  • Inércia estatal e denúncia do caos ambiental e social em escritos euclidianos sobre o espaço amazônico
  • Data: 23/04/2019
  • Hora: 15:00
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  • A presente tese doutoral traz como eixo central de sua discussao o espaco amazonico a partir de uma leitura critica promovida dentro dos escritos euclidianos, precisamente nas cronicas presentes n’A margem da historia (1909), esta que permite o estabelecimento de uma analise de denuncia da omissao estatal que gera caos ambiental e social naquela localidade. Para tanto, estabelecemos como objetivo-geral da pesquisa reconhecer, a partir do contexto socio-politico-ambiental, ressignifica a proposta filosofica determinista mediante as particularidades do Brasil do Seculo XIX-XX. Esse percurso e construido a partir da discussao do proveito abusivo do capital em relacao a natureza e ao homem, da identificacao da retomada da subjetividade da natureza como sendo uma extensao tambem para aqueles grupos vulneraveis igualmente excluidos e da resposta de como a critica ao estado omisso, nos escritos euclidianos sobre o espaco amazonico, pode ser analisada como uma releitura da proposta determinista e uma adequacao no solo brasileiro. No plano metodologico, a pesquisa esta amparada no metodo hipotetico-dedutivo. Qualitativa, em relacao a abordagem. No tocante a natureza, se mostra interdisciplinar e inclusiva, e exploratoria em relacao aos objetivos. Ja em para os procedimentos, e bibliografica. Estudiosos como Alier (2017), Boff (2004), Garrard (2006), Hannigan (2009), Hatoum (2002), Leff (2006, 2009 e outros), Lima (1997), Lowy (2005 e outros), Ventura (1996), dentre outros tantos, embasam as nossas discussoes. Os resultados permitem a verificacao que, com o inicio da critica ao modelo republicano logo apos os acontecimentos em Canudos, Euclides da Cunha adota uma escrita que critica o modo pelo qual o estado nacional observa e gere os espacos e as populacoes perifericas, no corpus precisamente delimitados como o espaco amazonico e a populacao nordestina que migrou para a regiao dos seringais na busca por melhores condicoes de vida. Com o auxilio das discussoes ambientalistas e ecocriticas que e dado o devido suporte para propormos a releitura da perspectiva determinista impressa pelo aludido autor para o cenario nacional a partir da insercao do elemento estado omisso como fator primordial para o atraso do desenvolvimento nacional e estabelecimento do caos ambiental e social. A partir da releitura do determinismo euclidiano, e possivel constatar e concluir que a “pratica de acao do estado” eleita pelas elites que detem o poder politico nacional, ate mesmo antes daquele periodo historico, e a acao da omissao, esta que perdura ate os dias atuais, estando sempre o estado a delegar a particulares e a outros agentes o dever de agir que prioritariamente originariamente e sua.
  • LUCIANA DE QUEIROZ
  • O silêncio que grita
  • Data: 15/04/2019
  • Hora: 09:00
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  • A pesquisa em questao tem como objeto de analise tres contos do escritor Caio Fernando Abreu. A saber, os contos analisados sao: “Do outro lado da tarde”, presente na obra O ovo apunhalado (1975); “Luz e Sombra”, integrante da obra Morangos Mofados (1982); e “Sem Ana, Blues”, que, por sua vez, faz parte da obra Os dragoes nao conhecem o paraiso (1988). O referido escritor se utiliza, nos tres contos, da tecnica do fluxo de consciencia, de variadas formas e de maneira diversa de outros escritores. O fluxo de consciencia provoca rupturas no modo como se concebia a acao narrativa, pois, o conceito de acao sofre mudancas, passa, entao, a ser exercido de forma interiorizada, subjetivamente, concentra-se ao nivel dos processos mentais. A teoria literaria desenvolvida no Ocidente, por sua vez, de modo hegemonico, nao privilegia a acao como um mecanismo efetivo do fluxo de consciencia. O presente trabalho, a partir de aportes teoricos como Aristoteles (1983), Theodor Adorno (2003) e Paul Ricoeur (2010b), tem por hipotese o exercicio da acao interna nos contos selecionados, sendo essa acao uma categoria consolidada a partir da tecnica do fluxo de consciencia. Alem de conceituar a acao interna em narrativas, a tese em desenvolvimento se propoe a constituir uma tipologia dessa acao e demonstrar concretamente diferentes modos de acao interna possibilitados pelo fluxo de consciencia narrativo.
  • RANIERE DE ARAUJO MARQUES
  • O LOCAL DA INDEXICALIDADE EM PAULICÉIA DESVAIRADA
  • Data: 27/03/2019
  • Hora: 13:00
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  • A cidade de Sao Paulo e cenario de inumeras obras literarias na literatura brasileira. Este trabalho teve como corpus o livro Pauliceia Desvairada, de Mario Andrade. Observamos como o contexto de intensa mudanca, pelo qual passava a cidade de Sao Paulo, no inicio do seculo 20, foi determinante para a construcao de varios elementos presentes nos poemas desse livro de Mario de Andrade. Alem disso, interessa-nos saber como esse sujeito insere-se neste contexto fazendo um livro sobre essa cidade, mas ao mesmo tempo, e de certa forma, sobre ele mesmo. Nesse sentido, nosso objetivo central foi estabelecer relacoes entre o contexto da obra e as varias referencias presentes no livro. Alem de observar as diversas formas e graus de indexicalidade que estas referencias possuem na obra estudada e como tais indices podem atuar como elementos estruturadores de metaforas, ajudando assim naquilo de Jakobson (2001) chamou de “duplicacao da referencialidade”. Utilizamos para tanto, os conceitos de indices de Charles Peirce (2005; 2014), assim como alguns outros conceitos da semiotica peirciana, para compreender as relacoes signicas presentes em diversas dimensoes da obra. Isto nos obrigou a inter-relacionar os poemas, e mesmo versos, com o contexto da obra como um todo. Tentamos nos afastar da mera nocao de simbolo, para pensar no livro, em sua intregalidade, sendo um indice sobre Sao Paulo do inicio do seculo XX. Para tanto, dividimos o estudo em tres capitulos. Sendo o primeiro um capitulo mais teorico, denominado “Signos, referencia e metafora”. Em seguida, no capitulo: Da Sao Paulo a Pauliceia Desvairada: os caminhos de uma cidade e de uma poesia em transformacao, trouxemos para o debate uma reflexao historica e sociologica sobre o processo de construcao desta metropole e as fissuras de resistencias produzidas no coracao de uma modernidade excludente, assim como a obra, em si, a partir da sua critica, inserir- se-a neste contexto. Por ultimo, em: Indices e metaforas em Pauliceia Desvairada, temos o capitulo que prioriza as analises, propriamente ditas, usando os poemas quase sempre em sua integridade e pensando nestes em relacao ao livro e sua completude. Nosso percurso buscou ancorar-se nas categorias de “indexicalidade manifesta” e “indexicalidade difusa”, propostas nesta tese, o que nos ajudou, devido a opacidade da linguagem literaria, a compreender as diferentes formas como os indices se apresentam nos poemas. Sendo assim, pudemos constatar que no livro estudado ha uma serie de indicacoes a espacos, acoes e sujeitos, que representaram ruptura no campo artistico e comportamental. E que tais escolhas traz a tona uma serie de marginalizados pelo processo de urbanizacao, dando-lhes destaque, nao so poetico, mas tambem historico. Mais que isso, este trabalho buscou pensar os indices como elementos de construcao poetica, colocando em xeque sua capacidade representar a realidade e nos obrigando a pensar a propria realidade como elemento de construcao da arte. Por fim, ao problematizarmos as tenues relacoes entre a arte e realidade buscamos pensar o signo como artefato poetico e ideologico.
  • ISABELLE DE ARAÚJO PIRES
  • A SEMIÓTICA APLICADA A POEMAS INTERMÍDIA DE AUGUSTO DE CAMPOS: UMA PROPOSTA DE ENSINO DE LITERATURA NA CONTEMPORANEIDADE
  • Data: 25/03/2019
  • Hora: 09:00
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  • Este trabalho surge a partir da vivencia da pratica docente e de estudos teoricosdesenvolvidos ao longo dos anos com o texto literario, especificamente, as poeticasvisuais. Nessa investigacao, procuramos divulgar essa poetica e, dentro desse vastouniverso, elegemos cinco poemas intermidia de Augusto de Campos. Assim sendo, essapesquisa, alem de creditar visibilidade ao poeta mencionado, aborda a possibilidade doestudo das poeticas visuais e suas relacoes com as diversas midias. Para a apreciacaodos poemas nos liames desse estudo, buscamos ampliar nossa discussao, que procuraobservar os dialogos entre a poetica visual intermidia de Augusto de Campos e o ensinode literatura, especialmente na contemporaneidade, cujos leitores nascem no primado dacomunicacao multimidiatica. Nosso objetivo geral foi, portanto, estabelecer umaabordagem investigativa e dialetica da poetica experimental de Augusto de Camposcom o ensino de literatura na atualidade, a partir do estudo critico de poemas intermidia,utilizando os conceitos extraidos da Teoria Geral dos Signos, de Charles SandersPeirce. Nos objetivos de natureza mais especifica, discutimos acerca do Concretismo eda poesia experimental de Augusto de Campos e suas contribuicoes literarias;apontamos o modo de atribuicao semiotica e relacoes intermidia e suas transfiguracoes ecombinacoes criativas com outros sistemas, num corpus composto por cinco poemas:Poema-bomba, Cidade, SOS, Greve, Criptocardiograma. Nesse interim, analisamos ossubsidios dessa poesia experimental potencializada pelas midias digitais tecnologicas para o ensino de literatura, considerando uma concepcao mais ampla de texto em consonancia com uma sociedade onde a tecnologia avanca gradativamente. A pesquisas e configura qualitativa, bibliografica e exploratoria, descritiva e explicativa de estudos criticos e teoricos. Nosso aporte teorico contou com os estudos de Peirce (1975; 2005),Campos (1975; 1986; 2017; 2018, entre outros), Noth (1996;1997), Plaza (2003),Pignatari (1975;1979;1987), Santaella (1986; 1992; 1995; 2000; 2004), Ferraz Junior(2005; 2012; 2014), Claus Cluver (2014) e Dick Higgins (1984), Lajolo (2001; 1984),Pinheiro (2002), Colomer (2007), entre outros. A apreciacao transcorreu ainda pelaBase Nacional Comum Curricular, Etapa ensino medio, BNCC (2017, 2018), pelos Referenciais Curriculares para o ensino medio na Paraiba (2006) e pelas Orientacoes Curriculares Nacionais para o ensino medio (2006), que subsidiam o ensino medio no Brasil. Alem disso, aplicamos uma entrevista semiestruturada com o poeta Augusto de Campos, que versou sobre o legado do Concretismo no Brasil, seu percurso poetico, as abordagens de textos experimentais na educacao basica e os novos projetos enquanto autor. Construimos nao apenas uma descricao e analise, mas tambem buscamos promover discussoes sobre uma experiencia de leitura num conjunto sociocultural especifico que ganha maior relevancia em contexto contemporaneo.
  • VALMIR NASCIMENTO DE MOURA
  • ASPECTOS DE POÉTICA INDO-EUROPEIA: Recursos estilísticos empregados no gênero hínico nas tradições grega e indiana
  • Data: 25/03/2019
  • Hora: 09:00
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  • Partindo da hipotese de que a lingua hipotetica conhecida como indo-europeu pode transmitir caracteres como heranca as linguas derivadas dela, a ponto de se poder reconstruir sua gramaticalidade, conjecturamos, baseados na teoria de Watkins (1995), que reconstruir os esquemas basicos de uma linguagem poetica aplicada ao genero hinico seja igualmente possivel. Para tentarmos comprovar essa hipotese faremos uma analise comparativa entre hinos produzidos na Grecia e na India, duas tradicoes genuinamente de descendencia indoeuropeia e que possuem uma antiguidade consideravel. Temos por objetivo reconhecer, em ambas culturas, elementos empregados pelos poetas que poderiam ser heranca de seu ancestral linguistico para a producao desse genero literario. Em nosso percusso, primeiramente, tratamos de conceituar o indo-europeu de maneira concisa e de assinalar os principios pelos quais a hereditariedade linguistica e cultural e possivel, baseando-nos nos trabalhos de estudiosos como Benveniste, Meillet, West, Campanile, de um lado e de estudiosos como Dumezil, Berger, Bakthin, de outro. Em seguida, tratamos da instituicao indo-europeia conhecida como poeta e de sua producao artistica em geral de acordo com a documentacao sobrevivente em varios ramos dessa familia linguistica ate conceituarmos o genero hinico em questao e verificarmos a existencia de producoes literarias analogas na Grecia e na India. Por fim, construindo um corpus a partir dos Hinos Homericos, dos Hinos Orficos e do Rig-Veda, analisamos tanto composicoes completas como excertos dentro das tradicoes grego e indiana, ressaltando os elementos mais significativos empregados em sua constituicao e estruturacao. Nossa investigacao aponta para um forte indicio de continuidade de uma tradicao que pode ser percebida pela similaridade e emprego de recursos poeticos como tambem aponta para inovacoes por meio da producao de caracteres proprios e tendencias de escolha no modo de usos desses recursos por cada cultura.
  • WALDELANGE SILVA DOS SANTOS
  • A NARRATIVA DE VENTOS DO APOCALIPSE, DE PAULINA CHIZIANE: visão de mundo e cosmopolitismo cultural
  • Data: 21/03/2019
  • Hora: 14:00
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  • O presente trabalho constitui uma analise em Semiotica das Culturas do romance Ventos do Apocalipse, da escritora mocambicana Paulina Chiziane. Partimos da hipotese de que em Ventos do Apocalipse, a narrativa contistica funciona como inscricao da tradicao oral africana e como liame genealogico transcultural que radica a escrita de Chiziane numa estetica plural, este estudo tem como objetivo principal analisar, pelo vies da semiotica, a representacao cultural cosmopolita da literatura popular africana presente no romance em voga. Para atingir esse objetivo, fizemos uma analise nos processos de transcodificacoes culturais, bem como a analise do percurso da significacao, considerando aspectos como: os valores investidos, a instauracao dos sujeitos semioticos, as relacoes intersubjetivas de enunciacao e enunciado, os procedimentos discursivos de tematizacao e figurativizacao, alem da insercao dos sujeitos/atores nas zonas antropicas de identidade, proximidade e distanciamento culturais e seus modos de mediacao. O desenvolvimento deste trabalho contem quatro momentos interligados: discussoes teoricas sobre a semiotica (considerando seus aspectos culturais – interculturais e transculturais); explanacao do processo e momentos literarios formadores da literatura mocambicana contemporanea, assim como o proprio espaco adquirido pela escritora Paulina Chiziane, dentro da literatura; a analise do corpus escolhido, atentando para os aspectos orais tradicionais de Mocambique, dentro de uma perspectiva cosmopolita e a analise dos percursos de sentidos semioticos dentro da obra Ventos do Apocalipse. Tal escolha da obra se justifica pela complexidade estrutural que deflui, diretamente, da inscricao do texto literario na tradicao da literatura popular. De igual modo, as relacoes do texto ficcional com os polissistemas culturais que a escrita do romance apresenta.
  • VIRGÍNIA DUAN ARAÚJO DE ALCÂNTARA E LIMA
  • HAMLET E SONS OF ANARCHY: MODELIZAÇÃO DAS PERSONAGENS DO TEATRO À FICÇÃO SERIADA TELEVISIVA
  • Data: 11/03/2019
  • Hora: 14:30
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  • Esta pesquisa visa realizar uma investigacao semiotica da estruturacao e interacao das diferentes linguagens semioticas, bem como a semiose produzida a partir desses encontros dialogicos. Nessa perspectiva, nosso estudo busca compreender como acontece a ressignificacao do texto dramatico Hamlet(1601), de William Shakespeare; a partir da construcao da ficcao seriada televisiva Sons of Anarchy (2008-2014), de Kurt Sutter. A categoria da personagem sera considerada enquanto signo modelizado no processo de dialogo entre as obras de distintas linguagens, observando seu processo de modelizacao a partir dos estudos russos sobre a Semiotica da Cultura. Dessa forma, essa pesquisa pretende contribuir para o entendimento das referidas obras enquanto textos semioticos que sao ressignificadas em constante movimento criativo.
  • BERNARDO LUIZ ANTUNES SOARES
  • FAZENDO “SOPA DE CARVER”: A TRANSTEXTUALIDADE EM SHORT CUTS – CENAS DA VIDA, DE ROBERT ALTMAN
  • Data: 11/03/2019
  • Hora: 09:00
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  • O presente trabalho tem como proposito analisar a adaptacao cinematografica Short cuts – cenas da vida, de Robert Altman, em consonancia com dois de seus textos-fonte, o conto “Tanta agua tao perto de casa” e o poema “Limonada”, de Raymond Carver. Atraves da teoria da transtextualidade, de Gerard Genette, a discussao foi subdividida em cinco categorias que contemplam aspectos distintos e complementares da relacao entre texto filmico e texto literario. Fizemos uso de teorias relacionadas a musica no cinema e as relacoes entre poesia e musica para contemplar a expressividade da musica no processo de adaptacao do poema, atraves de Michel Chion e Christina Cano; o papel da montagem e da descentralizacao na estrutura do filme para explorar o entrecruzamento narrativo, atraves de Jacques Aumont e Jacques Derrida; a onipresenca das imagens na sociedade (pos)moderna para trabalharmos com a sociologia da adaptacao, a partir de Guy Debord; a transposicao de personagens e enredo do conto e poema para o filme, com o auxilio de Linda Hutcheon; e analisamos os codigos associados ao realismo nos textos literario e filmico a partir de Roland Barthes, Roman Jakobson e Andre Bazin. Todos esses temas estao associados diretamente com a teoria da intertextualidade elaborada por Julia Kristeva e desenvolvida por outros teoricos. Os resultados apontam para uma obra cujos autores e vozes distintas se complementam atraves de elaboradas tecnicas de adaptacao, reafirmando, no processo, a adaptacao como um meio poderoso de dialogo entre as artes.
  • MICHEL DE LUCENA COSTA
  • ANÁLISE DO CONCERTO CANTATA BRUTA: UMA SEMIOSE DA VIOLÊNCIA
  • Data: 11/03/2019
  • Hora: 09:00
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  • Esta pesquisa tem por objetivo realizar uma analise do concerto Cantata Bruta, realizado no fim de outubro de 2011, no antigo Cine Bangue do Espaco Cultural, em Joao Pessoa-PB. O interesse por este tema surgiu pelo fato desta obra ser baseada em uma selecao de contos do livro A Historia Universal da Angustia, de Waldemar Solha. Temos, portanto, uma obra literaria sobre a qual foi feita uma releitura, sendo transformada em musica. Buscamos entender como ocorre o transito entre essas linguagens, compreendendo, alem deste processo de traducao intersemiotica, como elas dialogam com os conceitos de angustia e de violencia. Como fio condutor desta pesquisa, nos utilizamos da semiotica de extracao russa, mais conhecida como Semiotica da Cultura.
  • ANA MARIA NUNES
  • DONZELA GUERREIRA: NO TRUPÉ DA SEMIÓTICA
  • Data: 08/03/2019
  • Hora: 09:00
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  • Este estudo analisa a estrutura organizacional dos diversos sistemas de signos que formam o espetaculo Donzela Guerreira, montado pela Cia. Mundu Roda de Teatro. O objetivo primordial desta pesquisa e a compreensao da forma como os diversos sistemas signicos que formam a peca teatral enfocada funcionam e interagem, assim como entender o processo de semiose resultante desses encontros dialogicos. Dentre os metodos de analise utilizados esta o estudo dos diversos signos que constituem o espetaculo, tais como: os movimentos da atriz e do ator, os elementos do cenario, os sons, a iluminacao, a vestimenta, o tom de voz, os signos linguisticos, entre outros. A analise encontrou alicerce teorico em autores que desenvolveram estudos dentro do ambito da Semiotica da Cultura, como: Lotman, Machado, Schnaiderman, Uspenski, Bakhtin e Jakobson. Para compreender o teatro como um sistema semiotico, os subsidios teoricos de Pavis, Fischer-Lichte, Ubersfeld e Guinsburg foram fundamentais. Isto posto, esta pesquisa buscou colaborar para a percepcao do espetaculo teatral Donzela Guerreira na qualidade de texto intercultural.
  • ANDRE GUEDES TRINDADE
  • SOM E FÚRIA: UMA LEITURA CARNAVALIZADA
  • Data: 07/03/2019
  • Hora: 14:30
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  • A minisserie Som & Furia (2009), dirigida por Fernando Meirelles, trata-se de uma traducao para o contexto brasileiro da minisserie canadense Sling and Arrows (2003). Ambas trazem a tona, em formato televisivo, quatro das principais obras de William Shakespeare: Sonho de uma noite de verao (1590), Hamlet (1879), Romeu e Julieta (1591-1595) e Macbeth (1603-1607). Por isso, os principais objetivos desta pesquisa serao: analisar as relacoes sistemicas entre Som e Furia e a as outras linguagens que a constitui, como o a linguagem teatral, por exemplo. A pesquisa tera como fio condutor a teoria da Carnavalizacao, postulada pelo teorico russo Mikhail Bakhtin em dialogo com a Semiotica da Cultura representada aqui, por Lotman e Machado. Ja o formato televisivo sera respaldado por Arlindo Machado, Pallottini, Balogh e Renato Pucci Jr. Por fim, Erika Fisher-Lichtie, Pavis e Kowzan nos ajudaram a entender a constituicao semiotica da linguagem teatral. Portanto, espera-se que esse trabalho, tanto atraves dessas teorias como das construcoes de sentido geradas a partir desta interacao, contribua para a ampliacao da rede de comunicacao sistemica da cultura e da linguagem televisiva, em particular.
  • ANDRE GUEDES TRINDADE
  • SOM E FÚRIA: UMA LEITURA CARNAVALIZADA
  • Data: 07/03/2019
  • Hora: 14:30
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  • A minisserie Som & Furia (2009), dirigida por Fernando Meirelles, trata-se de uma traducao para o contexto brasileiro da minisserie canadense Sling and Arrows (2003). Ambas trazem a tona, em formato televisivo, quatro das principais obras de William Shakespeare: Sonho de uma noite de verao (1590), Hamlet (1879), Romeu e Julieta (1591-1595) e Macbeth (1603-1607). Por isso, os principais objetivos desta pesquisa serao: analisar as relacoes sistemicas entre Som e Furia e a as outras linguagens que a constitui, como o a linguagem teatral, por exemplo. A pesquisa tera como fio condutor a teoria da Carnavalizacao, postulada pelo teorico russo Mikhail Bakhtin em dialogo com a Semiotica da Cultura representada aqui, por Lotman e Machado. Ja o formato televisivo sera respaldado por Arlindo Machado, Pallottini, Balogh e Renato Pucci Jr. Por fim, Erika Fisher-Lichtie, Pavis e Kowzan nos ajudaram a entender a constituicao semiotica da linguagem teatral. Portanto, espera-se que esse trabalho, tanto atraves dessas teorias como das construcoes de sentido geradas a partir desta interacao, contribua para a ampliacao da rede de comunicacao sistemica da cultura e da linguagem televisiva, em particular.
  • ANÁLIA SOFIA CORDEIRO DE LIMA GOMES
  • BAILIAS DE ABRIL: LIRISMO E POLÍTICA NA REESCRITA DOS CANTARES DE AMIGO DE NATÁLIA CORREIA
  • Data: 07/03/2019
  • Hora: 10:00
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  • A presente pesquisa tem por objetivo de estudo a producao poetica de militancia de Natalia Correia e esta inserida nos campos dos estudos culturais, de genero e medievais, especificamente sobre as cantigas de Bailia/bailada inseridas nos Ineditos posteriores a 1990, encontrados na obra O Sol nas Noites e o Luar nos Dias II, publicada em 1999. O ainda escasso acervo academico sobre o Trovadorismo, assim como os raros estudos acerca do Neotrovadorismo escrito por mulheres, principalmente sobre o periodo ditatorial, justifica a intencao do trabalho ao entrelacar as ressonancias da literatura trovadoresca galego-portuguesa na poesia portuguesa contemporanea. Inicialmente, sera abordada a vida e a obra da autora, a sua relacao subversiva frente ao periodo ditatorial e o seu vies da luta pelas causas das mulheres: A Matria. Em seguida, sera feito um levantamento historico sobre o periodo do trovadorismo galego-portugues, a presenca feminina no cenario rural medieval e as aproximacoes de Natalia Correia com o periodo Medieval. Por ultimo, sera feita a analise de suas cantigas neotrovadorescas no que diz respeito ao universo das bailias/bailadas. Este estudo sera norteado pelas teorias de Flores (2017), Furlan (2017), Bueno (1968) Spina (1956/1971), Lapa (1970), Correia (2003). Havera tambem as contribuicoes de alguns dos mais renomados pesquisadores que abordam o Neotrovadorismo como, Maleval (2002), Lopez (1997).
  • JAINE DE SOUSA BARBOSA
  • A MORTE E O MORRER EM CONTOS DE PERRAULT, IRMÃOS GRIMM E ANDERSEN
  • Data: 01/03/2019
  • Hora: 14:30
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  • Esta pesquisa de carater bibliografico-documental e de matriz historico-cultural dispoe-se a compreender, por meio de uma leitura critico-interpretativa, como foi construida a representacao da morte nos contos “O Barba azul”, recolhido da obra Contos de mamae gansa (2015), de Charles Perrault; “Quando criancas brincaram de acougueiro I e II”, publicados em 1812, e recolhidos no livro Contos Maravilhosos Infantis e Domesticos (1812 – 1815) (2012), de Jacob e Wilhelm Grimm; e, por ultimo, “A crianca na sepultura”, de Contos de Hans Christian Andersen (2011), de Andersen. Os quatro autores sao nomes relevantes no universo das narrativas maravilhosas e dos contos de fadas e publicaram textos sobre os mais variados temas, sendo bastante recorrente a tematica da morte. Tendo em vista o fato dessas narrativas estarem inseridas em contextos historicos e temporais distintos, uma vez que os autores sao de nacionalidades e epocas diferentes, optamos por observar a representacao da morte nao somente como um evento em si, mas principalmente como um acontecimento que sofre influencias politicas, sociais, culturais, temporais e espaciais. Por essa razao, adotamos um referencial teorico pertinente principalmente a Representacao e a Historia Cultural, ambos aliados ao pensamento de Roger Chartier (1990) e outros autores com orientacao epistemologica semelhante, afim de compreendermos como se constitui o processo de representacao de um objeto, bem como dos atuantes nesse processo. Utilizamos os estudos de nomes importantes no contexto da morte, como Phillipe Aries (2012), que nos mostraram como o homem relaciona-se com o fim da vida. Alem desses, como deteremos nossa analise aos contos maravilhosos, elencamos, a priori, duas autoras que estudam o genero, Nelly Novais Coelho (2012) e Maria Emilia Traca (1998). Atraves da elaboracao da presente pesquisa, pudemos constatar quao distintas sao as representacoes e os modos de compreender a morte nao apenas no universo da literatura, mas na historia da humanidade como um todo. Embora nos prendamos a um contexto eurocentrico, percebemos que ha muitas repeticoes e semelhancas no modo de vivenciar a morte e que no universo literario ha muitos fatores influentes em sua ficcionalizacao, dentre eles o contexto historico. Alem disso, pudemos compreender tambem que mesmo sendo um tabu ha tanto tempo, a morte ainda e um tema controverso e que continuara fazendo parte de muitas historias, sejam elas destinadas para criancas ou nao. Representada em suas variadas maneiras, ela ainda sera motivo para o medo, o riso, o sofrimento e a liberdade, como veremos nos contos aqui analisados.
  • THIAGO DA SILVEIRA CUNHA
  • ENTRE RISCOS, NARRATIVAS E LEMBRANÇAS: esboço de uma memória coletiva na arte de rua em João Pessoa
  • Orientador : ANA CRISTINA MARINHO LUCIO
  • Data: 01/03/2019
  • Hora: 14:00
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  • Os graffiti e as pixacoes ha muito acompanham a historia das cidades. Inscrevem anseios populares, poesias, sentimentos, itinerarios, cronicas, memorias. Para muito alem do conteudo veiculado nas paredes, este trabalho busca atingir seus criadores e suas narrativas. De maneira geral, esse esforco comunga com a proposta politica dos Estudos Culturais, tonificando as vozes de personagens perifericos e suas memorias subterraneas (POLLAK, 1989). O movimento empreendido visa torna-los autores de sua propria memoria coletiva. Procuro realizar uma critica a partir de suas narrativas, explorando as relacoes entre a literatura, a memoria e a oralidade. Trago alguns dos marcos deste movimento urbano e discuto as aproximacoes e distanciamentos entre o graffiti e a pixacao ao longo do tempo, a partir de suas proprias fissuras internas e regimes de memoria. Alem disso, confronto-os ao que veiculam os orgaos oficiais a respeito, evidenciando seus movimentos criativos de subversao da lingua, tanto em sua grafia - piXacao - quanto ao nivel da adjetivacao. Nessa perspectiva, as narrativas oficiais costumam associar estas inscricoes a sujeira e ao vandalismo, termos que sao positivados por seus agentes. A reflexao sobre a memoria aprofunda os vinculos entre a subjetivacao e a rememoracao a partir de dispositivos disparados por Deleuze e Guattari (1972; 1992). Sob esse vies, a antropologia visual auxilia a analise dessas dobras no corpo, na voz e na situacao da narrativa oral (ZUMTHOR, 1997). Desse modo, o exercicio da critica pode atender os requisitos exigidos pelo seu oficio, alcancando um equilibrio entre forma e conteudo, texto e contexto (EAGLETON, 2001; SARLO, 1997). A reflexao metodologica tem enfase na experiencia de campo. Com isso, procuro contribuir e incentivar as pesquisas sobre oralidade realizadas na area da literatura pelos “criticos-etnografos” que visam ir ao encontro fisico do outro, exercendo uma escuta humana e captando narrativas que, se nao fosse por esse esforco, so se ouviria falar a respeito. Confluindo com a hipotese de Paul Zumthor (1997), foi possivel reconhecer nos depoimentos dos grafiteiros e pixadores inumeros generos narrativos, encontrando enredos bem desenvolvidos do ponto de vista literario. Isto desestabiliza o objeto literario e o canone, revelando uma riqueza singular provida das vozes cotidianas.
  • JHENNEFER ALVES MACÊDO
  • PRINCESAS NEGRAS: AS ADAPTAÇÕES DOS CONTOS EUROPEUS NA LITERATURA INFANTIL COM TEMÁTICAS AFRO-BRASILEIRAS
  • Data: 01/03/2019
  • Hora: 09:30
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  • A proposta central da presente dissertacao e apresentar um estudo sobre as releituras dos classicos europeus nas obras contemporaneas da literatura infantil com tematicas afro-brasileiras, analisando o processo de adaptacao e os aspectos artisticos, esteticos e literarios das narrativas, particularmente das que tem princesas negras como protagonistas. Para desenvolvimento da pesquisa, inicialmente, investigamos o contexto historico, social, cultural e politico nos quais a literatura infantil esteve inserida ao longo dos seculos. Para tanto, desenvolvemos uma investigacao que apresentou as marcas das diferentes visoes das sociedades que foram transmutadas para os contos populares, ressaltando, principalmente, a complexidade dos temas e os processos de adaptacao nos quais os textos, em sua forma oral ou escrita, foram inseridos para que o dialogo com o leitor fosse possivel. De posse desses dados iniciais, na sequencia, apresentamos um panorama que revela a presenca dos contos populares desde a formacao da literatura infantil ate os tempos atuais. A partir disso, desenvolvemos uma discussao sobre o papel das adaptacoes, tanto do texto verbal quanto do visual, na consolidacao desses contos como classicos para os leitores infantis. Por fim, utilizando as obras Rapunzel e o Quibungo (2012), Pretinha de neve e os sete gigantes (2013) e Cinderela e Chico Rei (2015), desenvolvemos uma analise que abarca tanto o aporte tematico dessas adaptacoes quanto os elementos verbais e visuais que as constitui.
  • JHENNEFER ALVES MACÊDO
  • PRINCESAS NEGRAS: AS ADAPTAÇÕES DOS CONTOS EUROPEUS NA LITERATURA INFANTIL COM TEMÁTICAS AFRO-BRASILEIRAS
  • Data: 01/03/2019
  • Hora: 09:30
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  • A proposta central da presente dissertacao e apresentar um estudo sobre as releituras dos classicos europeus nas obras contemporaneas da literatura infantil com tematicas afro-brasileiras, analisando o processo de adaptacao e os aspectos artisticos, esteticos e literarios das narrativas, particularmente das que tem princesas negras como protagonistas. Para desenvolvimento da pesquisa, inicialmente, investigamos o contexto historico, social, cultural e politico nos quais a literatura infantil esteve inserida ao longo dos seculos. Para tanto, desenvolvemos uma investigacao que apresentou as marcas das diferentes visoes das sociedades que foram transmutadas para os contos populares, ressaltando, principalmente, a complexidade dos temas e os processos de adaptacao nos quais os textos, em sua forma oral ou escrita, foram inseridos para que o dialogo com o leitor fosse possivel. De posse desses dados iniciais, na sequencia, apresentamos um panorama que revela a presenca dos contos populares desde a formacao da literatura infantil ate os tempos atuais. A partir disso, desenvolvemos uma discussao sobre o papel das adaptacoes, tanto do texto verbal quanto do visual, na consolidacao desses contos como classicos para os leitores infantis. Por fim, utilizando as obras Rapunzel e o Quibungo (2012), Pretinha de neve e os sete gigantes (2013) e Cinderela e Chico Rei (2015), desenvolvemos uma analise que abarca tanto o aporte tematico dessas adaptacoes quanto os elementos verbais e visuais que as constitui.
  • MARCELO DE LIMA FERNANDES
  • RESSIGNIFICAÇÃO DOS DISCURSOS NO CINEMA: DIALOGISMO E RECEPÇÃO CRÍTICA EM TUDO SOBRE MINHA MÃE, DE PEDRO ALMODÓVAR
  • Data: 01/03/2019
  • Hora: 09:00
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  • O presente trabalho tem por objetivo realizar uma analise filmica de Tudo sobre minha mae (1999), de Pedro Almodovar, identificando as relacoes dialogicas (BAKHTIN, 2003; STAM, 1992) presentes no texto filmico, encarando essas interacoes discursivas como pontos de producao e revisao de significados sociais, numa conexao entre ficcao e sociedade. Para isso, estudamos principalmente o jogo de dialogo estabelecido entre o filme de Almodovar e o longa A Malvada (1950), de Joseph Mankiewicz; a peca Um bonde chamado Desejo (1947), de Tennessee Williams, e sua adaptacao Uma rua chamada Pecado (1951), de Elia Kazan; a peca Bodas de Sangue (1933), de Federico Garcia Lorca; alem do genero melodrama. Analisamos, ainda, aspectos relativos as categorias narratologicas de espaco (LINS, 1976) e personagem (ROSENFELD, 2002; SALES GOMES, 2002); e a recepcao critica jornalistica do filme (BRAGA, 2006), considerando o fenomeno recepcional como uma outra instancia com a qual o filme dialoga e de onde sentidos sao produzidos.
  • RODOLFO MORAES FARIAS
  • (In) conformação amorosa e fragmentação subjetiva: colonização emocional em Niketche, de Paulina Chiziane
  • Data: 25/02/2019
  • Hora: 15:00
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  • O presente estudo aborda o romance Niketche: uma historia de poligamia (2002), da escritora mocambicana Paulina Chiziane, a luz dos Estudos de Genero, e analisa de que modo a narrativa reproduz valores coloniais no discurso da narradora-protagonista, que, no afa de denunciar a catastrofe afetiva de que padece, finda por (inconscientemente) validar a logica de dominacao que a oprime. Procura-se demonstrar de que maneira se da essa colonizacao emocional, i.e., a interferencia da episteme judaico-crista europeia nos reconditos mais profundos da psique dos sujeitos colonizados, que, mesmo (intelectualmente) cientes da opressao sofrida, sao incapazes de rechaca-la totalmente, perpetuando assim o ideario colonial, particularmente no que tange a vivencia amorosa. E justamente em relacao ao amor que a narradora se mostra mais acorrentada a logica exogena, e em razao disso pena para conciliar seus desejos intimos com a dura realidade autoctone circundante, parecendo estar presa num limbo entre a tradicao e a modernidade, sem conseguir resolver de forma satisfatoria a fragmentacao interior que a dilacera e lhe contamina o discurso. Situando a transmissao dos padroes ocidentais num nivel que escapa a volicao dos individuos envolvidos, verifica-se como os efeitos da colonizacao do pais africano reverberam na atualidade, poluindo a gnose ancestral e metamorfoseando o conhecimento local, cuja nova forma amalgamada ainda nao foi totalmente compreendida.
  • LUCIANA PRISCILA SANTOS CARNEIRO
  • O percurso da escrevivência em Mulher Matriz, de Miriam Alves
  • Data: 25/02/2019
  • Hora: 13:00
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  • Enquanto confrontavam o sistema hegemonico branco, dentro do proprio movimento negro, escritoras afro-brasileiras perceberam resistencia ao reconhecimento e as especificidades das suas escritas. A escrevivencia – termo criado por Conceicao Evaristo e adotado por Miriam Alves a fim de descrever a sua escrita – rompe os muros das discriminacoes paralelamente caminhantes, genero e etnia; atribui especificidade a escrita de expressao do corpo negro feminino; e ocupa o lugar de direito da mulher negra na literatura e na epistemologia. Este trabalho visa investigar como se constitui a escrevivencia e os caminhos esteticos e ideologicos percorridos por esta epistemologia a fim de enredar os contos de Mulher Mat(r)iz (2011), de Miriam Alves. Desse modo, passeamos por analises sociologicas, culturais e literarias: memoria africana, etnia, corpo feminino, classes economicas, violencias, linguagem e receptividade. Para tanto, consideramos necessario um estudo acerca da historia e dos contextos que produzem a Literatura Afro-brasileira de autoria feminina, bem como dos seus dialogos com o feminismo negro e as questoes sociais e individuais que vivenciam a mulher negra na sociedade brasileira. Em nossa analise, deixamos falar vozes representantes da literatura afro-brasileira de autoria feminina, como a propria Miriam Alves, Conceicao Evaristo e Livia Natalia. Alem delas, a discussao e subsidiada pelos teoricos Constancia Lima Duarte (2010), Eduardo de Assis Duarte (2014), Maria Nazareth Fonseca (2002), entre outros nomes que tecem sobre escritas afro-brasileiras, a expressao feminina da mulher negra e suas vivencias.
  • MARCOS TULIO FERNANDES
  • TRAVESSIAS DO FANTÁSTICO E TRANSFORMAÇÕES NO BRASIL: O CASO MACHADO DE ASSIS
  • Data: 22/02/2019
  • Hora: 14:00
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  • A presente tese investigou as travessias de contos fantasticos do escritor romantico alemao E. T. A. Hoffmann por traducoes francesas e suas transformacoes na producao de contos fantasticos de Machado de Assis para periodicos fluminenses no periodo entre 1862 e 1892. O sucesso editorial dos contos de Hoffmann em Paris, que deflagrou a moda do conto fantastico na Franca durante os anos 1830, promoveu a importacao das narrativas do autor para o cenario cultural brasileiro, inspirando nossos autores a producao de contos fantasticos e estimulando nossos tradutores a reescrita do hoffmanniano, ate que ela se transformasse em voga fantastica no Brasil. O contato de Machado de Assis com as traducoes francesas da obra de Hoffmann inspirou-o tambem a producao do genero, mas cujo hoffmanniano se ressignificou em seus temas e conceitos para atender as imposicoes editoriais de Garnier e corresponder as expectativas do leitorado feminino do Jornal das Familias, durante as decadas 1860 e 1870, momento no qual o escritor procurava consolidar sua carreira literaria e sobreviver de sua pena. Arrefecida a moda fantastica nos anos 1880, o Bruxo do Cosme Velho desenvolveu nova formula fantastica para atender outras revistas femininas, como A Estacao, que despontavam inseridas em nova poetica cultural e cujo leitorado ja nao se identificava com o kitsch sentimental utilizado na revista de Garnier. Assim, os contos fantasticos machadianos estiveram sempre ajustados as condicoes editoriais e aos perfis dos suportes nos quais foram publicados. Nos analisamos os emprestimos literarios e suas transformacoes com intuito de preencher lacunas na tessitura do fantastico machadiano, fruto da inspiracao, direta ou indireta, das obras de Hoffmann. Reavaliamos os parametros que definem o genero fantastico nos oitocentos, como literatura produzida prioritariamente para e publicada nos jornais. Nossa pesquisa apresenta-se exemplo de como o perfil dos suportes e as necessidades do mercado editorial brasileiro atuaram sobre a producao dos contos fantasticos de Machado, promovendo manipulacao dos conceitos hoffmannianos e obrigando o Bruxo do Cosme Velho a produzir formulas fantasticas para atender a leitorados especificos e de acordo a poetica cultural vigente.
  • MARIA TERESA RABELO RAFAEL
  • A CIRCULAÇÃO DA LITERATURA DE AUTORIA AFRICANA DE LÍNGUA FRANCESA NO BRASIL: UMA ANÁLISE DA TRADUÇÃO DE "ALLAH N'EST PAS OBLIGÉ", DE AHMADOU KOUROMA
  • Data: 21/02/2019
  • Hora: 15:00
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  • A presente pesquisa tem por objetivo analisar as problematicas que envolvem a circulacao da literatura de escritores africanos de lingua francesa no Brasil, desdobrando-se sobre o estudo da traducao brasileira do romance "Allah n'est pas oblige (200), do escritor manfinense Ahmadou Kouroma. Os parametros metodologicos utilizados partiram dos catalogos de onze editoras, seis independentes (Pallas, Kapulana, Nadyala, Lingua Geral, Ediouro, Globo e Melhoramentos), que serviram de base para o estudo em torno da origem linguistica das obras, do volume de traducoes, da sub-representacao da producao africana feminina, e por fim, do caminho percorrido por tais obras ate a publicacao no Brasil. No que diz respeito a traducao, foram das enfases aos elemento paratextuais e as estrategias utilizadas para traduzir os vocabularios, as expressoes e as crencas populares da lingua malinque para o texto de chegada. A pesquisa mostrou que dentro do total de 122 identificadas no presente estudo, 9 sao de lingua francesa, o que equivale a 7% das publicacoes. Esse resultado revelou o lugar marginal que ocupam essas textualidades no Brasil. Identificou-se que essa realidade e ainda mais problematica quando sabido que das 9 obras apenas 1 e de autoria africana feminina. Quanto a analise tradutologica, chegou-se a conclusao de que, ao subverter o portugues a norma e logica da lingua/cultura malinque, a traducao se distanciou de uma perspectiva domesticadora, onde os tracos culturais e linguisticos da lingua de origem sao adaptados a lingua/cultura de chegada.
  • MARIA TERESA RABELO RAFAEL
  • Campo editorial e circulação da literatura de autoria africana de língua francesa no Brasil: um estudo de caso das estratégias de tradução em Alá e as crianças-soldados, de Ahmadou Kourouma
  • Data: 21/02/2019
  • Hora: 15:00
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  • A presente pesquisa tem por objetivo analisar as problematicas que envolvem a circulacao da literatura de escritores africanos de lingua francesa no Brasil, desdobrando-se sobre o estudo da traducao brasileira do romance "Allah n'est pas oblige (200), do escritor manfinense Ahmadou Kouroma. Os parametros metodologicos utilizados partiram dos catalogos de onze editoras, seis independentes (Pallas, Kapulana, Nadyala, Lingua Geral, Ediouro, Globo e Melhoramentos), que serviram de base para o estudo em torno da origem linguistica das obras, do volume de traducoes, da sub-representacao da producao africana feminina, e por fim, do caminho percorrido por tais obras ate a publicacao no Brasil. No que diz respeito a traducao, foram das enfases aos elemento paratextuais e as estrategias utilizadas para traduzir os vocabularios, as expressoes e as crencas populares da lingua malinque para o texto de chegada. A pesquisa mostrou que dentro do total de 122 identificadas no presente estudo, 9 sao de lingua francesa, o que equivale a 7% das publicacoes. Esse resultado revelou o lugar marginal que ocupam essas textualidades no Brasil. Identificou-se que essa realidade e ainda mais problematica quando sabido que das 9 obras apenas 1 e de autoria africana feminina. Quanto a analise tradutologica, chegou-se a conclusao de que, ao subverter o portugues a norma e logica da lingua/cultura malinque, a traducao se distanciou de uma perspectiva domesticadora, onde os tracos culturais e linguisticos da lingua de origem sao adaptados a lingua/cultura de chegada.
  • THAÍSE GOMES LIRA
  • A máquina do tempo: ressonância de H. G. Wells na ficção distópica do século XX
  • Data: 21/02/2019
  • Hora: 14:00
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  • A maquina do tempo ([1895] 2018), primeira obra de H. G. Wells, e uma das obras representantes do impulso distopico britanico e influenciou as narrativas distopicas do seculo XX, de forma que seu reflexo ainda e percebido nas obras do seculo XXI. A Distopia, cuja nomenclatura e recente nos estudos literarios, carece de maiores investigacoes em lingua portuguesa, e e nesse sentido que direciono este estudo. A essencia do universo distopico, da forma que alcancou os dois ultimos seculos, remonta a um conjunto de obras do seculo XIX e tambem as narrativas utopicas que surgiram no seculo XVI, a partir de A Utopia, de Thomas More. Socialista e visionario, Wells estabeleceu, em seu primeiro romance, dialogos consistentes que reverberariam na Ficcao Cientifica e na distopia do seculo XX, segundo aspectos apontados por Figueiredo (2009) e outros estudiosos. O objetivo central desta pesquisa foi analisar o primeiro romance de Wells, sob a luz da ficcao distopica, como uma das narrativas essenciais do impulso distopico britanico do seculo XIX, que auxiliaram no estabelecimento das bases estruturais das distopias contemporaneas; alem disso, buscou delimitar as semelhancas e diferencas entre a Literatura de ficcao cientifica e de ficcao distopica; realizar um paralelo entre as Literaturas utopica, (pos) apocaliptica e distopica; investigar os aspectos insolitos, sociais e espontaneamente distopicos da narrativa de Wells, que influenciaram as obras canonicas do genero no seculo XX. A pesquisa esta amparada pelos estudos de Suvin (1979), Tomachevski (2013), Oliveira (1999), Todorov (2013; 2014), Culler (1999), Castro (2007) Soares (2007), Saer (2012) Garcia (2007), Jameson (2005; 1982), Cardoso (2003), Cardoso (2006), Bozzetto (2007), Vieira (2010), Silva (2013), Miranda (2016), Booker (1994), Figueiredo (2009), Moraes (2012), Pavlovski (2012), Baccolinni (1995), Moylan (2016), Perrone-Moises (2016), Arendt (1979) Aristoteles (2007), Genette (2017), entre outros. A analise da obra permitiu a observacao de que A maquina do tempo ([1895] 2018) e, na verdade, uma obra hibrida, que mescla tracos utopicos, pos-apocalipticos e distopicos; nem todos os aspectos apontados por Figueiredo (2009) sao identificados na obra, mas atraves de seu livro, Wells tambem lancou alicerces para as distopias contemporaneas: a alta tecnologia e a visao republicana e socialista, com criticas marxistas de classe.
  • ALINE KELLY VIEIRA HERNANDEZ
  • A EXPRESSÃO DO OCULTISMO NA NARRATIVA FANTÁSTICA DE RUBÉN DARÍO
  • Data: 21/02/2019
  • Hora: 09:00
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  • A literatura fantastica do Romantismo, inspirada no irracional, unida aos dogmas religiosos e positivistas da America finissecular, serviram de forte influencia para o desenvolvimento dos temas do fantastico modernista. Muitos escritores introduziram na America hispanica uma literatura de cunho sobrenatural, que visou confrontar a filosofia positivista predominante naquele momento. Atraves das pseudociencias e das ciencias ocultas, os modernistas encontraram um caminho alternativo a religiao, para se comunicar com o transcendental e tentar entender e responder a inumeras questoes que a ciencia convencional nao era capaz de explicar. Nossa proposicao, neste trabalho, e demonstrar os reflexos das pseudociencias e do ocultismo nos contos fantasticos do Modernismo Hispano-americano, sobretudo do escritor modernista Ruben Dario. Para a realizacao de nossa proposta, escolhemos como corpus analitico os contos fantasticos “El caso de la senorita Amelia”(DARIO, 2002) e “La extrana muerte de Fray Pedro” (DARIO, 2002), ambos de Ruben Dario. As principais referencias utilizadas para preceder a analise foram: Ceserani (2006),Todorov (1981), Lovecraft (1987), Furtado (1980), entre outros. Os principais suportes teoricos usados para a realizacao da analise foram: Hahn (1978), Martin (2009), Vax (1965), entre outros. Apos a analise constatou-se que os dois contos atendem perfeitamente aos objetivos desta pesquisa, uma vez que, nas duas narrativas, se mostra de forma clara, a presenca de varios elementos de influencia do ocultismo, esoterismo e pseudociencias, fato este que cremos ressaltar a relevancia de nosso estudo.
  • MARIA RICHELY BARBOSA DE MOURA
  • RELAÇÃO ANIMAL HUMANO E NÃO HUMANO NO ROMANCE AS HORAS NUAS, DE LYGIA FAGUNDES TELLES
  • Data: 20/02/2019
  • Hora: 10:30
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  • Esta dissertacao objetiva realizar uma analise interpretativa da relacao entre o animal humano e nao humano e suas implicacoes etico-esteticas no romance As horas nuas (2010), de Lygia Fagundes Telles, por meio do confronto das tres vozes narrativas. As vozes, que se alternam em capitulos na composicao da obra, sao: a da atriz Rosa Ambrosio, o do seu gato Rahul e da terceira pessoa onisciente, contemplando as acoes envoltas a Ananta Medrado, analista da atriz. Para tanto, no capitulo I, ha a revisao do antropocentrismo historico por meio da Etica Animal e da critica ao especismo, empreendida por Peter Singer, em Libertacao Animal, a questao do olhar na relacao entre o animal humano e nao humano, postulada por Jacques Derrida, em O animal que logo sou (a seguir); e a analise do dualismo, efetivada por Val Plumwood, em Feminism and the mastery of nature. A partir disso, o capitulo II problematiza e propoe uma revisitacao do conceito tradicional de antropomorfizacao. Alem disso, correlaciona os dois modos derridianos (ver / ver e ser visto) de se relacionar com o animal nao humano com a forma de escreve-lo e, consequentemente, de le-lo em algumas imagens-textos do animal nao humano na literatura narrativa ocidental pertinentes a discussao. O capitulo III efetua a analise interpretativa literaria do corpus escolhido, a partir do dialogo entre as tres vozes narrativas. Para isso, se apoia nas consideracoes filosoficas dos autores mencionados no que concerne a relacao entre o animal humano e nao humano e examina as implicacoes etico-esteticas.
  • MARIA RICHELY BARBOSA DE MOURA
  • RELAÇÃO ANIMAL HUMANO E NÃO HUMANO NO ROMANCE AS HORAS NUAS, DE LYGIA FAGUNDES TELLES
  • Data: 20/02/2019
  • Hora: 10:00
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  • Esta dissertacao objetiva realizar uma analise interpretativa da relacao entre o animal humano e nao humano e suas implicacoes etico-esteticas no romance As horas nuas (2010), de Lygia Fagundes Telles, por meio do confronto das tres vozes narrativas. As vozes, que se alternam em capitulos na composicao da obra, sao: a da atriz Rosa Ambrosio, o do seu gato Rahul e da terceira pessoa onisciente, contemplando as acoes envoltas a Ananta Medrado, analista da atriz. Para tanto, no capitulo I, ha a revisao do antropocentrismo historico por meio da Etica Animal e da critica ao especismo, empreendida por Peter Singer, em Libertacao Animal, a questao do olhar na relacao entre o animal humano e nao humano, postulada por Jacques Derrida, em O animal que logo sou (a seguir); e a analise do dualismo, efetivada por Val Plumwood, em Feminism and the mastery of nature. A partir disso, o capitulo II problematiza e propoe uma revisitacao do conceito tradicional de antropomorfizacao. Alem disso, correlaciona os dois modos derridianos (ver / ver e ser visto) de se relacionar com o animal nao humano com a forma de escreve-lo e, consequentemente, de le-lo em algumas imagens-textos do animal nao humano na literatura narrativa ocidental pertinentes a discussao. O capitulo III efetua a analise interpretativa literaria do corpus escolhido, a partir do dialogo entre as tres vozes narrativas. Para isso, se apoia nas consideracoes filosoficas dos autores mencionados no que concerne a relacao entre o animal humano e nao humano e examina as implicacoes etico-esteticas.
  • ANTONIO FELIPE BARBOSA NETO
  • O RIO AMAZONAS NO PERCURSO POÉTICO DE THIAGO DE MELLO E DE JUAN CARLOS GALEANO
  • Data: 20/02/2019
  • Hora: 09:00
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  • A literatura contemporanea latino-americana, especificamente a amazonica, tem apresentado uma perspectiva instigada pelos aspectos factuais do homem e da natureza em degradacao. Os efeitos da violencia lenta sobre os espacos florestais e povos que nela habitam, vem despertando os posicionamentos etico e politico, nao partidarios, dos escritores locais, que saem em defesa dos sujeitos historicamente marginalizados, colocando-se enquanto vozes que repercutem as mudancas da paisagem amazonica. No tocante a imagem da natureza, o presente trabalho enseja, junto a valorizacao da cultura nativa entrevista nos textos, analisar como a construcao literaria da Amazonia tem auxiliado no processo de conscientizacao acerca das problematicas ambientais e sociais na regiao. Para isso, buscamos, mediante as representacoes do elemento rio, encontradas na ecopoetica do escritor brasileiro Amadeu Thiago de Mello na obra Amazonia patria da agua (1987), bem como no livro Amazonia y otros poemas (2004), do poeta colombiano Juan Carlos Galeano, observar como os autores atribuem a subjetividade as aguas amazonicas. O rio, portanto, adentra em nosso estudo como recurso estetico simbolico responsavel por condicionar o percurso imaginativo da poetica, perpassado no carater popular que reforca a posicao de pertencimento dos discursos. Vale ressaltar que o Amazonas e demais afluentes tambem se caracterizam como responsaveis pelas denuncias, seres subjetivos que externalizam os efeitos da degradacao ambiental. O recorte das poesias (poemas e prosas) que foram estudadas ocorreu mediante a representacao espacial do mesmo, em que buscamos tracar uma analise da narrativa poetica mediante um metodo de leitura ecocritico pautado nos seguintes aspectos: analisar os textos em suas representacoes do meio ambiente como uma questao politica e estetica; identificar as problematicas ecologicas entrevistas pelos elementos relacionados a discussao ecopoetica; e por fim, relacionar as vozes poeticas como forma de ambientalismo especifico. Dessa forma, propomos dialogar as obras, buscando identificar as aguas como ambiente subjetivizado pelas memorias, marcado pelas presencas das criaturas humanas e nao humanas, e seres reais e sobrenaturais que permeiam a sua existencia. Como principais aportes teoricos, procuramos respaldar em nomes como: Coelho (1945); Mendes (1974); Leonel (1998); Mires (1990); Junk e Melo (1990); Allier (1992); Mesa (1993); Bhabha (1996); Morin (2001); Leff (2003); Mendes (2005); Nielson (2014); Oyarzun (2015); Coutinho (2003); Said (2007); Schneider (2007); Spivak (2010); Nixon (2011); Levy (2011); Walter (2012); Thiel (2012); Braga (2015). Verificamos que as poeticas analisadas refletem percepcoes unicas que se relacionam em prol de uma luta comum. O subjetivismo atribuido ao rio reverbera em consonancia com a simbologia universal, no entanto, imbuido por uma percepcao nativa que possibilita ao leitor uma experiencia de empatia, do reconhecimento da vida em sua pluralidade.
  • ADRIANA NUVENS DE ALENCAR
  • NA TERRA DOS PASSARINHOS, PATATIVA NÃO CANTA SÓ: Um olhar semiótico sobre a poética da comunidade de Assaré
  • Data: 18/02/2019
  • Hora: 14:00
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  • Neste trabalho, analisamos, sob o ponto de vista da semiotica das culturas, uma amostra das producoes da Comunidade Poetica de Assare, verificando os valores a elas subjacentes, a fim de caracterizar a identidade daquele grupo cultural. Partimos das hipoteses de que: a poesia, sobretudo como expressao do desejo de justica social, e o que melhor define a comunidade; o saber sobre o mundo compartilhado pelos membros do grupo inclui o sentimento/ a consciencia de que a existencia de Patativa e de sua obra o distingue dos demais; a producao de cada poeta revela outras caracteristicas da coletividade, paralelamente ao ideal de justica; os principios comunitarios ainda se sobrepoem ali ao individualismo da sociedade moderna. Por meio de pesquisa de campo, registramos vinte e sete poetas em atividade, bem como um demonstrativo das composicoes de cada um. Deste universo, selecionamos um corpus composto de seis textos, representativos de tematicas recorrentes no conjunto dos autores. Analisamos os textos a partir da teoria das zonas antropicas de Rastier, abordando as categorias de pessoa, tempo, espaco e modo, com o intuito de identificar os valores presentes, situando-os no quadro antropico. Nas analises, sobressairam os valores: justica social, Patativa e a poesia, o sagrado, as relacoes afetivas e comunitarias. O anseio por justica/progresso e discursivizado por meio de objetos culturais de natureza basica situados na zona distal do povo. A poesia ocupa todas as zonas do entorno; e instrumento de denuncia e de luta por uma vida digna. A valorizacao do sagrado e das relacoes interpessoais sao tracos ainda tradicionais da comunidade.
  • CRISTINA ROTHIER DUARTE
  • A LITERATURA INFANTIL BRASILEIRA DO SÉCULO XIX: reescritas para crianças em Contos da Carochinha, de Figueiredo Pimentel
  • Data: 13/02/2019
  • Hora: 14:30
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  • Neste trabalho, investigamos a literatura infantil do seculo XIX, a partir de narrativas reunidas por Figueiredo Pimentel em Contos da Carochinha ([1894]/1958), obra que inaugurou, cronologicamente, a literatura infantil brasileira, configurando um divisor de aguas na historia desta, por apresentar os primeiros sinais que a fazem caminhar para uma literatura autonoma e dotada de caracteristicas esteticas proprias. Assim, partimos de um estado de lacuna sobre o processo de reescrita desse autor, para empreendermos uma jornada acerca de uma investigacao que busca conhecer alguns de seus textos sob determinados aspectos: texto-fonte, caracteristicas e tipo de reescritura realizada. Desse modo, a pesquisa apresenta como objetivo geral estudar os primordios da literatura infantil brasileira com base na escrita de Figueiredo Pimentel direcionada a esse publico, e como objetivos especificos: tracar um panorama da literatura infantil, partindo do estudo dos principais expoentes europeus e outros contistas pertinentes para esta dissertacao, ate chegarmos as obras que, aqui, circulavam e estavam disponiveis como literatura para criancas no periodo correspondente ao final do seculo XIX e inicio do XX; conhecer a producao de Figueiredo Pimentel, abordando a sua atuacao como jornalista e literato; e compreender o processo de reescritura dos contos infantis empreendido por esse autor, mediante o cotejamento dos contos “O Chapeuzinho Vermelho”, “Branca como a neve” e “A Gata Borralheira”, retirados da 25ª edicao de Contos da Carochinha (1958), com classicos europeus da literatura infantil reunidos por Xavier Marmier, em L’Arbre de Noel et legedes recueillis par Xavier Marmier (1873), com os propositos de: identificar uma possivel fonte imediata utilizada na obra que inaugurou a Biblioteca Infantil da Livraria Quaresma; definir qual a modalidade de reescrita dos contos que compoem o corpus desta pesquisa foi eleita pelo autor brasileiro; e conhecer os tracos esteticos que caracterizam sua obra como abrasileirada, adequando a literatura ao gosto de nossas criancas naquele periodo. A bibliografia basica consultada para o estudo historico-literario foi Arroyo (2011), Coelho (2000; 2010), Bravo-Villasante (1977), Mendes (2017), Duarte (1995), El Far (2006; 2010), Hallewell (1985) e Leao (2003; 2007a; 2007b), e para o estudo sobre adaptacao, Carvalho (2014), Hutcheon (2013), Feijo (2010), Formiga (2009) e Amorim (2005). A pesquisa e classificada, quanto aos fins, como exploratoria, quanto aos meios, como bibliografica (GIL, 2002), e, quanto a abordagem, como qualitativa (JACOBSEN, 2009). Como resultados da pesquisa, concluimos que Figueiredo Pimentel partiu da obra de Xavier Marmier (1873), para a reescrita dos contos de origem europeia analisados nesta pesquisa, empregando como procedimento de adaptacao a indigenizacao (HUTCHEON, 2013) e construcoes linguisticas mais proximas da oralidade, com o fim de suprir uma necessidade urgente daquele tempo decorrente da carencia de obras infantis proximas da realidade do leitor mirim brasileiro.
  • GIZELDA FERREIRA DO NASCIMENTO LIMA
  • Uma Análise da Educação Feminina em O Livro das Tres Vertudes a Insinança das Damas de Christine de Pizan
  • Data: 12/02/2019
  • Hora: 09:30
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  • Esta pesquisa tem por objetivo analisar o Livro das Tres Vertudes (1405), da autora Christine de Pizan sob uma perspectiva comparada com outros tratados de educacao escritos neste mesmo periodo, entre eles Institutione Feminae Christianae de Juan Luis Vives, Espelho de Casados de Frei Luis de Leon, Lo Libre de les Donas (O Carro de las Donas) de Francisco Eiximenis e o Llibre de les dones ou Spill de Jaume Roig. O corpus do nosso trabalho e a traducao portuguesa do livro de Pizan intitulado, O Livro das Tres Vertudes a Insinanca das Damas, publicado por volta de 1450 a pedido da Rainha D. Isabel. Trata-se de um texto destinado exclusivamente a educacao das mulheres, seu conteudo e composto por ensinamentos e conselhos de ordem pratica que dizem muito sobre as regras impostas as mulheres na Idade Media. Inserida em uma tradicao composta em sua maioria por autores homens, Pizan constroi seu projeto de educacao a partir de estrategias que a diferencia dos demais tratados de educacao. Assim, buscaremos defender como a questao autoral diferenciou o tratamento e ensinamentos destinados as mulheres neste contexto.
2018
Descrição
  • JOÃO MARCUS SOARES CAMPELO
  • As vidas suscetíveis em contos de "Olhos d´Água", de Conceição Evaristo
  • Data: 20/12/2018
  • Hora: 14:00
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  • A pesquisa em questao pretende tecer analise de alguns contos presentes no livro Olhos d´agua, de autoria da escritora mineira Conceicao Evaristo, publicado no ano de 2015. Os contos, a saber, sao os seguintes: Duzu - Querenca; A gente combinamos de nao morrer; Ayoluwa, a alegria do povo. Pretendemos investigar, alem das especificidades referentes a cada conto, um eixo tematico comum que percorre as narrativas escolhidas, a vida precaria dos personagens, as condicoes sociais adversas, mas, sobretudo, a suscetibilidade para transformar suas realidades, a possibilidade de modificacao, de "inventar sobrevivencias".
  • DALVA SALES CARVALHO CUNHA
  • ESTUDO DO ROMANCE "A MÁQUINA DE FAZER ESPANHÓIS", DE VALTER HUGO MÃE, A PARTIR DE PRESSUPOSTOS DA TEORIA GERAL DOS SIGNOS
  • Data: 26/11/2018
  • Hora: 14:00
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  • EM BREVE
  • GRYGENA DOS SANTOS TARGINO RODRIGUES
  • A DRAMATIZAÇÃO DO TRÁGIGO EM "YERMA", "BODAS DE SANGRE" E "LA CASA DE BERNARDA ALBA"
  • Data: 13/11/2018
  • Hora: 15:00
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  • Esta tese tem por objeto de estudo a dramatizacao do tragico em "Bodas de sangre", "Yerma" e "La casa de Bernarda Alba", de Federico Garcia Lorca, obras espanholas escritas na primeira metade do seculo XX. No primeiro capitulo analisamos o contexto historico-literario relativo as pecas, destacando o cenario conservador e patriarcal da Segunda Republica espanhola, comum a trilogia. Investigamos tambem o teatro poetico de Lorca, assim como a participacao do dramaturgo no grupo da Generacion de 27. Ainda neste capitulo tecemos reflexoes acerca do comportamento mitico e religioso da cultural rural da Andaluzia, destacando a sacralidade atavica e o cristianismo rustico daquela populacao, mediante o processo de modernidade tardia dessa cultura. Para a analise, contemplamos definicoes e reflexoes de varios autores, a exemplo de Josephs y Juan Caballero (2012), Ian Gibson (2013), Allen Ildefonso Manuel Gil (2013), Mario Gonzalez (2013), Maria Francisca Vilches de Frutos (2014), Ortega y Gasset (1944) e Castro Filho (2009). No segundo capitulo apresentamos uma abordagem da teoria do drama a partir de fundamentos que nortearam a arte dramatica ao longo dos seculos. Em um primeiro momento, ponderamos sobre a tragedia enquanto forma artistica que busca enquadrar o tragico em esquemas racionalistas e abordamos o tragico enquanto conceito filosofico, existencial, ligado a finitude da vida. Em um segundo momento exploramos os pilares do drama moderno, tendo como parametros conceitos teoricos que podem embasar reflexoes sobre a existencia da tragedia em tempos modernos, considerando semelhancas e diferencas entre as dramaturgias classica e moderna. Para essas discussoes nos valemos de contribuicoes de Aristoteles (1991), Hegel (2010), Peter Szondi (2004, 2011), Heorge Steiner (2006), Raymond Williamns (2011), Terry Eagleton (2013), Sandra Luna (2012), dentre outros autores. No terceiro capitulo realizamos uma analise das pecas tendo como base as teorias elencadas nos capitulos anteriores. Nessa perspectiva, tentamos provar que as pecas pertencentes a essa trilogia sao tragedias modernas, pela enfase nos dramas sociais e pelo tratamento das subjetividades das personagens, que revelam dramas interiores em oposicao ao contexto social andaluz da decada de 1930. Para alem dos parametros caracteristicos do drama moderno, as pecas apresentam conflitos com ares fatalisticos a partir do aproveitamento de temas tabus, de dogmas religiosos e regras de conduta social que interferem diretamente nos conflitos individuais das personagens das pecas. Alem disso, cabe destacar a presenca de uma dimensao sagrada e ritualistica implicada na trilogia, que vai alem do realismo contextual das pecas e transcende os limites da razao, influenciando diretamente o comportamento e as acoes das personagens.
  • CLEDERSON MONTENEGRO MEDEIROS
  • INVEJA, ANTAGONISMO E TEATRALIDADE EM "ANTONIO E CLEÓPATRA", DE WILLIAM SHAKESPEARE
  • Data: 09/11/2018
  • Hora: 15:00
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  • Aproximadamente 10 anos separam a peca "Romeu e Julieta", do dramaturgo ingles William Shakespeare, de uma outra tragedia sobre a paixao, "Antonio e Cleopatra": ambas trazem os nomes dos protagonistas no titulo, ambas falam das possiveis consequencias de uma experiencia privada, o amor, e ambas tem a paixao como tema. No entanto, "Romeu e Julieta", tragedia lirica sobre dois jovens amantes, difere de "Antonio e Cleopatra", em que amantes na maturidade optam pela experiencia do amor-eros, tendo como fonte a obra "A vida paralela dos nobres gregos e romanos", do historiador grego Plutarco. William Shakespeare se utiliza de dois dos protagonistas mais celebres da historia, e certamente, de amplo conhecimento do publico, para criar seu enredo. Refletindo sobre a paixao que envolve os amantes shakespearianos, o presente trabalho procura estabelecer um dialogo com o critico frances Rene Girard, que, a partir de sua teoria do desejo mimetico afirma que o homem nao e capaz de desejar por si mesmo a imitacao de modelos sendo a base nao apenas do desejo, mas tambem dos conflitos humanos. Desse modo, e possivel justificar muito da relacao entre Antonio, Cleopatra e Otavio Cesar a partir da dinamica triangular de amor, odio e rivalidade. No livro "Shakespeare: o teatro da inveja" (2009), Rene Giorar, embora nao contemple em seus estudos "A tragedia de Antonio e Cleopatra", utilizando-se, para tratar do desejo em suas pecas, um termo caro ao vocabulario do proprio Shakespeare, a inveja. E por meio de alguem que detem o privilegio de um objeto que nao possuimos que a dinamica dos conflitos e o drama ocorrem. O interesse de imitar o modelo e, segundo Girard, a vontade de estabelecer uma identidade com o mesmo modelo invejado. Portanto, fazendo uso das consideracoes de Girard e relacionando suas ideias e a formulacoes de outros criticos e outras obras do dramaturgo ingles, o presente trabalho propoe-se, no estudo da "A tragedia de Antonio e Cleopatra", estabelecer conexoes que legitimam a tese acerca das relacoes entre inveja, rivalidade e teatralidade.
  • MARIA GRACIELE DE LIMA
  • UMA INQUIETA ESCRITURA: ESTUDO E TRADUÇÃO DE "EXCLAMACIONES" E "VEJAMEN", DE TERESA D'ÁVILA
  • Data: 30/10/2018
  • Hora: 09:30
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  • Esta pesquisa tem como centro o estudo e a traducao de dois escritos deixados pela autora espanhola, Teresa d'Avila, intitulados "Exclamaciones" e "Vejamen". Levou-se em conta o pertencimento dessas producoes literarias, de carater mistico, a uma tradicao literaria desenvolvida por mulheres cujas origens encontram-se na Idade Media, dentre muros de mosteiros, bem como nas beguinarias. Essa tradicao continuou seu percurso e ultrapassou o 'Siglo de Oro', periodo em que a autora produziu. Adotou-se uma visao sistemica, segundo a qual a Literatura se manifesta, na sociedade, dentro de um complexo de elementos que sao movimentados a partir da atuacao de agentes conhecidos como reescritoras/es e leitoras/es profissionais, o que incide na definicao do que chega ou nao as maos das/os chamadas/os leitoras/es nao profissionais. As/os reescritoras/os sao criticas/os, editoras/es, comentadoras/es, tradutoras/es, entre outros agentes que criam a imagem de uma obra literaria e de sua/seu autora/autor por meio de opinioes, publicacoes, comentarios, traducoes e outros textos que contribuem para tal. Constatou-se que as obras pesquisadas possuem relacao com todo o corpus de producao de Teresa d'Avila e esse e um ponto de partida fundamental para estudar qualquer parte da escritura dessa autora.
  • EMMANUELA NOGUEIRA NITAO DINIZ
  • "Mito, Imagem e Analogia: um estudo comparativo do lógos de Platão nos diálogos Politeia, entre o final do Livro VI e o início do Livro VII, e o prelúdio do Timeu".
  • Data: 28/09/2018
  • Hora: 09:00
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  • O presente estudo pretende analisar o logos de Platao nos dialogos "Politeia", VI 506d6 - VII 515d7, em comparacao com o proemio do "Timeu", entre os passos 27d5-29d6, assim como em outros trechos, com o fim de aprofundar as nocoes de mythos, imagem, e analogia, no pensamento e na linguagem do autor, nos corpora selecionados. As obras serao tratadas, primeiro, tendo em vista o sentido e os usos que o filosofo faz desses recursos em busca do entendimento do que sejam o muthos, as imagens e as estruturas analogicas. A seguir, verificar a existencia de uma relacaio entre a analogia do Sol com o Bem, a imagem da linha Seccionada e a Caverna com o discurso do personagem Timeu, percebendo, num e noutro, a similitude e aproximacao semantica dos temas relacionados. O que se pretende realizar e o aprofundamento do vocabulario dos corpora, observando as principais passagens nas quais ocorre o emprego de mythos, eikones e analogias que, por sua vez, sao signos do discurso platonico, a fim de extrair deles um melhor entendimento do sentidos termos que Platao aplica para designar seus conceitos filosoficos.
  • VIVIANE MORAES DE CALDAS
  • A tragédia "Hércules no Eta" e a formação moral do homem romano
  • Data: 14/09/2018
  • Hora: 09:00
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  • Seneca foi um dos expoentes da filosofia estoica do Imperio Romano, cujos ideais pretendiam servia de guia para o individuo, orientando suas acoes, uma vez que compreendia que a filosofia deveria ser pratica e vivenciada no dia a dia, sempre busca pela virtudee e pela sabedoria. Nosso estudo se propoe a discutir alguns principios estoicos referentes a virtude (uirtus), as paixoes (affectus), a viver conforme a natureza (uiuere naturae), a morte (mors) e ao sabio (sapiens), como essenciais para guiar o individuo no caminho para a impertubalidade da alma, para a felicidade plena. A partir da compreensao desses principios, analisamos a tragedia "Hercules no Eta", com o objetivo nao so de compreender como Seneca se utilizou desses principios para difundir os ideais estoicos, assim como mostrar em que medida os exempla, ou os contra-exempla, evidenciados pelo comportamento dos personagens nessa obra, principalmente pelo heroi Hercules, poderiam contribuir para a formacao moral do homem romano.
  • JESSICA TORQUATO CARNEIRO
  • TATUAGENS LITERÁRIAS: o corpo como suporte para o texto poético
  • Data: 28/08/2018
  • Hora: 09:00
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  • Obras literarias sao absorvidas pelo publico e, frequentemente, transformam-se em variados tipos de expressao artistica, como o cinema, o teatro, a pintura, a escultura, entre outros. Conforme e discutido no presente trabalho, tatuagens tambem sao influenciadas pela literatura. Esta pesquisa objetiva explorar como a literatura marca os corpos humanos ao acessar o que pessoas que possuem esse tipo de tatuagens dizem sobre a decisao de ter na pele determinado texto, verbal ou nao verbal. Ao todo, sao analisadas cinco tatuagens inspiradas em tres poemas e um romance:"A Virgem Maria", de Manuel Bandeira, "Poeminho do contra", de Mario Quintana, "Amor sem saida", de Pedro Gabriel, e "Frankenstein", de Mary Shelley. Por se tratar de um tipo de expressao artistica que se da de maneira (quase) indelevel na pele, a tatuagem literaria promove ricas discussoes sobre a literatura deixas marcas nas mentes e nos corpos dos sujeitos.
  • MARIA VERÔNICA ANACLETO PONTES
  • Entre Novas e Velhas Histórias: a construção de bruxas e princesas nos fios discursivos de contos de fadas
  • Data: 27/08/2018
  • Hora: 09:00
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  • O trabalho de investigacao proposto nesta tese focaliza o lugar socio historico ocupado pela mulher nos contos maravilhosos, narrativas milenares que encantam os/as leitotres/as das mais diferentes idades idades, e suas releituras filmicas. Atualmente, diante de sua popularidade e sucesso que sempre obtiveram, os contos de fadas vem servido de motivacao para a criacao cinematografica, atraves de releituras direcionadas nao so para criancas, mas tambem para o publico adulto. Essas reatualizacoes (FOUCAULT, 2002) sao sujeitas as concepcoes do momento da producao, por isso revelam vontades de verdades presentes em cada epoca. Considera-se que essas narrativas apresentam diversos lugares ocupados pelo sujeito mulher (maes, madrastas, filhas e esposas) que nos permitem enxergar regularidades no que concerne ao papel ideologico representado por essas personagens e as relacoes de poder que perpassam suas construcao narrativa atraves do tempo, comparando-se epocas em que surge cada uma enquanto acontecimento singular na historia.
  • SUELLEN RODRIGUES RAMOS DA SILVA
  • Morrer, gestar, renascer: estetização e autorrepresentação nos documentários "Elena" e "Olmo e a gaivota"
  • Data: 25/06/2018
  • Hora: 09:00
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  • Os documentarios "Elena" (2013), da cineasta mineira Petra Costa, e "Olmo e a gaivota" (2015), tambem realizado por Costa, mas codirigido pela dinamarquesa Lea Glob, constiutuem o corpus desta pesquisa. Tratam-se, portanto, de dois filmes de autoria feminina, ambos protagonizados por mulheres, narrativas centradas em nucleos familiares, utilizando a intertextualidade entre pesonagens documentais e caracteres ficcionais enquanto recurso de estetizacao, e estabelecendo dialogos, sobretudo, com arquetipos femininos. Nesta tese, realiza-se uma analise comparativa de tais obras, observando de que maneira esses documentarios possibilitam a partilha de experiencias pessoais, estetizam a vida cotidiana neles representada e apresentam uma leitura sensivel de suas personagens, sem perderem de vista a relevancia das questoes da serie social constitutivas dos dois filmes, consideradas tabus devido ao silenciamento que as envolvem. Em "Elena", tematiza-se, sobretudo, o suicidio cometido pela personagem homonima, irma da diretora; e em "Olmo e a gaivota", os questionamentos da protagonista, a atriz Olivia Corsini, em sua primeira gestacao, sobre a maternidade e as consequencias de tal escolha em relacao a sua carreira, a sua liberdade e ao seu cotidiano. As duas producoes estruturam-se via narracao homodiegetica, com imersao na interioridade das personagens, suscitando reflexoes sobre a natureza do coumentario em primeira pessoa e a autorrepresentacao, seja das cineastas ou das personagens, e mobilizando os conceitos de autorreflexividade, autobiografia, autoficccao e alterficcao. As obras ainda permitem estabelecer conexoes com dois documentarios pessoais, os curtass-metragens "Olhos de ressaca" (2009) e "Encontro com papai Kasper Cartola" (2011), realizados, respectivamente, por Petra Costa e Lea Glob, tambem focados nas relacoes familiares, embasando observacoes a respeito de elementos recorrentes que constituem tracos estilisticos.
  • JENISON ALISSON DOS SANTOS
  • A construção das subjetividades femininas em Como água para chocolate, de Laura Esquivel
  • Data: 20/06/2018
  • Hora: 09:00
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  • A presente dissertacao propoe uma investigacao acerca da construcao das subjetividades femininas em Como agua para chocolate, da autora mexicana Laura Esquivel, a partir do discurso gastronomico que perpassa o romance. Para tanto, nosso trabalho contempla quatro caminhos de analise, objetivando melhor compreender a constituicao de tal fenomeno: as vozes das mulheres no processo de (re)escrita da historia; os movimentos de opressao e resistencia no espaco da cozinha; as relacoes de afeto construidas a partir do dado gastronomico; e os diferentes lugares do materno. Nosso embasamento teorico se alicerca em um estudo interdisciplinar que transita por diferentes areas de conhecimento, como Teoria e Critica Literaria, Historia, Historiografia, Filosofia e pelos estudos da relacao entre o discurso culinario e a literatura, o que nos permite abordar as propostas de analise de forma mais abrangente e significativa. Nosso referencial teorico se constitui especialmente pelas discussoes de Woolf (2014), Sceats (2003), Badinter (1985) e Hutcheon (1987). Notamos, como consequencia do dialogo entre romance e teorias, como Esquivel constroi uma narrativa singular, demonstrando potencia para a inventividade, resistencia e protagonismo de suas personagens femininas a partir das vivencias do efemero, subvertendo as expectativas de representacao e empoderamento de tais personagens no canone literario.
  • ELISANGELA MARCOS SEDLMAIER
  • Estéticas da carne: literatura, prostituição e psicanálise
  • Data: 13/06/2018
  • Hora: 09:00
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  • Considerado o primeiro romance erotico da modernidade, "Fanny Hill ou memorias de uma mulher de prazer", datado de meados do seculo XVIII, subverte as tradicionais representacoes sobre o feminino, em especial, no tocante a sua vinculacao com a prostituicao. Perpassando a historia do sexo, encontramos, primeiramente, no campo do sagrado, uma conexao entre as prostitutas e a(s) deusa(s) telurica(s). Na era crista - estacao conduzida pelo patriarcado - a prostituta perde seus 'encantos' divinos, sendo alocada, doravante, no territorio do profano. Nesse lugar, torna-se um ser abjeto, mas que, ao mesmo tempo, dialoga com o(s) desejo(s) do(s) outro(s). A obra embora descreva pormenorizadamente a vida da personagem a partir de sua entrada no meretricio, nao compactua com a imagem coletiva ou estigmatizada que a moral social nos oferece sobre a prostituta. Caminhando por vaos historicos, filosoficos e literarios - ressignificados pela psicanalise pos freudiana - examinamos as imagens e discursos que recobrem a prostituta Fanny, a partir dos quais a protagonista experiencia sua feminilidade, de modo a assumir suas fendas e vazios.
  • ANA KARLA COSTA DE ALBUQUERQUE
  • O sentimento pós-moderno na filmografia Quentin Tarantino
  • Data: 11/06/2018
  • Hora: 10:00
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  • Os filmes "Pulp fiction" (1994), "Kill Bill vol. 1" (2003) e "Kill Bill vol. 2" (2004) e "Bastardos inglorios" (2009) sao representativos de um sentimento pos-moderno que permeia toda a filmografia do diretor norte-americano Quentin Taratino. Na presente pesquisa, as escolhas esteticas do diretor serao analisadas a luz dos conceitos que caracterizam a cultura e a sociedade contemporanea, tais como pensados ou teorizados por Susan Sontag, Jean Francois Lyotard, Ihab Hassan, Stuart Hall, Charles Jeccks, Linda Hutcheon, dentre outros. O nosso objetivo e realizar uma investigacaio que atravesse a construcao formal do discurso metaficcional de Tarantino e a entrelace com o problema da crise da representacao e a representacao da subjetividade no cinema pos-moderno.
  • STEFANO ALVES DOS SANTOS
  • Aspectos Retóricos Greco-Romanos na Epistola de Paulo a Filemon
  • Data: 04/06/2018
  • Hora: 09:00
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  • O corpus da presente tese e a "Epistola de Paulo a Filemon", conhecida e classificada como uma "Carta pessoa" e, tambem, como "Epistola de recomendacao ou de mediacao", como um discurso deliberativo. O objetivo e demonstrar que o apostolo Paulo estruturou estrategicamente sua epistola a Filemon segundo a tipologia aristotelica do genero retorico deliberativo, com o intuito de convence-lo a receber de volta o seu escravo fugido, Onesimo. A presente tese e uma aplicacao do criticismo retorico do Novo Testamento na analise da "Epistola de Paulo a Filemon". Para atingir o objetivo estabelecido, fizemos uma abordagem do g`enero epistolar antigo e as epistolas do Novo Testamento, ressaltando a sua estrutura e como ele incidiu no discurso retorico.
  • NICOLE CORTE LAGAZZI
  • As palavras abaixo da cintura: articulações entre a sublimação freudiana e a escrita obscena de Hilda Hilst em "Contos d'escárnio/Textos grotescos".
  • Data: 18/05/2018
  • Hora: 09:00
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  • O trabalho objetiva investigar as vicissitudes do processo sublimatorio, conforme postulado pela teoria freudiana, na obra de Hilda Hilst (1930-2004), mais precisamente em "Contos d'escarnio/Textos grotescos" (1990), ao entrelacar conceitos psicanaliticos e um modo de interpretacao literaria de cuno psicanalitico a escrita de uma das maiores autoras da literatura brasileira do seculo XX. Partimos da compreesao da sublimacao como um dos destinos da pulsao que, atraves da dessexualizacao de sua finalidade mantem, ao mesmo tempo, a economia de satisfacao, e culmina na reorientacao da pulsao para alvos nao sexuais e de maior valor social. Perguntamo-nos como poderiamos pensar tal conceito frente as obras literarias de cunho erotico e pornografico e, para tanto, revisitamos a historia do genero literario e suas especificidades esteticas ao tracarmos as origens e entendimentos das escritas erotica, pornografica e obscena nos contextos literarios.
  • JOSE ROBSON DO NASCIMENTO SANTIAGO
  • A LINGUA DO POVO NO ROMANCE DE GILVAN LEMOS: GLOSSÁRIO DE "O ANJO DO QUARTO DIA" E "EMISSÁRIOS DO DIABO"
  • Data: 08/05/2018
  • Hora: 08:30
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  • Os estudos sobre autores regionais realizados a partir de pressupostos da Lexicologia, da Dialetologia, da Sociolinguistica e da Etnolinguistica demonstram que existe uma indissociabilidade entre lingua, sociedade e cultura. Neste sentido nos debrucamos sobre os romances do escritor Gilvan Lemos, pernambucano que escrevia sobre o que conhecia, vivia e sabia. Em suas obras ha a presenca do lexico regional e popular e, especificamente, nas falas de seus personagens, as marcas de identidade regional e a riquiza vocabular caracterizam o falar de seu povo. Partimos da hipotese de que sua cultura e seu conhecimento linguistico sobre seu povo o levaram a conceber personagens cujas falas pudessem representar o falar nordestino, a sociedade como ele conheceu e a cultura do povo com que conviveu. Defendemos que a melhor forma de demonstrar o valor de suas obras e atraves de um glossario dos romances mais bem avaliados por seus leitores e criticos, "O anjo do quarto dia" e "EmissarioS do diabo".
  • CLECIA MARIA NOBREGA MARINHO
  • O LÉXICO REGIONAL POPULAR NA OBRA DE GRACILIANO RAMOS
  • Data: 07/05/2018
  • Hora: 14:00
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  • O trabalho constitui-se de estudo linguistico voltado para a descricao dos aspectos lexico-semanticos em "Caetes" (1933), "Sao Bernardo" (1936) e "Vidas secas" (1938), de Graciliano Ramos, com vistas a colaboracao de um glossario do lexico regional e popular do escritor, consistindo numa pesquisa de palavras e expressoes de cunho regional e popular nas obras, respaldada em pressupostos teorico-metodologicos da Lexicologia, da Lexicografia a qual se inclui a Lexicografia Dialetal ou Regional da Semantica, bem como da Dialetologia, da Sociolinguistica e da Etnolinguistica.
  • WELLINGTON LOPES DOS SANTOS
  • A LINGUAGEM REGIONAL E POPULAR DO REPENTISTA ZÉ VICENTE DA PARAÍBA: GLOSSÁRIO LÉXICO-SEMÂNTICO
  • Data: 07/05/2018
  • Hora: 09:00
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  • A cultura popular, em especial, as poesias, os repentes e a literatura de cordel apresentam-se como importantes ferramentas para analises de natureza linguistica. Tais obras poeticas mostram-se nas suas estrofes um acervo vocabular caracteristico do universo sociocultural no qual o autor esta inserido. Sao producoes artisticas que revelam uma rioqueza linguistica inesgotavel. Nesta perspectiva, o presente trabalho intitulado "A linguagem regional/popular do peota Ze Vicente da Paraiba: glossario lexico-semantico" tem como objetivo principal elaborar um glossario de natureza lexico-semantica da linguagem regional/popular identificada nas obras (poesias e cancoes) de autoria de Ze Vicente da Paraiba.
  • CAMILA MACHADO BURGARDT
  • Prosa de Ficção Oitocentista: revisando práticas de escrita literária na imprensa paraibana
  • Data: 26/04/2018
  • Hora: 09:00
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  • Esta tese busca dar visibilidade á permanência dos gêneros retórico-poéticos antigos - anedota, apólogo, diálogo, epigrama, necrológio e epístola - à época Impwewrial, bem como procura reconstruir uma intensa prática de escrita e publicação de gêneros que se nos jornas da província da Paraíba, mas que foi transversal às províncias de todo o país, a partir do exame de procedimentos previstos e aplicados pelas convenções letradas em vigência no período em questão (PÉCORA, 2001). Sabendo que os jornais se configuraram, no século XIX, como principal suporte de circulação do escrito e de divulgação do literário e conhecendo que esses arranjos foram desconsiderados menores (BARBOSA, 2007), tomamos como fonte um variado número de periódicos paraibanos, tais como A Ordem (1849;1850), A Estrela (1860), A Liberal Paraibano (1882;1883) e Gazeta do Sertão (1888), por exemplo. Pensamos nosso corpus, ou seja, os gêneros elencados, enquanto determinações convencionais e históricas constitutivas dos sentidos verossímeis de cada um desses escritos, que também atuaram como "laboratório" na construção das pequenas narrativas e prosas ficcionais, no qual os leitores-escritores experienciaram e testaram a linguagem.
  • LUCIANA DE CAMPOS
  • Literatura e mito na Escandinávia medieval. Aspectos da mulher guerreira na Saga de Hervor
  • Data: 05/04/2018
  • Hora: 09:00
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  • A Saga de Hervor, composta na Islandia, no seculo XIII, nos apresenta em sua narrativa, acontecimentos passados no periodo pre-Viking da Escandinavia Continental mais precisamente, no seculo IX. Esta saga pertence a um conjunto de narrativas literarias que em islandes sao classificadas como “sagas dos tempos antigos das terras do norte” ou Fornaldosogur, as sagas lendarias. Esta narrativa vai apresentar um motivo literario que ha seculos fascina os seres humanos: a mulher guerreira. Os estudos sobre o mito na literatura medieval escandinava, - mais precisamente o da mulher guerreira -, que refletem em suas linhas uma condicao feminina em determinada epoca que esta ligada a esfera do mito sao pesquisas ainda pouco realizadas no Brasil, mas que na Escandinavia, e tambem no restante da Europa ja estao consolidadas. Com o estudo da condicao feminina da Escandinavia medieval, representada nas sagas lendarias e possivel propormos uma analise dessas personagens femininas, mais especificamente a das mulheres guerreiras de maneira que se possa nao so entender a construcao do mito da mulher guerreira, mas principalmente, a sua importancia tanto para a epoca em que foi escrito como para o presente momento. A nossa analise do mito da mulher guerreira na literatura se pautara na teoria do mito proposta por autores como Marcel Detienne e Jean-Pierre Vernant que propoe analises pormenorizadas sobre o mito na literatura e as suas repercussoes na sociedade. No decorrer da analise sobre a construcao do mito da mulher guerreira na literatura, desde a Antiguidade Classica ate a escrita das sagas na Escandinavia Medieval, recorremos aos teoricos da literatura e escandinavistas que se debrucam exclusivamente na analise das sagas, como Torfi Tilinius, Regis Boyer e Margeret C. Ross e Terry Gunnell.
  • ANDRÉIA PAULA DA SILVA
  • O BILDUNGSROMAN E A INEXISTÊNCIA DE UM ESTADO DE DIREITO NO SERTÃO ROSIANO DE GRANDE SERTÃO: VEREDAS
  • Data: 28/03/2018
  • Hora: 09:00
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  • O romance de Guimaraes Rosa apresenta um Brasil sertanejo que, ainda que historicamente ja no periodo republicano, praticamente nao tem lei constitucional ou qualquer mecanismo publico que caracterize um Estado de direito. E dentro desse contexto que se analisa a formacao do protagonista, em certa sintonia com o quadro geral das contradicoes do pais.
  • ELAINE REIS LAUREANO
  • LITERATURA DE AUTORIA FEMININA: CONSTITUIÇÃO DO SUJEITO MULHER EM “MARIAS”, DE JANAÍNA AZEVEDO
  • Data: 26/03/2018
  • Hora: 08:00
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  • Esta Tese sistematiza uma pesquisa voltada para a investigacao da constituicao do sujeito mulher nos contos de “Marias” (1999), de Janaina Azevedo. Compreendendo a literatura como espaco de acontecimento constante e atualizacao dos discursos, acreditamos que os textos literarios devem lidos como um produto socio-historico e ideologico que se concretiza com a historia e com a memoria. Para tanto, tomamos como base os pressupostos teoricos Analise do Discurso (AD) de linha francesa, com base principalmente nos estudos de Foucault (2004), Pecheux (1997), Courtine (2006) e Robin (1977), a partir dos quais se concebem os textos como fontes propagadoras de discursos, tendo em vista que materializam representacoes socio - historicas e culturais que marcam a identidade dos sujeitos. Focalizamos, de modo especial, as ideias foucaultianas, no que concerne aos conceitos de “Vontades de verdade” e “Relacoes de poder” e nos voltamos para a discussao sobre autoria feminina, a partir de autores como Badinter (2005), Perrot (2013), Mill (2006), Woof (1985) e Silva(2010). Para compreender as questoes relativas as construcoes identitarias, recorremos aos Estudos Culturais, por meio de Hall (2006), Bauman (2005) e Silva (2000). Quanto a metodologia, trata-se de uma pesquisa qualitativa de cunho documental, cujo corpus e composto por seis dos treze contos da obra selecionada. Os objetivos norteadores sao os seguintes: investigar os discursos que constituem o sujeito mulher em “Marias”; analisar como a “voz” de autoria feminina constroi as representacoes do sujeito mulher nos contos de “Marias”; identificar as vontades de verdades, as relacoes de poder e, Esta Tese sistematiza uma pesquisa voltada para a investigacao da constituicao do sujeito mulher nos contos de “Marias” (1999), de Janaina Azevedo. Compreendendo a literatura como espaco de acontecimento constante e atualizacao dos discursos, acreditamos que os textos literarios devem lidos como um produto socio-historico e ideologico que se concretiza com a historia e com a memoria. Para tanto, tomamos como base os pressupostos teoricos Analise do Discurso (AD) de linha francesa, com base principalmente nos estudos de Foucault (2004), Pecheux (1997), Courtine (2006) e Robin (1977), a partir dos quais se concebem os textos como fontes propagadoras de discursos, tendo em vista que materializam representacoes socio - historicas e culturais que marcam a identidade dos sujeitos. Focalizamos, de modo especial, as ideias foucaultianas, no que concerne aos conceitos de “Vontades de verdade” e “Relacoes de poder” e nos voltamos para a discussao sobre autoria feminina, a partir de autores como Badinter (2005), Perrot (2013), Mill (2006), Woof (1985) e Silva(2010). Para compreender as questoes relativas as construcoes identitarias, recorremos aos Estudos Culturais, por meio de Hall (2006), Bauman (2005) e Silva (2000). Quanto a metodologia, trata-se de uma pesquisa qualitativa de cunho documental, cujo corpus e composto por seis dos treze contos da obra selecionada. Os objetivos norteadores sao os seguintes: investigar os discursos que constituem o sujeito mulher em “Marias”; analisar como a “voz” de autoria feminina constroi as representacoes do sujeito mulher nos contos de “Marias”; identificar as vontades de verdades, as relacoes de poder e, consequentemente, os lugares outorgados a mulher nos referidos contos, bem como identificar os estereotipos que constituem a identidade do sujeito mulher. Apos a analise dos contos, diante dos dados, foi possivel perceber que a constituicao do sujeito mulher em “Marias” se da a partir de discursos que marcam a identidade da mulher, por meio de representacoes multifacetadas da mulher na contemporaneidade e pela negacao do discurso biblico/religioso. Na opacidade da escrita de Janaina Azevedo, observamos um choque de identidades provocado no confronto do discurso religioso, que permeia todos os contos analisados, e o discurso feminista que busca combater os grilhoes que submete a mulher ao homem por seculos. Vemos na obra da referida autora momentos de submissao versus momentos de resistencia, por meio das mulheres representadas. Janaina Azevedo transita entre o ceu (religiao) e o inferno (desejo sexual), delineando diferentes modos de ser mulher na terra.
  • WILLIAN LIMA DE SOUSA
  • Mito Deslocado: o arquétipo de Sodoma e Gomorra nas páginas de "O Ateneu"
  • Data: 12/03/2018
  • Hora: 14:00
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  • Trata-se de uma analise critica, com base na teoria dos arquetipos de Northrop Frye, da presenca de mitos biblicos como componentes da narrativa do romance " O Ateneu ", de Raul de Pompeia
  • ROSSANA TAVARES DE ALMEIDA
  • A TRANSFORMAÇÃO DA MULHER NAS LENDAS INDÍGENAS DA AMAZÔNIA: PERCURSOS SEMIÓTICOS DE SENTIDO
  • Data: 08/03/2018
  • Hora: 14:30
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  • Partindo da hipotese de que o indigena tem uma forte relacao com o meio ambiente, principalmente, a figura feminina por estar associada a mae natureza, aquela que nutre o ser humano, esse trabalho teve como objetivo analisar as lendas amazonicas pelo vies da semiotica greimasiana, verificando os valores culturais dos vegetais bem como significado da metamorfose do ser humano em vegetal. Para tanto, foram inferidos os seguintes objetivos especificos: observar as significacoes das metamorfoses sofridas ou ocasionadas pela figura feminina; descobrir os valores presentes nas narrativas dos sujeitos semioticos; perceber os elementos simbolicos de outras culturas, no que tange a universalizacao dos mitos. As narrativas lendarias utilizadas como corpus foram extraidas de Lendario Amazonico (BRITTO, 2007), cujo levantamento foi realizado pelo o autor atraves de entrevistas aos habitantes da Regiao Norte do Brasil. A amostragem efetivamente analisada constou de lendas que tinham como tema a metamorfose da mulher ou ocasionada por ela. Esse recorte foi uma estrategia metodologica, a fim de especificar e aprofundar o estudo, melhorando a qualidade da pesquisa. As lendas escolhidas para analise foram: A lenda da vitoria-regia, A lenda do guarana, A lenda do acai e A lenda da mandioca. O estudo das lendas amazonicas justifica-se em virtude da riqueza cultural que carregam. Concluimos que a observancia dos niveis semioticos, corroboram para enfatizar que a lenda contem o mito, sendo uma forma de manifestacao de valores culturais, contento elementos de identidade de um povo. Assim, a concepcao de que a lenda e apenas uma historia de cunho imaginativo, distante da realidade e desconstruida.
  • KLARA MARIA SCHENKEL
  • DA INFÂNCIA DO MÁGICO À GÊNESE DO LOBO: A mitologia de Harry Haller em O Lobo da Estepe, de Hermann Hesse
  • Data: 27/02/2018
  • Hora: 14:30
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  • Esta pesquisa investiga o repertorio da “mitologia pessoal” de Harry Haller, o protagonista de O Lobo da Estepe (Der Steppenwolf, 1927), de Hermann Hesse. Alem do ecletico “mosaico de citacoes” selecionado por Harry Haller para narrar seus conflitos interiores, dados autobiograficos de Hesse deliberadamente entremeiam a criacao literaria. Nesse sentido, ao ultrapassar fronteiras entre vida e obra (ou entre o “real” e o “ficcional”), a “autoficcao” hessiana busca o dialogo provocativo com uma alteridade multifacetada, a partir da qual Haller/Hesse tenta alcancar sua “unidade”. Para tanto, tambem nao bastara o ponto de vista estritamente subjetivo: o protagonista tera de ocupar o territorio do Outro e descentrar-se do “eu”, ser sujeito e objeto, ultrapassar a “ficcao do ego”, enfim, romper com a visao dualista para reconhecer uma verdade menos provisoria sobre si e sobre aquilo que denomina como sua “mitologia pessoal”. Extirpado tanto do mundo asseptico e ordenado da burguesia, quanto da promessa romantica de reencontrar o paraiso perdido, o mythos desse Lobo solitario atravessa importantes questoes em voga no periodo que sucedeu a Primeira Grande Guerra no solo germanico. O vasto percurso percorrido pela mitologia de Harry Haller — desde as obras de Goethe e Novalis ao pensamento tragico de Nietzsche, da contracultura germanica a Psicologia Analitica de Jung e a “gnose” indiana — revela, sobretudo, a genese de um “sujeito multipersonalistico” que prenuncia a falencia dos valores burgueses e da propria Modernidade, um sujeito que requisita novas formas literarias de expressao.
  • MAYSA MORAIS DA SILVA VIEIRA
  • Os percursos estéticos e ideológicos em Noémia de Sousa e Sónia Sultuane: uma análise do eu-feminino na poesia moçambicana
  • Data: 26/02/2018
  • Hora: 14:00
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  • O presente trabalho de pesquisa versa sobre um estudo das marcas estetico-ideologicas na poesia de Mocambique, por meio dos poemas dos livros Sangue Negro (2001) e Imaginar o poetizado (2006), de Noemia de Sousa e Sonia Sultuane, respectivamente. Para tanto, faremos, no primeiro capitulo, um breve panorama literario enfatizando as vozes femininas que foram precursoras e, por que nao, fundamentais no desenvolvimento da Literatura Mocambicana, dando voz a mulher e colocando-a como sujeito ativo das transformacoes nos variados ambitos sociais de Mocambique. No segundo capitulo, analisaremos o eu-poetico das obras de Noemia de Sousa e Sonia Sultuane identificando as posicoes ocupadas pela mulher mocambicana, buscando entender o lugar social do qual essas vozes femininas falam. Nosso objetivo e apontar as possiveis diferencas e similitudes na poesia de Noemia de Sousa, que apresenta uma poesia ligada a tradicao literaria mocambicana guiada pela Literatura Combate e pelo projeto da Mocambicanidade, e na poesia de Sonia Sultuane que representa as mudancas sociais que possibilitaram a escrita feminina abordar tematicas diversas as questoes politico-sociais, principalmente, no que diz respeito aos prazeres femininos, a liberdade sexual e ao erotismo da mulher mocambicana da contemporaneidade. Para isso, serao utilizados os referenciais teoricos que dao conta da teoria de analise poetica, dos estudos culturais, da literatura africana de autoria feminina e teorias feministas.
  • CAMILA DE MATOS SILVA
  • Um defeito de cor, de Ana Maria Gonçalves: uma escrita de resistência entrelaçamentos entre metaficção historiográfica, memória e religiosidade.
  • Data: 26/02/2018
  • Hora: 11:00
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  • Este trabalho debruca-se sobre o romance "Um defeito de cor", de Ana Maria Goncalves, procurando preencher lacunas da Historia dita oficial, pela voz e grafia de Kehinde. Busca-se, tambem, entrelacar memoria a resistencia dos povos da diaspora africana em solo brasileirio, bem como demonstrar que os rastros de memoria tem sido um traco estetico, marcante, na escrita de mulheres afro-brasileiras.
  • NAYARA DE ALMEIDA ADRIANO
  • LITERATURA SURDA: As Categorias da Narrativa do Gênero Humor por meio da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS)
  • Data: 26/02/2018
  • Hora: 09:00
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  • O trabalho consiste em uma investigacao para o entendimento do genero humoristico nas piadas em lingua de sinais, durante as criacoes literarias da comunidade surda e a partir deste contexto surgiram as seguintes problematicas: como surgiu as piadas em LIBRAS? Em qual categoria podemos classificar as piadas? Existe sinal para identificar o humor na piada? Para responder a essas indagacoes a pesquisa que se apresenta tem como objetivo geral descobrir qual e o sinal apresente na piada que transmite a diversao, ou seja, o riso, por meio das narrativas humoristicas que sao passadas de mao em mao pela comunidade surda fazendo com que pertenca a literatura surda, qualitativa e de cunho documental, tendo com supedaneo documentos e midias eletronicas contidas na internet, com abrangencia material no humor focado em lingua de sinais, tendo sido escolhidos (19) dezenove videos contendo piadas em lingua de sinais e postos a observacao de pessoas surdas na cidade de Joao Pessoa, com participacao de pessoas fluentes em linguagem brasileira de sinais (LIBRAS), sendo entregues questionarios para avaliar-se a identificacao dos surdos em 15 categorias linguistas distintos. Tambem foi feito uma indagacao sobre a origem da piada na comunidade surda no Brasil e no mundo, e fez-se um apuramento a respeito do empenho em transmitir as piadas na lingua de sinais atraves do povo surdo como forma de reconhecimento. Conclui-se que as piadas em lingua de sinais produzida em video fazem parte do elemento linguistico e que sao objetos que podem servir para futuros estudos referente a Literatura na concepcao visuo-espacial que e algo proprio do sujeito surdo.
  • IRANY ANDRÉ LIMA DE SOUZA
  • O folheto no cenário das adaptações literárias: releituras do conto Chapeuzinho Vermelho
  • Data: 20/02/2018
  • Hora: 14:00
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  • Nascidos de narrativas orais populares, os contos de fadas/maravilhosos mais conhecidos chegaram ate nos pela propagacao de geracao a geracao promovida, antes, pelos contadores(as) de historias, e que ha tempo vem ganhando inumeras versoes e adaptacoes desde sua primeira compilacao em livro. Dentre as diferentes releituras para as diferentes midias, a que nos chamou atencao foi a da literatura de folhetos, que mantem forte relacao com as historias infantis, por preservarem algumas caracteristicas em comum. Em tres capitulos, discutimos nesta dissertacao, sucessivamente, sobre as intersecoes entre o folheto e a Literatura Infantil, sobre o fenomeno historico da adaptacao literaria e que lugar o folheto ocupa nesse contexto. Alem disso, selecionamos o conto popular “Chapeuzinho Vermelho” em transposicoes para folhetos publicados no seculo XXI, como corpus principal de nossa analise. Nesse sentido, a nossa analise (o nosso estudo, a nossa pesquisa) recai sobre a materialidade e a textualidade dessas adaptacoes, a fim de perceber o que esses textos mantem ou alteram do conto classico, versoes de Perrault e dos irmaos Grimm, adotadas aqui como hipotextos principais. Com esse objetivo, lancamos mao de uma pesquisa de cunho qualitativo e interpretativo dos folhetos O casamento de Chapeuzinho Vermelho com o Pequeno Polegar, de Costa Senna (2006), Chapeuzinho Vermelho – versao versejada, de Manoel Monteiro (2010) e O casamento da Chapeuzinho Vermelho, de Cleusa Santo (2010). Desde os titulos e perceptivel a indicacao para uma nova forma na qual o texto sera apresentado, o que ja pressupoe mudancas significativas para o texto envolto nas especificidades do folheto. Ha, inclusive, certa tendencia ao moralismo nas adaptacoes, como um resgate de uma das caracteristicas presentes nos contos dos irmaos Grimm. Mais do que isso, ha alteracoes que precisaram ser analisadas, a exemplo da nova configuracao do texto verbal em dialogo com as ilustracoes que acarreta novos sentidos para a leitura do conto tradicional “Chapeuzinho Vermelho”.
  • ANA PAULA SERAFIM MARQUES DA SILVA
  • O universo infantil e escolar em Poesias Infantis, de Olavo Bilac
  • Data: 20/02/2018
  • Hora: 09:00
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  • Por volta do final do seculo XIX e inicio do seculo XX, comecou a se firmar no Brasil a consciencia de que uma literatura propria se fazia urgente para a demanda infantil, ao mesmo tempo em que a sala de aula passou a incorporar uma producao literaria especifica, originando a criacao de um publico consumidor de livros escolares. Nesse vies, a presente dissertacao tem como objetivo averiguar aspectos tematicos e formais da coletanea poetica Poesias infantis (1904), do escritor fluminense Olavo Bilac. Ao estudarmos o impresso, compreendemos os valores socioculturais da epoca, os contornos da nossa educacao, a valorizacao da memoria nacional, alem de percebermos a marcacao do inicio da literatura escolar. Realizamos uma pesquisa de carater bibliografico e documental que buscou analisar o comparecimento de uma preocupacao estetica aliada a disseminacao de valores vinculados a Primeira Republica brasileira em poemas, fabulas e ilustracoes presentes na seleta. Para isso, investigamos os fatos sociais, politicos e culturais que envolveram a origem da literatura para criancas, bem como o seu surgimento no contexto nacional. Ainda exploramos os poemas que representam, por meio de versos e ilustracoes, o espaco escolar e os valores da epoca. Alem disso, analisamos a insercao das fabulas de Esopo, pelo autor, na coletanea. Constatamos ao longo da pesquisa que o autor, em meio as limitacoes artisticas da epoca, alem de se utilizar do estilo literario parnasiano para a composicao de seus versos infantis, nos quais apresentou uma metrica perfeita na sua construcao, possibilitando ao publico leitor da obra seducao e divertimento, ele variou generos em seu livro de poemas, a fim de apresentar ao destinatario mais de um genero literario, o que, juntamente com as ilustracoes, reforca o criterio estetico do compendio poetico.
  • UELIDA DANTAS DE OLIVEIRA
  • A Linguagem de Ariano Suassuna: Um glossário léxico-semântico
  • Data: 20/02/2018
  • Hora: 08:30
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  • No presente estudo, temos como objetivo geral elaborar um glossario lexico-semantico das escolhas lexicais do escritor paraibano Ariano Suassuna, analisando seu lexico nas obras O casamento suspeitoso (2012), Farsa da boa preguica (2014) e O santo e a porca (2011). Com essa finalidade, selecionamos lexias no corpus para a elaboracao do glossario, ressaltando a relevancia das lexias de natureza regional nordestina, analisando o aspecto do lexico regional. Outro objetivo importante para a elaboracao do glossario e a questao das lexias configurarem arcaismos ou neologismos. Para o desenvolvimento do estudo, a principio, realizamos pesquisas bibliograficas sobre lexicografia e a fortuna critica sobre Ariano Suassuna, assim como as leituras dos livros desse autor. A bibliografia consultada sobre o autor foi Victor e Lins (2007) e Tavares (2007). Para a fundamentacao teorica, conforme as teorias linguisticas do Lexico e suas ciencias, a lexicologia e a lexicografia, utilizamos a teoria de Barbosa (1981), Biderman (2001), Vilela (1995) e Ilari (2012), como tambem as teorias “neologismo lexical” e “arcaismo linguistico”, com subsidio de Carvalho (1984), explanando tambem questoes sobre dicionarios, com o auxilio de Borba (2003), entre outros. Para a elaboracao do glossario foram preenchidas fichas lexicograficas, com os verbetes selecionados na analise do corpus, constatando depois se os mesmos encontravam-se ou nao dicionarizados. Tal atividade foi realizada com o auxilio dos dicionarios de lingua portuguesa de Ferreira (2010) e Houaiss (2012), entre outros, e dos dicionarios regionais nordestinos de Navarro (1998) e Cabral (1982), entre outros.
2017
Descrição
  • FELIPE DOS SANTOS ALMEIDA
  • Transtextualidades entre Sófocles e Ovídio: virtude e ira na caracterização de Ajax
  • Data: 12/12/2017
  • Hora: 09:00
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  • O Objetivo deste trabalho e estudar a intertextualidade entre a obra Metamorfoses, de Ovidio, autor latino. e a peca Aias, de Sofocles........
  • SAULO SANTANA DE AGUIAR
  • A poética da emulação no De rerum natura
  • Data: 06/12/2017
  • Hora: 09:30
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  • O poema De rerum natura, de Lucrecio, pode ser considerado uma das grandes obrasprimas de toda a literatura latina, tendo sido composto na primeira metade do seculo I a. C., com intuito declaradamente didatico de propagar as doutrinas epicuristas em meio a sociedade romana de entao, fragilizada por guerras e conflitos politicos de enorme relevancia. Em vistas a fragmentacao da estrutura social da urbs, fundamentada num sistema politico republicano em profunda debacle, o poeta Tito Lucrecio Caro, fervoroso adepto da filosofia de Epicuro, que pregava uma atitude de total abstencao em relacao a vida politica e a busca de riquezas, com o fim de alcancar-se a verdadeira felicidade por meio do estudo da natureza e de suas leis, e da libertacao do homem de seus medos a respeito da morte e dos deuses, enxergava neste sistema doutrinal uma importante via de salvacao moral para a corrupcao dos costumes que vogava em sua geracao. Nao obstante os objetivos pragmaticos que se possam atribuir ao intento lucreciano, nao restam duvidas quanto ao valor literario de sua obra, devido ao seu carater mimetico, voltada para a imitacao da natureza. Ao mesmo tempo, e igualmente possivel perceber na construcao da obra inumeras alusoes e referencias a outros textos da tradicao literaria antiga, seja de sua vertente didatica, seja da grande epica classica,remontando a um proficuo dialogo emulativo entre a poesia lucreciana e todas essas obras. Desse modo, objetivo deste trabalho e analisar o livro I do De rerum natura, tendo por base a compreensao de uma poetica subjacente ao texto do poema que reflita as suas relacoes mimeticas com as demais obras que com ele compoem a tradicao epico-didatica. Para tanto, utilizar-nos-emos, como embasamento teorico de nossa pesquisa, da obra Palimpsestes: la litterature au second degre, de Gerard Genette, que nos fornecera os instrumentos necessarios para o estudo da literatura sob a clave do comparativismo, alem, e claro, do aporte teorico de outros autores antigos que se esforcaram em compreender o fenomeno da mimesis na criacao poetica, como Platao, Aristoteles, Quintiliano e outros.
  • ANGELI RAQUEL RAPÔSO LUCENA DE FARIAS
  • A perversão e suas confissões: a erótica de Hilda Hilst.
  • Data: 28/11/2017
  • Hora: 14:00
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  • Em breve.
  • DANIELLE ALEXA BARBOSA MEIRA
  • Literatura, cinema e adaptação: Flor do Deserto no espaço das narrativas femininas contemporâneas
  • Data: 10/11/2017
  • Hora: 10:00
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  • A pesquisa tem como foco a análise da autobiografia "Flor do deserto" (2001), DE Warris Diris e Cathleen Miller, e da adaptação fílmica homônima, de Sherry Hormann (2009) dentro do cenário atuas das narrativas autobiográficas femininas, observando como o elemento memorialístico atua no processo de redimensionamento do literário e ficcionalização da história, além de incidir na reconfiguração da identidade feminina negra da personagem Warris Dirie, na literatura e no cinema, em como isso reverbera no conjunto social contemporâneo.
  • GRACILENE FELIX MEDEIROS
  • Corpo e Conhecimento no Timeu e no Brihadaranyaka-Upanisad: um estudo critico baseado na teoria da enunciação metafórica e do símbolo mítico
  • Data: 30/10/2017
  • Hora: 15:00
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  • estabelecemos como objetivo geral analisar o signo corpo como construcao imagetica atraves da qual possamos apreender o conhecimento contemplativo (nous e jnāna) no Timeu e no Brihadaranyaka-Upaniṣad. Os objetivos especificos sao reconhecer a construcao metaforica como uma significacao vivente, dentro de um conjunto de relacoes opostas apresentadas no espaco do texto e que essa significacao que surge de uma enunciacao pode corroborar com a compreensao da construcao simbolica dentro da literatura; identificar o corpo enquanto enunciacao metaforica e simbolica nas manifestacoes ritualisticas e miticas dentro das seguintes obras: na Iliada, Odisseia, Teogonia, Trabalhos e Dias e no Rig-Veda; observar e estabelecer as diferencas existentes entre a relacao metaforica do corpo e do conhecimento no Timeu de Platao e no Upaniṣad, Brihadaranyaka-Upaniṣad, compreendendo o corpo, como elemento linguistico imprescindivel para explicar o mundo e atingir o conhecimento e baseando-nos nessa analise, apresentar tambem possiveis semelhancas entre as duas civilizacoes em estudo, buscando assim definir uma sutil aproximacao entre elas.
  • SANDRO LUIS DE SOUSA
  • O ABC do Sertão: aspectos semântico-culturais e fonéticos do português brasileiro na obra de Luiz Gonzaga
  • Data: 20/10/2017
  • Hora: 08:00
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  • Neste trabalho, parte-se da concepcao de que o falar nordestino e resultante de variacoes do Portugues Brasileiro, as quais importam, tanto alteracoes do foneticismo quanto do material semantico-lexical, advindas dos processos de distribuicao geografica e das influencias socioculturais. Com base nessa fundamentacao teorica, o estudo propoe-se investigar a existencia de particularidades semantico-culturais e particularidades foneticas, caracterizantes do falar sertanejo nordestino na obra de Luiz Gonzaga. Essas categorias de analise acionam uma abordagem multifocal, o que exige a colaboracao/o cruzamento de saberes varios, oriundos das mais diversas areas do conhecimento, em particular aqueles saberes derivados da Dialetologia, da Etnolinguistica e da Sociolinguistica (manancial teorico I); e da Lexicologia, da Lexicografia, da Semantica Cultural e da Fonetica (manancial teorico II). Levando-se em conta as inter-relacoes entre lingua, cultura e sociedade, a pesquisa documenta as variacoes dialetais encontradas em lexias simples, compostas e textuais, usadas pelo sanfoneiro, autentico representante do falar nordestino. Fazendo ancoragem nos postulados da Semantica Cultural, na vertente Semantica de Contextos e Cenarios, a investigacao constata que os sentidos sao manifestacoes linguisticas do significado de uma lingua natural, os quais se especializam em contextos e cenarios, constituidos por fatos culturais. No conjunto, foram identificados os seguintes campos semantico-culturais caracteristicos da obra de Luiz Gonzaga: a seca, a saudade, a terra, a religiao e as crencas, o cangaco, o amor e a sensualidade, e a alegria. Esses campos contem itens lexicais cujos sentidos representam verdadeiros “depositos de valores linguistico-culturais” compartilhados entre os habitantes mais humildes da zona rural nordestina. Tambem foram descritas, pela analise de metaplasmos brasileiros (por adicao, supressao, transposicao e transformacao), as singularidades foneticas da linguagem rural nordestina. As fontes documentais incluiram textos de cancoes, narrativas de causos, registros de entrevistas e depoimentos. Os procedimentos metodologicos contemplaram pesquisa bibliografica, audicoes de musica, transcricoes grafematicas das cancoes e causos coletados, visita exploratoria ao municipio de Exu–PE, assim como transcricoes foneticas de lexias que continham metaplasmos brasileiros. As bases teoricas que dao sustentacao a propositura da tese reconhecem que a variedade rural nordestina contem um vocabulario tipico e especificidades fonetico-fonologicas proprias que sofrem um alto grau de estigmatizacao na sociedade brasileira. Como produto das analises realizadas, apresenta-se um glossario eletronico cujas organizacoes macro, medio e microestrutural foram ordenadas no programa computacional Lexique Pro©. Pelos indicios e pelas evidencias encontradas no corpus, fortalece-se a tese de que a producao artistica de Luiz Gonzaga difundiu, de forma deliberada, nao apenas um genero musical mas tambem a expressividade linguistica do falar rural nordestino como instrumento linguistico de valorizacao identitaria
  • CAROLINA SILVA RESENDE DA NOBREGA
  • Literatura Surda: As produções digitais de textos religiosos em libras
  • Data: 03/10/2017
  • Hora: 08:30
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  • A tese tem como sua tematica principal a organizacao de textos religiosos em Libras, separados em Literarios e Informativos, com o fim de identificar o uso dos temas na Literatura Surda. A base da pesquisa se respalda nos teoricos da Literatura Surda, Traducao, Producao Textual e Religiao como Peters (2000), Sutton-Spence (2005), Mourao (2011), Oustinoff (2011), Jakobson (1971), Leite (2010), Assis Silva (2012), Wigles e Colombo (1979), entre outros. A investigacao apresenta analises baseadas no questionario com doze surdos evangelicos de diversas regioes do Brasil. Todos evangelicos e frequentadores de suas igrejas, sujeitos da pesquisa, relatam suas observacoes acerca dos videos escolhidos nas redes sociais e em DVD. Para problematizar, e preciso levantar questoes de uso do texto religioso como quais sao as categorias necessarias para os textos sagrados? Por que essas estrategias sao utilizadas e em que momentos do texto? Ha possibilidade de a pessoa surda compreender o texto religioso em Libras sem o uso do portugues? Sao essas questoes que nos levam a realizar pesquisas as quais abordam categorias organizadas. Os objetivos da tese e analisar e categorizar as producoes digitais dos textos religiosos; analisar, na Libras, o uso dos lexicos comparativos entre diferentes textos religiosos; e destacar os textos religiosos categorizados para os tipos de textos Literarios e Informativos em Libras. No desenvolvimento da pesquisa, sao analisados os videos e, estes, categorizados por Figura, Figurino, Traducao, Narrativa e Criacao, com base de teorias e depoimentos coletados dos informantes. Por fim, espera-se que os textos religiosos em Libras possam ser categorizados e inseridos, como uma contribuicao Literaria, na Literatura Surda.
  • SAYONARA SOUZA DA COSTA
  • Da Terra ao Céu: elementos de moçambicanidade e do período pós-colonial presentes nos contos " O Cachimbo de Felizberto" e " O Homem Cadente"
  • Data: 12/09/2017
  • Hora: 14:00
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  • em breve
  • DANIELLE DE LUNA E SILVA
  • MATERNAGENS NA DIÁSPORA AMEFRICANA: RESISTÊNCIA E LIMINARIDADE EM AMADA, COMPAIXÃO E UM DEFEITO DE COR
  • Data: 18/08/2017
  • Hora: 09:00
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  • Esta pesquisa tem como objetivo principal analisar a partir de uma perspectiva transnacional e historica as praticas de maternagem presentes em Amada, Compaixao e Um defeito de cor como atos de resistencia a objetificacao e apropriacao dos corpos femininos negros nos Estados Unidos e no Brasil pela instituicao da escravidao. Tanto osromances escritos por Toni Morrison (Amada e Compaixao) quanto o de Ana Maria Goncalves (Um defeito de cor) podem ser considerados como neo-slave narratives ou narrativas contemporaneas da escravidao, textos ficcionais que revisitam e recriam as primeiras slave narratives, amplamente disseminadas pelo movimento abolicionista na Inglaterra, Franca e Estados Unidos, no seculo XVIII, em que exescravizados/as apresentavam relatos, mediados ou nao, sobre as experiencias vivenciadas naquele contexto. Menos preocupadas com a reproducao de fatos historicos, Goncalves e Morrison dao voz a “vida interior” de suas personagens, mulheres escravizadas, que recorrem a estrategias diversas para resistir a um sistema que visa reifica-las. As narrativas, dessa maneira, encenam novos paradigmas a respeito da maternagem negra no contexto da diaspora amefricana, representando-a como possibilidade de integracao a comunidade e de empoderamento feminino, enfatizando, tambem, a luta destas mulheres para garantir a preservacao e protecao de seus filhos, em consonancia com o que apontam Patricia Hill Collins e Andrea O’Reilly a respeito das especificidades da maternidade/maternagens negras. Outrossim, percebe-se uma forte presenca de praticas religiosas e culturais de matriz africana, que permeiam e influenciam as relacoes entre maes e filhos, o que justifica a utilizacao do termo amefricano, colocando America e Africa em contato nesse contexto transnacional. Os abikus e ogbanjes, criancas com forte conexao com o mundo dos espiritos, e os ibejis, gemeos, sao lidos como figuras liminares que encenam tanto a possibilidade de ruptura, quanto de (re)conexao entre maes e filhos e entre africanos e seus descendentes dispersos pela experiencia da diaspora negra e seu continente de origem. Portanto, as conexoes entre maternagem e resistencia, a discussao das fronteiras entre o mundo dos vivos e dos espiritos, entre Africa e America sao os caminhos que nortearam a analise dos tres romances, indicando formas bastante alternativas, ficcionalmente construidas, nas quais o empoderamento se da com base nos elos de sangue, de cultura e de religiao.
  • HILDA MENEZES DA SILVA CORDEIRO
  • IMIGRAÇÃO/ MIGRAÇÃO E SUBJETIVIDADE NOS ROMANCES: EL ZORRO DE ARRIBA Y EL ZORRO DE ABAJO, J.M.ARGUEDAS E A REPÚBLICA DOS SONHOS, NÉLIDA PIÑON
  • Data: 09/08/2017
  • Hora: 14:00
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  • em breve
  • THALITA ROSE TAMIARANA GADÊLHA TAVEIRA
  • REPRESENTAÇÕES DE GÊNERO NO BARROCO LATINO-AMERICANO: GREGÓRIO DE MATOS E SOROR JUANA INÉS DE LA CRUZ
  • Data: 01/08/2017
  • Hora: 14:00
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  • Nesta pesquisa buscam-se as possiveis respostas para o conceito de feminilidade desenvolvidas por Gregorio de Matos e Soror Juana Ines de la Cruz. Objetivando formular um referencial teorico-pratico sobre as caracteristicas estruturais dos estudos de genero na poesia de Gregorio e Juana Ines, analisamos os poemas Hombres necios que acusais, Engrandece el hecho de Lucrecia, A uma dama, que mandando-a o poeta solicitar lhe mandou dizer que estava menstruada e Manas, depois que sou freira, a fim de avaliar a postura de ambos frente a condicao feminina imposta pelo patriarcado. A pesquisa esta dividida em tres partes. Primeiramente, faz-se necessario um capitulo historico a fim de situar nao so os poetas e a estetica a qual eles pertencem, como tambem, contextualizar as mulheres do seculo XVII e as questoes sociais do periodo. No segundo capitulo, trabalhamos as questoes de genero atraves das mais conceituadas pesquisadoras a fim de embasar a pesquisa e trazer seguranca sobre o possivel caminho de analise. Neste capitulo tambem foi feita uma pesquisa de escritoras do seculo XVII, contemporaneas a Juana Ines, para mostrar a intensa producao literaria feminina e avaliar uma provavel homogeneidade de pensamento entre elas bem como os caminhos de luta tracados atraves da literatura. No ultimo capitulo foi feita uma analise estrutural, social e de genero dos poemas propostos utilizando os caminhos ja trilhados nos primeiros capitulos. E possivel observar de forma precisa como os poetas trabalhados seguem opostos extremos: enquanto Juana Ines busca, de forma inovadora na America, nao se calar diante de uma imensidao de preconceitos formados acerca da figura feminina, Gregorio de Matos, ao contrario, contribui para o fortalecimento da opressao da mulher na sociedade seiscentista.
  • CAIO ANTONIO DE MEDEIROS NOBREGA NUNES GOMES
  • Entre leitores(e) espiões: um estudo da metaficção no romance Sweet tooth, de Ian McEwan
  • Data: 23/06/2017
  • Hora: 09:00
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  • Esta dissertacao propoe uma analise da metaficcao no romance Sweet Tooth, escrito por Ian McEwan e publicado em 2012. Para tanto, examinaremos os movimentos que o texto literario faz em direcao a propria literatura – a suas condicoes de producao e recepcao –, que caracteriza um processo continuo de reflexao sobre o fazer ficcional. Nosso aporte teorico e composto por estudos publicados na area da metaficcao, seja em relacao a seus principios gerais, seja em relacao a cada uma das estrategias criativas aqui analisadas. De fato, diversos procedimentos metaficcionais problematizam o fazer literario no romance de McEwan, a exemplo da parodia das narrativas de espionagem e de deteccao, do recurso mise en abyme e da representacao metamidiatica da literatura, que dotam a narrativa de uma estrutura complexa, que ira influenciar diretamente o processo de recepcao. Assim, nossa analise pretende identificar como Sweet Tooth tem seus significados construidos a partir do fenomeno estetico da metaficcao. Nosso referencial teorico-metodologico e composto especialmente pelas discussoes de Bernardo (2010), Hutcheon (1980) e Waugh (1984), no que concerne o fenomeno estetico metaficcional, e por Hutcheon (1989) e Korkut (2005), em relacao a estrategia criativa da parodia.
  • FREDERICO DE LIMA SILVA
  • Literatura e Violência: efeitos do desmentido na contística de Rinaldo de Fernandes
  • Data: 19/05/2017
  • Hora: 09:30
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  • Este trabalho objetiva apresentar uma leitura acerca dos registros da violencia, enquanto manifestacao do funcionamento perverso, na contistica do escritor contemporaneo Rinaldo de Fernandes, onde, alicercados pelas elucidacoes propostas, sobretudo, pela teoria psicanalitica freudiana e auxiliados pelas contribuicoes de outras vertentes psicanaliticas e outras areas do saber, como a filosofia e a sociologia, demarcaremos nuances dos efeitos da violencia como resultado de, pelo menos, dois processos decorrentes da acao do desmentido, na qualidade de operador da perversao: a instabilidade do homem contemporaneo ante a incapacidade da sociedade de lhe garantir seguranca e, consequentemente, a escolha pela recusa/desmentido em relacao as leis que regem e tentam garantir o bem-estar da civilizacao, em nome da satisfacao derivada da eliminacao de suas tensoes. Nos contos O Perfume de Roberta e Ilhado, que serviram como amostras da contistica de Rinaldo de Fernandes, notam-se inumeros marcadores da fragilizacao das relacoes humanas, um mal que nao e produto da nossa contemporaneidade, mas que se encontra potencializado pela acao de diversos componentes criados e/ou aperfeicoados na atualidade, como, por exemplo, o capitalismo, que se mostra como um dos maiores provedores da desigualdade entre os individuos, e fomentador da busca desenfreada pela obtencao de um gozo inatingivel. Como efeito dessa fragilizacao das relacoes e da aparente insuficiencia do superego dos sujeitos na epoca atual, tais processos tendem a ocasionar atos de violencia em que os instintos mais primitivos do ser humano — a agressividade e a sexualidade — vem a tona de uma forma bastante acentuada, resultando, como efeito do funcionamento perverso, em um apagamento da alteridade de um individuo em relacao ao outro. Almejamos que este material, por ora, possa contribuir para futuras analises literarias de cunho psicanalitico e, mesmo que nao seja este o nosso objetivo primeiro, tambem possa favorecer pesquisas psicanaliticas em relacao a escrita literaria, assim como para as demais areas do conhecimento aqui utilizadas, pois entendemos que todo material resultante de uma pesquisa academica, principalmente aqueles que fazem uso da interdisciplinaridade, devem garantir uma ampla abrangencia e utilizacao de seus resultados. Da mesma forma, espera-se que este trabalho possa representar uma importante contribuicao a fortuna critica do escritor Rinaldo de Fernandes, responsavel por uma escrita que desvela tantos componentes de nossa humanidade, mesmo que seja da parte mais obscura de nos mesmos.
  • KARINA FONSACA
  • A ARQUITETURA DO RISO: A POÉTICA E A RETÓRICA EM MOMUS, DE LEON BATTISTA ALBERTI, COM TRADUÇÃO INTEGRAL DO TEXTO LATINO
  • Data: 27/04/2017
  • Hora: 15:00
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  • A presente tese, intitulada de “A ARQUITETURA DO RISO: A POETICA E A RETORICA EM MOMUS, DE LEON BATTISTA ALBERTI, COM TRADUCAO INTEGRAL DO TEXTO LATINO”, objetivou estudar e traduzir o texto comico de Momus, de Leon Battista Alberti, autor do Quattrocento italiano. Dividimos a pesquisa em duas partes: 1. Partimos da hipotese de que Alberti cria uma maneira especifica de representar o fenomeno do riso e do risivel no Momus, o qual denominamos de “arquitetura do riso”; e 2. Apresentamos a traducao inedita e integral do texto latino de Momus para a lingua portuguesa realizada para este trabalho de doutoramento. No que diz respeito a essa “arquitetura”, Alberti construiria sua critica historico-comica sobre o Renascimento, a partir da personagem do deus do Riso, Momos, e de orientacoes eticas e esteticas encontradas, principalmente, no tratado de Arquitetura, o De re aedificatoria, tambem escrito por Alberti. Ainda na primeira parte, buscamos identificar a articulacao entre as referencias biograficas e historicas contidas em Vasari, Burckhardt, Garin, Burke, Brandao, Cortesi e Castiglione, entre outros; os recursos da imitatio renascentista; os studia humanitatis e a formacao humanista; a importancia da Arquitetura para Alberti; e, a contribuicao da Retorica e da Poetica nas reflexoes teoricas sobre o riso e o risivel em Aristoteles, Teofrasto, Luciano de Samosata, Horacio, Cicero, Quintiliano, no contexto medieval e no renascentista. Na sequencia, ainda na primeira parte, desenvolvemos um estudo critico, respeitando a mesma divisao de Momus: Proemio, Livro I, Livro II, Livro III e Livro IV. Detemo-nos a analise dos episodios considerados essenciais para a “arquitetura do riso” de Momus, focalizando nas acoes do deus Momos e das personagens divinas e humanas, que transitam por tres planos narrativos – superior, terrestre e inferior. Na segunda parte da tese, apresentamos a traducao inedita e integral do texto latino de Momus para a lingua portuguesa. Utilizamos nossa traducao para realizar o estudo critico apresentado na primeira parte. Momus apresenta-se como uma obra fundamental na tradicao comica da literatura, apesar de, ainda pouco pesquisada. Por isso, acreditamos que esta tese contribuiu tanto pelo nosso estudo critico, quanto pela nossa traducao do original latino.
  • AFONSO MANOEL DA SILVA BARBOSA
  • Metalinguagem e Dialogismo em Jorge Furtado: saneamento básico e outras obras
  • Data: 17/04/2017
  • Hora: 09:00
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  • A pesquisa tem como interesse principal analisar dados metalinguisticos e, nesse contexto, aspectos de metaficcionalidade, tambem discutindo a construcao dialogica ressaltada na pluralidade discursiva do longa metragem "Saneamento basico", o filme. Interessa-nos observar a obra de 207, dirigida e roteirizada por Jorge Furtado, em sua porcao metalinguistica, assinalando sua predisposicao em develar o discurso ficcional ao utilizar-se da representacao de uma comunidade interiorana em seu primeiro contato com a realizacao cinematografica.
  • EMANNUELLE CARNEIRO DA SILVA
  • VOZES MARGINAIS: A OBRA DA CORDELISTA D. CÍCERA MARTINIANO À LUZ DA SEMIÓTICA DAS CULTURAS
  • Data: 06/04/2017
  • Hora: 14:30
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  • Esta pesquisa analisou, com base na teoria semiotica de linha francesa, os sistemas de valores presentes que se instauram nas pecas produzidas por Dona Cicera Martiniano, – cordelista paraibana com oitenta e nove anos de idade, desconhecida pela academia e moradora da zona periferica de Bayeux-PB. A escolha do corpus se deu pelo fato de que as expressoes culturais da obra daquela autora representam bem mais do que manifestacoes artisticas. Sao, na realidade, um exercicio da memoria coletiva de uma pratica social. Escolhemos aqueles textos que abordam tematicas historicas ou cotidianas, relacionadas aos papeis sociais atribuidos as mulheres, no contexto brasileiro e paraibano, quais sejam: o preconceito e a violencia contra a mulher; o casamento; bem como a morte e o padecimento, decorrentes da opressao machista sobre o genero.Os cordeis escolhidos foram:Estoria de Margarida Maria Alves, Estoria de uma vida sofrida, Estoria do desmantelo do mundo, Quando fui excluida da comunidade Sao Lourenco, Estoria de Bayeux e Estoria de passarinho. O fundamento teorico foi a semiotica de linha francesa, destacando as propostas de Greimas e Rastier, as quais foram consideradas a analise das tres estruturas que compoem o percurso gerativo da significacao e analise das zonas antropicas do entorno humano: a de identidade, a de proximidade e a de distanciamento cultural. Para tanto, fez-se necessario estabelecer um percurso sistematico que compreendeu as seguintes acoes: a) realizacao de um estudo teorico acerca da Semiotica das Culturas, com base, sobretudo, nos trabalhos desenvolvidos pelos mesmos autores citados, de que destacamos, a cultura popular e sua transmissao; b) estudo a proposito da escrita feminina, considerando o contexto socio-historico e cultural de sua producao; c) analise das ideologias imanentes as narrativas examinadas, decifrando e reconstituindo os processos socioculturais e os valores dos sujeitos que nelas se instauram; d) resgate das relacoes intersubjetivas e das projecoes antropicas de pessoa, espaco e tempo, descrevendo os efeitos de sentido provocados por tais mecanismos.
  • LILLIAN DA CRUZ REGIS
  • "De Maria Benta a Maria Aurora": uma leitura semiótica da representação feminina nas canções de Marinês.
  • Data: 06/04/2017
  • Hora: 09:30
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  • Esta tese analisa a representação feminina nas canções interpretadas pela pernambucana Marinês, que iniciou sua carreira como cantora de forró em 1957 e ficou conhecida como a “Rainha do xaxado”. Apadrinhada por Luiz Gonzaga quando ainda fazia parte da Patrulha de Choque do Rei do Baião, Marinês teve uma extensa carreira musical – 50 anos, e gravou músicas de compositores como João do Vale, Rosil Cavalcanti, Onildo Almeida e Antônio Barros. Transitou, majoritariamente, por ritmos nordestinos como forró, xaxado, baião. Compôs uma única canção - “Só gosto de tudo grande”, que faz parte do corpus deste trabalho. A cultura nordestina, a religião, o amor, o erotismo, a mulher são alguns dos temas que ganharam vida na voz de Marinês. Como um dos assuntos mais recorrentes no repertório da pernambucana, a representação feminina se constituiu como objeto de pesquisa desta tese, sobre o que se pretendeu investigar: a) os perfis ou estereótipos femininos representados; b) o(s) espaço(s) em que a mulher transita; c) temas relacionados à figura feminina d) a emancipação ou não da mulher. O corpus é composto por quatro canções: “Peba na pimenta” (1957), “O amor de Severino” (1972), “Só gosto de tudo grande” (1980) e “Maria Aurora” (1959), mas outras músicas dialogam com as selecionadas. A análise considerou letra e melodia, a partir da teoria Semiótica de orientação francesa de A. J. Greimas e de outros autores, e da Semiótica da Canção, de Luiz Tatit. Como resultado geral, chegou-se a uma representação feminina que varia da dependência masculina financeira e emocional à liberdade para escolher o homem amado e assumir desejos amorosos e eróticos.
  • MARIA ELIZABETH PEREGRINO SOUTO MAIOR MENDES
  • O CORPO MATERNO EM WITHOUT A NAME E BUTTERFLY BURNING, DE YVONNE VERA: TENSÕES, TRANSGRESSÕES E RESISTÊNCIAS
  • Data: 30/03/2017
  • Hora: 14:00
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  • A presente tese, “O corpo materno nas obras Without a Name e Butterfly Burning: tensoes, transgressoes e resistencias”, trata do estudo das representacoes do corpo feminino e da maternidade na ficcao da escritora zimbabuense Yvonne Vera. Para tanto, elegemos como corpus os dois romances supramencionados, publicados em 1994 e 1998, respectivamente. A fim de obtermos uma compreensao do aspecto provocativo da escrita veriana, consideramos necessario localizar a escritora em seu contexto e seus percursos para, em seguida, tracar um panorama da escrita de mulheres negras com as quais sua literatura dialoga, sua importancia e temas centrais, utilizando, para tal, as contribuicoes teoricas de Kimberle Crenshaw, Hazel Carby e Patricia Hill-Collins, no que concerne aos estudos interseccionais, a fim de entender como raca, classe e genero se inter-relacionam nas producoes literarias afro-americana e africana criadas por mulheres. A essas propostas teoricas, aliamos um olhar revisionista sobre os estudos pos-coloniais (Said; Ashcroft et al; Boehmer; Loomba; Spivak; Young), para tratar das questoes que elegemos como nosso foco central a partir de perspectivas que resistem ao apagamento da voz do/a colonizado/a. Alem disso, investigamos o papel da maternidade nas teorias feministas ocidentais, segundo Rich, Chodorow e O‟Reilly, contrapondo a essas a teorizacao das academicas nigerianas Oyewumi e Nnaemeka, buscando uma melhor compreensao e possibilidade de analise dessa tematica nas narrativas selecionadas de Vera. Por fim, destacamos as tensoes e problematizacoes presentes na representacao do corpo materno na ficcao veriana, constatando as formas transgressoras atraves das quais a autora configura as personagens Mazvita e Phephelaphi.
  • FLAVIANO MACIEL VIEIRA
  • Como Ler Poéticas Digitais (perspectivas de leituras)
  • Data: 30/03/2017
  • Hora: 09:00
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  • O objetivo da tese e apresentar uma possivel metodologia de leituras de poeticas digitais, independente da tecnologia e programas disponiveis no momento historico de suas composicoes. Portanto, a hipotese e de que essas categorias serao ferramentas eficientes para tais leituras. Dessa forma, nesse trabalho questoes conceituais sao problematizadas em meio ao contexto das artes contemporaneas; categorias sao formuladas e apresentadas como metodos de leitura; e poeticas avant la letre digitais sao apresentadas com o objetivo de aplicar o metodo desenvolvido. A base teorica que auxilia e a semiotica triadica de Charles Sanders Peirce. Espera-se contribuir com o percurso conceitual teorico geral ja existente sobre poesia em meios computacionais, algo que vem sendo desenvolvido por autores como Julio Plaza, Antonio Riserio, Philadelpho Menezes. Jose Augusto Mourao, Pedro Barbosa, Jorge Luis Antonio, Alkmar Luis dos Santos, Pedro Reis, Rui Torres, Monica Tavares e Amador Ribeiro Neto.
  • TASSIA TAVARES DE OLIVEIRA
  • CORPO E EROTISMO NA POÉTICA COLASANTIANA: QUESTÕES DE GÊNERO E LITERATURA
  • Data: 27/03/2017
  • Hora: 14:00
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  • A presente pesquisa enfoca a producao poetica da escritora brasileira contemporanea Marina Colasanti, sendo o corpus de analise composto por poemas de seus quatro livros de poesia, (1993), (1998), (2005) e (2009). No ambito mais amplo, partimos do pressuposto de que a producao literaria de autoria feminina foi, ao longo de seculos, parcialmente silenciada pela tradicao cultural patriarcal, o que justifica nossa proposta de apresentar um trabalho que se alie com os movimentos de reconhecimento da producao de escritoras contemporaneas no contexto nacional, vinculados aos estudos sobre mulher e literatura, proposta que percebemos como ainda necessaria, apesar dos avancos alcancados. Adotamos o entendimento de que a voz lirica nos poemas colasantianos selecionados evidenciam as relacoes e as tensoes que se estabelecem no campo cultural marcado por um sistema de genero que prioriza o masculino, onde um eu lirico se apresenta pela perspectiva das mulheres. Elegemos, nesse sentido, o corpo como categoria de analise para tratar dos poemas selecionados, a critica cultural e feminista, sendo essa nossa principal fundamentacao teorica, ao discutir o corpo gendrado, e nao neutro. Alem disso, analisamos como estao postas as representacoes do corpo e do erotismo do sujeito feminino e a construcao de novas identidades culturais em relacao ao sexo. Nossa metodologia de pesquisa consiste na discussao de algumas teorias de genero e autoria feminina, da historia do corpo e da literatura erotica, bem como da leitura analitica dos poemas selecionados, que buscam evidenciar o corpo feminino erotizado ou nao, reconhecidamente um tema recorrente na poetica colasantiana, tambem apontando a poesia lirica de Colasanti como uma forma de ruptura com a interdicao sobre a interlocucao erotica e os tabus que rondam os corpos das mulheres. Concluimos que a autora da voz aos desejos de tantas mulheres, que querem liberdade para seus corpos e tambem para si mesmas.
  • MORGANA DE MEDEIROS FARIAS
  • Mulher, Casamento e Autoria Feminina: enfoques na literatura infantil e juvenil de Marina Colasanti
  • Data: 27/03/2017
  • Hora: 09:00
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  • Esta pesquisa tem como foco a producao literaria da escritora brasileira contemporanea Marina Colasanti, sendo o corpus de analise composto por quatro contos da coletanea Doze reis e a moca no labirinto do vento (2006). Apontamos em nossa pesquisa que a producao literaria de autoria feminina foi, ao longo do tempo, preterida devido a tradicao literaria ter tomado o autor homem como padrao, reforcando uma cultura de cunho patriarcal. Assim, nossa proposta se une aos movimentos emancipatorios e de reconhecimento da producao de mulheres no contexto nacional, ligadas aos estudos de genero dentro do campo literario. Escolhemos, assim, o genero como categoria de analise para suscitar discussoes inerentes as narrativas, lendo-as apoiadas na critica feminista, nosso marco teorico primordial. Nos interessa verificar como se da a formacao e a consolidacao da instituicao casamento nos contos selecionados de Colasanti, enfocando o papel ali assumido (ou problematizado) pela mulher. Alem desse aspecto de genero, nos interessa sobremaneira nos contos as possibilidades narrativas que oferecem para leitores jovens – juvenis e infantis – como uma ferramenta possivel de discussao das relacoes de genero, mais especificamente entre marido e mulher, pai e mae. Nossa metodologia de pesquisa se da atraves da revisao de teorias relativas ao genero, a escrita de mulheres e as formas de insercao dessas tematicas no mundo escolar e de ensino, buscando colaborar com a quebra de paradigmas patriarcais. A leitura detalhada dos contos selecionados de Colasanti nos interessa com esses propositos, a fim de romper com ideais de genero excludentes e questionar sutilmente o lugar naturalizado frequentemente destinado ao ser feminino tanto no contexto social quanto no literario.
  • GLAUCIO RAMOS GOMES
  • O Método Discursivo de Leitura no Ensino de Língua Portuguesa: por um leitor da historicidade do texto
  • Data: 24/03/2017
  • Hora: 09:00
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  • No universo dos teoricos que refletem sobre a formacao leitor na escola, e senso comum a compreensao de que um leitor nao se forma em um instante unico e nem pela acao singular de uma dada teoria. Ao contrario disso, o leitor e sempre um processo em formacao que ocorre pela acao integrada de varios segmentos teoricos que sao vivenciados em sala de aula. Dentro do leque de procedimentos teorico-metodologicos que sao pensados como ferramentas de auxilio a formacao do leitor, servimo-nos da Analise do Discurso de linha francesa que, dado seu carater interdisciplinar, alia-se a outras areas de conhecimento. Neste sentido, autores como Pecheux (1997, 2008, (2009); Foucault (1995, 2007, 2008), Orlandi (2006, 2010, 2012), Lerner (2002), Chartier (2002), e Martins (2012) foram fundamentais para a consecucao de nossos objetivos. Nosso objetivo central com a pesquisa era compreender se e como a Analise do Discurso (AD), enquanto uma metodologia de leitura, poderia auxiliar na formacao do leitor. Quanto aos objetivos especificos, temos: a) Avaliar a proposta de leitura aplicada pelo professor para compreender as particularidades teorico-metodologicas da mediacao discursiva de leitura; b) Analisar o resultado da mediacao discursiva de leitura, a partir do confronto entre os questionarios inicial e final, para observar os efeitos da proposta da AD nos gestos de leitura dos discentes.; c) Compreender como a sala de aula, com sua dinamica e organizacao hierarquica, atua no processo de docilizacao do sujeito-aluno e na constituicao da governabilidade do professor; d) Compreender como as relacoes de poder, e as vontades de verdade interferem nos gestos de leitura do professor e do aluno. Para a realizacao da pesquisa, realizamos com alunos do nono do ensino fundamental, de uma escola publica, uma mediacao discursiva de leitura, tomando como objeto de analise exemplares de literatura de cordel. O corpus da pesquisa esta fragmentado em duas partes: exemplares de cordel para a investigacao das representacoes do homem e da mulher nordestinos no discurso do cordel; transcricao da mediacao discursiva de leitura vivenciada em sala de aula. A analise dos cordeis foi realizada para que pudessemos construir a sequencia didatica para a mediacao discursiva de leitura. Os resultados dessa analise mostram que o discurso dos cordeis que selecionamos constroi uma representacao social que desprestigia o homem e a mulher nordestinos. No que diz respeito a analise da mediacao discursiva de leitura, os resultados mostram que a AD tem, de fato, uma contribuicao a dar para as praticas de leitura em sala de aula. A contribuicao esta no fato de ela possibilitar que o aluno trabalhe com a dimensao discursiva da lingua. Nesse trabalho, ele considerara, para construcao da leitura, as interferencias socio-ideologicas do dizer que sempre e acompanhado de nao ditos que agem sobre o dito, fazendo deslizar o sentido; percebera que sob a evidencia do sentido dado, ha outros sentidos possiveis. Alem disso, vivenciando uma leitura discursiva, o aluno podera ver a lingua na sua dimensao politica, isto e, a lingua como um constructo social fundamentado em vontades de verdade que sao estruturadas pela acao do poder.
  • ANTONIA PEREIRA DE SOUZA
  • A prosa de ficção nos jornais do Maranhão oitocentista
  • Data: 10/03/2017
  • Hora: 14:00
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  • O jornal era o principal suporte de circulacao do escrito e de divulgacao do trabalho literario no Brasil do seculo XIX, em vista dessa constatacao, foi desenvolvida esta pesquisa, com o objetivo de investigar a circulacao e a divulgacao da prosa de ficcao, nos jornais de Sao Luis e de Caxias, no Primeiro Ciclo da Literatura no Maranhao (1832-1868), considerando o contexto politico-social maranhense e a possibilidade da formacao de um Sistema Literario do Maranhao, nessa forma textual, a fim de que se conheca melhor a Historia de Leitura e da Literatura, nesse estado, no seculo XIX. Trata-se de um estudo em fonte primaria, visto que foram utilizados jornais; bem como bibliografico, uma vez que foram tambem pesquisados livros, revistas, teses, dissertacoes e artigos, envolvendo os procedimentos qualitativos e critico-analitico. A fundamentacao teorica e pautada na Historia Cultural, Historia da Literatura Brasileira, Historia da Literatura Maranhense, Historia da Leitura e Historia dos Jornais. Quanto a Historia Cultural, foram seguidas as nocoes de pratica, apropriacao e representacao, estudadas por Roger Chartier (2001; 2002; 2004, 2005; 2011), segundo as quais os objetos literarios sao estudados como resultado das praticas culturais de uma epoca. Para a Historia da Literatura Brasileira, tomamos como referencial os textos de Antonio Candido (2012), a respeito do contexto literario brasileiro, no seculo XIX. Em relacao a Historia da Literatura Maranhense, a principal base foi o ensaio de Antonio dos Reis Carvalho (1912), que apresenta essa literatura pelo vies canonico; seguido pelo estudo de Ricardo Andre Ferreira Martins (2009), a respeito dos jornais como fontes dessa literatura, mas tambem valorizando o canone. Sobre a Historia da Leitura e dos Jornais serviram de apoio as ideias de Socorro de Fatima Pacifico Barbosa (2007, 2005, 2013), Marcia Abreu (2007), Marisa Lajolo e Regina Zilberman (1996) e Marlyse Meyer (2005). Especificamente, a respeito dos jornais maranhenses, as principais referencias foram os estudos de Joaquim Serra (2001) e de Quincas Vilaneto (2008).
  • JONATHAN LUCAS MOREIRA LEITE
  • Um Canto de Amor e Saudade: o neotrovadorismo na poesia de Vinicius de Morais
  • Data: 24/02/2017
  • Hora: 10:00
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  • O presente trabalho insere-se no campo dos estudos medievais, bem como no dos estudos semioticos, tendo como principal objetivo analisar as ressonancias da literatura trovadoresca na poesia de Vinicius de Moraes, poeta e compositor popular brasileiro. Inicialmente, faremos um estudo panoramico da obra do autor e um levantamento de sua fortuna critica. No segundo capitulo, apresentaremos os principais conceitos da Teoria Geral dos Signos, aporte teorico-metodologico escolhido para nossa analise. Posteriormente, discorreremos sobre as principais caracteristicas do Trovadorismo, norteados pelos medievalistas Spina (1956), Martins e Nunes (2014) e Maleval (2002), alem das contribuicoes do poeta e ensaista Paz (1994). Discorreremos, ainda, sobre a presenca do Neotrovadorismo na arte brasileira, assim como os estudos acerca dessas atualizacoes. Finalmente, analisaremos as marcas da literatura trovadoresca na poesia de Vinicius de Moraes, a partir de tres apreciacoes: o dialogo entre os poemas do autor e as cantigas de amor, demonstrado na analise do poema Romanza; a recriacao das cantigas de amigo nos textos do poeta, analisado em Soneto de carta e mensagem; e, por fim, examinaremos a presenca dos simbolos remanescentes das barcarolas medievais na poesia de Vinicius de Moraes, a partir dos poemas Mar e Marinha
  • RAFAEL TORRES CORREIA LIMA
  • A CARNAVALIZAÇÃO EM ÓPERA DO MALANDRO: DIÁLOGOS (INTER)SEMIÓTICOS
  • Data: 23/02/2017
  • Hora: 15:00
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  • Este trabalho pretende analisar a peca Opera do Malandro, escrita por Chico Buarque, concomitantemente ao filme homonimo, de Ruy Guerra, usando como base teorica a Semiotica da Cultura de extracao russa, bem como o conceito de carnavalizacao com o objetivo de modelizar a imagem do malandro, presente em ambas as linguagens. Os principais objetivos dessa pesquisa sao: analisar os multiplos aspectos da carnavalizacao, presentes tanto na peca quanto no filme; ressignificar a figura do malandro do ponto de vista de outros personagens e verificar de que maneira o personagem do malando e construido e desconstruido atraves das cancoes que fazem parte do texto dramatico. Essa pesquisa tera como alicerce teorico os estudos sobre a carnavalizacao e o genero serio-comico, desenvolvidos por Mikhail Bakhtin, enquanto as ideias acerca do riso serao amparadas por Propp e Bergson. Ja a discussao sobre a Semiotica da Cultura sera fundamentada em Lotman e Machado. Erika Fisher-Lichtie, Veltruski e Kowzan sao os teoricos que fomentarao as ideias da Semiotica do Teatro. Essas teorias, em conjunto, formarao a base conceitual dessa analise que pretende decodificar e ressignificar o processo de carnavalizacao, ocorrido tanto no texto dramatico como no filme, usando a imagem do malandro como mediador entre as duas.
  • LARISSA DE SOUZA MENDES
  • CONTRADI(C)ÇÕES DE UM "NEGO DITO": ANÁLISE DE CANÇÕES DE ITAMAR ASSUMPÇÃO ATRAVÉS DA SEMIÓTICA PEIRCIANA
  • Data: 23/02/2017
  • Hora: 14:00
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  • Este trabalho pretende analisar canções de Itamar Assumpção de acordo com a "Teoria geral dos signos", de Charles Sanders Peirce. Para isso, alguns autores compõem a base teórica principal, além de Peirce (1975; 2000), como Lucia Santaella (2000), Winfried Noth m(2003) e Expedito Ferraz Junior (2012). Os objetivos desta pesquisa consistem em abordar os modos de representação definidos por Peirce através de suas classificações tricotômicas, em especial no que diz respeito à que caracteriza o signo de acordo com a relação estabelecida com seu objeto, classificando-o em iconico, indexical ou simbólico, fazer considerações acerca de corpo e performance com vistas a compreender melhor a relação existente entre corpo, música e oralidade, além de reconhecer na figura do cancionista o papel fundamental de aglutinador de signos, abordar elementos que compõem a dicção e a bora de Itamar Assumpção e, por fim, analisar os modos de representação atuantes em três canções de Itamar Assumpção.
  • KARL GEORGE DA SILVA GUERRA
  • A CARNAVALIZAÇÃO EM HENRIQUE IV: Representações da cultura cômica popular através da linguagem
  • Data: 21/02/2017
  • Hora: 15:00
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  • A presente pesquisa de mestrado tem como objetivo realizar um exercicio semiotico de compreensao de aspectos da cultura comica popular da Idade Media e do Renascimento aplicado ao drama historico shakespeariano Henrique IV, partes I e II. O embasamento teorico no desenvolvimento das analises sera fornecido pelas contribuicoes de Iuri Lotman e Irene Machado no que tange a compreensao dos principais conceitos da Semiotica da Cultura e da Modelizacao. Para a apresentacao e discussao sobre dos fundamentos da cultura popular, utilizamos as ideias do historiador e teorico Peter Burke e tambem de Mikhail Bakhtin; e para os conceitos de ―festa‖ e ―simposio‖ citados por Sousa. Ja os estudos de carnavalizacao, realismo grotesco e riso, tambem postulados por Bakhtin, forneceram o lastro teorico para a analise do nosso corpora que tratara entre outros temas dos juramentos, profanacoes, elogios, grosserias, destronamentos carnavalescos e aspectos grotescos presentes na linguagem que serao discutidos ao longo do texto para confirmar nossas hipoteses de que a linguagem carnavalizada da praca publica e as imagens grotescas dialogam de forma proficua com o drama historico shakespeariano Henrique IV. Em suma, tomando por base o processo de carnavalizacao, este trabalho analisa de que forma a linguagem foi modelizada na peca Henrique IV (partes I e II), tendo como principal objetivo ressignificar a cultura popular que permeia toda a construcao do enredo dramatico.
  • ELIZA DE SOUZA SILVA ARAÚJO
  • TRANÇANDO HISTÓRIAS, TECENDO TRAJETÓRIAS: A CONSCIÊNCIA DIASPÓRICA EM AMERICANAH, DE CHIMAMANDA ADICHIE
  • Data: 20/02/2017
  • Hora: 09:00
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  • Este trabalho toma o romance Americanah (2014), de Chimamanda Adichie, como foco de analise, discutindo a consciencia diasporica desenvolvida na narrativa, tomando o vies dos estudos culturais e de genero como fundamentacao teorica para problematizar os impactos dos deslocamentos contemporaneos sobre os sujeitos. Centramos nas personagens Ifemelu e Obinze, protagonistas das movencias descritas na obra, enfocando centralmente nossa atencao na movencia de Ifemelu, a protagonista do romance, cuja construcao da consciencia diasporica se da a partir do exercicio da escrita de um blog que essa cria e mantem enquanto mora nos EUA para discutir questoes de raca e genero. Sua escrita e suas descobertas seguem acontecendo ate o retorno a seu pais de origem – a Nigeria – e quando do retorno, cria um novo blog e reflete sobre a sua sensacao de estrangeirismo em sua propria cultura. Para abordar a consciencia diasporica, consideramos necessario observar a confluencia de espacos na narrativa e refletir sobre a funcao de tal elemento ficcional e cultural na situacao da diaspora. Para entender melhor o espaco nesse contexto, nos valemos das consideracoes de Borges Filho (2007), Almeida (2013), Brandao (2012), Bakhtin (2014), entre outros. Tambem consideramos crucial significar o espaco estrangeiro em Americanah como pos-colonial, e para isso, observamos as teorias de Neves de Souza e Barzotto (2016), Keefer (2006) e Ogwude (2011). Notamos que na narrativa em tela, a posicao pos-colonial se torna explicita via foco narrativo que se volta para as duas personagens centrais: Ifemelu e Obinze. Com o proposito de elucidar essa interpretacao, usamos os pressupostos de Leite (2002) e Jahn (2007), entre outros. Finalmente, analisamos a consciencia da diaspora apresentada na situacao do retorno, voltando ao texto literario e aos exemplos que ele traz de uma nova poetica do pertencimento. Vemos em Hall (2015), Porto (2012) e Almeida (2015), reflexoes que reforcam a mudanca que ocorre nos sujeitos atravessados pela diaspora.Tambem percebemos o blog como elemento importante na readaptacao a cultura natal, e num ambito mais amplo, percebemos a escrita como um importante canal atraves do qual se progride no processo de auto-percepcao, aprendizado e pertencimento ao pais de orige
  • VALNIKSON VIANA DE OLIVEIRA
  • As Raízes da Poesia Infantil de Zalina Rolim em Livro das Crianças
  • Data: 09/02/2017
  • Hora: 09:00
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  • A proposta central da presente dissertacao e investigar se haveria, de fato, alem da manifestacao do ideario pedagogico disseminado durante a implantacao do regime republicano no Brasil, uma preocupacao estetica relacionada a seducao e deleite do destinatario infantil dentro da coletanea poetica Livro das criancas (1897), da escritora e educadora paulista Zalina Rolim. Este compendio constitui um notavel exemplo da criacao voltada ao leitor em formacao dentro do sistema cultural do final do seculo XIX, sendo adotado como livro de leitura por escolas publicas e integrando o processo de renovacao no ensino propagado naquele periodo. Nossa pesquisa, de carater bibliografico e documental, se voltou mais precisamente a discussao e analise das composicoes de maior representatividade da orientacao educacional vinculada a obra e as que demonstram certos componentes tecnicos voltados a uma intencionalidade nao tao utilitaria junto ao seu publico-alvo, tambem evocando, consequentemente, o estudo das significativas ilustracoes presentes no compendio. Para tal, nos reportamos as circunstancias sociais, politicas e culturais que envolveram a origem da literatura para criancas, assim como evocamos o seu surgimento no contexto nacional. Ainda exploramos a biografia da autora visando a uma maior compreensao das motivacoes e influencias de sua producao, a qual buscamos lancar um novo olhar critico ante o cenario academico. Constatamos ao longo do estudo que boa parte dos versos infantis de Rolim nao manifestam um proposito didatico evidente, incorporando artificios de seducao e divertimento dos meninos e meninas dos ultimos anos do Oitocentos. Mesmo nao conseguindo romper com as limitacoes artisticas reinantes em seu tempo, o impresso apresenta um interessante contraste em comparacao ao pressuposto de outras publicacoes ligadas ao processo de escolarizacao e contemporaneas ao seu lancamento.
2016
Descrição
  • ALLANA DILENE DE ARAUJO DE MIRANDA
  • "HÁ ALGO DE MIM EM VOCʔ: A REPRESENTAÇÃO DA VIDA ARTIFICIAL EMBLADE RUNNER E HER
  • Data: 19/12/2016
  • Hora: 09:00
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  • Resumo: O trabalho pretendido tem por objetivo o estudo de quatro obras: primordialmente, os filmes Blade Runner (1992, Ridley Scott) e Her (2013, Spike Jonze); e orbitando esses dois primeiros textos, o romance Androides sonham com ovelhas eletricas?, de Philip K. Dick, e a adaptacao para os quadrinhos Do androids dream of electric sheep?, de Tony Parker. O trabalho parte da analise das personagens protagonistas dos textos mencionados, analisando tambem outras categorias narrativas, como espaco, cronotopo e pretende, tambem, tecer pontes com os contextos das respectivas obras e os estudos de adaptacao
  • CARLOS EDUARDO ALBUQUERQUE FERNANDES
  • Um Percurso pelas Configurações do Corpo de Personagens Travestis em narrativas brasileiras do século XX: (1960-1980)
  • Data: 28/11/2016
  • Hora: 09:00
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  • em breve
  • JOÃO DÓIA DE ARAÚJO
  • “ A Tragédia Moderna e a Dialética da Eticidade: o antagonismo drámatico entre Blanche Dubois e Stanley kowalski em Um Bonde Chamado Desejo”
  • Data: 25/10/2016
  • Hora: 15:00
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  • em breve
  • JOÃO DÓIA DE ARAÚJO
  • “ A Tragédia Moderna e a Dialética da Eticidade: o antagonismo drámatico entre Blanche Dubois e Stanley kowalski em Um Bonde Chamado Desejo”
  • Data: 25/10/2016
  • Hora: 15:00
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  • em breve
  • DANIEL EDUARDO DA SILVA
  • “ O alegórico e as vozes antimisóginas como estratégia narrativa em Christine de Pizan: A cidade das damas”.
  • Data: 14/09/2016
  • Hora: 14:30
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  • Esta pesquisa objetiva analisar A Cidade das Damas (1405) de Christine de Pizan (1364- 1430) como uma obra alegórica por excelência no Medievo. Pretendemos mostrar que as alegorias utilizadas por autores masculinos à época da autora, são redimensionadas por Pizan na narrativa para a construção das vozes antimisóginas nas personagens centrais em três Damas virtuosas: a Razão, a Retidão e a Justiça. Estas Damas representam as mulheres no texto narrativo designando a valorização do sexo feminino e a superação das mulheres contra o patriarcado. O que nos leva a estudarmos a referida obra seriam as primeiras questões acerca da mulher levantadas pela autora denunciando a misoginia na literatura. A personificação das Damas alegóricas rompe com o silenciamento das mulheres na história da literatura e nos leva a buscarmos na Idade Média as obras de autoria feminina que caíram no esquecimento ou foram violentamente ocultadas. A narrativa é, simbolicamente, um campo de batalhas que vai defender as mulheres dos ataques misóginos. Designa-se, portanto, como um símbolo da resistência feminina, da superação e da emancipação das mulheres na sociedade francesa. A denúncia realizada, no Medievo, pela narradora é sempre pertinente e atual, pois diz respeito à violência contra as mulheres, que sofrem ainda com a opressão masculina, herança das sociedades antigas e retrógradas.
  • QUEZIA FIDELES FERREIRA
  • O Divórcio e a Reconciliação da Mesquita com o Estado: a constituição discursiva do sujeito mulher iraniana na escrita autobiográfica
  • Data: 12/08/2016
  • Hora: 09:00
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  • em breve
  • RACHELINA SINFRONIO DE LACERDA
  • "Câmera na canção": projeções intersemióticas da canção popular no cinema de Carlos Diegues.
  • Data: 03/08/2016
  • Hora: 14:00
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  • A seguinte pesquisa busca investigar semioticamente o diálogo de canções (letra e melodia) com o cinema de Carlos Diegues, levando em conta as produções que realmente tiveram canções populares inseridas no contexto fílmico. Dentre as produções existentes, escolhemos Veja Esta Canção (1994), cujas fundamentações teóricas do cinema e da literatura que envolvem os estudos de poesia e da canção popular serão norteadas pelos estudos da Semiótica da Cultura de extração russa, no intuito de compreender a modelização do sistema poético da canção projetada na cinematografia do filme como um texto da cultura, contribuindo, assim, para uma intersemiose entre os movimentos rítmicos e a imagem em movimento.
  • NATHALYA BEZERRA RIBEIRO
  • Traduzindo Le Ditié de Jehanne D’Arc de Christine de Pizan: uma ponte necessária para o resgate de obras de autoria feminina na baixa idade média
  • Data: 22/07/2016
  • Hora: 14:30
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  • em breve
  • IVANA ALENCAR PEIXÔTO LIANZA DA FRANCA
  • O SUJEITO PÓS-COLONIAL NOS ROMANCES: HOUSE FOR MR. BISWAS" DE V. S. NAIPAUL E RELATO DE UM CERTO ORIENTE" DE (MILTON HATOUM)
  • Data: 25/05/2016
  • Hora: 14:30
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  • EM BREVE...
  • EMANOEL RAIFF GOMES DA NOBREGA FILHO
  • Breve história das multiplicidades travestis pelo desejo e o corpo em Muriel Total: cartografias discursivas da estética de si por um devir transgênero
  • Data: 06/05/2016
  • Hora: 14:00
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  • em breve
  • JANAÍNA ARAUJO COUTINHO
  • O Brasil em Traduções Francesas: um estudo dos paratextos das antologias contemporâneas de contos
  • Data: 14/04/2016
  • Hora: 09:00
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  • Esta dissertação tem como objeto a análise dos paratextos e dos discursos de acompanhamento encontrados em antologias contemporâneas de contos brasileiros traduzidos para a língua francesa. Considerando que as informações presentes nesses espaços contribuem para reforçar as imagens já existentes ou compor novas imagens de um país e de sua cultura, buscamos conhecer qual Brasil está sendo exposto para o público leitor francófono através de seletas de narrativas. O referencial teórico utilizado acerca dos paratextos está baseado nas contribuições de Gérard Genette (Paratextos Editoriais, 2009) e as reapropriações feitas a partir delas no âmbito dos Estudos da Tradução, promovidas notadamente por Teresa Dias Carneiro (2014) e Marie-Hélène C. Torres (2004). Para o estudo das imagens, recorremos aos trabalhos de Celeste H. M. R. de Sousa (especialmente à Introdução à Imagologia, 2004), que discute a relevância da imagem, da representatividade formada de uma cultura, de um país, através da literatura. Elegemos o estudo das antologias Contes de Noël brésiliens (1997), Fleur, téléphone et jeune fille... et autres contes brésiliens (1980), Des nouvelles du Brésil (1998), Je suis favela (2011) e Je suis toujours favela (2014) por entendermos que a tradução desse tipo de seleta aumenta a possibilidade de representação de um autor, de um gênero ou de uma cultura perante o Outro e seu imaginário.
  • SIMEIA DE CASTRO FERREIRA NEVES
  • Zarpo desvairado: a transgressão espaço-temporal em Macunaima”
  • Data: 08/04/2016
  • Hora: 15:30
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  • O presente trabalho tem como objeto de estudo a obra marioandradiana Macunaíma, na qual investigamos os deslocamentos de transgressão espacial realizados pelo protagonista. No referido romance, percebe-se que o herói tapanhuma percorre vários lugares do território nacional e fronteiriço na tentativa de reaver seu amuleto sagrado, estimada recordação de sua amada Ci, a Mãe do Mato. Todavia, dentre os espaços que compõem a narrativa, verificamos que tal personagem não realiza um deslocamento linear. Posto isto, objetivamos com essa análise: detectar o ponto mais alto da categoria estudada, entender o contexto do mesmo, além de saber quais os instantes de violação espacial nele explicitados e a(s) motivação(ões) para tal (re)ocorrência. Sendo assim, tratamos das concepções topoanalíticas, ou seja, o espaço na perspectiva literária, a partir dos postulados de Borges Filho (2008). Para a apresentação do espaço na obra supramencionada, utilizamos os estudos de Proença (1978), seguido de um mapeamento dos deslocamentos em que a personagem principal viola os princípios da física moderna e uma tipologia espacial da rapsódia. Para falarmos sobre o clímax da transgressão espacial, tomamos como alicerce os estudos de Benjamin (1985), Lopez (1988), Candido (2008) e Teles (2009), conjecturando três motivações principais para essa constante violação espacial e também temporal, a saber: as perseguições sofridas pelo protagonista, a interferência da voz narrativa e/ou a proposta estética modernista.
  • SIMONE DOS SANTOS ALVES FERREIRA
  • “ A reescrita do mito de Inês de Castro e Isabel de Aragão sob a ótica da paródia nos romances de Maria Pilar Queralt Del Hierro”.
  • Data: 08/04/2016
  • Hora: 15:00
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  • em breve...
  • CÍCERO ÉMERSON DO NASCIMENTO CARDOSO
  • Sobre a personagem feminina velha: análise dos contos "Ruido de Passos" e "Mas vai chover", de Clarice Lispector e " Dona Catarina de Paissandu", de Antonio Callado.
  • Data: 31/03/2016
  • Hora: 14:00
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  • Nosso corpus é constituído pelos contos Ruídos de passos e Mas vai chover, de Clarice Lispector, e Dona Castorina de Paissandu, de Antônio Callado. Por suas idades avançadas, as heroínas destes contos apresentam, em maior ou menor grau, comportamentos eróticos que parecem transgredir estereótipos socialmente atribuídos à mulher velha. Assim, a partir de uma explanação acerca dos estudos que incidem sobre a categoria narrativa da personagem, observamos como esses autores modernos constroem as personagens femininas, singularizadas pela velhice, que estão inseridas nos contos recortados para nossa análise. Para discorrer sobre nossa categoria analítica, recorremos aos estudos de Carlos Reis e Ana Cristina Lopes (1988), Foster (1998), Rosenfeld (1998), Brait (1998), Candido (2000), dentre outros. A propósito das subcategorias velhice e erotismo, apreendemos, sobre velhice, o que apresentam Cícero (2013), Delumeau (1989), Beauvoir (1990), Bosi (1998), Moraes (2001) e Xavier (1997); e, sobre erotismo, o que propõem Castello Branco (1984), Alberoni (1986), Paganini (2005). Embasamos teoricamente nosso trabalho, sobretudo, com a teoria de György Lukács (2000) que, em A teoria do romance, propõe uma tipologia que concebe a personagem a partir de três modelos: 1) herói do idealismo abstrato, 2) herói do romantismo da desilusão e 3) herói da maturidade viril (educação). Nossa leitura aponta, portanto, as personagens Maria Angélica e Castorina de Paissandu como heroínas que apresentam traços do herói do idealismo abstrato, enquanto Cândida Raposo apresenta traços da maturidade viril (educação).
  • CLARA MAYARA DE ALMEIDA VASCONCELOS
  • QUANDO POE ENCONTROU PEIRCE NO CINEMA: O MODO DE REPRESENTAÇÃO INDICIAL NA INVESTIGAÇÃO CRIMINAL EM THE RAVEN (2012).
  • Data: 30/03/2016
  • Hora: 09:30
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  • em breve
  • PEDRO AURELIO TENÓRIO SOBRAL
  • A vida dos animais, de J. M. Coetzee, Na casa de Espelhos
  • Data: 29/03/2016
  • Hora: 14:00
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  • Este texto objetiva analisar o livro A Vida dos Animais (2009), do professor universitario e romancista sul-africano J. M. Coetzee, a luz da teoria da metaficcao. A Vida dos Animais traz-nos relatos contundentes de duas palestras que J. M. Coetzee proferiu na Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, em 1997; posteriormente, Coetzee transformou aquele material em romance, cedendo a voz a escritora – sua personagem seminal e alter ego – Elizabeth Costello. Sao duas palestras que a romancista apresentou nas quais defende direitos basicos dos animais nao-humanos. Alem disso, a obra de J. M. Coetzee nos chama a atencao para os recursos metaficcionais empregados nas narrativas. Na leitura desse construto, recorreremos aos teoricos da metarreferencia como Hutcheon (1980; 1991) e Waugh (1984). Empregamos os postulados da metaficcao na analise do texto coetzeeano nao so como ilustracao, mas para verificar a importancia e perenidade desse arranjo na literatura contemporanea. Por tratar-se de um romance em que a vida e o direito dos animais ganham destaque, aliamos os principios metarreferentes a teorias que abordam relacoes de poder, de modo a referendar a crueldade a que os animais nao-humanos sao submetidos. Os resultados da analise apresentada ratificam a relevancia e adequacao da metaficcao no que diz respeito a articulacao entre etica e estetica.
  • PAULO ALVES
  • Imagens desalentadas de brasilidade em Lima Barreto
  • Data: 23/03/2016
  • Hora: 09:00
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  • Este trabalho se debruça sobre uma das obras mais representativas da literatura e cultura nacionais, porque elaborada na premência cotidiana em que a quase totalidade dos brasileiros “se viram” na vida. Contemplando a estes, esta obra foi elaborada sob os signos do protesto e do desencanto envoltos no manto da revolta, tendo como veículo a literatura militante, como método a discussão e a denúncia e como objetivo a mudança social e a melhoria de vida da população, através da luta consciente. Lima Barreto apresentou aos brasileiros desatentos as condições de suas existências e o estado das relações entre povo e elite. Em seus textos combativos, vazados em linguagem coloquial, o autor tece a trama comunicativa, na qual dados e motivações biográficos revestem-se de tratamento literário, entrelaçando-se em criações artístico-literárias lastreadas no quotidiano vivenciado para, a partir deste abraço, fazer brotar uma interpretação da face brasileira ambígua porque agradável e feroz, feita um mosaico contraditório como circunstancial e mesologicamente era contraditória a vida do escritor. Dos textos barretianos ficcionais, circunstanciais e intimistas surge uma complexa realidade social na qual privilegiados exploram deserdados para quem Lima põe a serviço sua pena, servindo de voz e protesto aos silenciados e desencantados, aos tristes porque vencidos, e mostrando que os donos do poder detinham o controle do processo político-social, mas, ao mesmo tempo, alertando que ainda restava algo a fazer: não aceitar os fatos como naturais, e assim, lutar, protestar e jamais desistir.
  • BRUNO ALACY NUNES BEZERRA
  • O Erotismo Elegíaco nos Amores de Ovídio
  • Data: 11/03/2016
  • Hora: 09:00
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  • Esta pesquisa tem como objetivo estudar o erotismo presente nos Amores de Ovídio, um dos principais nomes da Elegia Latina do séc. I a.C. O foco principal é analisar as diversas passagens eróticas ao longo da obra, especialmente em nosso corpus, constituído por três elegias (Am. I.5, Am. II.15 e Am. III.7), que serão detalhadamente analisadas em um capítulo específico. Este estudo está apoiado em teóricos que abordam aspectos literários e culturais - história, religião, sociologia - do pensamento romano da época, com o intuito de elaborar um trabalho sem anacronismos. Apresentamos traduções operacionais dos textos originais analisados ao longo da pesquisa, incluindo nossas traduções completas das três elegias que compõem o corpus, objetivando a melhor compreensão do texto e de sua posterior análise.
  • CAMYLE DE ARAÚJO SILVA
  • Transferências Culturais Via Tradução nas Revistas "O Archivo (1846)" e "Revista Americana (1847-1848)"
  • Data: 04/03/2016
  • Hora: 09:30
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  • O presente trabalho tem como objetivo geral a investigação das circunstâncias que envolvem a prática e a publicação de traduções de literatura na imprensa periódica do antigo Norte brasileiro de meados do século XIX, tendo como referência as revistas O Archivo (Maranhão, 1846) e Revista Americana (Bahia, 1847-1848). Nas duas revistas, identificamos 47 traduções de literatura ao todo. Para apresentar tal panorama, tratamos do corpus com base no conceito teóricometodológico de Transferências Culturais de Michel Espagne (2012), e no viés econômico-ideológico tratado por Pierre Bourdieu através do trabalho de Joseph Jurt (2007). Sem perder de vista o suporte em que foram veiculadas essas traduções – revista –, nos pautaremos principalmente nos trabalhos de Socorro de Fátima Pacífico Barbosa (2007), Katia Aily Franco de Camargo (2014), e Tânia Regina de Luca (2008; 2014) acerca da imprensa periódica. Dessa maneira, apresentamos inicialmente uma análise quantitativa do corpus com base no trabalho de Lüsebrink e Reichardt (1994), visando nos aproximar do cenário de tradução e imprensa periódica do século XIX, cenário este que nos aprofundamos ao expor a análise descritiva de cada uma das traduções, cujo ponto inicial será o quadro esquemático adaptado de Lambert (2011). Sendo assim, procuramos investigar as instâncias de mediação cultural através da análise contextual das traduções identificadas nas revistas supracitadas, em relação aos seus respectivos contextos e textos de partida, visando identificar o caminho percorrido entre os espaços de partida e chegada para apresentar um mosaico da memória cultural estrangeira presente no antigo Norte brasileiro do século XIX. Isso posto, o presente trabalho encontra-se dividido em quatro capítulos: no Capítulo 1, apresentamos um olhar introdutório sobre literatura e tradução no contexto de periódicos do antigo Norte brasileiro no século XIX; no Capítulo 2, apresentamos um breve cenário histórico da imprensa periódica no século XIX, situando as revistas maranhense e baiana; no Capítulo 3, apresentamos um panorama geral das traduções de literatura encontradas em ambas, expondo um mapeamento quantitativo do que era traduzido nas duas revistas no tocante à literatura; por fim, no Capítulo 4, apresentamos uma análise descritiva das traduções de literatura encontradas, caracterizando práticas e estratégias tradutórias e demonstrando a importância de traduzir para a formação do contexto cultural e social e para a formação do próprio cânone de literatura nacional.
2015
Descrição
  • ROBSON DE LIMA PEIXOTO
  • Fábulas em Libras: uma tradição da comunidade surda brasileira.
  • Data: 17/12/2015
  • Hora: 13:00
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  • O presente trabalho trata de uma pesquisa de cunho qualitativo com fundamentação no levantamento e análise de mídia digital que contempla o universo fabulário da Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS, no qual foram selecionados três textos sinalizados (sendo duas obras traduzidas e uma criada por autor surdo). A pesquisa foi desenvolvida na cidade de João Pessoa - PB com a participação da comunidade surda local, atuando na validação da análise comparativa diante dos textos sinalizados apresentados. Diante das respostas obtidas, diversos critérios estéticos foram elencados, demonstrando o caráter literal presente nas fábulas, tendo a clareza como juízo crítico, citada por todos os participantes. Desta forma, através também da tecnologia, esperamos que a tradição “sinalizada” ou tradição “visual” seja valorizada e que seja enaltecida a literatura e a cultura surda.
  • ANTONIUS GERARDUS MARIA POPPELAARS
  • O drama social, o herói trágico e o “sonho americano” em A morte de caixeiro-viajante, de Arthur Miller.
  • Data: 17/12/2015
  • Hora: 09:00
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  • A Morte de um Caixeiro-Viajante (1949) de Arthur Miller tem como protagonista Willy Loman, um simples vendedor fracassado da classe média baixa. Um homem comum como Willy Loman pode ser considerado como herói trágico? Existe ainda tragicidade no drama moderno? Seria o lado sombrio do “sonho americano” a falha trágica externa para a queda de Loman? O objetivo do estudo da peça de Arthur Miller, A Morte de um Caixeiro-Viajante, está centrado na possibilidade do protagonista, Willy Loman, ser considerado um herói trágico. Esta é uma pesquisa que abrange a perspectiva históricoliterária, bibliográfica e de carater qualitativo-descritiva. A problemática trabalhada centra-se na questão: qual seria a influência, ou melhor, a ilusão, do “sonho americano” que provoca a queda trágica de Willy? O estudo é desenvolvido sob três frentes: em primeiro lugar, a análise da dramaticidade e tragicidade sob a ótica da teoria de Aristóteles; em segundo lugar, a análise do drama social e, finalmente, a perspectiva histórico-literária do conceito do “sonho americano” como uma razão para a queda de Willy Loman. Os resultados do estudo apontam na direção de que A Morte de um Caixeiro-Viajante não é uma peça de época, e que esta peça ressalta questões do passado, ainda atuais. Percebe-se que Willy Loman encontra seu fim inglório porque é enganado e iludo pelo “sonho americano”. O desenvolvimento da tragédia culminando no drama social moderno mostra que um homem comum pode ser trágico, pois, o fato de Willy ser um ser humano comum, provoca sentimentos tais como terror e piedade, e estes ficam maiores, uma vez que aconteceu com ele pode acontecer a qualquer um de nós
  • JANICREIS GOMES DE SOUZA
  • O ícone metafórico perciano no poema "morte e vida Severina"
  • Data: 03/12/2015
  • Hora: 14:30
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  • O presente trabalho se constitui de uma análise semiótica pautada nas bases teóricas protagonizadas pelo americano Charles Sanders Peirce, através das quais analisamos quatro fragmentos do poema Morte e Vida Severina, escrito por João Cabral de Melo Neto. Pesquisamos de que maneira o ícone metafórico se constitui no referido poema, não apenas no texto verbal, mas no plano das imagens que correspondem aos versos estudados numa de suas traduções para a linguagem não verbal. Enfatizamos para análise dos signos de natureza metafórica abordados no presente trabalho, a perspectiva do intérprete e a importância dos processos cognitivos desenvolvidos por este último na construção da metáfora. Consideramos em nossa análise a chamada experiência colateral, termo utilizado por Peirce para designar as vivências de mundo desse intérprete, a partir das quais se constitui em significados atribuídos aos signos.
  • REBECCA SOARES ESPINOLA
  • “Mítica, sagrado e natureza: uma análise literária da heroína Anna-Maria em Les Fantômes Du Brésil, de Florent Couao-Zotti."
  • Data: 09/11/2015
  • Hora: 09:00
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  • em breve...
  • Petra Ramalho Souto
  • Religiosidade à brasileira no drama de Nelson Rodrigues
  • Data: 27/10/2015
  • Hora: 15:00
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  • O trabalho, Religiosidade à brasileira no drama de Nelson Rodrigues, trata do estudo das representações da mestiçagem religiosa no drama de Nelson Rodrigues. Para tanto, elegemos como objetos de leitura os textos “Os sete gatinhos”, “A falecida” e “A serpente”, elaborados respectivamente nos anos de 1958, 1953 e 1978. Para o entendimento da temática escolhida, a do fenômeno da mestiçagem religiosa no Brasil, apoiamo-nos na visão antropológica de Hélène Clastres, estudiosa francesa das manifestações religiosas dos indígenas brasileiros, e na perspectiva de Darcy Ribeiro (1922-1997), antropólogo e romancista nacional. A esses estudos, aliamos a investigação de Eneida Leal sobre orixás no Brasil e os postulados do filósofo italiano Nicola Abbagnano. No que concerne à compreensão da obra de Nelson Rodrigues nos reportamos, notadamente, aos estudos procedidos por Sábato Magaldi, além das pesquisas de Décio de Almeida Prado e de João Roberto Faria. Quanto ao aparato teórico-metodológico, nos utilizamos da perspectiva de Georg Lukács, endossada no Brasil, por Antonio Candido e pelo estudioso da dramaturgia nacional, Décio de Almeida Prado. Nesses modos e compreensões, procuramos observar as particularidades rodriguianas nas configurações de nossas devoções.
  • CAROLINA COELI RODRIGUES BATISTA
  • Da Baleia à Musa Renascentista: Os Discursos e o Processo de Subjetivação da Mulher Gorda através da escrita de Si em Redes Sociais.
  • Data: 16/10/2015
  • Hora: 14:00
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  • em breve
  • JAILTO LUIS CHAVES DE LIMA FILHO
  • Aspectos lexicais do acompanhamento psicológico e fonoaudiológico do surdo: proposta de um glossário técnico em libras.
  • Data: 11/09/2015
  • Hora: 09:00
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  • A comunicação é uma atividade imprescindível em consultas terapêuticas. Concernente ao Surdo e sua relação com o especialista em Psicologia ou Fonoaudiologia, acreditamos que as barreiras na comunicação possam comprometer o vínculo a ser estabelecido entre eles e, consequentemente, a assistência prestada, afetando, dessa forma, possíveis contribuições à vida do indivíduo Surdo. Nosso trabalho debruça-se sobre essas questões, objetivando verificar como se constrói a relação Psicólogo/Fonoaudiólogo/Surdo, na Funad (Fundação Centro Integrado de Apoio à Pessoa com Deficiência) localizada em João Pessoa, capital da Paraíba; onde acontece os primeiros passos do acompanhamento regular do Surdo, não apenas nas áreas citadas, como também na questão educativa. Para tanto, a partir de entrevistas com os psicólogos e fonoaudiólogos, com intérpretes Libras-Português, e com professores Surdos da Funad, elaboramos um glossário em Libras com termos técnicos das áreas da Psicologia e da Fonoaudiologia, com o propósito de colaborar com a relação terapêutica entre o Surdo e esses especialistas, auxiliando o profissional em questão a ampliar seu vocabulário na Libras – Língua Brasileira de Sinais. Fundamentamo-nos, para isso, nas teorias da Lexicologia e Terminologia, nos estudos morfológicos e fonético-fonológicos da Libras, procurando compreender, ainda, os percursos lexicográficos da Língua Brasileira de Sinais, ao longo da história. Acreditamos que os resultados de nossa pesquisa, assim como os termos colhidos e apresentados no glossário, podem contribuir, no futuro, para uma diminuição das barreiras comunicativas existentes entre os envolvidos no processo de acompanhamento terapêutico do Surdo.
  • MELINA CEZAR MERENCIO GALDINO
  • Fandom e cultura participativa: uma análise da tradução oficial e da fã-tradução em jogos Vorazes, de Suzanne Collins.
  • Data: 27/08/2015
  • Hora: 14:00
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  • Em breve
  • JULIANA GOLDFARB DE OLIVEIRA
  • As rimas do sexo: a poética (pós)-pornográfica em Porno Pop Pocket, de Paula Taitelbaum
  • Data: 12/08/2015
  • Hora: 15:00
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  • Este trabalho tem como objetivo verificar o caráter pornográfico e, sobretudo, pós-posnográfico em "Porno pop pocket", escrito por Paula Taitelbaum, em 2004, e publicado pela editora L&PM. O livro constituído por oitenta e um poemas e nenhum deles recebe o título - dando a ideia de continuidade - e o conteúdo sexual é o fio condutor de todos eles. O título da obra sugere a relação entre pornografia (porno) e mercado (pop pocket), mas a composição através do gênero poético e da autoria feminina transgride o que costuma se esperar de um texto pornográfico, isto é, uma narrativa construída para fins meramente excitatórios e que é escrita e produzida para homens. Assim também, a pós-pornografia é um movimento político, artístico e sexual que se utiliza da pornografia hegemônica para desnaturalizar suas relações de gênero e poder. Os desejos considerados abjetos são colocados no cento, como o sexo anal, a prostituição por prazer ou a utilização de dildo, temas que também permeiam a referida obra de Paula Taitelbaum.
  • JULIANA GOLDFARB DE OLIVEIRA
  • As rimas do sexo: a poética (pós)-pornográfica em Porno Pop Pocket, de Paula Taitelbaum
  • Data: 12/08/2015
  • Hora: 15:00
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  • Este trabalho tem como objetivo verificar o carater pornografico e, sobretudo, pos-posnografico em "Porno pop pocket", escrito por Paula Taitelbaum, em 2004, e publicado pela editora L&PM. O livro constituido por oitenta e um poemas e nenhum deles recebe o titulo - dando a ideia de continuidade - e o conteudo sexual e o fio condutor de todos eles. O titulo da obra sugere a relacao entre pornografia (porno) e mercado (pop pocket), mas a composicao atraves do genero poetico e da autoria feminina transgride o que costuma se esperar de um texto pornografico, isto e, uma narrativa construida para fins meramente excitatorios e que e escrita e produzida para homens. Assim tambem, a pos-pornografia e um movimento politico, artistico e sexual que se utiliza da pornografia hegemonica para desnaturalizar suas relacoes de genero e poder. Os desejos considerados abjetos sao colocados no cento, como o sexo anal, a prostituicao por prazer ou a utilizacao de dildo, temas que tambem permeiam a referida obra de Paula Taitelbaum.
  • LUSZENILDO FERREIRA SIMÕES COSTA
  • The Bride Price: tradição e tradução cultural no romance de Buchi Emecheta
  • Data: 21/07/2015
  • Hora: 10:00
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  • Nossa pesquisa tem como objetivo principal traduzir a obra The Bride Price, da nigeriana Buchi Emecheta, sob a perspectiva dos estudos de tradução e de análise de gênero. O romance será traduzido, atentando para as relações de gênero e poder presentes na obra, mas tendo como foco principal os paradigmas dos estudos de tradução, ou seja, uma orientação metodológica da pesquisa com caráter sociológico com vistas a por em evidência as imbricações e as mestiçagens entre os espaços nigerianos. Desta forma, observamos o lugar que Buchi Emecheta ocupa no campo no qual está inserida: o campo literário nigeriano, no sentido de mostrar até que ponto a tradução contribuirá para a formação de uma identidade da autora no Brasil. Além disso, percebemos como os princípios dos estudos de tradução podem nortear a tradução de Buchi Emecheta, auxiliando-nos sobre como as questões de gênero e poder são expressos na narrativa da referida escritora.
  • JOÃO PAULO DA SILVA FERNANDES
  • DE ARIANA PARA DIONÍSIO: (Re)criação do mito em Júbilo, memória, noviciado da paixão, de Hilda Hilst
  • Data: 29/05/2015
  • Hora: 09:00
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  • Hilda Hilst (1930-2004) é a âncora deste trabalho, especialmente a sua poesia, a qual lançamos nosso olhar crítico-interpretativo aos poemas sob o título Ode descontínua para flauta e oboé. De Ariana para Dionísio, parte da obra Júbilo, memória, noviciado da paixão (2008), considerando seus diálogos com a tradição épica acerca do mito de Ariadne e Dioniso. Observar a (re)criação o mito dionisíaco e suas nuanças na produção literária hilstiana é o nosso principal objetivo, de modo que estabeleçam de compreensão nas retomadas poéticas; bem como, refletir os ecos reverberados pela voz lírico-feminina nos dez poemas, nos quais o corpo e o amor são metáforas do erotismo e, possivelmente, configuram imagens ao leitor através da pluralidade de sentidos. Há, no entanto, articulações com aportes teóricos de Pound (2003), Eliade (2010), Grimal (2011), Cassirer (2000), entre outros que estabeleçam intersecções entre o mito e a literatura. No que tange a essa aproximação, metodologicamente, propomos uma leitura das imagens simbólicas a partir da “concisão”, enquanto categoria analítica, articulando significações internas e externas na plasmação lírico-verbal dos poemas. Nessa perspectiva, a inserção de elementos extraliterários na poética de Hilda Hilst, configura atualização da linguagem, (res)significando o mito dionisíaco pela voz feminina no contexto da contemporaneidade.
  • MARCO VALERIO CLASSE COLONNELLI
  • CARACTERIZAÇÃO DINÂMICA E ESTÁTICA NO "EDIPO TIRANO", DE SÓFOCLES
  • Data: 28/05/2015
  • Hora: 09:00
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  • Esta tese, dividida em tres partes, abordas duas concepcoes de caracterizacao na peca "Edipo tirano", de Sofocles. Na primeira parte, a concepcao de caracterizacao foi extraida da "Poetica", de Aristoteles. Dessa obra foram utilizados os dados sobre o conceito de 'carater', juntamente com todas as implicacoes que lhe sao associadas. O mesmo conceito ainda, pela insuficiencia do texto da "Poetica", foi cotejado com outras passagens encontradas na "Retorica" e na "Etica a Nicomaco", para que se pudesse esclarecer certas passagens capitais em suas definicao. Essa primeira concepcao de caracterizacao foi denominada de 'caracterizacao dinamica'. Na segunda parte, partiu-se de Aristoteles para outros autores modernos: Tomachevsky, Robert Scholes, De Termemann, dentre outros, a fim de nao so demonstrar os limites da caracterizacao aristotelica, como tambem apreender outros fenomenos de caracterizacao nas obras epicas e tragicas de autores como Homero, Esquilo, Sofocles e Euripedes. Essa segunda concepcao foi denominada de 'caracterizacao estatica'. Na parte desta tese foi feita a analise dos caracteres de Edipo, na obra homonima de Sofocles, com base na teoria proposta nos dois capitulos anteriores. No epilogo da tese, apos analise, demonstra-se a insuficiencia da teoria aristotelica acerca da caracterizacao no tocante as potencialidades do genero tragico, abordando a complexa estrutura com a qual Sofocles erigiu a peca e a caracterizacao de sua personagem.
  • MARIA LUCIA LOPES DE OLIVEIRA
  • Corpos e memórias de mulheres em trânsito: Caramelo de Sandra Cisneros e em el nombre de Salomé, de Julia Alvarez"
  • Data: 27/03/2015
  • Hora: 09:00
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  • em breve
  • BRUNA BELMONT DE OLIVEIRA
  • A semiose da Linguagem traumática em Rita no Pomar
  • Data: 03/03/2015
  • Hora: 14:00
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  • O presente trabalho tem como objetivo realizar a leitura do romance Rita no Pomar, de Rinaldo de Fernandes, na tentativa de perceber como está delineada na linguagem da narradora-protagonista a subjetividade da condição traumatizante. A fragmentação da narrativa acompanha a reconstituição do passado vivido em São Paulo e na Praia do Pomar, lugares cujo envolvimento com personagens e fatos se fazem sempre presentes no relato de Rita. Através da semiótica de Charles Sanders Peirce, analisaremos como se organiza na estrutura da narrativa os arranjos dos signos icônicos, indexicais e simbólicos, a fim de produzirem o efeito de descontinuidade e antecipação na trama. Com o suporte da teoria psicanalítica de Sigmund Freud, discutiremos sobre o trauma e a sua representação no romance. Buscamos ainda investigar a presença do movimento de atração e rejeição, figura que se repete nos níveis estrutural e ficcional, bem como na macroestrutura da obra, como ícone do Trauma.
  • FRANCISCA LAILSA RIBEIRO PINTO
  • Entre Flores de Cerejeiras e Ipês : o florescer da transculturação do entre-lugar e da identidade cultural em O jardim japonês, de Ana Suzuki.
  • Data: 03/03/2015
  • Hora: 13:30
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  • em breve
2014
Descrição
  • MARIO LUIS SIMOES FILHO
  • Dependência Social e Interdição Amorosa em Machado de Assis.
  • Data: 12/11/2014
  • Hora: 14:00
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  • EM BREVE...
  • SAMARKANDRA PEREIRA DOS SANTOS
  • PARÓDIA E MECANISMO MIMÉTICO EM "PERDIÇÃO": EXERCÍCIO SOBRE ANTÍGONA, DE HÉLIA CORREIA.
  • Data: 13/10/2014
  • Hora: 09:00
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  • Tomando como objeto de estudo o drama Perdição: Exercício sobre Antígona (1991), da escritora portuguesa Hélia Correia (1949), consideramos o modo como a autora reescreve e reatualiza as figuras mitológicas e os mitos de que se ocupa. Sua construção sugere uma espécie de ansioso apelo à continuidade, conforme assinalado por Longino acerca da influência de Homero sobre todos os pensadores, visto que a trama heliana se inicia exatamente após a morte da Antígona sofocliana, no mundo dos mortos. No decorrer da leitura, no entanto, é perceptível que os meios utilizados pela autora não são tão claros assim. A continuidade surge sob a forma de paródia, que, segundo Hutcheon (1988), também pode homenagear o texto anterior e, assim, a “inclusão da ironia e do jogo jamais implica necessariamente a exclusão da seriedade e do objetivo na arte pós-modernista” (HUTCHEON, 1988, p.48). Com base nisto, constatamos a necessidade de analisarmos a peça referida à luz da teoria proposta por René Girard acerca do desejo mimético, da inveja e do mecanismo do bode expiatório. A crítica arguciosa de Perdição surge a partir da reelaboração de personagens que, ao colidirem, expõem ações e relações humanas que desnudam o mecanismo mimético, com base na abordagem ritualístico-sacrificial de Girard, revelando-nos como pode ser banal a maneira pela qual “perdemos o sentido” e deixamos correr o sangue de alguém (ou o próprio) por causa de algo tão enganoso quanto o kydos, “o
  • ADRIANA NUVENS DE ALENCAR
  • A Terra, a Vida e a Gente Caririense nas Narrativas Epistolares Patativa do Assaré.
  • Data: 22/09/2014
  • Hora: 09:30
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  • Neste trabalho, analisamos, sob o ponto de vista da semiótica greimasiana, cartas pessoais do poeta Patativa do Assaré, a fim de descobrir as representações dos elementos Terra, Vida e Gente, que sintetizam a realidade nordestina, mais especificamente, do Cariri cearense. Partimos da hipótese de que a preocupação em retratar a realidade de sua comunidade, que é nítida na poesia do autor, é um reflexo da sua filosofia de vida e também se manifesta em seus textos epistolares. De um conjunto constituído de dez cartas escritas de 1989 a 1991 para familiares estabelecidos no Sudeste do país, retiramos uma amostragem constituída de quatro cartas: três para Gracinha e uma para Expedito, netos do poeta. Com o intuito de verificar como estão nelas representadas a Terra, a Vida e a Gente caririense, realizamos a análise dos três níveis do percurso gerativo da significação em cada uma, com ênfase no nível discursivo – que envolve os procedimentos de espacialização, temporalização, actorialização, além do estudo dos temas abordados e das figuras que os recobrem.
  • VALTER GOMES DIAS JUNIOR
  • A Poesia de Antonio Miranda e suas Intersemioses
  • Data: 29/08/2014
  • Hora: 10:00
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  • em breve

  • MARIA CÉLIA RIBEIRO DA SILVA
  • Ascendino Leite: entre o "Ser Leitor" e a Formação do Jornal Literário
  • Data: 21/08/2014
  • Hora: 14:30
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  • Esta tese consiste na investigação da antologia Sementes no Espaço (1938-1988): fragmentos de um Jornal Literário, de Ascendino Leite, obra formada por dois volumes publicados, respectivamente, em 1988 e 1989, que tratam de temas do universo intimista do escritor, do cotidiano e da vida literária. A abordagem tem em vista a representação de Ascendino como “ser leitor” e como essa condição contribuiu para revelar suas “astúcias” na maneira de representar a vida literária em um texto de natureza híbrida, como o Jornal Literário, aliandose a isso questões de ordem pessoal, política e outras relativas à “função-autor”, ao reconhecimento ou não do nome de Ascendino como escritor. Para a realização da pesquisa, foram utilizadas como fontes a antologia Sementes no Espaço (1938-1988): fragmentos de um Jornal Literário, organizada pelo próprio escritor, os arquivos pessoais do autor (bloquinho de notas, cadernos, agendas, cartões, fotos, parte do acervo de sua biblioteca particular, cartas) e textos publicados na esfera jornalística. Além disso, lançou-se mão da memória de amigos e escritores que conviveram com Ascendino, visando à representação de uma imagem do indivíduo e do “ser leitor”. Do ponto de vista teórico, partiu-se dos autores Roger Chartier (1990; 1999a; 1999b) e Michel de Certeau (2009), para refletir sobre conceitos como representação, prática e apropriação, além da noção de “táticas” (DE CERTEAU, 2009), relativas às ações realizadas por “Ascendino leitor” para a formação do Jornal Literário, e da “função-autor”, conceituada por Foucault (1992). A partir de Hébrard (2000) e Chartier (1990; 1999a; 1999b) fundamentou-se a noção de suporte, recorrendo, também, a Barthes (1984), Chartier (2007) e a outros autores para subsidiar reflexões relativas à leitura.
  • AURICÉLIO SOARES FERNANDES
  • A queda das "casas" de Poe e Corman: ambientação, de persinagens e mise em scène
  • Data: 18/06/2014
  • Hora: 14:00
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  • Como afirma Décio Pignatari (2004), Edgar Allan Poe é um escritor que escreve em códigos. Poe não só desafia o leitor a interagir e buscar as respostas para a compreensão dentro de suas narrativas, mas também testa os limites de nossa imaginação e nos deixa uma interrogação, um imenso espaço aberto a interpretações nos finais de seus contos. A Queda da Casa de Usher possivelmente “esconde” as chaves de sua resolução dentro da própria narrativa. O conto, que é um dos mais bem aclamados exemplos da narrativa de tradição gótica, mistura elementos estruturais evidentes desse tipo de literatura: suspense, terror, ambientações obscuras e decadentes e personagens complexos e esquizofrênicos. Através de uma perspectiva comparada, pretendemos com esse estudo discutir a transposiçãodo discurso gótico e da ambientação do conto A Queda da Casa de Usher, do escritor americano Edgar Allan Poe para a adaptação fílmica homônima de Roger Corman, de 1960. A investigação do gótico e da ambientação será atrelada à análise dos recursos metalinguísticos e metaficcionais. A pesquisa baseia-se em teóricos e críticos do contexto literário e fílmico, bem como, mais especificamente, aqueles que trabalham com a adaptação. Os resultados da pesquisa pretendem comprovar a influência da literatura gótica de Poe e suas ressonâncias artísticas e culturais na contemporaneidad
  • ENY ARAUJO ROCHA
  • As Mulheres e o Meio Ambiente no romance Terras do Sem Fim, Jorge Amado
  • Data: 05/06/2014
  • Hora: 09:00
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  • A presente dissertação tem como objetivo investigar a obra Terras do sem fim, de Jorge Amado, na perspectiva dos princípios filosóficos do ecofeminismo. Objetivamos demonstrar a relação entre meio ambiente e personagem feminino inserido num sistema patriarcal da sociedade cacaueira, no sul da Bahia, no início do século XX. Para atingirmos nosso objetivo, recorreremos a duas linhas de discussão filosóficas, a saber: 1) o ecofeminismo espiritualista, difundido por Maria Mies e Vandana Shiva; 2) a ética do cuidado, criado por Karen J. Warren. Analisaremos o romance amadiano, buscando inferir o comportamento da mulher e o aspecto transgressor dessa relação com o meio ambiente, o que se torna recíproco, uma vez que a natureza também se manifesta quando se sente ameaçada pelo seu dominador. Adotamos como método de abordagem a pesquisa bibliográfica que abrange a área da Literatura, Sociologia, Filosofia e a área que se identifica com a discussão das relações de gênero e meio ambiente como o Ecofeminismo, que nortearam a proposta deste estudo. Confere à pesquisa a divisão da dissertação em três capítulos. No primeiro, trataremos de situar o romance Terras do sem fim no modernismo regionalista de 30 e um levantamento da fortuna crítica sobre a obra. O segundo, visa fundamentar os princípios ecofeministas que sustentem a nossa investigação crítica e analítica, acerca do ecofeminismo. O terceiro capítulo tenta utilizar os princípios ecofeministas na análise das personagens femini nas e suas confluências e transgressões, relacionadas com o meio ambiente, sob o regime do sistema patriarcal. Constatou-se, ao final da pesquisa, que o romance Terras do sem fim carrega em sua estrutura literária a abertura para uma discussão crítica de uma abordagem que ainda não era difundida em seu tempo. Dessa forma, trouxe para os estudos ecofeministas um maior aprofundamento das questões que envolvem a relação entre o meio ambiente e a mulher, propondo uma releitura do romance de Jorge Amado e obras contemporâneas.
  • LILÁSIA CHAVES DE ARÊA LEÃO REINALDO
  • As Representações Líricas da Morte no Brasil: uma leitura da poética de H. Dobal
  • Data: 22/05/2014
  • Hora: 09:00
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  • O presente estudo denominado As representações líricas da morte no Brasil: uma leitura da poética de H. Dobal apresenta-se como proposta de contribuição aos estudos literários brasileiros, e se dedica especialmente à investigação das configurações estilísticas expressivas da morte, na poesia do piauiense, H. Dobal, cuja obra poética se mostra categoricamente embebida dos constructos dessa temática de essência tão significativa e definitivamente crucial para a humanidade.O percurso empreendido foi elaborado a partir dos estudos e pensamentos do crítico e historiador Antonio Candido em sua fundamental produção escrita voltada para as temáticas da literatura brasileira como produção cultural dialeticamente gestada no âmago da sociedade e inapelavelmente oriunda e protagonizada por seus atores sociais em consonância com a história do país e das suas relações no mundo, em seus diversos contextos que se fizeram transmutados em arte literária, neste caso específico trazido à luz, a poesia de H. Dobal. Nas questões de natureza teórica sobre literatura e sociedade, da mesma vertente social de cuja construção Antonio Candido é a autoridade máxima no Brasil, adotaram-se outros pensadores de destaque na esfera internacional que se aliam nessa compreensão, tais como Walter Benjamin e Georg Lukács, dentre outros. Para calçar os estudos nas questões atinentes ao tema da morte, associam-se os estudos de vários pesquisadores, principalmente dos franceses Philllippe Ariès e Edgard Morin, e dos brasileiros, João José Reis e Julio José Chiavenato. As explorações do tema buscaram a formação da literatura brasileira, guiada pelos estudos de Antonio Candido, com o olhar voltado especificamente para as construções literárias sobre a “Morte” e nesse propósito, o trabalho elegeu destacados autores de cada fase literária convencionalmente periodizada pelos estudos literários, utilizando como critérios tanto a primazia das escritas literárias como também a presença significativa do tema na obra dos autores. Desta forma, comparecem desde Gregório de Matos nas representações do Barroco, Tomás Antonio Gonzaga no momento árcade, do Romantismo, Álvares de Azevedo, e do Simbolismo, Cruz e Souza, até alcançarmos as fases modernistas de Manuel Bandeira, Carlos Drummond e João Cabral, dentre muitos outros poetas nacionais. As leituras dos versos dos brasileiros buscam desvelar a recorrência e modos de figuração empreendidos até alcançarmos a produção poética do autor piauiense H. Dobal, que teve seu primeiro livro publicado em 1966. Deste poeta, de cuja obra identificou-se o objetivo inaugural, motivo central deste estudo, em capítulos à parte, propõe-se um aprofundamento no quesito das análises para possibilitar a colheita de um elenco de figurações do tema da Morte, que se oferecem como contribuições genuínas do escritor piauiense ao panorama literário da poesia brasileira, em cujo reconhecimento, avaliação e divulgação este trabalho se empenha.
  • ANA BARBARA RAMOS DA SILVA
  • Do conto ao curta-metragem: adaptação de Clarice Lispector
  • Data: 24/04/2014
  • Hora: 14:00
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  • em breve

  • FERNANDA BARBOZA DE LIMA
  • Comunidade Quilombola Caiana dos Crioulos: um estudo sócio-variacionista
  • Data: 23/04/2014
  • Hora: 09:00
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  • As comunidades quilombolas representam um inestimável patrimônio cultural do nosso país, sendo consideradas verdadeiros celeiros da história da formação do povo brasileiro, e consequentemente, arquivos vivos dos processos linguísticos que reestruturaram a língua portuguesa falada no Brasil, dando-lhe feição particular. Paralelamente ao crescimento de localidades consideradas remanescentes de quilombos, cresce a necessidade de pesquisas nesses espaços, com a finalidade de produzir dados que contribuam para o desvendar científico das lacunas referentes a esses grupos. Com o interesse de contribuir para o preenchimento dessas lacunas, debruçamo-nos sobre os aspectos linguísticos da comunidade quilombola de Caiana dos Crioulos, localizada no município de Alagoa Grande, na Mesorregião do Agreste Paraibano. Nesse estudo, analisamos particularidades fonéticas, morfológicas e sintáticas compreendidas como evidências do contato com línguas africanas, além de realizarmos uma análise léxico-semântica do falar da comunidade em questão, realizando, ao final, um glossário com algumas lexias do universo sociocultural da comunidade, considerados relevantes para a compreensão da realidade caianense. Utilizamos como procedimentos metodológicos, a pesquisa de campo, quando coletamos entrevistas individuais orientadas sob os preceitos da investigação sociolinguística, procurando nos pontos de interseção entre a Dialetologia, Sociolinguística e Etnolinguística, a sustentação teórica necessária a nosso estudo, além de fundamentarmo-nos em bibliografia consagrada das áreas de Fonética, Morfologia, Sintaxe e Lexicologia, para elaboração das distintas partes do trabalho. Acreditamos que tanto os dados fonéticos e morfossintáticos, quanto os dados de natureza léxico-semântica resultantes de nosso estudo podem contribuir para uma maior compreensão da configuração atual da variável popular da língua portuguesa falada no Brasil.
  • ALINE CUNHA DE ANDRADE SILVA
  • As Mulheres Soledade: transgressão e loucura em A História de Bernarda Soledade - A Tigre do Sertão
  • Data: 04/04/2014
  • Hora: 14:30
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  • em breve

  • MICHEL DE LUCENA COSTA
  • Orfeu da Conceição: ressignificação do mito a partir da carnavalização do trágico
  • Data: 04/04/2014
  • Hora: 09:00
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  • Esta pesquisa se propõe a analisar a peça Orfeu da Conceição (1956), de Vinícius de Moraes, entendendo-a como uma tragédia carnavalizada. Para formalizar este trabalho será realizado um estudo semiótico para entender como ocorreu o processo de ressignificação do mito grego sob a perspectiva da carnavalização bakhtiniana. Tendo como suporte teórico e metodológico a Semiótica da Cultura, serão estudados os elementos que vão desde a tragédia e a religião grega até a origem do samba carioca, sua relação com o candomblé, chegando à compreensão do teatro brasileiro do século XX. A Semiótica da Cultura nos ajudará a compreender como ocorreu o processo de “tradução da tradição”, ou seja, a adaptação do mito grego ao morro carioca na década de 1950, passeando pelos domínios do texto dramático e da música. Finalizando, com esta dissertação espera-se que tenha contribuído com o campo de estudos semióticos aplicados ao teatro.
  • GABRIELA DE SOUZA ARRUDA
  • O Espaço como Narrativa de Repressão em Contos de Caio Fernando Abreu
  • Data: 31/03/2014
  • Hora: 16:00
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  • Esta dissertação objetiva observar a correlação entre as categorias do narrador e do espaço em conto de Caio Fernando Abreu no período histórico da ditadura militar brasileiro, tendo em vista a dificuldade de comunicação diante de um contexto político repressivo e o enfoque psicológico predominante na narrativa a partir do século XX. Os contos utilizados no corpus deste trabalho estão presentes no livro "Pedras de Calcutá", lançado em 1977, em pleno anos de chumbo do regime ditatorial. São Eles: "Garopaba mon amour", "Rubrica" e "Holocausto". Nos três contos é possível perceber como o espaço é subjetivado pelo narrador na composição da narrativa, de modo a expressar seus estado psicológico e suas reflexões.
  • ROBSON TELES GOMES
  • Alegorias do Estado Autoritário em O Pagador de Promessas e em O Santo Inquérito
  • Data: 31/03/2014
  • Hora: 09:30
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  • A concepção alegórica de Estado Autoritário é assunto debatido em alguns âmbitos do conhecimento, entre eles, a História e as Ciências Sociais. Como uma área de conhecimento que reproduz “as realidades” debatidas por essas áreas, a literatura pode ser um espaço de tensão entre essas duas representações discursivas e relacionar fatos sócio-históricos a criações alegóricas, em busca de uma ressignificação de tais fatos, visto que a alegoria metamorfoseia a linguagem e o conteúdo de um discurso, por dizer uma coisa e pretender que se entenda outra. Nesse sentido, em O Pagador de Promessas e em O Santo Inquérito, de Dias Gomes, as experiências vivenciadas pelas personagens Zé-do-Burro – um homem do campo – e Branca Dias – uma cristã-nova – representam alegorias de um momento histórico brasileiro. Assim, para melhor se compreender essa alegorização, em um primeiro momento, expõe-se uma visão panorâmica da suposta evolução do conceito de alegoria e um breve percurso do conceito de nação. Tal comportamento antecipa os principais procedimentos teóricos adotados neste trabalho, denominados por Fredric Jameson de alegoria nacional. Em um segundo momento, há uma contextualização histórica dos entornos da década de 1960, com o intuito de chamar a atenção para um ambiente ditatorial pelo qual o Brasil passava, além de se observar que, nas referidas peças, o dramaturgo propõe a reescritura de determinados momentos da História do país através de conflitos e de ações dramáticas alegóricos. Para tanto, a linguagem alegórica foi – e tem sido, ainda, – uma das ferramentas mais recorrentes. Esse é o perfil que se configura nas duas peças de Dias Gomes que este trabalho propõe evidenciar.
  • RANIERE DE ARAUJO MARQUES
  • Modernização Estética e Sujeitos Periféricos na obra Pauliceia Desvairada de Mario de Andrade
  • Data: 31/03/2014
  • Hora: 08:00
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  • Este dissertação tem como objetivo estudar a representação poética de sujeitos periféricos na obra Paulicéia Desvairada (1921) de Mário de Andrade. Elegemos os negros, operários, imigrantes pobres e mulheres como figuras representativas de um processo de modernização excludente que ocorreu em São Paulo, no início do século XX, e como figuras centrais na recriação poética no livro estudado. Objetivando contextualizar os aspectos históricos e sociológicos sob o qual a obra encontra-se indiretamente relacionada. Tais perspectivas ajudar-nos-ão a entender a relação entre os processos sociais e a emergência simbólica destes sujeitos no espaço literário. Para tanto, utilizamos, sobretudo, os estudos de Nicolau Sevcenko (1992) e Sérgio Miceli (2012) para debater sobre o processo histórico de crescimento urbano da cidade de São Paulo, no inicio do século passado, e para refletir sobre os determinantes sociais que possivelmente permearam a formação discursiva do intelectual, Mário de Andrade, e sua relação estreita com a aristocracia decadente daquele período. Usaremos ainda o conceito de “metáfora viva” desenvolvido por Paul Ricouer (2000) para nos ajudar nas análises da reconstrução poética da realidade social, pensando a metáfora como forma de reescrita do real que possibilitaria a apreensão de outros aspectos simbólicos. Em suma, este trabalho busca a entender a forma como o flâneur de Paulicéia Desvairada posiciona-se diante das injustiças sociais e das mudanças nas formas de sociabilidade por que passou a cidade São Paulo no início do século XX.
  • MONICA CRISTINA NASCIMENTO NUNES
  • O Sertão Romântico: leitura de O Sertanejo, de Alencar, e de Inocência, de Taunay
  • Data: 28/03/2014
  • Hora: 16:30
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  • O presente trabalho, O Sertão romântico: leitura de O sertanejo, de Alencar, e de Inocência, de Taunay, investiga a temática sertaneja na representação literária, n‘O sertanejo e Inocência. Os primeiros contatos entre índios e colonizadores foi responsável pela formação de uma miscigenação que seria representada no imaginário literário, forma também bastante disseminada e utilizada pelos literatos do século XIX. Nesta direção, o elemento silvícola foi seguido por sua resultante da miscigenação do colonizador com o português, o sertanejo. Destarte, dividimos o trabalho em duas partes. Na primeira, estudamos O Brasil-sertanejo de José de Alencar, configuradas as representações da terra, do homem e do feminino sertanejo; Na segunda, estudamos O Brasil-sertão de Taunay, com seu homem e mulher sertanejos. Para tanto, utilizamo-nos dos estudos da crítica dialética do pesquisador Antonio Candido e seus discípulos, e aplicamos os conceitos da apreensão do universo sertanejo disseminados pelo antropologista e sociólogo Darcy Ribeiro, além da contribuição de Sergio Buarque de Holanda. Foram englobados, desta forma, elementos literários, históricos e sociológicos, numa combinação da intertextualidade dos diversos matizes constituintes do universo sertanejo presentes nos corpus literários aqui estudados, O Sertanejo e Inocência
  • MARIA DO SOCORRO PEREIRA DE ALMEIDA
  • "Interfaces da Natureza em Grande Sertão: Veredas - um olhar ecocritico"
  • Data: 28/03/2014
  • Hora: 14:00
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  • Nesta pesquisa, estudamos a obra Grande sertão: veredas, de Guimarães Rosa, centrando esforços no sentido de investigar como está representada a natureza no contexto narrativo e a imbricada relação homem-natureza-sociedade. Tal como aqui entendida, a pesquisa inclina-se para uma recente vertente da crítica literária, a Écocrítica, uma vez que nela se delineia a teia de relações ambientais que entrecruzam a relação humano/natureza através do texto literário. O trabalho apresenta discussões no campo dos fundamentos da ecocrítica, através de alguns estudiosos, a exemplo de Cherryll Glotfelty, Greg Garrard e outros autores ligados à ASLE, além de alguns pesquisadores brasileiros que têm se dedicado a essa linha de pesquisa. Observamos, também, algumas obras que trazem ideias consoantes a essa perspectiva e podem ser consideradas pioneiras, notadamente algumas do século XIX. Buscamos, como proposta epistemológica de abordagem, as perspectivas fenomenológica, a partir das ideias de Edmund Husserl e Merleau-Ponty, e a histórico-sociocultural, alicerçada em diversos estudiosos, por considerarmos esses direcionamentos relevantes na obra estudada. Expõem-se as características da natureza, a ecologia e o meio ambiente que se encontram representados contemporaneamente, visando entender sua atualidade, face às tipologias de natureza que são intrínsecas à obra rosiana. Particular foco é dado às trilhas do sertão para observar as simetrias e assimetrias entre espaço e lugar, a representação objetiva e subjetiva do espaço sertão, como o poder se caracteriza nesse lugar, e como tudo isso remete, simbolicamente, ao sertão/mundo e ao sertão/homem. Ainda nessa perspectiva, acompanhamos os jagunços pelas travessias do Sussuarão e do povoado do Sucruiú. Nesse ínterim procuramos perceber a representação da água na obra, uma vez que esse elemento é, em alguns momentos, essência e norte da narrativa. Seguindo os passos dos jagunços, observamos como se apresenta a relação homem/animal na narrativa riobaldiana. Por último, fomos ao encontro de alguns personagens no intuito de compreender alguns sentidos de valores e ações por eles expressos que, a um olhar mais atento, findam por desvelar-se. Nesse contexto, procuramos observar, também, como esses personagens, ao longo da obra, podem fomentar o estudo ecocrítico. Palavras-chave: Ecocrítica. Grande sertão: veredas. Homem. Meio ambiente e Sociedade
  • MARIA TERESA RABELO RAFAEL
  • A Escrita do Eu em "La Place" e "Les Armoires Vides", de Annie Ernaux: entre a história e a sociologia
  • Data: 28/03/2014
  • Hora: 14:00
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  • Nosso trabalho propõe uma análise deduas obras da escritora francesa Annie Ernaux: La place (1983) e Lesarmoires vides (1974). Tivemos como primeiro objetivo apreender quais elementos estéticos e temáticos fazem da escrita da autora um expoente da narrativa em primeira pessoa. Em seguida, relacionamos a análise das duas obras em questão com alguns aspectos e discussões da Sociologia. Para isso, dividimos nosso trabalho em três eixos principais. O primeiro diz respeito às características da escrita do eu na literatura francesa contemporânea que, segundo Dominique Viart (2002), põe em cena, por meio de uma narrativa não-linear, a crise do sujeito causada pelas instabilidades identitárias, suas questões existenciais reproduzidas na voz do personagem narrador, além da escolha de uma sintaxe construída de modo a perturbar a enunciação. O segundo eixo refere-se à utilização de algunsconceitos sociológicos desenvolvidos por Pierre Bourdieu (1998, 2001, 2009, 2011, 2013), taiscomo violência simbólica, valores de classe, distinção sociale os relaciona com a escrita literária de Annie Ernaux. Ainda no mesmo eixo,o estudo estabeleceuma relação entre a nova historiografia, revolucionada pelo movimento dos Annales, que toma como objeto de estudo a experiência de indivíduos de pequenos grupos sociais, apresentando suas singularidades e reconstruindo a história a partir de uma outra perspectiva analítica, tal como formulada, entre outros teóricos, por Ginzburg (1987), Reis (2000), Dosse (2003) e Rojas (2012). O terceiro eixo faz uma análise de ambas asobras e as relaciona com as discussões sobre o papel da memória na escrita do eu, os elementos sociológicos presentes nos textos, além de evidenciar as inquietações do sujeito do nosso tempo através de questões e problemáticas colocas pelo personagem narrador. Por fim, esse estudo evidenciaalgumas tendências estéticas que vêm predominando na literatura francesa contemporânea, mais precisamente no que tange à escrita do eu de Annie Ernaux.
  • JACKLAINE DE ALMEIDA SILVA
  • Infâncias secas: o flagelo da fome no Modernismo do Nordeste
  • Data: 28/03/2014
  • Hora: 10:30
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  • Acostado à perspectiva estética e analítica de Antonio Candido, o trabalho acadêmico Infâncias secas: o flagelo da fome no Modernismo do Nordeste trata do estudo das representações do mundo infantil sob o flagelo da fome, decorrente das frequentes estiagens na região que, aliada à inoperância e ao descaso do Estado brasileiro, condena os sertanejos nordestinos, em especial suas crianças, à privação alimentar, ao êxodo penoso e forçado, submetendo-as à desagregação social, sequestrando-lhes a infância e, no mais das vezes, a própria vida. Nessa compreensão, elegeu-se, como objetos de análise, o discurso romanesco de Rachel de Queiroz, O Quinze (1930), e a narrativa de Graciliano Ramos, Vidas secas, publicada oito anos depois do romance da escritora cearense. As obras escolhidas se apresentam, para nós, como exemplos privilegiados da tematização da fome, em particular da fome infantil, na literatura brasileira. Ao mesmo tempo, se constituem enquanto textos paradigmáticos da vertente modernista do Nordeste, que se opõe às concepções otimistas dos românticos quanto ao país, criando a noção de subdesenvolvimento, de pobreza e de anomia nacional, redirecionando, num trajeto de subversão, o olhar literário sobre o Brasil (CANDIDO, 1989). A denúncia ficcional, nas obras escolhidas, se processa, notadamente, através das descrições, das crianças-retirantes, espoliadas do direito natural à alimentação, ou seja, do próprio viver. Tais descrições, elaboradas pelo tom da tragicidade, transformam esses romances em mostras decisivas de afirmação de um projeto outro de nacionalidade, ilustrando, de maneira irrefutável, a diversidade do Modernismo brasileiro.
  • WILLY PAREDES SOARES
  • Retórica e Religião em De Natura Deorum, De Cícero
  • Data: 28/03/2014
  • Hora: 09:00
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  • A presente tese busca analisar coerentemente tanto os princípios da religião romana vigente no século I a.C, quanto os elementos retóricos usados pelo orador romano Cícero na elaboração dos três livros que constituem o seu diálogo filosófico "De natura deorum".
  • ENY ARAUJO ROCHA
  • As Mulheres e o Meio Ambiente no romance Terras do Sem Fim
  • Data: 28/03/2014
  • Hora: 08:30
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  • Em Breve

  • EMMANUELA NOGUEIRA NITAO DINIZ
  • Imagem do Sol, Linha Segmentada e a Caverna na Politeia de Platão
  • Data: 27/03/2014
  • Hora: 09:00
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  • O presente estudo trabalha com as ‘imagens’ de Platão dentro do contexto da Politeia, vulgarmente conhecida como República, no final do Livro VI e no início do Livro VII, com a finalidade de mostrar que as traduções modernas não dão conta de transmitir as ideias platônicas sobre a relação do Bem com o Sol, o Filho do Bem, a Linha Segmentada e a Caverna – tema do corpus aqui estudado –, não por incompetência dos tradutores, mas por causa das línguas modernas que se apoiaram especialmente nas traduções latinas clássicas ao longo do tempo e por demonstrarem uma grande influência tanto na dificuldade de interpretar o original em grego clássico quanto no vocabulário latino que não possui a mesma concretude e a mesma riqueza de aspectos verbais bem como o uso dos particípios, por exemplo, que acontece nos textos gregos. Todas as traduções da Politeia estão contaminadas por um vocabulário latino que paradoxalmente aprendeu a pensar com a filosofia de Platão. Com relação ao corpus platonicum delimitado, é possível provar que Platão não escreveu nenhuma Metáfora do Sol, não distinguiu exatamente um ‘mundo sensível’ de um ‘mundo inteligível’ em sua Linha Segmentada, nem escreveu um Mito da Caverna. Na verdade, o que acontece na literatura de Platão é que ele se utiliza de imagens – εἰκόνες – para tentar atingir aquilo que não pode ser atingido pela natureza humana: o conhecimento do Bem – τὸ ἀγαθὸν –, pois, é somente através dessas imagens que o pensamento e a língua grega construíram um caminho ‘além’ – μεθοδὸν – para alcançar a verdade das coisas. Portanto, a educação – παιδέια – sendo posta no cerne da alma – ψυχή – humana, ele se tornará livre para trilhar esse caminho dialético em busca do que é a realidade.
  • ALEXANDRE DE ALBUQUERQUE SOUSA
  • Electra Sob as Luzes da Ribalta: ação e Ethos Trágico em "Mourning Becomes Electra", de Eugene O'Neill
  • Data: 25/03/2014
  • Hora: 15:00
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  • Esta pesquisa tem por objetivo analisar a ação dramática e o ethos trágico dos personagens na trilogia Mourning Becomes Electra, tendo como foco a protagonista Lavínia Mannon. Escrita pelo dramaturgo norte-americano Eugene O’Neill e encenada, pela primeira vez, em 1931, a trilogia escolhida como corpus desta pesquisa constitui-se uma releitura da Oréstia, de Ésquilo, cujo enredo apresenta uma apropriação do mito dos Atridas, família cuja história é marcada por crimes de ódio e vingança. O estudo parte das considerações sobre o conceito de mito e sua relação com a tragédia grega e com a teoria psicanalítica de Freud, na modernidade. A investigação sobre os conceitos de ação e ethos dos personagens tem como suporte teórico a Poética de Aristóteles (2005), a Estética de Hegel (2004), as contribuições de Raymond Williams (2002) e de Sandra Luna (2005, 2008, 2012). Ao elaborar um drama psicológico moderno, O’Neill investe na psiqué dos personagens, que se apresentam em luta contra pulsões e desejos, reprimidos em nome da moral puritana. Lavínia, a Electra moderna, enfrenta um drama pessoal, pois nutre um amor doentio pelo pai, Ezra, tem ciúmes da mãe, Christine, e reprime seu desejo pelo amante desta, Adam Brant. Ao saber da morte de Ezra, Lavínia acusa a mãe adúltera de ser a autora do crime e promete vingança com a ajuda de seu irmão Orin, resultando no suicídio de Christine. Orin, tomado pela culpa e remorso por ter contribuído com a morte da mãe, também sucumbe ao suicídio. A fim de resguardar os segredos de sua família, Lavínia, como a última Mannon, busca sua autopunição, condenada a uma existência atormentada, assombrada pelos fantasmas de seus antepassados e enclausurada em sua própria casa.
  • RINAH DE ARAUJO SOUTO
  • O Olho, a Mão e o Caleidoscópio: espaço(s) e violência em quatro contos de Teolinda Gersão
  • Data: 25/03/2014
  • Hora: 14:00
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  • O presente trabalho propõe-se a analisar quatro contos integrantes do livro A mulher que prendeu a chuva e outras histórias, da escritora portuguesa Teolinda Gersão, a saber: “Encontro no S-Bahn”, “A mulher que prendeu a chuva”, “A ponte na Califórnia” e “Um casaco de raposa vermelha”. Para tanto, nos baseamos na proposta teórica de Wolfgang Iser, nomeadamente a antropologia literária; na categoria da violência, segundo os pressupostos de René Girard; e através do método intitulado topoanálise buscamos, ao final, apontar possíveis respostas para as seguintes questões: Até que ponto a literatura ao imbricar o real com o fictício e o imaginário, pode nos dar pistas para (re)pensar como o anthropos - enquanto “sujeito perceptivo” - reage diante de um espaço que lhe é desconhecido? E em meio a espaços fronteiriços? De que maneira o ser humano responde ao confronto direto com os seus desejos, com processos alienantes, com outras formas de conhecimento válido? Quais as implicações disso? Como a violência se apresenta? Verificamos que todos os contos enfocados apresentam em comum a voz feminina em destaque, a presença do “bode expiatório” e o confronto que gera violência em meio a espaços, sejam eles urbanos, íntimos, fronteiriços ou “não-lugares”.
  • ARIELA FERNANDES SALES
  • A voz insidiosa da traição: tragédia melodrama e Fait Divers em A mulher sem pecado, de Nelson Rodrigues.
  • Data: 25/03/2014
  • Hora: 09:00
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  • O presente trabalho tem como objetivo analisar a traição como ação na obra A mulher sem pecado, de Nelson Rodrigues. A percepção de que o título de autor genial recebia contrastes com o de autor maldito, levou-nos a observar quais preceitos nortearam a produção dramatúrgica do autor, buscando raízes do seu teatro no Modernismo brasileiro. Afora as relações com tal movimento estético, procuramos perceber a importância, em sua poética, de conceitos ligados à tragédia, ao fait divers e ao melodrama, utilizados na análise do corpus escolhido. Tratando da obsessão de um marido paralítico, Olegário, por sua esposa, Lídia, a peça configura uma perseguição constante, com diálogos dinâmicos e tensões pautadas nas interrupções de tais diálogos. Análises permitem-nos dizer que Nelson Rodrigues dota a peça em questão de uma complexidade oculta, tecendo elementos que escondem, no trato de uma temática tão corriqueira como o adultério, um imbricamento de gêneros dramáticos que leva ao palco, através de transgressões formais, a transgressão de uma mulher que não possuía pecados