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MARIA FILOMENA SPINELLI ARAÚJO
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Inclusão na Educação Superior de Pessoas com Deficiência- trajetórias de Permanência no setor público e privado
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Data: 21/12/2022
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Hora: 09:00
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A inclusão da pessoa com deficiência ainda representa um desafio que perpassa as modalidades de Educação como um todo, desde a Educação Básica até o Ensino Superior, em instituições tanto privadas quanto públicas. A expansão do acesso ao ensino superior tornou-se evidente nas últimas décadas, associada a uma política de inclusão, que criou possibilidades para o acesso das pessoas com deficiência. Nesse contexto, a pesquisa questiona qual a trajetória e as perspectivas de êxito das pessoas com deficiência no ensino superior e seu objetivo é analisar o processo de permanência das pessoas com deficiência no ensino superior público e privado a fim de relacionar fatores comparativos ao êxito acadêmico. Para tanto, busca-se mapear as políticas de permanência para as pessoas com deficiência nos cursos de graduação na esfera pública e privada; caracterizar o perfil sócioeducacional do discente com deficiência matriculado em cursos no ensino superior público e privado para diferenciar políticas e estratégias que viabilizem a permanência, além de analisar a trajetória do aluno com deficiência no ensino superior público e privado, reconhecendo fatores que facilitam ou dificultam sua permanência nos cursos de graduação da área de saúde. O estudo se caracteriza como uma pesquisa qualitativa, de caráter descritivo e exploratório na qual os sujeitos envolvidos serão as pessoas com deficiência que estiverem frequentando um curso de graduação na área de saúde, com tempo de permanência igual ou superior a 50% da duração do curso, em instituições públicas e privadas do município de João pessoa, tendo como base investigativa a trajetória acadêmica nesse nível de ensino. Os instrumentos a serem utilizados serão a Escala para Avaliação da Permanência Discente - EAPD e um roteiro de entrevista elaborado pela pesquisadora. Entretanto, para aperfeiçoar os respectivos instrumentos com vista a uma melhor qualificação dos resultados pretende-se realizar um Pré-teste com alunos tanto de instituição pública quanto de privada. As análises serão fundamentadas do ponto de vista teórico através de Pierre Bourdieu, com os conceitos de capital cultural, social e econômico. Os dados quantitativos coletados através do questionário serão tabulados no programa SPSS - Statistical Package for the Social Sciences e a análise qualitativa dos dados terá como base a Análise de Conteúdo de Laurence Bardin, de modo que a pesquisa possa contribuir para pensar os processos de permanência na Educação superior e a elaboração de políticas inclusivas.
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REBECA LEITÃO GOUVEIA
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O Estágio Supervisionado nas Licenciaturas: a concepção do professor orientador sobre a dimensão da prática
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Data: 20/12/2022
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Hora: 09:00
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O Estágio Supervisionado (ES), disciplina obrigatória no currículo dos cursos de Licenciatura, é o espaço que insere os discentes no seu futuro local de trabalho, o ambiente escolar, de maneira a possibilitar o conhecimento das demandas da realidade escolar e a aproximação com a realidade em que irão atuar como professores. Ao proporcionar essa inserção, é inegável que, em comparação com as demais disciplinas dos cursos de Licenciatura, o ES carrega o status de disciplina prática do curso, entretanto, a natureza dessa prática necessita ser compreendida, o que levou ao desenvolvimento da presente pesquisa. Ao considerar o professor como um sujeito construído histórica e socialmente, a sua concepção do mundo constitui um dos elementos na construção da disciplina que ele ministra. Portanto, a concepção de prática do docente orientador de ES também influencia o modo com que esse sujeito social orienta a disciplina. Nesse sentido, a presente pesquisa tem como objetivo geral, compreender a concepção de prática dos docentes orientadores da disciplina de Estágio Supervisionado nos cursos de Licenciatura na UFPB, na perspectiva da dialética teoria e prática. A pesquisa tem como fundamento teórico-metodológico o materialismo histórico-dialético, que, pelo movimento dialético, permite conhecer a totalidade e a essência do objeto deste estudo em suas relações e contradições, situando-o no seu contexto histórico. A pesquisa de natureza qualitativa investigou a concepção de prática de 8 (oito) docentes que ministram a disciplina de ES nas Licenciaturas, utilizando como instrumento para a coleta de informações, a entrevista semiestruturada. Apesar das diferentes perspectivas de prática presentes nos cursos de Licenciatura, acredita-se que é impossível analisar a prática sem considerar a teoria, ou seja, sem considerar a relação dialética de unidade e contradição entre a teoria e a prática e, consequentemente, enquanto transformação do homem e da natureza social, enfim, como práxis. O presente estudo permite destacar que a concepção de prática no ES está orientada, de forma majoritária, pela Epistemologia da Prática, ainda que o docente não esteja consciente dessa abordagem, uma vez que evidenciam o ES como o momento da prática individual e fragmentada, tendo as teorias um caráter utilitário nesse campo.
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HEDGARD RODRIGUES DA SILVA
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A regulação do trabalho no Programa de Educação Integral da Paraíba: a percepção dos docentes
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Data: 16/12/2022
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Hora: 14:00
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A criação das Escolas Cidadãs Integrais foi um marco para o nascimento do Programa de Educação Integral da Paraíba (PEIPB), para a oferta de Ensino Médio em tempo integral, com uma série de mudanças na organização da escola e do trabalho docente. O PEIPB efetivou um novo currículo com disciplinas diferenciadas, práticas pedagógicas para o projeto de vida do estudante, instrumentos de gestão para acompanhamento pedagógico e administrativo e implantou o Regime de Dedicação Docente Integral (RDDI). Esta tese procurou conhecer mais profundamente essas mudanças, a partir da percepção de como os professores do Ensino Médio em RDDI interpretam o processo de regulação do trabalho docente no PEIPB. Para tanto, estabeleceu-se como objetivo geral da pesquisa compreender como as mudanças no processo do trabalho docente no PEIPB impactaram a profissionalidade dos professores do Ensino Médio em RDDI. A metodologia da pesquisa contou com estudos quantitativos e qualitativos. Por meio de levantamento documental e revisão bibliográfica, buscou-se conhecer as orientações das políticas mais recentes que informam o PEIPB. A pesquisa de campo foi realizada de forma integrada à pesquisa As condições de oferta da Educação Básica pública em quatro estados do Nordeste do Brasil, desenvolvida pelo Grupo de Estudos sobre Política Educacional e Trabalho Docente da Universidade Federal de Minas Gerais. Os dados foram coletados por meio de questionário e grupo focal e analisados por meio do emprego de técnicas de tratamento estatístico e análise de conteúdo, delimitada nas categorias: carga de trabalho, avaliação docente, relação com a gestão escolar, autonomia didática e remuneração. Nas considerações finais a tese aponta que o trabalho docente no PEIPB apresenta sobrecarga de trabalho, resultando em sua intensificação. Conclui ainda que esse trabalho tem sido desenvolvido sob pressão, controle e cobrança por parte da gestão e da Secretaria de Estado da Educação, Ciência e Tecnologia. Ressalta também a instabilidade e rotatividade entre os professores nas escolas pesquisadas, assim como, a denúncia à autonomia condicionada e a manifestação de insatisfação com a remuneração e o plano de cargo e carreira. A tese conclui que o PEIPB reforça os processos de responsabilização docente e da escola que já vinham sendo empregados na rede estadual de ensino da Paraíba, que tem sido alvo de resistência dos professores por meio de formas coletivas de organização e de colaboração entre eles.
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VANESSA GONCALVES LIRA
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O BEDEL DO LICEU DESEMPENHA BEM O SEU LUGAR - UM OLHAR SOBRE OS BEDÉIS DA PARAHYBA DO NORTE (1836-1889)
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Data: 15/12/2022
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Hora: 15:00
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Trata-se de um trabalho dissertativo que tem por objetivo compreender o cargo de bedel no Lyceo da Parahyba do Norte. Para tanto, nossas fontes são os estatutos do colégio nos anos de 1837, 1846 e 1886, as legislações Oitocentistas sobre instrução pública e documentos burocráticos manuscritos coletados no Arquivo Histórico Waldemar Bispo Duarte Funesc. O recorte temporal escolhido para este estudo é de 1836 a 1889, sendo o marco inicial o ano no qual se criou o cargo de bedel no colégio de ensino secundário na Parahyba e final a última menção a tal ocupação na imprensa paraibana. Trabalhamos a organização da instrução pública a partir dos seus empregados e entendemos que existiu uma organização no sistema disciplinar de poder da qual o bedel foi protagonista quanto ao tema disciplina escolar. Vimos a diferença entre cargo, função e sujeito. O cargo é o título do emprego, a função as obrigações a serem cumpridas e os sujeitos foram as pessoas que fizeram ou não as regras serem seguidas. Concluímos que o cargo de bedel foi pensado para manter a ordem no Lyceo. No entanto, quando tratamos dos sujeitos encontramos distinções de lugares social a saber: Gervazio Victor da Natividade foi bedel, tenente e jornalista de impresso pernambucano, Laurindo Peregrino Bandeira de Mello, bedel e professor de ensino primário e Joaquim Pavão de Vasconcellos, bedel e alferes.
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SAULO JOSÉ VELÔSO DE ANDRADE
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RETORNO E PERMANÊNCIA DE IDOSOS NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NO MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA-PB
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Data: 07/12/2022
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Hora: 14:00
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A presente tese versa sobre o retorno e a permanência de idosos no ambiente escolar, na modalidade da Educação de Jovens e Adultos. Esse fato acontece em decorrência do envelhecimento populacional brasileiro, fenômeno atestado pelos dados oficiais do país. O retorno e a permanência deste contingente à sala de aula estão ancorados no direito à educação, conforme legislação específica vigente. A educação para esse público se revela como um elemento a serviço da emancipação do indivíduo, possibilitando a superação de estigmas, preconceitos e marginalização, ainda sofridos por essa população. O estudo ateve-se a seguinte problemática: como é efetivado o direito humano e constitucional à educação dos idosos a partir do retorno destes à escola através da EJA? O objetivo geral visou analisar as razões pelas quais idosos, matriculados na EJA no município de João Pessoa-PB, retornam e permanecem em sala de aula, e, os específicos, propõem-se a refletir sobre o processo de envelhecimento e suas implicações no cotidiano dos idosos, problematizar a Educação de Jovens e Adultos em diferentes dimensões e perspectivas para atendimento ao idoso, descrever os principais desafios que os alunos idosos enfrentam ao retornar à sala de aula, e identificar o valor social que os idosos atribuem à escola. A pesquisa está embasada em documentos como a Constituição Federal (CF), de 1988; o Estatuto da Pessoa Idosa (EPI), de 2003; e a Política Nacional do Idoso (PNI), de 1994. Além desses, apoiamo-nos em estudos cunhados por Camarano e Pasinato (2004), Schneider e Irigaray (2008), Scortegagna e Oliveira (2010), Pereira (2012) e Camarano (2016), os quais, alinhados a tantos outros, tornam-se artefatos teórico-metodológicos que dão sustentação conceitual. Trata-se de uma pesquisa exploratória, de abordagem qualitativa. Foram ouvidos 11 (onze) idosos matriculados na EJA, entre os meses de abril e maio de 2022, nas cinco escolas que registraram os maiores quantitativos dessas matrículas, entre 2011 e 2020, no município de João Pessoa-PB. Utilizamos a técnica da entrevista semiestruturada, e as falas geradas foram analisadas à luz da Análise de Conteúdo, segundo Bardin (2016). Os resultados indicam que, ao estarem na escola, os estudantes idosos permanecem em sala de aula porque almejam o bem-estar, a formação profissional, a conquista da autonomia e o exercício da memória, ressignificando sua forma de ser e estar na velhice. Os dados ainda reforçam a necessidade de uma educação que considere as orientações presentes na PNI e no EPI, para garantir não apenas o acesso, mas a sua permanência no espaço escolar. Concluímos que o modelo de educação vigente na EJA torna-se antagônico, por não estar alinhado com a realidade e as especificidades dos idosos, reforçando a seguinte tese: o retorno e a permanência de alunos idosos, matriculados na EJA, no município de João Pessoa-PB, são motivados por interesses relacionados à convivência com seus pares e amigos, além da realização pessoal na velhice, e não exclusivamente pelo processo de escolarização.
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THEOFFILLO DA SILVA LOPES
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POR UMA EDUCAÇÃO AMBIENTAL CRÍTICA NA FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES/AS: possibilidades emancipatórias em Licenciaturas da UFPB.
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Data: 07/12/2022
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Hora: 14:00
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Este estudo se desenvolveu em uma abordagem qualitativa da pesquisa em educação sobre a prática e as discussões da Educação Ambiental Crítica na Formação Inicial de Professores/as. Na perspectiva das demandas sociais sobre a educação, a partir dos novos saberes científicos, filosóficos, tecnológicos e teóricos sobre os problemas ambientais que a humanidade enfrenta na atualidade, e como esses saberes e suas problemáticas necessitam estar presente na formação dos profissionais que atuarão nas práticas educativas, este trabalho teve como objetivo analisar as possibilidades de ressignificação de concepções/ações sobre Educação Ambiental, através de um processo de formação complementar, desenvolvido de forma crítica na formação inicial de professores/as dos cursos de Licenciatura em Ciências Sociais, História, Geografia e Ciências Biológicas da Universidade Federal da Paraíba, Campus de João Pessoa. Nesse sentido, em coerência com premissas críticas da pesquisa em educação, o estudo teve como orientação epistemológica o Materialismo Histórico Dialético, compreendendo o caráter não neutro da educação e da investigação e esteve ancorado em uma Pesquisa-Ação, realizada a partir de um curso de formação complementar sobre a Educação Ambiental Crítica, oferecido a estudantes das licenciaturas aqui investigadas, garantindo a adesão e participação dos mesmos, de forma prático-interpretativa e mediante ações críticas. Para a realização dos objetivos da pesquisa ainda foram analisados os Projetos Pedagógicos dos Cursos (PPC) e aplicado um questionário semiestruturado aos participantes da pesquisa. A análise dos resultados foi realizada a partir da Análise de Conteúdo em uma perspectiva crítica, que caminha com pressupostos da investigação como uma construção real da sociedade e expressão da existência humana. Os resultados demonstram que os aspectos ambientais presentes nos PPCs, que apresentam a totalidade das problemáticas ambientais, estão concentrados nas disciplinas optativas dos cursos, enquanto as disciplinas obrigatórias se detêm nos aspectos naturais. Essas características conflitivas encontradas nos currículos são refletidas nas concepções dos/as estudantes, revelando que, mesmo compreendendo a finalidade da EA de forma crítica, suas concepções sobre conceitos, objetivos, abordagem da temática e conteúdos e temas a serem trabalhados, ainda caminham em uma tendência Conservadora da EA. Em outra via, foi possível verificar que práticas críticas, que incluem a práxis educativa de ação-reflexão-ação, puderam suscitar novas concepções, construindo coletivamente novas posturas diante de si, do mundo, do outro e da natureza. Dialeticamente, compreendendo o caráter de historicidade, do devir e do contraditório da realidade concreta, considera-se a necessidade de uma prática educativa ambiental problematizadora na formação inicial de professores/as, que se ancora na práxis e na dialética existente na educação e nas problemáticas ambientais, rompendo com os paradigmas positivistas, tradicionais e pragmáticos, coerente com fundamentos teóricos, epistemológicos, metodológicos e ontológicos das teorias críticas da educação.
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JULYANA JESSYKA GONÇALVES CASIMIRO LIMA
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MAIS QUE UMA ESCOLA, VALORES PARA A VIDA: COLÉGIO NOSSA SENHORA AUXILIADORA
E A EDUCAÇÃO DE MULHERES (1957-1958)
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Data: 30/11/2022
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Hora: 15:00
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Esta pesquisa insere-se no conjunto de estudos acadêmicos sobre instituições educativas confessionais católicas e a formação feminina para o magistério no século XX. Perscrutamos analisar as condições de possibilidades para criação do Colégio Nossa Senhora Auxiliadora na cidade de Sousa - Paraíba, bem como a formação feminina para o magistério, nos anos de sua implementação e fundação (1957-1958), buscando compreender as relações entre sociedade, educação escolar e religião, e suas articulações com os modelos sociais, culturais e educacionais difundidos à época. O Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, lócus da pesquisa, foi implantado pelo Vigário João Cartaxo Rolim, que contou com a colaboração da elite sousense e a administração da Congregação das Filhas de Santa Teresa de Jesus. O prédio doado pela família Mariz para fins educativos, localizado no centro da cidade, foi reformado, mobilhado e destinado para a formação primária, "ginasial", secundária e o pedagógico. Funcionando em regime de internato, externato e semi-internato, este teve em seu 1° ano de funcionamento 218 alunas matriculadas. Este estudo sustenta-se numa abordagem qualitativa pautada na análise documental direta e indireta enquanto método investigativo, concentrada na área da História da Instituições Escolares apoiada nos referenciais teórico-metodológicos emanados da História Cultural e da Sociologia enquanto eixo analítico. No Brasil República, diante dos processos de modernização e urbanização das cidades brasileiras, há uma intensificação considerável dos valores sociais, da importância da família, bem como o papel das mulheres, vistas como capazes de educar e preparar o novo cidadão da sociedade emergente, porém essa educação deveria ser mínima, voltada apenas para as primeiras letras e afazeres domésticos. Nessa perspectiva, com o alargamento do projeto expansionista do catolicismo, Igreja Católica e elite sousense, em regime de cooperação, viram num colégio de freiras, o melhor lugar para preparar as moças para o lar e a vida na sociedade em desenvolvimento. Com o lema ciência, fé, cidadania, o CNSA incentivou a transformação da sociedade à luz dos valores cristãos, e assim foi construindo um marco imperecível na sociedade local.
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ALICE MARIA SANTOS RAMOS
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LUGAR DE BEBÊ É NA CRECHE E NÃO NO CÁRCERE: A (DES)PROTEÇÃO DA INFÂNCIA PELO ESTADO.
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Orientador : ADELAIDE ALVES DIAS
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Data: 30/11/2022
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Hora: 09:00
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A presente pesquisa tem como objetivo analisar a efetivação do direito à educação para bebês filhos de mães presas, ante a observância do direito à educação infantil assegurado pelo ordenamento jurídico de proteção à infância, bem como o que é feito pelo Estado para garantir o exercício de tal direito, tendo em vista que a mãe encontra-se interna no estabelecimento prisional. Com a promulgação da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, a Doutrina da Proteção Integral foi recepcionada pelo ordenamento jurídico brasileiro, que reconheceu todas as crianças e adolescentes como sujeitos de direitos, colocando-os à salvo de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punindo na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais. É nesse contexto que surge a problemática dessa pesquisa, tendo em vista que se a todas as crianças e adolescentes é garantido os direitos fundamentais essenciais ao ser humano, inclui-se aí os bebês que permanecem com suas mães nos estabelecimentos prisionais, notadamente, no tocante ao exercício ao direito à educação. Especificamente, objetivou-se: contextualizar o encarceramento feminino mediante estudo da realidade carcerária brasileira; mapear nromativas nacionais e internacionais de proteção à infância, as quais asseguram à todas as crianças os direitos fundamentais ao ser humano, inclusive para bebês que se encontram com suas mães presas; abordar o direito à educação no campo prisional às crianças filhas de mães presas, e; retratar a realidade educacional das crianças filhas de mães encarceradas, no Centro de Reeducação Feminino Maria Júlia Maranhão, na cidade de João Pessoa, no Estado da Paraíba. Tendo em vista a problemática do aumento de mulheres mães de filhos pequenos no sistema prisional, anunciamos a Tese de que o Estado não garante o direito à educação infantil aos seus bebês, uma vez que exime-se do provimento de acesso a creches de qualidade, expondo-os à rotina diária do cárcere. Trata-se de uma pesquisa do tipo descritiva-empírico, com abordagem qualitativa, fazendo-se uso das técnicas de análise documental, diário de campo e da entrevista narrativa, cujos sujeitos são as mulheres presas com filhos de até seis meses de idade. Os dados obtidos na pesquisa foram analisados com base nos métodos interpretativos críticos, os quais foram capazes de explicar a realidade educacional das bebês filhas de mães presidiárias. Constatou-se a violação do direito fundamental à educação desses bebês, tendo em vista o despreparo e a inadequação da instituição prisional em manter bebês em suas dependências sem garantias mínimas da qualidade do seu desenvolvimento integral, tal como preconiza a legislação pertinente sobre educação infantil. Inexiste um olhar mais atento por parte do Sistema de Garantia de Direitos para com os bebês que estão no cárcere. Desta feita, conclui-se, que apesar de termos a legislação pátria mais avançada do mundo de proteção à infância, verifica-se a não aplicabilibilidade dos ditames legais, ficando o bebê filho de mãe presa à margem da sociedade e invisivel para o Estado. Como contribuição acadêmica, ressalta-se a necessidade de o Estado repensar sua política carcerária de modo a contemplar a especificidade de gênero nas instituições prisionais, a fim de garantir que os bebês tenham acesso a ambientes que permitam seu pleno desenvolvimento, com a garantia de creches em período integral, para que eles possam efetivamente terem seu direito à educação infantil assegurado.
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MARIA PORCINA DE MACÊDO SANTOS
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PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DE DOCENTES DA EDUCAÇÃO BÁSICA NO ENSINO REMOTO: CIBERESPAÇO E MULTILETRAMENTO
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Data: 25/11/2022
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Hora: 09:30
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Em tempos de pandemia, novas ferramentas digitais puderam ser problematizadas e discutidas, com o objetivo de adaptá-las e encará-las como meio didático, a fim de reorganizar e redirecionar o processo de ensino-aprendizagem. A presente pesquisa tem como objetivo analisar as práticas pedagógicas, no contexto do ciberespaço e multiletramento, de docentes que atuam no itinerário formativo de Linguagens e suas Tecnologias em uma escola pública estadual da Paraíba durante o ensino remoto emergencial. Este estudo é de natureza qualitativa, cujo percurso metodológico foi delineado pelo método fenomenológico apresentado por Husserl (1975; 1990; 2006), tendo como lócus uma Escola Cidadã Integral Técnica de Ensino Médio, localizada no interior do estado da Paraíba. A técnica utilizada para a coleta de dados foi a entrevista, tendo como instrumento o roteiro semiestruturado, cujos sujeitos da pesquisa são os docentes do itinerário formativo de Linguagens e suas Tecnologias da referida escola. A técnica de análise dos dados foi norteada pela teoria de Bardin (2011; 2016), no prisma da análise temática categorial. Nessa direção, buscamos um aparato teórico sobre ciberespaço à luz de Pierre Levy (1999; 2000; 2077; 2009; 2010) e sobre o multiletramento de Roxane Rojo (2012; 2013); sobre as Práticas Pedagógicas Modernas discorreremos à luz de Franco (2015), Sacristán (1999) e Libâneo (2005); quanto às práticas de linguagens, os itinerários formativos e as competências gerais faremos uso do documento da BNCC (2017; 2018) para nos nortearmos. Após uma breve discussão sobre o ensino remoto emergencial e os novos espaços de aprendizagem, expomos a pesquisa de campo que está dividida em seções que remetem às três formas de descrição fenomenológica noema, noese e variação eidética, para então começar a analisar as categorias analíticas e empíricas com olhar criterioso, enriquecendo a pesquisa com teorias que são pertinentes para uma melhor compreensão do nosso objeto. Assim, a partir da análise das categorias apresentadas, evidencia-se que, apesar de o ensino remoto emergencial ter alguns pontos que foram satisfatórios para a prática docente em algumas situações, a desigualdade social e a falta de inclusão digital por parte principalmente dos discentes, ocasionou impactos negativos na leitura, escrita, conhecimento de mundo, produção e interpretação textual no processo de aprendizagem que já estão sendo sentidos com o retorno às aulas na modalidade híbrida.
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LUZIEL AUGUSTO DA SILVA
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MEMÓRIAS DA DOCÊNCIA:
O PERCURSO FORMATIVO DA PROFESSORA MARIA SALETE VAN DER POEL NA EDUCAÇÃO POPULAR (1960-1970)
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Data: 14/11/2022
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Hora: 14:00
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Esta pesquisa analisou o percurso formativo da professora Maria Salete Van Der Poel, considerando sua trajetória docente e as memórias de suas experiências na Educação Popular nos anos de 1960-1969, buscando compreender a história da docência e da educação popular na Paraíba na década de 1960, um período marcado por mudanças socioeconômicas, problemas sociais altas taxas de analfabetismo e a falta de participação popular nas decisões do país e emergência dos movimentos sociais e culturais impulsionados pelos segmentos intelectuais do nordeste, principalmente de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. Metodologicamente, esta é uma pesquisa (auto) biográfica que foi realizada a partir das fontes biográficas, legais e orais. E para análise desses materiais utilizamos a análise documental, realizando uma interpretação dos dados à luz do referencial teórico. Os resultados possibilitaram perceber que o percurso de formação da professora se constituiu atravessada de vários confrontos sociopolíticos (governo autoritário/Regime Militar e Movimentos sociais/ideias progressistas), embates ideológicos educacionais (política educacional alinhada ao capital, concepção de educação pautada no capitalismo e no governo militar e a emergência do pensamento de Paulo Freire e sua concepção de educação libertadora) e afirmações profissionais (afirmação como professora, militante e educadora popular). Bem como, contribuiu para compreensão da docência em espaços de Educação Popular.
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IVANILDA DANTAS DE OLIVEIRA
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A Proposta Curricular para a Educação Infantil da Paraíba e suas relações com as DCNEI e a BNCC-EI
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Data: 25/10/2022
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Hora: 08:00
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As políticas curriculares para Educação Infantil demandadas após a promulgação da Constituição Federal (1988), foram se materializando em meio a embates e disputas acerca da função dessa etapa da Educação Básica, trazendo como desdobramentos dissensos em relação aos fundamentos que devem nortear a educação das crianças de 0 a 6 anos. Imbuídas dessa compreensão, elencamos como objetivo principal analisar como os fundamentos políticos e pedagógicos que orientam as DCNEI incidem na BNCC-EI e na Proposta Curricular da Paraíba-EI. Assumimos como tese, que os pressupostos das DCNEI, apesar de reivindicados nos textos da BNCCEI e da Proposta Curricular da Paraíba-EI, não se constituem seus fundamentos. Optamos, então, pela pesquisa qualitativa alinhada ao paradigma social interpretativo, por privilegiarmos a análise das falas dos sujeitos entrevistados, assim como os contextos sócio-histórico-político e pedagógico que conformaram o processo de construção das referidas políticas curriculares, a fim de desvelar os pressupostos implícitos, conflitos, oposições e chegar a uma compreensão enriquecida do fenômeno social pesquisado. Para tanto, realizamos a revisão bibliográfica acerca das políticas curriculares mandatórias para Educação Infantil e, de forma concomitante, empreendemos uma pesquisa documental e empírica. Nesta última, elegemos como sujeitos da pesquisa 1 (um) representante do comitê gestor e 4 (quatro) da assessoria técnica que atuaram na elaboração da Proposta Curricular da Paraíba-EI. A organização dos dados coletados seguiram as orientações da Análise de Conteúdo fundamentada na acepção de Bardin, através da análise categorial temática. Os resultados da pesquisa documental nos indicam que o processo de revisão das DCNEI (2010) contou com uma participação ampliada de atores públicos e dos movimentos sociais, que, por meio de discussões e negociações, construíram consensos em relação às concepções que deveriam nortear as Propostas Pedagógicas/Curriculares de creches e pré-escolas de todo o país. Em contrapartida, a conjuntura política em que se deu o processo de elaboração da BNCC-EI e da Proposta Curricular da Paraíba-EI evidenciou a hegemonia do Movimento pela Base e seus intelectuais, o que conformou um currículo nacional que subordina a formação das crianças à lógica do mercado. Em relação aos pressupostos das referidas políticas, as DCNEI (2010) apresentam coerência entre a concepção de criança, Educação Infantil, proposta pedagógica e currículo, consoante ao projeto de educação emancipatório defendido. Diferentemente, nos documentos da BNCC-EI e da Proposta Curricular da Paraíba-EI tais concepções são utilizadas para validar o discurso da continuidade de fundamentos em relação às DCNEI, mas esses não são a base do arranjo curricular, assumindo centralidade as competências e habilidades, os objetivos de aprendizagem, desenvolvimento e as sínteses de aprendizagem, por permitirem o controle do que é ensinado às crianças e a regulação do trabalho docente. Apontamos, assim, a necessidade de que as instituições reivindiquem sua autonomia na formulação do seu projeto político pedagógico e do seu documento curricular. Entretanto, para atingir tal fim se faz necessário investir-se na formação continuada dos/as professores/as da Educação Infantil na perspectiva do desenvolvimento integral da criança, dissociando-se, desse modo, do processo de construção de competências, habilidades e de objetivos de aprendizagem propostos na BNCC-EI e na Proposta Curricular da Paraíba-EI, pois esses não garantem sequer os direitos de aprendizagem.
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SERGIO ANDRADE DE MOURA
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INCIDÊNCIA DE ATORES PRIVADOS E DE PROCESSOS DE PRIVATIZAÇÃO NA POLÍTICA EDUCACIONAL DO ESTADO DA PARAÍBA
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Data: 14/10/2022
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Hora: 09:00
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A privatização da educação é um fenômeno complexo e multifacetado que está acontecendo, em âmbito global, no contexto da hegemonia do neoliberalismo, das reformas de Estado norteadas pela Nova Gestão Pública e da agenda de livre mercado para a educação. Assim como, resulta de uma intensa atuação de múltiplos atores em redes de políticas, em diversos níveis, dimensões e contextos, diante de uma mudança paradigmática das relações entre os governos, a nova filantropia e o mercado. A privatização da educação ocorre por meio do emprego de múltiplas estratégias e tecnologias políticas nas reformas educacionais, inspiradas nas soluções e nas melhores práticas do mercado, que promovem uma reconfiguração do setor público educacional sob os argumentos discursivos de alcançar uma maior eficiência e uma suposta melhor qualidade (BALL; YOUDELL, 2007; BALL, 2014; VERGER, FONTDEVILA, ZANCAJO, 2017). Nesse cenário, o objetivo desta tese é analisar, no contexto de reformas da Nova Gestão Pública da última década, a incidência de atores privados e as estratégias empregadas nos processos de privatização da educação na rede de ensino do estado da Paraíba. Para tanto, a pesquisa foi desenvolvida empregando a revisão da literatura e o levantamento e análise documental referente ao objeto investigado. Além disso, utiliza como referencial teórico-metodológico a Abordagem do Ciclo de Políticas (Policy Cycle Approach) (BOWE; BALL; GOLD, 1992) e ancora-se na chave analítica apresentada por Ball e Youdell (2008) que categoriza a privatização da educação pública em duas formas fundamentais: endógena e exógena. Como resultado deste estudo, constatou-se uma acentuada atuação de atores privados na educação pública paraibana. As evidências apontaram, em primeiro lugar, que atores privados celebraram parcerias público-privadas com o estado da Paraíba, mobilizaram recursos humanos, financeiros e materiais, e na condição de experts realizaram consultorias, forneceram materiais, promoveram a formação de professores e gestores, propuseram soluções e transferiram modelos pedagógicos e de gestão inspirados nas tecnologias e padrões gerenciais privados, prestaram serviços por meio do emprego de contratos de gestão e assim por diante. Além disso, participaram dos processos de formulação, planejamento e decisão das políticas educacionais, junto a governantes, formuladores de política e funcionários públicos, numa estrutura coordenada, interconectada e interdependente que é característica de uma governança heterárquica. As evidências indicaram, em segundo lugar, a ocorrência de um processo de reforma educacional, explicitamente articulada com as novas formas de poder e gestão estatal, que empregou diversas estratégias e tecnologias políticas inscritas no âmbito da racionalidade gerencial da Nova Gestão Pública, como avaliações estandardizadas em larga escala, adoção de objetivos e padrões de aprendizagem definidos centralmente, contratualização de metas explícitas, ênfase na responsabilização (accountability), estímulos à competição e à constituição de quase-mercados, como também da meritocracia mediante o pagamento de bônus financeiro vinculado ao desempenho individual, dentre outros. Ao longo desse processo as fronteiras entre o público e o privado tornaram-se turvas, a educação foi reconfigurada segundo os padrões da Nova Gestão Pública e a privatização na e da educação foi impulsionada na rede de ensino do estado da Paraíba.
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CLEIDE MARIA FERRAZ
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GESTÃO ESCOLAR E A POLÍTICA EDUCACIONAL: UM ESTUDO NA REDE PÚBLICA MUNICIPAL DE ENSINO DO RECIFE
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Data: 28/09/2022
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Hora: 14:00
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Esta pesquisa teve como objeto de estudo a gestão escolar, considerando os embates pela democratização da gestão educacional no Brasil, no período prevalecente de 2013 a 2022. Teve como objetivo geral apreender como se materializa a ação de gestores escolares no sistema municipal de ensino do Recife considerando a perspectiva da gestão democrática - participativa. E, como objetivos específicos: analisar em perspectiva democrática os processos de diálogo/consenso/participação dos sujeitos nos processos decisórios e na dinâmica escolar; identificar as políticas inclusivas implementadas na gestão escolar-pedagógica; identificar como os gestores escolares entendem as percepções de professores sobre autonomia escolar - docente, em uma perspectiva cidadã. Para tanto, buscou-se examinar as experiências de gestores, identificando os aspectos democráticos de participação e autonomia, gestão pedagógica e política inclusiva, com base em autores como Freitas (2016), Aguiar (2008, 2004), Dourado (2017, 2016), Paro (2010, 2007, 2001), Santos (2010, 2002), Lima (2014, 2001) e outros. A pesquisa, de corte qualitativo, assenta-se na perspectiva teórico-epistemológica gramsciana do Estado em Ação, para analisar o campo das políticas educacionais e os processos de materialização no âmbito dos processos gestionários no sistema de ensino. A metodologia contemplou a técnica da observação direta intensiva conforme Lakatos e Marconi (1988). Os instrumentos de coleta de dados foram a pesquisa bibliográfica, a pesquisa documental e a entrevista semiestruturada com vinte sujeitos implicados no desenvolvimento da política em análise: seis gestores, seis vice-gestores e oito coordenadores pedagógicos, de seis escolas públicas municipais do Recife. As entrevistas realizaram-se em 2021 e a pesquisa documental incide de 2002 a meados de 2022 abrangendo principalmente o governo municipal 2013-2020. Os dados foram tratados e analisados mediante a análise de conteúdo (BARDIN, 2016) e, complementarmente, foram analisados dados obtidos em entrevistas com dois membros da equipe técnica da Secretaria de Educação e dois do Sindicato Municipal dos Profissionais do Ensino da Rede Municipal do Recife - SIMPERE. O método de abordagem se aproxima do dialético e o método de procedimentos consiste no analítico-dedutivo. A análise revela valorização da participação nos internos processos de tomada de decisão, vivenciam-se mecanismos de gestão democrática mediante o Conselho Escolar e o Projeto Político Pedagógico, valorizando-se a participação externa. Há ênfase na política inclusiva de portadores de necessidades especiais. Pode-se concluir que a gestão pedagógica movimenta o fluxo comunicacional das orientações do espaço meso para o micro, contudo, prevalecem as orientações de caráter instrumental da esfera superior em detrimento de verdadeira escuta à base local. Observa-se fragilidade de autonomia docente e escolar se considerada a perspectiva cidadã. Conclui-se que as falas têm sintonia com uma concepção de gestão escolar democrática, no entanto a teoria da gestão democrática parece perder consistência na concepção do governo de cunho gerencialista, cujas orientações são limitadoras à gestão democrática; os professores acreditam numa democracia mais ampla, porém há limitações.
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JANAINA AGUIAR DA SILVA
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A EDUCAÇÃO COMO RAIZ: A trajetória de vida sindical de Valdirene Maria dos Santos Rosas (2011-2020)
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Data: 26/09/2022
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Hora: 09:00
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A proposta dessa pesquisa versa na utilização das narrativas orais sobre a trajetória de vida sindical da Sr.ª. Valdirene Maria dos Santos Rosas, analisando suas práticas educativas dentro do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Rio Tinto - PB (STR/RT). O marco temporal dessa pesquisa tem início em 2011, ano de sua primeira posse como presidente sindical e encerra-se em 2020 com o início da pandemia da COVID-19. Nascida no Sítio Curral de Fora, zona rural da cidade de Rio Tinto, ex-professora da educação básica e ex-catequista da igreja católica, Valdirene é objeto e fonte para a escrita dessa dissertação e para a História da Educação da Paraíba. Essa trajetória foi investigada através de relatos de memória, buscando responder como ocorrem os processos de práticas educativas da sindicalista, observando os possíveis vestígios da educação formal nos espaços sociais onde ocorre a educação popular. Esta pesquisa está amparada teórico-metodologicamente no aporte teórico da Nova História Cultural e se apoia nos estudos sobre memória e história oral, pela qual se destacam Legoff (1990) e Thompson (2002). Os estudos desses autores trazem uma reflexão a respeito da importância das narrativas orais e da memória como fonte de pesquisa para a compreensão dos sujeitos dentro da história. Essa investigação ocorreu por intermédio da metodologia de entrevistas orais, utilizando como base um roteiro de entrevista. Outras fontes também foram acrescentadas como suporte para o andamento da pesquisa, evidenciando todo o trajeto feito pela sindicalista na educação popular (Atas documentais do STR e fotografias). Através das narrativas orais é possível ao pesquisador conhecer a história sob as lentes de quem a narra, oportunizando uma comparação dos seus conhecimentos prévios que o pesquisador tem sobre o objeto de pesquisa e o que lhes serão apresentadas pelo próprio narrador. Conhecer os desdobramentos das práticas educativas da sindicalista dentro do espaço sindical, leva-nos a perceber dentro desse contexto, possíveis sinais de uma continuidade educativa enraizada no ensino formal, pelo qual é possível evidenciar aspectos que constroem a história da educação.
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JOSICLEIDE FARIAS GUIMARÂES
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A PROPOSTA PEDAGÓGICA EM ESCOLAS DE TEMPO INTEGRAL: A concepção dos tutores sobre a tarefa para casa na perspectiva da colaboração em Vigotski
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Data: 02/09/2022
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Hora: 14:00
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RESUMO
A tarefa para casa é um instrumento pedagógico bastante utilizado no meio docente, trata-se de uma prática presente na escola desde o Brasil Colônia. Nos últimos anos a escola de tempo integral vem ressurgindo de forma mais ampla e se efetivando em diversos municípios brasileiros. Com a jornada escolar ampliada, o aluno passa a realizar a tarefa para casa na própria escola sob a orientação da tutora. Embora esteja presente no cotidiano escolar, a tarefa para casa enquanto objeto de estudo científico, apresenta estudos ainda incipientes e aparece em alguns trabalhos de pesquisas ainda como subtemas. Diante da necessidade de refletir sobre esse instrumento pedagógico, de uso tão recorrente no meio docente, e de identificar as concepções que giram em torno dele, foi elaborado a seguinte questão norteadora da pesquisa: Qual a concepção dos tutores sobre a tarefa para casa em escola de tempo integral na perspectiva da colaboração em Vigotski. Dessa forma, o objetivo da pesquisa é investigar a concepção dos tutores sobre a tarefa para casa em escolas de tempo integral na rede pública de ensino de João Pessoa/PB, nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Do ponto de vista metodológico a abordagem adotada é de natureza qualitativa e de cunho exploratório. O enfoque teórico-metodológico desse trabalho é pautado no materialismo histórico-dialético, que visa compreender a essência do objeto investigado, possibilitando a compreensão na sua totalidade, considerando aspectos históricos, condições materiais e as múltiplas determinações que o constituíram. Nesse percurso, trabalhamos com autores como Gramsci (2007), Vigotski (1999, 2000), Leontiev (1978), Saviani (2013,2019), Duarte (2000,2002), Gamboa (1989), entre outros, que contribuem com a proposta metodológica em pauta. A pesquisa empírica foi realizada em uma escola do Município de João Pessoa-PB, tendo como sujeitos da pesquisa 09 tutoras que trabalharam nesta unidade. Para obtenção das informações utilizamos a entrevista semiestruturada e para análise das informações usamos a hermenêutica dialética. A pesquisa possibilitou constatar que há um consenso entre as tutoras sobre a importância da tarefa para casa, especialmente, pelo fato de que na escola de tempo integral o aluno realiza as atividades escolares com a mediação da tutora, garantindo que as atividades sejam realizadas cotidianamente. Entretanto, a organização da tarefa para casa não é definida conjuntamente, cabendo ao professor planejar a tarefa para casa e ao tutor garantir que os alunos realizem as tarefas para casa. Tal propositura, incide claramente, na divisão do trabalho docente, uma vez que cabe ao docente planejar e ao tutor executar essa atividade. Tal constatação destaca a importância de a escola integral incluir no planejamento escolar a tarefa para casa e que essa seja construída por professores e tutores, tendo em vista que aos tutores é exigida a formação de licenciatura em Pedagogia.
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EDILEUZA RICARDO DA SILVA
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SABERES E PRÁTICAS POPULARES EM SAÚDE: UMA EXPERIÊNCIA COMPARTILHADA COM O QUILOMBO CAIANA DOS CRIOULOS
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Orientador : PEDRO JOSÉ SANTOS CARNEIRO CRUZ
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Data: 31/08/2022
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Hora: 10:00
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As práticas culturais e a sabedoria popular acompanham a humanidade desde os princípios das civilizações. Seus traços, suas raízes, seus hábitos, saberes e costumes acompanham o nosso povo por longos anos. Este estudo vinculado à Linha de Educação Popular do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) da Universidade Federal da Paraíba aborda as Práticas Populares em Saúde praticadas pelos povos quilombolas, tendo como campo empírico o Quilombo Caiana dos Crioulos, localizado na zona rural do município de Alagoa Grande na Paraíba. A presente dissertação tem como questão de pesquisa: quais são os saberes e as práticas populares de saúde dos povos quilombolas em Caiana dos Crioulos e quais os processos educativos que por eles são desenvolvidos?. Como objetivo geral, buscamos conhecer os processos educativos das práticas populares em saúde na comunidade, identificar seus processos educativos tradicionais, analisar como os saberes populares em saúde que são concebidos e valorizados pelos membros da comunidade, além de compreender como esses saberes são passados para as gerações mais novas. Metodologicamente o estudo segue uma abordagem Qualitativa, de caráter Etnográfico, fundamentando-se em autores e autoras da área da Educação Popular, a exemplo de Freire (1996), Calado (2014), Machado (2012), da área de Educação Popular em Saúde, como Vasconcelos (2001), Oliveira (2009), Lopes (2020), e sobre a cultura dos povos quilombolas e a perspectiva antirracista, tais como Gomes (2019), Ribeiro (2020), entre outros. O estudo está dividido em três etapas de construção teórico-metodológica. A revisão bibliográfica foi feita considerando dissertações e teses que encontramos em bancos de produção científica. Já no segundo momento fizemos uma pesquisa documental, em vídeos, documentários e reportagens os quais mostraram a origem e a realidade vivenciada pela comunidade, trouxeram-nos subsídios da atualidade e de antigamente, e no terceiro momento procedemos com uma observação participante, onde visitamos o território, acompanhamos algumas moradoras e conversamos com elas a respeito das suas vivências e suas práticas. Nossa visita de campo contou com o registro do diário de campo para um maior aprofundamento da abordagem ao objeto de pesquisa. Como resultado, apresentamos as narrativas das trajetórias e experiências de protagonistas comunitários, com evidenciação de suas principais práticas no cuidado em saúde e os saberes populares mais centrais construídos na comunidade estudada. A partir disso, problematizamos os apontamentos e as contribuições desses saberes e dessas práticas para o campo da Educação Popular em Saúde, trazendo em pauta debates e reflexões a respeito dessa temática. Acredita-se que este estudo contribuirá para fortalecer a evidenciação da relevância e do significado das Práticas Populares em Saúde, reforçando a centralidade da sabedoria dos povos quilombolas na produção de iniciativas de cuidado integral em saúde e de promoção do direito a saúde.
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ALBERTO JOSE FERREIRA DE LIMA
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TEORIA FUNDAMENTADA E A
PESQUISA EM EDUCAÇÃO: TENDÊNCIAS E PADRÕES PARA O DESENVOLVIMENTO
TEÓRICO NO ÂMAGO DA CULTURA DA CONVERGÊNCIA
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Data: 31/08/2022
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Hora: 09:00
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Este estudo teve como objetivo construir uma teoria substantiva que explique como a cultura da convergência cria espaços de construção de memórias e aprendizagens sobre violência coletiva no regime militar no Brasil (1964-1985). O paradigma de investigação interpretativo-construtivista, escolhido para este estudo, incorporou minha perspectiva ontológica, epistemológica e metodológica e forneceu a orientação geral do trabalho. A escolha justifica-se em reconhecimento ao caráter subjetivo da investigação, às múltiplas realidades dos envolvidos no estudo, porque se adequava ao objetivo da pesquisa e reflete minha própria visão de mundo. A estratégia de investigação qualitativa denominada teoria fundamentada construtivista foi utilizada na condução do estudo. O campo empírico de investigação foi a plataforma de mídia social YouTube. Os dados foram selecionados por meio de consulta no YouTube com o termo violência coletiva na ditadura militar e coletados com o auxílio da extensão de navegador Web NCapture. Os critérios de seleção de dados seguiram os passos da teoria fundamentada visual. A análise dos dados foi realizada com os métodos da teoria fundamentada construtivista no aplicativo QSR NVivo. O estudo demonstrou que é possível construir teoria substantiva, na área de educação, a partir de dados visuais e textuais coletados das mídias sociais. Considerando a análise dos resultados, defende-se que a interação, a participação ativa e a conectividade, enraizadas no âmago da cultura da convergência, favorece a criação de espaços de construção de memórias conectivas e aprendizagens distribuídas em redes dinâmicas e complexas de conexões sobre perpetradores de violência coletiva no regime militar no Brasil.
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HUMBERTO VIEIRA FARIAS
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CURSOS SEMIPRESENCIAIS NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: UMA ANÁLISE A PARTIR DAS PESQUISAS ACADÊMICAS (2000-2020)
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Data: 31/08/2022
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Hora: 09:00
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Todo cidadão brasileiro tem o direito constitucional de acessar a educação escolar. Com vistas a exercer esse direito, um contingente de jovens, adultos e idosos procura pelos sistemas públicos de educação de todo país que disponibilizam escolarização via cursos presenciais. Contudo, em alguns sistemas, há possibilidade de matrícula em cursos a distância ou por meio da oferta de cursos semipresenciais, que constituem o foco deste trabalho de tese, cujo objetivo foi identificar, a partir de pesquisas acadêmicas, impressões que justifiquem a oferta de escolarização semipresencial na EJA por se ajustar às necessidades do público jovem, adulto e idoso. Trata-se de um estudo de abordagem qualitativa, alicerçado nos procedimentos metodológicos da pesquisa bibliográfica, e que recorreu aos trabalhos acadêmicos em nível de pós-graduação realizados entre os anos de 2000 e 2020. A partir da concepção teórica que norteia esta pesquisa, do apoio teórico de autores que discutem a EJA no Brasil, dos dados disponíveis no INEP e de informações presentes nas cinquenta e quatro pesquisas selecionadas, foi possível reconstruir a trajetória histórica dos cursos semipresenciais da EJA e discutir sobre o desenvolvimento dos referidos cursos no decorrer dos anos. Recorrendo à Análise de Conteúdo, preconizada por Bardin (2011), enquanto metodologia apropriada para organizar informações, realizar interpretações e fazer inferências, analisar as impressões deixadas nas pesquisas a respeito dos cursos semipresenciais da EJA. Os resultados demonstram que existem situações que representam ajustes da oferta em relação ao público da modalidade e que, apesar dos aparentes desajustes observados, estes não têm relação com a mediação didático-pedagógica semipresencial, mas com situações envolvendo a atuação docente, a ausência de material didático adequado, a falta de formação continuada e a possível exclusão da oferta em relação às políticas para a educação, dentre outros. Por fim, a pesquisa indicou ainda que nos espaços onde ocorre a oferta da modalidade semipresencial da EJA, também ocorrem reajustes que aproximam ainda mais esse modelo de oferta às necessidades dos estudantes, que é desenvolvido por profissionais comprometidos e que acreditam na possibilidade de avançar, seja na promoção do diálogo, na valorização da presença dos estudantes, na utilização da tecnologia, na melhoria dos recursos didáticos, nas avaliações e nas práticas dos professores. Sendo assim, os resultados confirmam que os cursos semipresenciais da EJA se constituem numa oferta que se ajusta às condições de vida dos sujeitos jovens, adultos e idosos que demandam pela escolarização. Portanto, acreditamos que os cursos em questão devem ter o funcionamento mantido pelos sistemas de educação para que muitos sujeitos possam ter a oportunidade de acessar, permanecer e concluir a escolaridade básica.
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ANA DANIELY LEITE BATISTA
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MEMÓRIAS DA DISCIPLINA ESTUDO DE PROBLEMAS BRASILEIROS (EPB) NO CURRÍCULO DAS UNIVERSIDADES PARAIBANAS: lembrando para não esquecer (1969-1993)
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Data: 29/08/2022
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Hora: 15:30
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A ditadura civil- militar, que teve início em março de 1964, com o golpe civil-militar, e finalizou em janeiro de 1985, estabeleceu violações aos Direitos Humanos e contribuiu para o esquecimento de memórias. Deveras, o campo educacional foi amplamente atingindo nesse período, especialmente as universidades, considerando o cerceamento da liberdade de expressão, as perseguições aos docentes e aos movimentos estudantis, a promulgação da reforma universitária e a implantação da disciplina Estudo dos Problemas Brasileiros (EPB), criada em 1969, e constituída como componente curricular obrigatório por meio do decreto 869/69. Embora existam importantes pesquisas sobre as universidades brasileiras nesse período, há uma lacuna sobre a micro-história da EPB nas universidades paraibanas. É nesse sentido que o presente estudo se alberga, cujo propósito é analisar o desenvolvimento e a organização da disciplina EPB nas universidades paraibanas durante a ditadura civil-militar e os primeiros anos de redemocratização (1964-1993), considerando aspectos históricos e mnemônicos, a fim de contribuir para a fomentação de uma pedagogia para o nunca mais. Trata-se de um trabalho qualitativo, conduzido por fontes escritas (legais, documentais e bibliográficas), orais (impressões e subjetividades de participantes) e iconográficas (imagens encontradas nos manuais de EPB).A proposta está pautada no paradigma indiciário (GINZBURG, 1989), no conceito de representação (CHARTIER, 1991; 2016; 1990), de memória (POLLAK, 1989; HALBWACHS, 2002; THOMPSON, 1992) e amparada na metodologia da história oral (ALBERTI, 2003; MEIHY; HOLANDA, 2014). A elaboração da escrita orienta-se pelos estudos de autores, como: Motta (2014) e Germano (2011), a fim de compreender a realidade do cenário em que foi criada a EPB; Bittencourt (1993) e Fonseca (1999), concernente aos estudos sobre livros didáticos; Certeau (2015), Freire (2011, 2014) e Zenaide (2010), auxiliando nos estudos sobre as táticas, o fortalecimento da resistência e a pedagogia para o nunca mais. Além disso, as fontes documentais foram matéria de reflexões no tocante às normas que fundamentam esse objeto de estudo, que tem em sua base a Educação Moral e Cívica (EMC). Ao propor a superação do silenciamento que condicionou a história da disciplina EPB, o presente estudo buscou rememorar essa história por meio das vozes dos sujeitos que vivenciaram essa experiência, dos documentos, programas de ensino e manuais escolares que foram encontrados. Deveras, em tempos de instabilidade política, este trabalho é um convite para refletirmos sobre como a disciplina EPB serviu de instrumento para reforçar os valores da ditadura civil-militar e dessa forma, estarmos alertas diante de questões que interferem na organização do currículo educacional brasileiro, na atualidade. Urge a necessidade de lembrar. Não um lembrar esvaziado de luta, mas um lembrar esperançoso, de quem deseja lutar para não esquecer. Lutar para que nunca mais aconteça.
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PAULO ROGÉRIO BARBOSA DO NASCIMENTO
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A constituição dos saberes docentes para a Educação Inclusiva
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Data: 29/08/2022
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Hora: 09:00
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tese trata da temática constituição dos saberes docentes à inclusão escolar em um contexto de mudanças dos paradigmas da educação especial. Para a constituição da tese parte-se da questão da seguinte pesquisa: como professores da Educação Básica constituem, mobilizam e apreendem saberes docentes, e quais são esses saberes, considerando a sua atuação em salas de aulas inclusivas? O estudo parte da premissa epistemológica da Sociologia Compreensiva de Schütz (2018), e se constitui numa pesquisa qualitativa do tipo história oral temática híbrida. A pesquisa permitiu às professoras colaboradoras narrarem fatos e acontecimentos vivenciados, possibilitando ao pesquisador analisar e interpretar significados e sentidos, expressos e ou inferidos nas narrativas, considerando a triangulação com a literatura científica. As narrativas foram emitidas por três professoras com mais de dez anos de experiência no ensino inclusivo na primeira etapa do Ensino Fundamental. As categorias prévias do referencial teórico de análise foram: a) sentidos e significados da escola/inclusão e exclusão; b) o paradigma da inclusão escolar e decorrências pedagógicas; c) a formação e atuação do professor em contexto de inclusão escolar; d) o cotidiano docente como formativo; e) a experiência docente como formativa; e f) tipos de saberes docentes. A análise e interpretação dos dados seguiu a organização prescrita pela história oral (MEIHY, 2002), e foi complementada por uma adaptação da Análise de Conteúdo Interpretativa (MINAYO et al., 2013). As professoras reconheceram a escola como um importante referente social e com um constructo específico, apesar de considerarem o momento sociocultural desestabilizante quanto aos seus sentidos sociais em que vivenciaram crises de identidade docente e passam a investir na autoformação. O cotidiano foi vivido e compreendido como processo possível de subversão, criatividade e espaço das artes do fazer. Os saberes constituídos pelas professoras perpassaram o contexto macro, com a necessidade de compreender o paradigma da inclusão escolar; as deficiências e suas particularidades; o agir interdisciplinar e multiprofissional; e interatuar com diferentes planejamentos em uma mesma aula e diversificados processos de ensino. Em um contexto micro, evidenciou-se os saberes relativos à produção de materiais didáticos à capacidade de antecipação da professora às questões inviabilizadoras das aulas, potencializando, assim, o tempo pedagógico e as estratégias de ensino. Todavia, as docentes, ainda, se ressentem de formação colaborativa em rede, em que as experiências e ou os estudos de casos vividos possam ter lugar e, ao serem comunicados, discutidos e interpretados sob diferentes perspectivas teóricas, sejam os saberes docentes constituídos como numa espiral formativa.
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RAVI CAJU DURE
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Memórias formativas e inserção profissional de licenciados em Ciências Biológicas: currículo e identidade
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Data: 26/08/2022
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Hora: 14:00
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A identificação profissional é um processo fundamental para o engajamento acadêmico em cursos de formação inicial, de tal forma que a identificação com o campo da educação constitui um tema central para o desenvolvimento curricular das licenciaturas, redução das taxas de evasão universitária, e a consequente ampliação da inserção de profissionais qualificados nas instituições educacionais do país. Diante disso, o presente estudo analisou o processo subjetivo de formação identitária promovido no curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da UFPB, investigando o processos de engajamento e identificação formativo-profissional de licenciados egressos e evadidos do curso nesse período. Para tanto, desenvolvemos um Estudo de Caso de abordagem qualitativa do tipo único, instrumental e de finalidade descritiva. A nossa amostragem foi intencional e deu-se através da coleta de dados em três unidades de análise: questionários aplicados a alunos graduados e evadidos do respectivo curso (87 graduados e 65 evadidos); entrevistas com alunos recém-concluintes (11 licenciados); e os documentos curriculares do curso em vigência nesse período (PPP-2008). A análise do caso foi dada através da técnica de triangulação dos dados, relacionando os resultados encontrados através da análise documental do PPP, e análise de conteúdo dos questionários e entrevistas. Como resultado, identificamos uma estrutura de currículo formal preponderantemente voltada à formação nas áreas específicas da Biologia, com 58% das disciplinas destinadas às áreas de Meio Ambiente, Biodiversidade, Biotecnologia, Produção e Saúde, e apenas 29% das disciplinas direcionadas à área de Educação. Apesar dessa estrutura, a maioria dos egressos se demonstrou satisfeita com a formação do curso para as profissões relacionadas com o campo educacional. As intenções formativas dos discentes, expressas em suas trajetórias formativas pós-curso e desejos profissionais manifestados, demonstraram a construção de um projeto de identidade profissional fortemente desvinculado do campo educacional, mesmo sendo a educação o atual espaço profissional de 82% dos egressos. Tais elementos evidenciam um curso que apesar de ser destinado à formação de professores e com egressos que se tornam professores, realiza um processo de engajamento e identificação com as subáreas de Meio Ambiente e Biodiversidade, constituindo um processo identitário contraditório entre desejos discentes e realidades profissionais que esses licenciados vivenciam em sua vida.
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MARIA JOSÉ DIAS DE ANDRADE
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Tendências de publicações brasileiras sobre Alfabetização Científica no Ensino de Biologia (1997 - 2021): um estado da arte
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Data: 26/08/2022
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Hora: 09:00
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O presente estudo teve como objetivo investigar as tendências de publicações brasileiras sobre Alfabetização Científica (AC) no Ensino de Biologia, divulgadas nos dois principais eventos científicos dessa área (ENPEC e ENEBIO) e no Catálogo de Teses e Dissertações da CAPES. Concebida a partir do conceito de alfabetização de Freire, a AC é incorporada ao contexto educacional a partir de sua concepção como um ato político que visa a emancipação e a formação cidadã dos estudantes, proporcionando a estes as habilidades necessárias para exercer seu direito à prática social a partir da mobilização dos conhecimentos científicos. Parte-se do pressuposto de que as memórias impressas nos anais dos dois principais eventos de Ensino de Ciências e Biologia do país, e no Catálogo de Teses e Dissertações da CAPES, proporcionarão o conhecimento a respeito de como a pesquisa sobre AC evoluiu ao longo dos espaços e do tempo no cenário brasileiro, apontando os caminhos percorridos e as pistas sobre as trajetórias a trilhar. Utilizou-se como pressupostos teórico-metodológicos a abordagem qualitativa e o método de estado da arte ou estado do conhecimento, sob o foco da análise de conteúdo do tipo categorial. Parte-se de categorias pré-estabelecidas para analisar os dados que compreendem o período entre 1997, quando foi realizado o I ENPEC, e 2021, ano de realização da edição mais recente desse encontro e do ENEBIO. Os resultados indicam o crescimento significativo do número de trabalhos publicados nos bancos de dados analisados, revelando a expansão e a consolidação dos eventos enquanto lócus de socialização das pesquisas na área, caminhando para a formação de uma comunidade nacional de investigadores em Educação de Ciências, bem como, evidenciam seu potencial político, o reafirmando como um espaço no qual professores e estudantes podem participar de forma sistemática e propositiva, se posicionando diante de temas que influenciam tanto o campo da pesquisa, quanto as práticas educacionais no universo escolar. A partir das categorias analisadas foi possível observar elementos que caracterizam a evolução histórica e os movimentos realizados pelos pesquisadores que trabalham com a AC no Ensino de Biologia, revelando continuidades e mudanças com relação a pesquisas gerais da área de Educação em Ciências, bem como, a permanência de tendências temáticas e metodológicas com relação aos trabalhos gerais sobre Ensino de Biologia.
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LEILA BEZERRA DE ARAÚJO
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A Dança como Expressão da Educação Popular na Construção da Libertação de Corpos Femininos
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Data: 25/08/2022
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Hora: 14:00
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O trabalho de tese intitulado: A Dança como Expressão da Educação Popular na Construção da Libertação de Corpos Femininos busca constituir interfaces entre os campos da Educação Popular e da Dança com ênfase em histórias de vida de mulheres para a identificação e desagregação de opressões, e o anúncio de processos emancipatórios e libertadores. Tem por objetivo central apreender na experiência do Grupo CorpoMulher como a dança se expressa na perspectiva da Educação Popular buscando meios para decolonizar pensamentos, sentires, saberes e agires em direção a construção da libertação de corpos femininos. O estudo tem abordagem qualitativa com metodologia da pesquisa-ação e parte da convivência, participação, colaboração e acompanhamento do Grupo CorpoMulher. Tal Grupo é um desdobramento do Grupo de Relaxamento e Bem Viver Vila Saúde, ação de extensão vinculada ao Programa de Extensão Práticas Integrais de Promoção da Saúde e Nutrição na Atenção Básica (PINAB) que atua junto a Unidade Básica de Saúde, no bairro do Cristo Redentor, em João Pessoa. A fundação do Grupo CorpoMulher se deu por meio do amplo convite as mulheres do Grupo de Relaxamento e Bem Viver e teve como intenção realizar encontros semanais para aprofundar vivências em Dança com práticas criativas orientadas pela perspectiva da Educação Popular. Oito mulheres, com idades entre 54 e 68 anos, com ensino fundamental incompleto (1), ensino fundamental completo (5) e ensino superior (2), aceitaram o convite e contribuíram para a elaboração desta pesquisa. A coleta de informações e a produção dos dados se deu por meio da pesquisa bibliográfica, pesquisa documental, observação participante e entrevista semiestruturada. A fase analítica das narrativas fez emergir três eixos de discussão e análise: O abrir das gaiolas: impressões da dança e das opressões percebidas; Ventanias por dentro: percepções do corpo; Uma dança, vários voos: compreensões e significados sobre a construção da libertação de corpos femininos. Ao longo do estudo foram abordadas questões como colonialidade/decolonialidade, feminismo popular e libertação. Os resultados produzidos demonstraram que o Grupo CorpoMulher constituiu uma perspectiva feminista composta pelas vozes, corpos e reivindicações situadas contra as opressões vividas, especialmente pelas relações de gênero, e que a construção de saberes e aprendizagens mais orgânicas permitidas pelo dançar favoreceram a modificação de pontos de vista, a desconstrução de opressões e a protagonização de maneiras outras de fluir pela vida expressando práticas decoloniais. Além disso, indicaram que os processos de conscientização perante as realidades e opressões vividas viabilizados pelos encontros educativos/artísticos permeados por princípios da Educação Popular como o diálogo, a participação ativa, a partilha de saberes e a construção compartilhada do conhecimento, significaram o caminho pelo qual foi possível constituir experiências emancipadoras e libertadoras nas dimensões sociais, culturais e ideológicas da vida das mulheres. A tese aqui defendida é A dança, como uma das expressões da Educação Popular, proporciona estratégias educativas que contribuem para libertação de corpos femininos, em contextos de trabalhos sociais e comunitários, favorecendo a emancipação e autonomia de mulheres de maneira decolonial radical.
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AURISTELA RODRIGUES DOS SANTOS
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RELENDO MEMÓRIAS E REPRESENTAÇÕES SOBRE O MOBRAL: ENTRE RASTROS E FIOS DE NARRATIVAS NAS PÁGINAS DOS JORNAIS (1967-1985)
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Data: 23/08/2022
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Hora: 09:00
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O trabalho de tese intitulado: Relendo memórias e representações sobre o MOBRAL: entre rastros e fios de narrativas nas páginas de jornais (1967-1985) tem por objetivo geral analisar as representações e memórias sobre o MOBRAL, presentes em narrativas de jornais e em outras fontes, como a iconografia e versões de participantes, considerando o cenário histórico da ditadura civil-militar (1964-1985). Assim, tem-se o interesse de compreender quais representações acerca desse movimento educacional eram veiculadas pelos impressos, seguindo os rastros e fios das reportagens para reler a história do MOBRAL, com a corroboração das memórias de participantes e de imagens, em uma problematização de fontes que retrata sobre suas versões acerca dessa experiência educacional, concebida para alfabetizar jovens e adultos. O MOBRAL configurou-se como uma campanha de alfabetização de adultos que tinha como princípio a funcionalidade e a continuidade, em que a educação era defendida a partir de uma proposta tecnicista. Além disso, houve um grande esforço para que existisse uma mobilização social para acabar com o analfabetismo no Brasil a partir do MOBRAL e, para isso, os jornais desenvolveram papel fundamental. Tanto os jornais da época, quanto as vozes dos participantes e as iconografias, são fontes que configuram esse acontecimento educacional e suas representações, em disputa, contribuem para uma releitura da escrita de sua história. Dessa forma, utilizou-se fontes escritas, como as literaturas sobre a temática, sobre o contexto social e os jornais; fontes iconográficas e orais, que são as imagens publicadas e as memórias de participantes do MOBRAL. A pesquisa foi bibliográfica e caminhou em concordância com o método indiciário proposto por Ginzburg (1989). Ressalta-se que o trabalho procurou ser marcado pela hibridez de fontes, em um diálogo entre memórias e representações. Portanto, situa-se no âmbito das pesquisas qualitativas, tendo a contribuição e fundamentação de autores como: Roger Chartier (1990; 2016), Halbwachs (2006), Ginzburg (1989), Germano (2011), entre outros. Conclui-se que a análise das fontes possibilitou discutir sobre as representações do MOBRAL, relendo sua história, seguindo os rastros e pistas das notícias dos jornais, em diálogo com outras memórias. Observa-se como as narrativas apresentam o MOBRAL, como uma campanha de massa, marcada por diferentes experiências, sem a total uniformidade e/ou originalidade percebidas nas entrelinhas dos discursos oficiais. Nota-se, ainda, uma proposta em que muitos esforços foram aplicados para sua efetivação, mas baseada em uma pedagogia tecnicista, que se esquivou de alfabetizar para a cidadania.
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DANIEL TAVARES DO NASCIMENTO
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FORMAÇÃO INICIAL DOCENTE: ANÁLISE DO CURSO DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA NA UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA-CAMPUS I A PARTIR DO PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO
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Data: 02/08/2022
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Hora: 10:00
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Esta pesquisa tem como objetivo geral analisar a formação inicial dos professores de Matemática, tendo como lócus a Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Campus I, se baseando pelo Projeto Pedagógico do Curso (PPC). O caminho metodológico passa por uma abordagem qualitativa, de caráter documental com métodos de procedimento descritivo. A temática é discutida por documentos que tratam das políticas educacionais e avaliam cursos do ensino superior, como (BRASIL, 1996; BRASIL, 2001; BRASIL, 2002; BRASIL, 2004; BRASIL, 2015; BRASIL, 2015a; BRASIL, 2019). O referencial teórico discute a formação docente, onde nos referenciamos a partir de (GATTI, 2009; GATTI, 2010; GATTI, 2013; GATTI, 2016; GATTI, 2018; GATTI, 2021), Libâneo (2015), (NÓVOA, 2016; NÓVOA, 2019) e abordamos sobre a história e características da formação docente, situações e problemas atuais, o currículo das Licenciaturas, além do conhecimento disciplinar e pedagógico; a importância da teoria na formação docente, além da discussão sobre as DCNs e outros documentos que tratam diretamente sobre a formação de professores de Matemática. Constatou-se que a formação inicial do professor de Matemática na UFPB no Campus I, a partir das propostas trazidas pelo PPC do curso e norteado pelas diretrizes, dificilmente dará conta de formar um docente para trabalhar com a heterogeneidade dos elementos presentes na escola. Estima-se que as inquietações iniciadas e apresentadas nessa pesquisa seja um ponto de partida para mudanças no Projeto Pedagógico do Curso de Licenciatura em Matemática do Campus I da UFPB.
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JULYANNA DE OLIVEIRA BEZERRA
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A RESSIGNIFICAÇÃO DA MEMÓRIA NOS VESTÍGIOS DA LUTA
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Data: 29/07/2022
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Hora: 14:00
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A presente tese A Ressignificação da Memória nos Vestígios da Luta é vinculada a linha de pesquisa Educação Popular do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). O texto reflete o resultado da pesquisa realizada no Memorial das Ligas e Lutas Camponesas localizado na comunidade tradicional de Barra de Antas e na Escola Municipal de Ensino Infantil e Fundamental Luiz José Gonçalo localizada no Sítio Inhauá, localizados no município de Sapé-Pb. Para tanto, foram eleitas como categorias analíticas a priori: memória, território e educação; as quais outras categorias foram sendo vinculadas dialeticamente apresentando as suas estruturas, processos e ressignificações: diálogo, resistência, conscientização, esperança e pedagogia. A tese se propõe a analisar como a história e a memória das Ligas Camponesas tem sido objeto de ações educativas realizadas no e com o Memorial das Ligas e Lutas Camponesas e a Escola Municipal Luiz José Gonçalo no município de Sapé/PB, formando sujeitos de direitos que possam saber resistir às formas de autoritarismo e opressão em espaços sociais e institucionais onde a violência possa impor dor e violação dos direitos humanos. A pesquisa está ancorada nos elementos teóricos-conceituais e metodológicos da Educação Popular, a partir de uma abordagem qualitativa de caráter exploratório. Os procedimentos metodológicos incluíram, a pesquisa bibliográfica, documental e a entrevista semiestruturada, envolvendo os Educadores Populares da rede municipal de ensino que desenvolvem ações junto ao Memorial das Ligas e Lutas Camponesas, membros de movimentos e pastorais sociais e Instituições de Ensino Superior. Como metodologia de análise utilizamos a Análise de Conteúdo e a Trama Conceitual Freireana A trama conceitual freireana, aqui proposta, assume o compromisso com a radicalidade do pensamento de Paulo Freire, e nos desafia a explicitar quais são os conceitos fundamentais que demonstram a natureza, as condições de viabilização, os limites e a intencionalidade do conceito central a ser compreendido que é a Educação para Nunca Mais.
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IVANA LEITE RIBEIRO
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PROCESSO DE RECONHECIMENTO DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO DA UFPB - CAMPUS SANTA RITA: UMA ANÁLISE A PARTIR DO SISTEMA NACIONAL DE AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR
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Data: 15/07/2022
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Hora: 10:00
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Esta dissertação teve como finalidade analisar o último Relatório de Avaliação do Curso de Graduação em Direito - Campus Santa Rita, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), a partir do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES), disponibilizado pela Comissão Própria de Avaliação (CPA) da instituição. Sendo assim, a coleta de dados foi realizada mediante pesquisa exploratória através do levantamento bibliográfico e documental. Com esse propósito, a técnica utilizada para a análise dos dados coletados se efetivou por meio da ferramenta SWOT (Strenghts, Weaknesses, Opportunities, Threats). Objetivou-se fornecer subsídios para a melhoria da qualidade do curso de graduação em Direito do referido campus, a partir da identificação de aspectos relativos a forças, fraquezas, oportunidades e ameaças apresentadas no Relatório de Avaliação Externa realizada pelo INEP. Diante disso, os resultados da pesquisa demonstraram que as políticas institucionais de ensino, pesquisa e extensão foram implantadas de forma excelente, contudo, o corpo docente e as condições de infraestrutura são insuficientes para atender ao número de vagas ofertadas. Constatou-se, ainda, a necessidade de investimento em Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) no processo de ensino-aprendizagem, tendo em vista sua insuficiência para o pleno atendimento ao que dispõe o projeto pedagógico do curso, bem como a necessidade de melhorias em termos de produção científica a fim de possibilitar um aperfeiçoamento com vistas aos futuros processos regulatórios que o curso se submeterá, em conformidade com os preceitos estabelecidos pelo SINAES.
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CAMILA ALMEIDA DE ARAÚJO
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O DISTINCTIVO DE UMA ALMA BEM FORMADA: PRINCÍPIOS GERAES DE MORAL NO MANUAL ENCICLOPÉDICO PARA USO DAS ESCOLAS DE INSTRUCÇÃO PRIMÁRIA NA PROVÍNCIA DA PARAÍBA (1862-1874)
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Data: 12/07/2022
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Hora: 14:00
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O presente trabalho intenciona compreender os princípios de moralidade dispostos no Manual Enciclopédico, como contributos para a formação da mocidade na província da Paraíba. O princípio de moralidade era algo intrínseco à sociedade imperial, uma vez que estava atrelado à própria formação do povo brasileiro. A obra, contendo 700 páginas, tem um caráter enciclopédico, como descrito em sua própria nomenclatura, por aglutinar os conteúdos que envolvem todas as matérias correspondentes ao ensino primário. A pesquisa se enquadra em um momento de renovação da historiografia, contexto no qual novas fontes e novos objetos de pesquisas são considerados relevantes, tal como a imprensa e, por sua vez, os jornais e o livro. Dentre os teóricos que nos deram suporte, ressaltamos os estudos de Chartier (1999) a história do livro e o estudo das práticas-, Durkheim (1983,1999,1952) o conceito de moral coletiva e fato social -, e Foucault (2008) o controle dos corpos. A relevância da temática se assenta na possibilidade de podermos compreender a sociedade imperial em suas diversas instâncias, partindo dos saberes por ela produzidos ou disseminados, neste caso o Manual, bem como na ausência de trabalhos que tratem diretamente do nosso objeto, a saber: os princípios de moralidade no Manual Enciclopédico. O tipo de pesquisa que realizamos é a pesquisa histórica, a qual se constitui como um viés da pesquisa documental. Reconhecemos a grandiosidade da obra e a sua relevância para a instrução e para a sociedade da época, devido à extensão dos conteúdos, dos questionamentos e das explicações. Portanto, apesar de o Manual Enciclopédico ter os seus contributos à mocidade firmados em um discurso moralizante, revelando como deveria ser uma sociedade ideal, não significou que todas as pessoas estariam submissas aos seus ditames, em razão da diversidade de províncias que tiveram acesso ao Manual.
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ANE FLÁVIA DE SOUZA RODRIGUES
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LIMOLAYGO TOYPE: NOSSA EDUCAÇÃO É NOSSA RESISTÊNCIA. EDUCAÇÃO INDÍGENA E A PEDAGOGIA DECOLONIAL, POVO XUKURU DO ORORUBÁ, PE.
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Orientador : PEDRO JOSÉ SANTOS CARNEIRO CRUZ
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Data: 30/06/2022
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Hora: 18:00
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A presente pesquisa buscou impulsionar o debate sobre a decolonialidade no campo da educação popular, a partir da educação indígena e mais especificamente do caso do povo indígena Xukuru do Ororubá, do estado de Pernambuco-Brasil. A educação indígena, como compreendemos, é pensada em sua gênese a partir da comunidade e se desenvolve no território, para além da sala de aula. Detentora de propósitos muito específicos, que vão muito além do saber ler e escrever, a educação escolar indígena volta sua atenção tanto para práticas micro - processos pedagógicos de ensino e gestão -, como também para o espaço macro - o sistema de organização social, ao se construir, paralelamente ao currículo escolar, o projeto de vida dos povos. Se a decolonialidade implica partir da desumanização e considerar as lutas dos povos historicamente subalternizados, dando visibilidade a essas pessoas, suas práticas sociais, epistêmicas e políticas, é necessário pensá-la para além da sua dimensão subjetiva, evocando seu objetivo final, de reconstrução radical do poder, do ser e do saber. Nesse sentido, essa pesquisa teve como proposta analisar o processo histórico - social da educação escolar indígena do povo Xukuru do Ororubá, a partir do Limolaygo Toype (em brobo, língua materna do povo Xukuru do Ororubá, terra ancestral), que apontem a decolonialidade, e elencamos como objetivos específicos: descrever e analisar as práticas pedagógicas escolares do povo Xukuru do Ororubá e os princípios que as sustentam; e discutir as práticas pedagógicas do povo Xukuru do Ororubá a luz de suas aproximações e distanciamentos da pedagogia decolonial. Para tanto, a metodologia proposta foi ancorada em uma abordagem qualitativa, com uso de triangulação metodológica, através da observação participante, da pesquisa bibliográfica e da pesquisa documental. Nessa direção, partimos de memorial crítico-reflexivo, costruido na perspectiva de evidenciar aspectos significativos da experiência da pesquisadora, enfatizando observações da mesma sobre as práticas pedagógicas escolares do povo Xukuru do Ororubá. Em seguida, situamos a presença indígena no Nordeste Brasileiro e a dimensão da territorialização, resistência e estratégia dos índios dos sertões. Apresentamos a ideia do Limolaygo e seus sentidos para a territorialização dos povos Indígenas, incluindo as estratégias, alianças, lutas e resistências dos povos indígenas do Brasil. Destacamos aspectos históricos do Povo Xukuru do Ororubá e elementos de sua construção social e política. Ademais, debruçamo-nos em uma construção teórica sobre os conceitos em torno da decolonialidade, os estudos pós-coloniais, tensionamentos e rearranjos epistemológicos, a partir dos quais traçamos o debate histórico da educação indígena, educação escolar indígena e o diálogo com a educação popular. Finalmente, problematizamos questões emergentes da análise sobre recentes produções sobre a pedagogia do Povo Xukuru do Ororubá na literatura acadêmica, bem como estudamos materiais oriundos dos registros da construção dessa pedagogia em acervos documentais do próprio povo. A história do povo Xukuru do Ororubá aponta a revolta política e a revolta epistêmica ancoradas em reflexões acerca do estado atual do povo, da retomada do valor de nossos saberes e tessitura desses saberes, possibilitando a criação de alternativas de enfrentamento das estruturas dominantes das instituições- aquelas que mantêm o capitalismo e os interesses do mercado, possibilitaram a reconfiguração das escolas no território, em espaços de afirmação da identidade étnica, a partir de princípios escolares, práticas pedagógicas, metodologias e conteúdos que dialoguem com quem fomos, quem somos e quem seremos, no processo de formatação de nosso projeto de vida. Entre tentativas, erros e acertos, o sistema de educação escolar indígena Xukuru do Ororubá desenvolve, nos últimos trinta anos, um trabalho que tem fundamentalmente um objetivo: formar guerreiros e guerreiras capazes de defenderem o legado do nosso povo, nosso território e nossas tradições, a partir do fortalecimento de nossa identidade, reconhecendo a nossa humanidade, promovendo e estimulando a auto estima, e problematizando a cosmologia do branco o desenvolvimentismo através do trabalho educacional, favorecendo os princípios ancestrais das folhas secas do Ororubá.
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KLEBSON FELISMINO BERNARDO
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EXTENSÃO COMUNITÁRIA: ANALISANDO ALTERNATIVAS E DESAFIOS PARA O APROFUNDAMENTO DA PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE NA GESTÃO DE PROJETOS DE EXTENSÃO POPULAR DA UFPB
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Data: 30/06/2022
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Hora: 13:00
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A presente pesquisa está apoiada na ideia-força da Extensão Comunitária (EC) e orientada pelos princípios teórico-metodológicos da Educação Popular (EP). No contexto desse estudo, a EC é entendida como o movimento em que a comunidade, em sua interlocução com os projetos de extensão popular, interagem com a universidade de forma protagônica, seja na produção do conhecimento que está sendo desenvolvido na academia, seja na gestão e no desenvolvimento das atividades de extensão. Assim, a EC envolveria, em sua definição, a possibilidade de se fazer uma extensão de fora (comunidade) para dentro (universidade), com a participação ativa da comunidade e de seus protagonistas em processos e experiências no âmbito universitário. Com base em tal ideia-força, o estudo em tela foi desenvolvido junto a membros comunitários e coordenadores de diferentes projetos de extensão popular da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Teve como objetivo principal compreender de que maneira esse projetos tem considerado e promovido o protagonismo da comunidade e de seus atores na gestão desses projetos e em outras dimensões da vida universitária. Em termos metodológicos, a pesquisa está ancorada nos princípios metodológicos da perspectiva qualitativa, de caráter exploratório, por meio da pesquisa bibliográfica e entrevistas semiestruturadas. Em relação a teoria de análise, o estudo adotou a hermenêutico-dialética, fundamentada nos aportes de Maria Cecília de Souza Minayo. O desenvolvimento da pesquisa contemplou a delimitação do contexto histórico da extensão universitária, a explicitação do referencial político-pedagógico da EP e a apresentação aprofundada da Extensão Popular, seus aspectos teórico-metodológicos, potencialidades e intercâmbio com os setores populares. Situou-se a ideia de EC, sua dimensão de concepção polissêmica e as principais utilizações e interpretações da mesma a luz da literatura atual. Ainda foram apresentadas experiências extensionistas que se embasam na EC. Os resultados indicam que se faz necessária ampliação da produção teórica acerca da ideia de EC, tendo em vista a tímida exploração dessa categoria na atual literatura. Os entrevistados destacaram a potencialidade dessa concepção, na perspectiva da relevância em se considerar a participação popular como elemento basilar da extensão popular e das perspectivas de adensamento da universidade e seu impacto social. Ressaltou-se, ainda, que a EC pode romper com os distanciamentos entre universidade e sociedade, bem como adensar os espaços nos quais os coordenadores, estudantes e técnicos dos projetos de extensão possam ouvir as demandas da comunidade, com vistas a fortalecer também o diálogo horizontalizado entre os/as sujeitos e os contextos. O estudo apontou, pelas experiências e percepções dos entrevistados, aspectos relativos ao envolvimento dos atores comunitários com os projetos de extensão; a constituição da relação dos coordenadores com a comunidade e os desafios a serem enfrentados; questões atinentes à gestão do projeto e a perspectiva de gestão participativa e dialógica dos mesmos. Entende-se que essa ideia, aprofundada do ponto de vista teórico e metodológico, pode aportar mais possibilidades de subsidiar que os projetos de extensão popular estimulem e promovam o envolvimento da comunidade e seus atores no contexto universitário. Em síntese, a EC pode contribuir com o movimento histórico que as práticas de extensão popular vêm desenvolvendo no campo universitário, ao apontar aspectos teóricos e metodológicos que qualifiquem suas práticas e contribuam na persistência do avanço de iniciativas acadêmicas pautadas pelo diálogo crítico, respeitoso e propositivo dos saberes (científico e popular), podendo-se ampliar o horizonte epistêmico e tornar a universidade permeada também por saberes e experiências pautados na realidade concreta dos diferentes sujeitos sociais populares.
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ANE FLÁVIA DE SOUZA RODRIGUES
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LIMOLAYGO TOYPE: NOSSA EDUCAÇÃO É NOSSA RESISTÊNCIA. EDUCAÇÃO INDÍGENA E A PEDAGOGIA DECOLONIAL, POVO XUKURU DO ORORUBÁ, PE.
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Orientador : PEDRO JOSÉ SANTOS CARNEIRO CRUZ
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Data: 30/06/2022
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Hora: 10:00
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A presente pesquisa buscou impulsionar o debate sobre a decolonialidade no campo da educação popular, a partir da educação indígena e mais especificamente do caso do povo indígena Xukuru do Ororubá, do estado de Pernambuco-Brasil. A educação indígena, como compreendemos, é pensada em sua gênese a partir da comunidade e se desenvolve no território, para além da sala de aula. Detentora de propósitos muito específicos, que vão muito além do saber ler e escrever, a educação escolar indígena volta sua atenção tanto para práticas micro - processos pedagógicos de ensino e gestão -, como também para o espaço macro - o sistema de organização social, ao se construir, paralelamente ao currículo escolar, o projeto de vida dos povos. Se a decolonialidade implica partir da desumanização e considerar as lutas dos povos historicamente subalternizados, dando visibilidade a essas pessoas, suas práticas sociais, epistêmicas e políticas, é necessário pensá-la para além da sua dimensão subjetiva, evocando seu objetivo final, de reconstrução radical do poder, do ser e do saber. Nesse sentido, essa pesquisa teve como proposta analisar o processo histórico - social da educação escolar indígena do povo Xukuru do Ororubá, a partir do Limolaygo Toype (em brobo, língua materna do povo Xukuru do Ororubá, terra ancestral), que apontem a decolonialidade, e elencamos como objetivos específicos: descrever e analisar as práticas pedagógicas escolares do povo Xukuru do Ororubá e os princípios que as sustentam; e discutir as práticas pedagógicas do povo Xukuru do Ororubá a luz de suas aproximações e distanciamentos da pedagogia decolonial. Para tanto, a metodologia proposta foi ancorada em uma abordagem qualitativa, com uso de triangulação metodológica, através da observação participante, da pesquisa bibliográfica e da pesquisa documental. Nessa direção, partimos de memorial crítico-reflexivo, costruido na perspectiva de evidenciar aspectos significativos da experiência da pesquisadora, enfatizando observações da mesma sobre as práticas pedagógicas escolares do povo Xukuru do Ororubá. Em seguida, situamos a presença indígena no Nordeste Brasileiro e a dimensão da territorialização, resistência e estratégia dos índios dos sertões. Apresentamos a ideia do Limolaygo e seus sentidos para a territorialização dos povos Indígenas, incluindo as estratégias, alianças, lutas e resistências dos povos indígenas do Brasil. Destacamos aspectos históricos do Povo Xukuru do Ororubá e elementos de sua construção social e política. Ademais, debruçamo-nos em uma construção teórica sobre os conceitos em torno da decolonialidade, os estudos pós-coloniais, tensionamentos e rearranjos epistemológicos, a partir dos quais traçamos o debate histórico da educação indígena, educação escolar indígena e o diálogo com a educação popular. Finalmente, problematizamos questões emergentes da análise sobre recentes produções sobre a pedagogia do Povo Xukuru do Ororubá na literatura acadêmica, bem como estudamos materiais oriundos dos registros da construção dessa pedagogia em acervos documentais do próprio povo. A história do povo Xukuru do Ororubá aponta a revolta política e a revolta epistêmica ancoradas em reflexões acerca do estado atual do povo, da retomada do valor de nossos saberes e tessitura desses saberes, possibilitando a criação de alternativas de enfrentamento das estruturas dominantes das instituições- aquelas que mantêm o capitalismo e os interesses do mercado, possibilitaram a reconfiguração das escolas no território, em espaços de afirmação da identidade étnica, a partir de princípios escolares, práticas pedagógicas, metodologias e conteúdos que dialoguem com quem fomos, quem somos e quem seremos, no processo de formatação de nosso projeto de vida. Entre tentativas, erros e acertos, o sistema de educação escolar indígena Xukuru do Ororubá desenvolve, nos últimos trinta anos, um trabalho que tem fundamentalmente um objetivo: formar guerreiros e guerreiras capazes de defenderem o legado do nosso povo, nosso território e nossas tradições, a partir do fortalecimento de nossa identidade, reconhecendo a nossa humanidade, promovendo e estimulando a auto estima, e problematizando a cosmologia do branco o desenvolvimentismo através do trabalho educacional, favorecendo os princípios ancestrais das folhas secas do Ororubá.
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ANA ANGELICA DE LUCENA TAVEIRA ROCHA
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JOVENS DO ENSINO MÉDIO DO SERIDÓ PARAIBANO: SENTIDOS ATRIBUÍDOS A UMA EXPERIÊNCIA DE INTERCÂMBIO INTERNACIONAL
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Data: 29/06/2022
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Hora: 14:00
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A presente pesquisa se propõe a analisar relatos de jovens estudantes egressas/os do ensino
médio de um instituto federal localizado na região do Seridó, no Estado da Paraíba, sobre sua
participação em um projeto iniciado em 2016, que culminou com uma experiência de
intercâmbio acadêmico-cultural internacional em 2018. Considerando as/os jovens como
sujeitos socioculturais, construídas/os e, ao mesmo tempo, construtoras/es das suas relações,
pretende-se estudar as implicações das experiências vividas por essas/es, buscando analisar os
sentidos atribuídos por elas/es à sua participação no projeto e no intercâmbio acadêmico-
cultural internacional. A pesquisa está inserida no campo dos Estudos Culturais e se vincula à
abordagem qualitativa, respaldando-se teoricamente nas concepções de juventude(s) e
culturas juvenis. O material empírico foi produzido a partir de entrevistas semiestruturadas
com as/os jovens e os achados da pesquisa foram analisados na perspectiva da Análise de
Conteúdo, na modalidade temática. Espera-se que esse estudo possa contribuir para fomentar
novas discussões e conhecimento sobre jovens do ensino médio e seus projetos de vida, em
especial, as/os jovens de classes sociais menos favorecidas.
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THAYANA PRISCILA DOMINGOS DA SILVA
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ESCOLA DE APLICAÇÃO DA PARAIBA: REPRESENTAÇÃO DA CULTURA ESCOLAR PRIMÁRIA (1935-1946)
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Data: 29/06/2022
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Hora: 14:00
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Este trabalho teve como objetivo compreender o processo de institucionalização da Escola de Aplicação da Paraíba, localizada na cidade de João Pessoa, bem como as representações das práticas educativas que constituíram o ensino primário numa escola-modelo. O recorte histórico demarcado caracterizou-se a partir da Reforma da Instrução Pública sob a Lei nº 16 de 13 de dezembro de 1935, que dispõe sobre a criação do Instituto de Educação da Paraíba e, consequentemente, da Escola de Aplicação. O percurso de análise encerrou-se anterior as transformações advindas das Leis Orgânicas de 1946, que reformulou a organização do Ensino Primário e das Escolas Normais, fim do regime ditatorial de 1945 Estado Novo. O campo teórico-metodológico situou-se na Nova História Cultural, elucidando teóricos como Roger Chartier (1990) e Michel de Certeau (1994), dialogando sobre representações e práticas sociais. Na perspectiva da historiografia da educação, compreenderam-se as questões teórico-metodológicas situadas na categoria de análise da Cultura Escolar, dialogando com Dominique Julia (1995), Antonio Viñao Frago (1995), Luciano Faria Filho (2004) e Diana Vidal (2004). Assim, pretendeu-se empreender uma pesquisa documental de fontes nos Arquivos, a partir dos registros documentais da instituição citada, fazendo uma releitura dos principais registros históricos. O levantamento das fontes percorreu o Arquivo do atual Instituto de Educação da Paraíba, a procura dos documentos que envolvessem a cultura escolar e o Instituto Histórico e Geográfico Paraibano para investigação das leis, dos decretos e do jornal oficial A União, da Revista do Ensino (1932-1942), dos materiais iconográficos, entre outros. Revisitou-se o jornal A União e a Revista do Ensino (1932-1942) da Paraíba por meio dos arquivos bem como via digital. Também analisamos estudos com temas relacionados ao Instituto de Educação e Ensino Primário, especialmente do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal da Paraíba, que colaboraram para a condução dos indícios de implantação, institucionalização e práticas educativas em torno da Escola de Aplicação. O escopo possibilitou ressignificar os contextos sobre a configuração educacional com relação social e cultural da sociedade paraibana e brasileira do século XX, uma vez que, a Escola de Aplicação da Paraíba esteve vinculada ao que se propagou de projeto escolanovista no cenário local. Assim, a Escola surge a partir da criação do Instituto de Educação da Paraíba, garantindo, sobretudo, um ambiente propício para servir de campo de experimentação as jovens normalistas, professorandas, atendendo a prática no ensino primário. Entretanto, a implantação da Escola de Aplicação paraibana se diferenciou dos demais contextos brasileiros, onde estas instituições surgiram, especialmente, atreladas as Faculdades e instituições superiores no final dos anos de 1940. Portanto, foi possível situar alguns elementos em torno da implantação, funcionamento, arquitetura, direção, professorado, propostas pedagógicas, semanas pedagógicas, serviços de instituições auxiliares relacionados à escola em foco.
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THAYANA PRISCILA DOMINGOS DA SILVA
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ESCOLA DE APLICAÇÃO DA PARAIBA: REPRESENTAÇÃO DA CULTURA ESCOLAR PRIMÁRIA (1935-1946))
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Data: 29/06/2022
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Hora: 14:00
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Este trabalho teve como objetivo compreender o processo de institucionalização da Escola de Aplicação da Paraíba, localizada na cidade de João Pessoa, bem como as representações das práticas educativas que constituíram o ensino primário numa escola-modelo. O recorte histórico demarcado caracterizou-se a partir da Reforma da Instrução Pública sob a Lei nº 16 de 13 de dezembro de 1935, que dispõe sobre a criação do Instituto de Educação da Paraíba e, consequentemente, da Escola de Aplicação. O percurso de análise encerrou-se anterior as transformações advindas das Leis Orgânicas de 1946, que reformulou a organização do Ensino Primário e das Escolas Normais, fim do regime ditatorial de 1945 Estado Novo. O campo teórico-metodológico situou-se na Nova História Cultural, elucidando teóricos como Roger Chartier (1990) e Michel de Certeau (1994), dialogando sobre representações e práticas sociais. Na perspectiva da historiografia da educação, compreenderam-se as questões teórico-metodológicas situadas na categoria de análise da Cultura Escolar, dialogando com Dominique Julia (1995), Antonio Viñao Frago (1995), Luciano Faria Filho (2004) e Diana Vidal (2004). Assim, pretendeu-se empreender uma pesquisa documental de fontes nos Arquivos, a partir dos registros documentais da instituição citada, fazendo uma releitura dos principais registros históricos. O levantamento das fontes percorreu o Arquivo do atual Instituto de Educação da Paraíba, a procura dos documentos que envolvessem a cultura escolar e o Instituto Histórico e Geográfico Paraibano para investigação das leis, dos decretos e do jornal oficial A União, da Revista do Ensino (1932-1942), dos materiais iconográficos, entre outros. Revisitou-se o jornal A União e a Revista do Ensino (1932-1942) da Paraíba por meio dos arquivos bem como via digital. Também analisamos estudos com temas relacionados ao Instituto de Educação e Ensino Primário, especialmente do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal da Paraíba, que colaboraram para a condução dos indícios de implantação, institucionalização e práticas educativas em torno da Escola de Aplicação. O escopo possibilitou ressignificar os contextos sobre a configuração educacional com relação social e cultural da sociedade paraibana e brasileira do século XX, uma vez que, a Escola de Aplicação da Paraíba esteve vinculada ao que se propagou de projeto escolanovista no cenário local. Assim, a Escola surge a partir da criação do Instituto de Educação da Paraíba, garantindo, sobretudo, um ambiente propício para servir de campo de experimentação as jovens normalistas, professorandas, atendendo a prática no ensino primário. Entretanto, a implantação da Escola de Aplicação paraibana se diferenciou dos demais contextos brasileiros, onde estas instituições surgiram, especialmente, atreladas as Faculdades e instituições superiores no final dos anos de 1940. Portanto, foi possível situar alguns elementos em torno da implantação, funcionamento, arquitetura, direção, professorado, propostas pedagógicas, semanas pedagógicas, serviços de instituições auxiliares relacionados à escola em foco.
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LUPERCIA JEANE SOARES
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EDUCAÇÃO EMOCIONAL NA ABORDAGEM AO BAIXO RENDIMENTO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA: um olhar a partir da concepção da educação popular
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Data: 28/06/2022
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Hora: 14:00
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A presente pesquisa busca compreender as emoções dos educandos que apresentam baixo rendimento escolar. Para tanto, analisaram-se perspectivas teóricas e práticas pedagógicas para a abordagem das questões emocionais que permeiam o baixo rendimento escolar durante o processo de escolarização da educação básica nos anos iniciais do ensino fundamental. Buscou-se identificar aspectos significativos da relação emoção e aprendizagem; reconhecer quais emoções se manifestam nos educandos que apresentam rendimento insatisfatório; situar as concepções de Educação Popular e de Educação Emocional do ponto de vista teórico e pedagógico; problematizar os desafios da Educação Popular e da Educação Emocional como estratégias pedagógicas para abordagem ao baixo rendimento escolar no contexto da escola pública. Esse estudo possui natureza qualitativa, com base na perspectiva da Fenomenologia Hermenêutica no campo da Educação Popular. Os dados empíricos foram produzidos no espaço da Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental em Tempo Integral Augusto dos Anjos, localizada na cidade de João Pessoa; através de entrevistas semiestruturadas com educadoras da Educação Básica que observam o fenômeno do baixo rendimento escolar em seus educandos. A análise dos dados foi embasada pela fenomenologia em que os dados foram sintetizados em unidades de significados e sistematizados em categorias de análise de acordo com os objetivos da pesquisa. Tomou-se como referencial teórico os estudos sobre educação popular de Paulo Freire, Carlos Rodrigues Brandão, Danilo Streck, Eduardo Wanderley; a respeito do baixo rendimento escolar e as questões sociais: Miguel Arroyo, Bernard Charlot, Álvaro Marchesi e Eva Maria Pérez; quanto às questões emocionais, conceitos de emoções e suas características: António Damásio, José Maria Martins, Rafael Bisquerra, Juan Casassus, Elisa Gonsalves; sobre os processos de aprendizagem e as motivações para aprender: Humberto Maturana, Francisco Varela, Alexei Leontiev. Na construção da tese, são estudados e problematizados os caminhos entrelaçados da pesquisadora e sua vivência na educação básica, incluindo aspectos de sua trajetória de vida pessoal à atuação como pesquisadora da prática educativa. As relações entre educação popular, educação emocional e as abordagens ao baixo rendimento escolar são analisadas na reflexão crítica sobre as interfaces entre emoção, aprendizagem e baixo rendimento escolar, enfatizando especialmente os aspectos significativos da relação emoção e aprendizagem. Destacou-se, ainda, a dimensão da relação família e escola e seu impacto no baixo rendimento escolar; os comportamentos como indicadores emocionais no contexto da sala de aula; as emoções que se manifestam nos educandos com baixo rendimento escolar em uma escola no contexto popular. Os achados da pesquisa indicam que as emoções dos educandos que apresentam baixo rendimento escolar podem limitar suas capacidades de superação, logo é imprescindível compreender tais emoções para construir estratégias de regulação emocional para o reconhecimento de suas capacidades para o enfrentamento e empoderamento infantil através das perspectivas teóricas da educação popular e da educação emocional construindo uma educação que reconhece o educando da educação básica como sujeito de direitos. Identificaram-se aspectos de limites e fragilidades no conhecimento e na apropriação da educação emocional pelos docentes no contexto escolar, bem como os desafios da educação popular libertadora no enfrentamento ao baixo rendimento escolar e as possibilidades da educação popular e da educação emocional como estratégias pedagógicas para abordagem a essa questão. O diálogo entre educação popular e educação emocional possibilita o desenvolvimento do que caracterizamos como educação popular emocional libertadora, baseada no direito à aprendizagem, no fortalecimento da pessoa humana como sujeito crítico e autônomo.
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GABRIEL ALVES DO NASCIMENTO
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A EDUCAÇÃO MORAL NA FORMAÇÃO DA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA DESVALIDA MODERNA: O CASO DE PINDOBAL NA PARAÍBA DO SÉCULO XX (1930-1960)
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Data: 27/06/2022
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Hora: 14:00
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A história da Escola Profissional Presidente João Pessoa (Pindobal) possui uma áurea de misticismo popular incontestável, a crença de uma instituição que regenerava vadios, delinquentes e transviados rondou o imaginário da sociedade paraibana ao longo do século XX, fabricando gritos populares como: Menino, me obedeça, senão vou te mandar para Pindobal!. Pindobal permeia o imaginário social como uma instituição destinada ao cárcere ou a regenerar os insanos. Entre a crença popular e a verdadeira realidade existe um vácuo que este estudo tentou aprofundar. A metodologia utilizada é o Paradigma Indiciário (GINZBURG, 1987; 1989; 2007), foram analisadas cerca de 53 (cinquenta e três) fontes escritas e 49 (quarenta e nove) iconográficas, que tratam de um longo período, de 1930 a 1960. Pindobal, como é conhecida popularmente, é uma instituição que possui características de Patronato Agrícola, cujo objetivo institucional é profissionalizar, conter, regenerar e educar os considerados incorrigíveis socialmente as crianças e os adolescentes pobres e pretos do sexo masculino. Esta instituição foi criada em 1930, na região de Mamanguape, na Paraíba, através do Decreto 1.606, de 14 de novembro de 1929, e regulamentada pelo Decreto 1.672, de 10 de junho de 1930. Os resultados que obtivemos através desse estudo caracterizam Pindobal a partir de quatro momentos distintos: 1) 1913-1929, primeira fase da instituição, administrada pelo governo Federal e fundado um Centro Agrícola; 2) 1930-1940, com a criação, em 1930, da Escola Profissional Presidente João Pessoa, administrada pelo governo do Estado; 3) 1941-1949, tendo a Educação Moral como principal ferramenta de controle dos internos de Pindobal através das mãos dos Padres do Sagrado Coração de Jesus; e 4) 1950-1960, com a direção da Professora e Assistente Social Jandira Pinto, que desenvolve uma concepção de Educação Humanista Cristã Assistencial. Esses quatro momentos distintos estão presentes a partir do ideário de sociedade de cada período. Pindobal esteve imersa nos discursos psiquiátricos, pedagógicos, jurídicos, religiosos e do ensino profissionalizante agrícola, culminando no trabalho compulsório com o intuito de moralizar, corrigir e conceder-lhes um ensino útil. Esse estudo aproxima-se da história social da infância no século XX. Esperamos que esta pesquisa sirva de ponto de chegada ou de partida para aqueles e aquelas que desejam investigar a História da Educação e a História das Instituições Educativas correcionais e agrícolas na Paraíba do século XX.
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FRANCINEIDE RIBEIRO VIANA SANTOS
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A IMPLEMENTAÇÃO DO CURRÍCULO DA EDUCAÇÃO INFANTIL À LUZ DA BNCC NO MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA-PB
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Data: 22/06/2022
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Hora: 14:00
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O estudo das políticas educacionais voltadas à criança de zero a cinco anos de idade apontam para mudanças conceituais sobre os objetivos direcionados ao atendimento institucional da educação infantil. Tais mudanças vão justificar a necessidade de garantir a essa etapa da educação básica uma prática que observe as especificidades necessárias ao trabalho pedagógico voltado à criança. É correto afirmar que nos últimos trinta anos, após a Constituição Federal de 1988, evidencia-se uma mudança de concepção em relação ao conceito de criança, na qual a criança passa a ser vista como um sujeito de direitos. A partir da Constituição Cidadã inaugura-se um conjunto de leis que caminham para a construção de uma política nacional curricular de educação. No ano de 2017, em meio a muitos embates e contradições foi homologada a BNCC, a qual trata da Educação Infantil e Ensino Fundamental, por ser um documento normativo define um conjunto de aprendizagens essenciais para todos os alunos ao longo da Educação Básica, dessa forma estabelece para os Estados e Municípios a obrigatoriedade (re)elabolar suas propostas curriculares. Considerando as orientações dispostas nas políticas educacionais para a infância, e sobretudo no âmbito da BNCC, nos questionamos como o currículo da Educação Infantil tem sido estruturado na rede pública municipal de João Pessoa e como tem sido favorecido a participação dos professores na construção de uma proposta curricular a ser implementada nos CREIs e escolas. O estudo caracteriza-se como uma pesquisa documental, a qual nos proporciona caminhos para uma análise dos documentos que direcionam a estruturação da política curricular implementada na rede municipal. A análise dos documentos nos permitiu concluir que a BNCCEI, apessar de referendar os princípios postos nas DCNEIs, a terceira e a última versão do documento reforçam uma antecipação da escolarização, desconsiderando os avanços e discussões vivenciadas ao longo dos últimos anos. Foi possível também perceber que a construção das propostas estaduais, a exemplo da Paraíba, aconteceram em um prazo mínimo, dificultando o processo de análise e participação. No âmbito municipal ainda não foi construída a Proposta Curricular, sendo assim buscamos as Diretrizes Pedagógicas para a Educação Infantil, em consonância com os demais documentos, são fortes a perspectiva prescritivas e gerencialista da educação.
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WALDELIO PINHEIRO DO NASCIMENTO JUNIOR
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Ditadura? Não, obrigado. Já vi esse filme.
Cinema, ditadura militar e educação para nunca mais.
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Data: 07/06/2022
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Hora: 14:00
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A presente tese trouxe como foco analítico a educação em direitos humanos, na perspectiva da educação para nunca mais e teve no direito à memória e à informação os elementos fundamentais para pensar o desenvolvimento de processos cognitivos capazes de incentivar a autonomia e a valorização da democracia e da liberdade. A pesquisa recorreu ao cinema nacional a fim de pensar, por meio das narrativas fílmicas, estratégias sensíveis voltadas à manutenção da memória e da educação contra a barbárie, as violências e liberdades cerceadas durante os 21 anos do Estado de exceção brasileiro. Para tanto, analisou narrativas fílmicas do gênero documentário, por entender que as mesmas possuem mais vitalidade e profundidade crítica para apreensão da memória, por meio das vozes dos envolvidos no contexto das diversas vivências e das provas e registros documentais apresentados em complementação. Como estratégia metodológica para a leitura das produções cinematográficas selecionadas, a pesquisa se valeu da Análise de Conteúdo, enquanto metodologia apropriada para realizar tratamentos e interpretações em mensagens comunicacionais e artísticas dessa natureza. A investigação fílmica levou em consideração os testemunhos dos atores sociais, a apresentação de documentos e registros históricos e as formas de representação das violações aos direitos humanos e seus perpetradores militares e civis assim como seu modus operandi. Os resultados indicaram um potencial informacional e sensibilizante dos discursos fílmicos e, consequentemente, sua potencialidade para interferir na memória social e suscitar reflexões críticas acerca das violações à dignidade humana, de forma serena e equilibrada, lançando luz, em vez de sal, nas feridas abertas. Por fim, a pesquisa indicou a urgência de uma educação para nunca mais, baseada na memória social, enquanto um pertinente debate a respeito da ditadura aliado às práxis educacionais que incentive uma sociedade mais humana, consciente do valor da liberdade e da democracia e comprometida com a formação de novas gerações imbuídas a evitar que os horrores do autoritarismo voltem a se repetir em nossa história.
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ANA MARIA GOMES RIBEIRO
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Educação Popular e Sustentabilidade: um estudo sobre os aspectos
educativos não formais no processo de fornecimento de alimentos para a merenda
escolar por agricultores familiares, no município de Jacaraú-PB
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Data: 31/05/2022
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Hora: 15:00
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Diante da crise ecológica que ameaça a vida no planeta, alternativas têm sido pensadas no sentido de construir sociedades sustentáveis. Por exemplo, a agricultura familiar tem produzido de forma alternativa adotando práticas agroecológicas, produtos seus têm sido incorporados à alimentação escolar, a educação tem sido invocada como educação ambiental para formar o sujeito ecológico, etc. Neste sentido, este trabalho teve como objetivo geral analisar os aspectos educativos não formais presentes no processo de fornecimento de alimentos para a merenda escolar por agricultores familiares, no município de Jacaraú-PB, tendo em conta o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Do ponto de vista do referencial teórico, a pesquisa teve em atenção, entre outras, elaborações em torno da Educação Ambiental Popular e da Agroecologia. No que diz respeito aos procedimentos metodológicos, tratou-se de uma investigação qualitativa realizada junto a agricultores familiares e membros da gestão vinculados à alimentação escolar no município de Jacaraú-PB, tendo como meio de coleta de dados entrevistas semiestruturadas, além de visitas em forma de observação às unidades de produção e armazenamento, realizando-se registros fotográficos. O material empírico resultante das entrevistas foi tratado conforme a técnica de análise de conteúdo temático-categorial, de onde resultaram as seguintes categorias: a operacionalização do PNAE na perspectiva dos agricultores fornecedores de alimentos; desafios da produção e comercialização na agricultura familiar; aspectos do desenvolvimento socioeconômico local e ambiental nas ações do PNAE; operacionalização do PNAE na perspectiva dos gestores; protagonistas do fornecimento de alimentos para a merenda escolar pelo PNAE; construindo a Educação Ambiental Popular a partir das ações do PNAE. Dentre os resultados, verificou-se que aspectos educativos não formais presentes no processo de fornecimento de alimentos para a merenda escolar por agricultores familiares, no município de Jacaraú-PB, se relacionam ao aporte de informações para a sustentabilidade ambiental, para a alimentação saudável e para o desenvolvimento local inclusivo. Entre outras inferências conclusivas, é enfatizado que as ações do PNAE fomentam entre os envolvidos o sentimento de coletividade, a autonomia e a participação cidadã, a difusão de perspectivas orgânicas/agroecológicas e a consciência ambiental, num contexto de aprendizados a partir da prática e da troca de experiências.
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RENATA BEATRIZ NASCIMENTO LIMA
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Educação Popular e vulnerabilidade social: um estudo sobre ações educativas no contexto do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV)/Mamanguape-PB
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Data: 30/05/2022
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Hora: 15:00
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O presente trabalho investigou as atividades socioeducativas desenvolvidas pelo Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) do município de Mamanguape-PB. O SCFV foi regulamentado pela Resolução do Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) nº102/2009, e reordenado anos depois por meio da Resolução/CNAS nº01/2013. Trata-se de um serviço de caráter proativo e preventivo, pautado pela defesa e afirmação de direitos e pelo desenvolvimento de capacidades e potencialidades dos indivíduos, buscando alcançar alternativas para o enfrentamento das vulnerabilidades e situações de risco. As atividades executadas pelo SCFV devem ser organizadas de modo a considerar seus três eixos norteadores: convivência social, direito de ser e participação. O objetivo geral deste estudo foi analisar as contribuições do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) do município de Mamanguape-PB, do ponto de vista educativo, para o processo de mudança de vida dos setores populares que são o seu público-alvo. Este objetivo geral suscitou outros específicos na seguinte direção: 1) conhecer as diretrizes administrativas e educativas que norteiam a atuação do SCFV; 2) compreender as percepções do público adolescente sobre as atividades desenvolvidas; 3) descrever as atividades que são desenvolvidas pelos educadores sociais. Do ponto de vista do referencial teórico, a pesquisa teve em conta, por exemplo, os aportes da Educação Popular e da Educação Social. Metodologicamente, caracteriza-se como uma pesquisa qualitativa de caráter descritivo, tendo sido operacionalizada mediante a realização de roda de conversa com dez adolescentes frequentadores do SCFV há pelo menos três anos e entrevistas semiestruturadas com quatro educadores socais que desenvolvem atividades junto ao público-alvo há cinco anos. O material empírico resultante das entrevistas com os educadores sociais foi analisado mediante a técnica de análise de conteúdo temático-categorial. Verificou-se, dentre outros os resultados, que as contribuições educativas do SCFV estão relacionadas às dimensões cognitiva, de socialização secundária e inclusão social. Foram encontradas diversas atividades e estratégias voltadas ao público-alvo, como as oficinas culturais e orientações sociais realizadas a partir de atividades grupais, tematizadas, dinâmicas, voltadas ao desenvolvimento social e à construção da cidadania. Além disso, foi possível identificar diferentes elementos que condicionam o trabalho dos educadores sociais. Entre as conclusões, pode-se inferir da pesquisa, por exemplo, que o SCFV tem conseguido contribuir com processos de mudança de vida do seu público-alvo, chegando inclusive a auxiliar na sua profissionalização, tendo-se, por outro lado, no entanto, que a natureza dessa dinâmica está sujeita a limitações próprias das condicionalidades da esfera institucional.
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MARIA LIGIA ISIDIO ALVES
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A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS E A ECONOMIA SOLIDÁRIA: PERSPECTIVAS E RESSIGNIFICAÇÕES DA EDUCAÇÃO POPULAR
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Data: 30/05/2022
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Hora: 14:00
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A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é concebida como processo educativo para além de um mecanismo de reparação das trajetórias de escolarização não percorridas por jovens, adultos e idosos no tempo legalmente esperado. Logo, a EJA se situa no campo dos diversos tempos e territórios formativos sejam eles, escolares, sociais, econômicos, culturais ou políticos. A pesquisa que deu origem a esta tese construiu diálogos no campo das práticas de Educação de Jovens e Adultos e da Economia Solidária (ECOSOL) que acontecem no município de Lagoa de Dentro-PB. O estudo foi desenvolvido junto aos educandos (as) e professores (as) EJA da rede municipal de Lagoa de Dentro/PB; produtores/artesãos/comerciantes da Feira de Economia Solidária, Agricultura Familiar, Arte e Cultura de Lagoa de Dentro-PB, e lideranças comunitárias populares. Teve como objetivo principal, compreender a Educação de Jovens e Adultos no contexto local, a partir dos vínculos e motivações que ligam a dinâmica da formação escolar ao conjunto das organizações e práticas de Economia Solidária do território. Adotou como problematização a seguinte inquietação: Quais as implicações entre a Educação de Jovens e Adultos e o conjunto das organizações e iniciativas de Economia Solidária do território, mediante a dinâmica dos educandos? Este estudo se insere na abordagem teórica-metodológica da Educação Popular enquanto epistemologia crítica, ancorado nos princípios metodológicos da Pesquisa Participante, por meio de observações participantes e entrevistas semiestruturadas. Os vínculos entre EJA e Economia Solidária transitam da denúncia ao anúncio. Da EJA que temos emergem enunciados da EJA que queremos, mediante anúncios de indícios de como a EJA pode vir a ser, e, nesse movimento, aproximar a escola dos itinerários de trabalho, cotidianidades e necessidades dos/as educandos/as trabalhadores. A Educação Popular interconectada a perspectiva de Economia Solidária como multidimensional forjam espaços de resistência dos sujeitos da EJA frente a condição de opressão que por meio de seus fazeres se ressignificam demostrando expressões de criatividades e intercâmbios de saberes que anunciam a construção de práticas educativas que assumem a emancipação como possibilidade de formação política e cidadã para a (re)configuração da EJA na escola pública e usos do território. Esse movimento formativo elucida que os sujeitos da EJA em domínio dos conhecimentos provenientes da Educação Popular e da Economia Solidária constroem mecanismos de geração de trabalho e renda a partir das dinâmicas sócio-produtivas e dos processos econômicos desenvolvidos, os quais não se limitam as necessidades imediatas de sobrevivência, mas configura-se como dimensão educativa integral que preza por uma produção e reprodução ampliada da vida pautada na perspectiva solidária e inclusiva construída pela participação popular, solidariedade e emancipação como estratégia política de desenvolvimento alternativo e multidimensional. Assim, a presente tese contribui com a ressignificação da EJA como um processo de Educação Popular a partir do desenvolvimento de uma pedagogia que permita relacionar os saberes sistematizados e os saberes emergentes das territorialidades e vida cotidiana dos sujeitos e, assim, construir uma escola pública cidadã.
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ALINE CAMPOS
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EDUCAÇÃO-VAGA-LUME: REINVENTAR A EDUCAÇÃO POPULAR, RESISTIR À OPRIMISSÃO E IMAGINAR UMA EDUCAÇÃO ANTIPRISIONAL
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Data: 18/05/2022
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Hora: 16:00
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É possível fazer acontecer uma educação antiprisional na prisão? É a partir desse aparente paradoxo que me aventurei numa investigação científica ancorada na Pesquisa Participante e na Pesquisa Narrativa, mergulhando em narrativas de vida de quatro sobreviventes do sistema prisional e em minhas próprias experiências educativas em contextos prisionais. Juntos, os interlocutores desta pesquisa e eu, buscamos compreender as possibilidades e limites para promoção de uma educação na (e para além da) prisão que não reforce a existência do sistema prisional. Por meio da conversa como metodologia de pesquisa, a noção de oprimissão emergiu fazendo-nos compreender que os procedimentos próprios da prisão humilham e impõem à pessoa que está presa uma condição permanente de inferioridade, a qual implica no apagamento de sua humanidade. A partir da junção de três movimentos de luta reinventar da Educação Popular, resistir à oprimissão e imaginar uma educação antiprisional elaboramos a noção de educação-vaga-lume como estratégia para nutrir a humanidade das pessoas que tem suas vidas submetidas ao apagamento na prisão. Cinco horizontes para se promover a educação-vaga-lume são apresentados: (1) estabelecer relações comunitárias e amorosas, a partir da partilha, do cuidado e do estímulo a expressão, escuta e conversa; (2) enfatizar a existência como condição comum a todos os seres vivos do planeta, bem como a interdependência entre eles; (3) problematizar nossas múltiplas identidades, favorecendo o desenvolvimento de sensibilidades e pertencimentos, e reconhecendo a trajetória histórica de marginalização a que está submetida a maior parte da população carcerária; (4) tecer encontros e compartilhar experiências, a fim de fomentar a apropriação do tempo-espaço da vida, por meio da conexão entre passado, presente e futuro; e (5) estimular a (re)criação e invenção de si, para expandir as possibilidades de ser. Por fim, a alegria é proposta como uma medida de atenção possível para a (auto)avaliação permanente de educadores e educadoras em contextos prisionais, para que saibam se estão de fato combatendo o sistema prisional e nutrindo bioluminescências.
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EDSON LEANDRO DE ALMEIDA
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PREPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE MASCULINIDADE DE ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO DE PERNAMBUCO
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Data: 02/05/2022
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Hora: 14:00
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O objeto de estudo desta tese se define como as representações sociais de
masculinidade no interior das relações de gênero, entendidas as relações de gênero
como construção cultural de uma forma básica de relações de poder, e as
masculinidades como formas de identidade, múltipla, complexa e interseccionada. As
masculinidades têm sido objeto de pesquisas nos diversos campos da produção do
saber, especialmente aquelas orientadas pela teoria feminista. Porém, são poucos os estudos que correlacionam representações sociais e masculinidade, bem como os que enfocam as representações sociais de masculinidade de estudantes do Ensino Médio e na vertente estruturalista são inexistentes. O conceito de representação social (RS) é compreendido, a partir de Serge Moscovici e Denise Jodelet, como uma forma de conhecimento socialmente elaborado e partilhado, que orienta a comunicação e a ação, e concorre para a construção de uma realidade comum a um grupo social. Assim, o objetivo da tese é identificar as representações sociais que jovens estudantes do Ensino Médio do Estado de Pernambuco têm das masculinidades, localizando seus possíveis elementos centrais e periféricos, numa perspectiva interseccional. Os objetivos específicos compreendem: levantar as representações sociais de masculinidades de estudantes do Ensino Médio no estado de Pernambuco; delimitar os elementos centrais e periféricos das representações de masculinidades, segundo o modelo analítico de Jean-Claude Abric, e suas implicações; distinguir, a partir da interseccionalidade, possíveis representações sociais singulares de masculinidade; indicar os elementos componentes do núcleo central da representação social predominante de masculinidade de estudantes do Ensino Médio em Pernambuco. A pesquisa caracteriza-se por uma abordagem metodológica mista, qualitativa e quantitativa, de tipo aplicada. A produção do material empírico se deu a partir da Técnica de Associação Livre de Palavras (TALP), aplicada através de questionário em cascata online e de entrevista
estruturada online. Participaram da pesquisa 121 estudantes do Ensino Médio de oito cidades do interior de Pernambuco. Os resultados indicam que suas representações sociais de masculinidade são estruturadas em torno dos elementos homem, machismo e força. E, ainda, que as identidades marcadas pela diversidade sexual e diversidade religiosa possuem, muito provavelmente, uma representação de masculinidade diversa do grande grupo, especialmente na exclusão do elemento homem como central. A heterossexualidade, para o grupo pesquisado, não se apresentou como elemento saliente da masculinidade. A compreensão da estrutura da representação social de masculinidade é um importante recurso de implementação de políticas, projetos e programas voltados para a questão das masculinidades no interior das relações de gênero na escola. A tese sugere a necessidade de novas pesquisas para melhor verificação do núcleo central e sistema periférico das representações sociais de masculinidades em estudantes da educação básica, especialmente os grupos identificados com marcadores de diferença, como orientação sexual, espiritualidade e raça/etnia.
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FERNANDA DE PAULA GOMIDES
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NOVA REFORMA DO ENSINO MÉDIO (LEI Nº 13.415/17): DESVELANDO A PROPOSTA CURRICULAR DO ESTADO DA PARAÍBA
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Data: 29/04/2022
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Hora: 09:00
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Em meio a uma conjuntura de crise política, econômica e social no Brasil, em especial a partir de 2016, mudanças substanciais estão sendo implementadas na educação. Uma dessas mudanças que merece ser avaliada é a aprovação da Nova Reforma do Ensino Médio (NEM) no Brasil, resultante da aprovação da Lei nº 13.415/2017. Tal lei obriga todos os estados da União a desenvolver propostas curriculares estaduais alinhadas à BNCC. A partir disso, o objetivo geral dessa pesquisa é analisar a proposta curricular no estado paraibano, considerando o persistente e histórico dualismo educacional representado na lei e propostas curriculares. Em relação aos objetivos específicos, buscamos, para além de uma discussão histórica sobre tais políticas e da reforma atual: investigar sobre a crise no mundo trabalho, a partir de 1970, e seus impactos na educação, incluindo na América Latina atualmente; identificar as políticas educacionais historicamente formuladas no Brasil, em especial para Ensino Médio, a partir de 1930; examinar a formulação e instituição da reforma do Ensino Médio no Brasil; analisar a implementação da reforma do Ensino Médio no estado da Paraíba com base na Lei nº 13.415/2017 e nos documentos/propostas do Conselho Estadual de Educação na Paraíba (CEE/PB). Fundamentamo-nos no aporte teórico-metodológico do método científico do materialismo histórico dialético (em especial tratando de categorias como contradição e totalidade) e da pedagogia histórico-crítica, a partir compreensão das relações entre Estado e sociedade, capital e trabalho. Como fontes principais, é definida a própria Lei nº 13.415 de 2017 (que modificou a LDBEN/1996 e apropriou-se dos fundamentos da BNCC/EM de 2018), acompanhada dos documentos do CEE/PB, em especial as versões de proposta curricular do estado paraibano. Pontuamos aqui que analisamos as propostas curriculares dando ênfase à área de conhecimento em ciências humanas, bem como no itinerário formativo da mesma área, tendo em vista nossa formação acadêmica que possibilita maior fluidez de análise. Com base nesse trabalho, compreendemos que não só não superamos, como incentivamos com essa reforma de cunho curricular o histórico dualismo educacional presente no país no que se refere à diferença entre a educação pública (ajustada para a classe trabalhadora na produção de mão de obra) e a privada (modulada para o acesso ao conhecimento culto da elite). Indicamos a Lei 13.425/17 como um retrocesso no que tange o aligeiramento da formação dos estudantes com objetivo de atender ao mercado de trabalho e às avaliações internacionais e institucionais. A proposta paraibana, por sua vez, mesmo tendo como base a reforma imposta sem diálogo com a sociedade e com as influências globais/neoliberais, caminhou para um viés mais consonante com os ideais de uma educação popular, de crítica à influências de organismos e avaliações externas e com foco na formação de jovens mais conscientes socialmente. Há no documento paraibano um amplo esforço em constituir uma proposta democrática e inclusiva, mas ao estar alinhada com os pilares neoliberais já proferidos em documentos anteriores como a BNCC, por exemplo, fica-nos clara a limitação transformadora da proposta. No geral, os impactos dessa reforma tendem a ser fortes na educação pública, com aligeiramento da formação e na ênfase na formação profissional. Já a rede privada, por sua vez, deverá se especializar ainda mais em prover acesso ao ensino superior.
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ROSILENE SILVA DE MOURAES
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AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NO ENSINO SUPERIOR: SIGNIFICADOS E MODOS DE AÇÃO DE DOCENTES DO CURSO DE PEDAGOGIA
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Data: 29/04/2022
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Hora: 09:00
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A presente pesquisa está vinculada a linha de Processos de Ensino-Aprendizagem do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal da Paraíba (CE/PPGE/UFPB) e tem por objetivo geral investigar os significados e modos de ação que estruturam as práticas avaliativas de professores/as do curso de Pedagogia de um dos Campus da Universidade Federal da Paraíba. A avaliação da aprendizagem tem um papel importante no processo de ensinar e aprender e, ao situá-la no curso de Pedagogia, podemos problematizar como os cursos de licenciatura preparam os/as profissionais que atuam na educação, entendendo que as experiências formativas, incluindo as que dizem respeito à avaliação, contribuem para a sua formação pedagógica. A presente pesquisa opera com o estudo de caso qualitativo do tipo instrumental; baseando-se em um estudo exploratório, tomando como inspiração a abordagem epistemológica do Interacionismo Simbólico, em função de entendermos que a compreensão que o/a professor/a tem de avaliação não é fruto do pensamento isolado das relações que estabelece com o mundo, mas emergem justamente da interação com outros/as, sob a mediação de significados estruturados socialmente. Como técnicas de coleta de dados, escolhemos trabalhar com entrevista e questionário semiestruturado, diante do contexto de isolamento social, devido à pandemia COVID-19, os dados foram coletados por meio ou ambiente virtual conforme as orientações do Ofício Circular nº 2/2021/CONEP/SECNS/MS. O tipo de análise de dados escolhido para a pesquisa foi a Análise de Conteúdo, em Bardin (2016). Para contribuir com a qualificação das práticas avaliativas no referido curso, a base teórica da pesquisa foi construída de categorias conceituais que englobam a Avaliação da Aprendizagem, os estudos da Pedagogia Universitária e da Didática no Ensino Superior. Os resultados apresentados apontam que a avaliação da aprendizagem desenvolvida no curso de Pedagogia, lócus da pesquisa, é atravessada por significados, que, por sua vez são produzidos e/ou adquiridos pelos/as professores/as, especificamente, através da interação com outras pessoas em seus contextos de formação e atuação profissional. Além disso, a pesquisa concluiu que tais significados foram interpretados e transformados, isto é, os/as professores/as direcionaram seus modos de ação.
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GILDIVAN FRANCISCO DAS NEVES
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MOVIMENTOS SOCIAIS DO CAMPO, PRÁTICAS EDUCATIVAS E (RE)CONFIGURAÇÕES DO TERRITÓRIO: LEITURAS A PARTIR DA LUTA DO POVO DE ALAGAMAR
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Data: 28/04/2022
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Hora: 14:00
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A Luta do Povo de Alagamar foi um movimento social ocorrido na década de 1970, em Alagamar, situado entre os municípios paraibanos de Itabaiana e Salgado de São Félix e integra um cenário de lutas e resistências no campo e que tem contribuído para (re)configurá-lo. Deste modo, elencamos como objeto de estudo as (re)configurações do território de Alagamar, a partir das práticas educativas construídas pelos trabalhadores rurais na participação no movimento social neste ocorrido. Enquanto problemática: de que maneira, as práticas educativas construídas pelos trabalhadores rurais, através de suas participações na Luta do Povo de Alagamar, contribuíram para o desencadeamento de (re)configurações no território, a partir do movimento social? Frente a esta, elencamos como objetivo geral analisar como as práticas educativas construídas pelos trabalhadores rurais na Luta do Povo de Alagamar contribuíram para a (re)configuração do território no qual foi realizada, enfatizando as novas territorialidades construídas. Como objetivos específicos, destacamos: a) Contextualizar o território de Alagamar, tomando como referência o movimento social neste ocorrido; b) Discutir as diferentes propostas de solução para a situação de exclusão vivenciada em Alagamar, no contexto do movimento social, como ressonâncias de leituras distintas do território; c) Compreender como o movimento social e as práticas educativas a partir deste construídas contribuíram para a construção de novas leituras para o território de Alagamar; e, d) Levantar fontes para a história local, contribuindo para o trato com a memória do movimento social, no âmbito da educação do campo, no território em que foi realizado. Apresentamos como tese o seguinte argumento: mediante a participação na Luta do Povo de Alagamar, os trabalhadores rurais construíram práticas educativas que contribuíram para a construção de novas leituras e (re)configurações para o território no qual ocorreu. Partimos do campo da Educação Popular que nos possibilitou adentrar a história local do território em que o movimento social foi realizado, visualizando o território e as suas memórias, ao Sul. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, a partir da pesquisa documental, tendo como fontes jornais, cartilha, cartas pastorais escritas por D José Maria Pires, Informativo Arquidiocesano no 83 de 1980, fotografias, analisadas considerando o disposto por Bacellar (2008) e Le Goff (2012) sobre o trato com documentos. A partir dos referidos autores, construímos uma ficha que contribuiu com o processo de catalogação e análise e resultou na construção de um produto que denominamos de Catálogo de fontes: Luta do Povo de Alagamar. Percebemos que no contexto do movimento social, existiam leituras divergentes para o território, o que incidia nas resistências realizadas pelos trabalhadores rurais, na busca pela desapropriação e permanência na localidade e nas ações dos novos proprietários, com vistas a expulsar os moradores de Alagamar. Este remeteu a um espaço de construção de práticas educativas, a partir das quais foram geradas aprendizagens, que possibilitaram aos trabalhadores rurais construir uma luta que continua, frente ao entendimento de que as medidas adotadas pelo governo do estado e do governo federal não solucionavam o problema e, assim, interferindo na (re)configuração e usos do território. A presente tese, mediante a construção do catálogo, contribui para o trato com a história local, na educação do campo em Alagamar, ao passo em que apresenta fontes que permitem construir diálogos com o território, suas memórias e histórias.
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JOSÉ CLEUDO GOMES
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A EDUCAÇÃO COMO PRÁTICA DA CIDADANIA LGBT NO MOVIMENTO DO ESPÍRITO LILÁS MEL (1992-2020)
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Orientador : MARIA DE NAZARE TAVARES ZENAIDE
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Data: 25/04/2022
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Hora: 14:00
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A presente pesquisa investigou a prática educativa do Movimento do Espírito Lilás (MEL), fundado em 1992 com foco no enfrentamento ao preconceito e discriminação de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT) no Estado da Paraíba. O MEL ao longo de sua trajetória vem desenvolvendo uma dimensão comunitária de sua prática educativa que proporcionou articulações em rede, assim tornou-se um sujeito político singular na propositura de políticas públicas para LGBT em âmbito nacional, estadual e local. O objetivo geral do estudo foi analisar as ações educativas e sociopolíticas do MEL à luz da educação em e para os direitos humanos (1992-2020), e em que medida têm contribuído para a emancipação e a conquista da cidadania LGBT. Este objetivo principal suscita outros mais específicos relacionados a: identificar o percurso histórico e a memória institucional do MEL enquanto coletivo; identificar as ações, conteúdos e metodologias com foco no fazer educativo da instituição; investigar as contribuições do MEL como um espaço educativo e de luta do movimento social. A pesquisa foi desenvolvida a partir de uma abordagem dialética, dialogando com referenciais teóricos oriundos do movimento LGBT, da educação popular e da educação em direitos humanos. Trata-se de uma pesquisa qualitativa de caráter exploratório, envolvendo a pesquisa documental dos materiais educativos e ações sociopolíticas produzidas pela entidade, tais como o boletim informativo A Colmeia, além das entrevistas semiestruturadas realizadas com dez militantes que atuam ou atuaram no movimento social, cujas reminiscências de memórias contribuíram para identificar as ações realizadas pelo MEL. Os resultados das análises apontaram que o MEL tem uma prática educativa voltada para promover os direitos humanos e a cidadania LGBT. Ao longo do estudo, foram identificadas atividades lúdicas, culturais e sociopolíticas realizadas de maneira engajada nos processos formativos do grupo que ora formava para a cidadania LGBT, já que o MEL tem uma natureza dialética, em que não separar o cultural, o educativo e o político. Por fim, o MEL, enquanto agrupamento político esteve presente e atuante junto a sua militância, das lutas por emancipação ao reconhecimento da cidadania LGBT, transformando vidas, por meio de sua prática educativa e sociopolítica que visava a criticidade, a autonomia e a utopia de que outro país seria possível com direitos e políticas públicas para a população LGBT.
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JENIFFER CAMILA DA SILVA GUIMARÃES
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ENSINO DA ESCRITA EM TURMAS MULTISSERIADAS: UMA ANÁLISE DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO ENSINO FUNDAMENTAL ANOS INICIAIS DURANTE A PANDEMIA DO COVID - 19
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Data: 13/04/2022
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Hora: 09:30
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O ensino da escrita está presente no currículo escolar desde o surgimento das primeiras escolas brasileiras. Nesse sentido, a prática do ensino da escrita foi exercida por interesses políticos, sociais e culturais ao longo dos anos. Assim, na busca de estratégias que enriquecessem o processo de ensino da escrita, o sistema educacional brasileiro aderiu a vários métodos e modelos de ensino ao longo dos anos. Nesse contexto, dentre as diferentes formas de organização do ensino o modelo multisseriado tem permanecido como ferramenta de ensino para o mundo rural no decorrer da história da educação brasileira. Em nosso país, esse modelo de ensino se constitui como complexo, exigindo uma atuação docente diferenciada e comprometida com a realidade do mundo rural. Á vista dessas informações, a pesquisa em desenvolvimento tem por título Ensino da escrita em turmas multisseriadas: uma análise das atividades desenvolvidas no ensino fundamental anos inicias durante a pandemia do covid - 19. A pesquisa está situada no campo de estudos da linha de pesquisa Processos de Ensino e Aprendizagem, apresenta abordagem qualitativa e se caracteriza como pesquisa exploratória. Nesse sentido, realizamos a coleta de dados através de entrevista semiestruturada e análise documental através das atividades de escrita realizada por alunos matriculados no ensino fundamental anos iniciais em turma multisseriada. Para a análise de conteúdos utilizamos a abordagem de Bardin (2011). A pesquisa busca responder a seguinte problemática: Como se dá o processo de ensino da escrita em turmas multisseriadas, no ciclo que compreende os anos iniciais do ensino fundamental? Nesse contexto, destacamos como objetivo geral investigar como ocorreu o processo de ensino da escrita em turma multisseriada em tempos de pandemia. Para alcançá-lo, delimitamos os seguintes objetivos específicos: verificar como o professor busca considerar o processo de construção da aprendizagem da criança; identificar qual a concepção do professor sobre o processo de ensino da escrita; refletir sobre a prática do ensino da escrita na concepção interacionista; relatar a opinião e concepção do professor sobre sua vivência e prática de ensino no mundo rural em turma multisseriada. Nesse contexto, a pesquisa revelou que o processo de ensino da escrita está diretamente relacionado a concepção de ensino do professor responsável pela turma e as necessidades de aprendizagem dos alunos. Assim, a escolha do método de ensino não se constitui como uma receita que deve ser aplicada por todos os professores, mas como uma estratégia de ensino particular a cada contexto escolar.
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VALDENISE LIMA PIMENTEL NOGUEIRA
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CRIANÇAS QUILOMBOLAS EM UM CINECLUBE ESCOLAR: PARTICIPAÇÃO E PROTAGONISMO.
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Data: 31/03/2022
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Hora: 09:00
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Esta pesquisa se propôs a analisar as relações de crianças quilombolas com um Cineclube Escolar. Ancorada no nexo entre educação e cinema e situada no campo das Pedagogias Culturais. Estabeleci como objetivo geral analisar as relações das crianças quilombolas da Escola Municipal José Albino Pimentel com o Cineclube escolar. Para isso, apoiei-me em autores diversos, localizados a partir dos eixos temáticos, a saber: Crianças quilombolas, Anete Abramowicz (2012; 2020), Wanderson Nascimento (2018); Cineclube Escolar, Inês Teixeira (2014; 2020), Débora Brutuce (2003); Participação, Diaz Bordenave (1983), Maria Gohn (2019); Protagonismo, Adriana Friedmann (2017), Raquel Franzim (2017), entre outros. O desenho metodológico se estruturou em torno de estudos qualitativos, realizado por meio de pesquisa documental, exploratória. Os dados foram produzidos por meio de documentos primários, disponíveis no acervo da Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental José Albino Pimentel, Conde-PB, lócus da pesquisa. Para análise dos dados, utilizei a Análise de conteúdo, conforme apresentado por Laurence Bardin (2009). Alicerçada nesse referencial teórico e metodológico, foi possível reconhecer que essa experiência de acesso à cultura, em particular, o cinema na escola, chama atenção por apresentar uma dinâmica singular, ou seja, durante as sessões, as crianças dos quilombos, Gurugi e Ipiranga, Conde-PB, assistirem aos filmes, participaram conversando sobre as obras, brincaram e conheceram a sala de cinema comercial, dessa forma, protagonizaram, atuaram como atores/personagens em suas produções audiovisuais, planejaram e mediaram sessões cineclubistas , além de terem se revelado como crianças que cultivam laços afetivos, dançam e estudam na companhia prazerosa de seus pares.
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GIOCONDA MARIA MEDEIROS AZEVEDO
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O CONHECIMENTO BIOLÓGICO EM LIVROS DIDÁTICOS DE CIÊNCIAS DOS ANOS INICIAIS: UMA ANÁLISE DE PARÂMETROS E INDICADORES DE ALFABETIZAÇÃO CIENTÍFICA
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Data: 31/03/2022
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Hora: 08:00
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O ensino de ciências é responsável por promover a Alfabetização Científica (AC), sendo importante para os anos iniciais do Ensino Fundamental (EF), pois é o espaço de iniciação das crianças ao conhecimento científico, contribuindo para a formação e o desenvolvimento da cidadania dos estudantes. Conforme os documentos curriculares nacio O ensino de ciências é responsável por promover a Alfabetização Científica (AC), sendo importante para os anos iniciais do Ensino Fundamental (EF), pois é o espaço de iniciação das crianças ao conhecimento científico, contribuindo para a formação e o desenvolvimento da cidadania dos estudantes. Conforme os documentos curriculares nacionais (Parâmetros Curriculares Nacionais PCN e Base Nacional Comum Curricular BNCC), o conhecimento biológico faz parte da composição curricular da disciplina escolar Ciências para os anos iniciais do Ensino Fundamental conhecimento oriundo das várias áreas que compõem a ciência Biologia, devendo, portanto, configurar nos livros didáticos da disciplina nesse nível escolar. Esses livros, atendendo ao Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), devem seguir as orientações curriculares vigentes na área de Educação em Ciências e Ensino de Biologia, mas constata-se que o conhecimento biológico, nesse nível de ensino, ainda é pouco estudado. Este trabalho toma como questões de pesquisa: a forma como os livros didáticos de ciências dos anos iniciais (PNLD/2019-2022) organizam-se na estrutura e na sequenciação dos conteúdos e atividades relacionados ao conhecimento biológico possibilitam aos alunos condições para o desenvolvimento de parâmetros e indicadores de AC? Como o conhecimento biológico está presente nos conteúdos que o envolvem identificados nos livros didáticos de Ciências para os anos iniciais, aprovados pelo PNLD (2019-2022) e como se relacionam com o processo de AC? O conhecimento biológico relaciona-se a ações, como fazer observações, levantar hipóteses e tentar comprová-las. O objetivo geral desta pesquisa é analisar como o conhecimento biológico está presente em livros didáticos de ciências dos anos iniciais, por meio de uma análise de parâmetros e indicadores de AC no que se refere ao conhecimento biológico. Já os objetivos específicos são: caracterizar o conhecimento biológico constante no ensino de ciências nos anos iniciais presente nos livros didáticos do 1º ao 5º ano do EF e caracterizar possíveis contribuições do conhecimento biológico presente nos livros analisados, para o processo de Alfabetização Científica no contexto escolar. Assim, foi realizada uma pesquisa qualitativa para localizar indícios de textos, esquemas, problematizações/questões e imagens, no contexto do conhecimento biológico em livros didáticos de ciências anos iniciais (PNLD/2019-2022), para auxiliar o professor no desenvolvimento da AC e no conhecimento biológico de seus alunos. Foi escolhida, para a análise, uma coleção de livros de Ciências Naturais mais votada e adotada no Município de João Pessoa, Paraíba. A metodologia toma como base a Análise de Conteúdo de Bardin, do tipo temática, que consiste em uma das modalidades da análise de conteúdo, com a construção de categorias que nos remete à identificação de verbos e termos de ação dentro das unidades didáticas analisadas e relacionadas ao conhecimento biológico. A análise dos dados pautou-se na orientação teórica fornecida pelos três parâmetros de AC descritos por Shen (1975), considerando apenas a parte textual dos livros, e alguns dos indicadores de AC propostos por Sasseron e Carvalho (2008). A análise do material inicialmente identificou e caracterizou como o conhecimento biológico se faz presente nessas coleções e como definem esse conhecimento.
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ERCULES LAURENTINO DINIZ
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ALUNOS VIRTUAIS, PROFESSORES PRESENCIAIS: A NEGAÇÃO DE ELEMENTOS ESSENCIAIS DO ENSINO NO PROCESSO DE FORMAÇÃO INICIAL DOCENTE A DISTÂNCIA
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Data: 30/03/2022
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Hora: 14:00
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A formação de professores(as) a distância é um fenômeno repleto de contradições. A principal delas talvez resida na posterior atuação presencial desse sujeito. Optamos por manter certo distanciamento das discussões maniqueístas que envolvem o fenômeno, as quais têm como maior preocupação avaliar a modalidade EaD como positiva ou negativa. Nosso objetivo é compreender a concepção do professor formado na modalidade EaD sobre o seu trabalho no espaço escolar. A tese defendida é: a Educação a Distância, desenvolvida segundo uma lógica capitalista, nega o tempo necessário à socialização e à apropriação dos conteúdos, e as relações humanas durante o processo de socialização do conhecimento como elementos essenciais na formação docente para o trabalho presencial. Amparados no materialismo histórico-dialético, investigamos os limites e as possibilidades de uma formação inicial de professores(as) que, ocorrida em ambientes virtuais, visa capacitar para a atuação em salas de aulas presenciais. Trata-se de uma pesquisa qualitativa que tem nas entrevistas semiestruturadas o instrumento necessário à obtenção das informações junto aos sujeitos. Foram entrevistados(as) dez professores(as) que, egressos(as) da Licenciatura em Ciências Biológicas a Distância da Universidade Federal da Paraíba, se encontram, atualmente, em exercício da docência nas escolas da educação básica. Para responder aos problemas oriundos da prática social, temos como instrumento teórico a hermenêutica crítica, segundo a qual, de acordo com Gamboa (2006), o pesquisador deve obter respostas ao problema apresentado em pelo menos quatro níveis: técnico; metodológico; teórico; e epistemológico. As falas evidenciam, além dos benefícios conferidos pela formação, uma série de inquietações dos(as) professores(as) ao relembrarem os anos de graduação. Os(as) entrevistados(as) destacam o fato de cursarem diversas disciplinas sem contato com o professor; a construção de uma autonomia compulsória; a individualização do processo formativo. A partir de teóricos da Pedagogia Histórico-Crítica, em especial Saviani (2011) e Duarte (1992), buscamos ressaltar a importância da presença do outro no trabalho educativo e denunciamos que, ao negar o encontro entre humanos durante o processo formativo, a Educação a Distância estaria adequada às propostas educativas hegemônicas que visam a valorização do indivíduo em detrimento do coletivo. Conclui-se, portanto, que é de fundamental importância a continuidade da Licenciatura pesquisada como instrumento de formação distante dos grandes centros universitários, mas que esta deve, em vez de negar elementos do ensino presencial, incorporá-los, assegurando um processo formativo onde o tempo necessário à apropriação dos conteúdos e a presença do professor continuem sendo elementos imprescindíveis ao trabalho educativo.
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KLÉBER NEVES MARQUES JÚNIOR
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MASCULINIDADES BICHA: TRAJETÓRIAS ESCOLARES DAS BICHAS NO ENSINO MÉDIO.
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Data: 30/03/2022
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Hora: 09:00
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As formas de viver fora do marco masculino hegemônico, em sua relação direta com os pressupostos da heteronormatividade em suas ferramentas teóricas, simbólicas e práticas, podem reverberar, rearticular e deslocar trajetórias bicha na escola por meio da sua cultura. Dessa maneira, o objetivo geral desse estudo é o de compreender como nas trajetórias escolares de bichas estudantes do Ensino Médio são forjadas as experiências de masculinidades. Para um delineamento mais apurado do que pretendi, desdobrei o objetivo geral nos seguintes objetivos específicos: identificar como as bichas se constituem em meio à heteronormatividade das relações escolares do Ensino Médio; analisar que noções, saberes, atitudes e práticas constituem suas experiências subalternas na vivência escolar no Ensino Médio e; problematizar os sentidos que atribuem às suas trajetórias escolares no Ensino Médio. Situei a pesquisa nos espaços dos Estudos de Masculinidades em suas interfaces com os Estudos de Gênero e os Estudos Culturais. Nessas definições, a dissertação é formada por três eixos temáticos: masculinidades Raewyn Connell (1995; 2003; 2013; 2016), Elisabeth Badinter (1993); juventudes, gêneros e sexualidades Juarez Dayrell (2003), Joel Birman (2009), Guacira Lopes Louro (1997; 2000; 2001; 2002; 2020) e; cultura escolar e cultura da escola Dominique Julia (2001), Jean Claude Forquin (1993); dentre outros/as autores/as. A partir dessa proposta direcionei o estudo para uma pesquisa do tipo qualitativa por meio do estudo de caso, que foi realizada em uma escola da rede pública do município de João Pessoa/PB, com três estudantes que se auto-identificaram como bichas e estavam cursando o Ensino Médio. Utilizei como instrumento de produção de dados a entrevista semiestruturada e as informações produzidas foram sistematizadas por meio dos Núcleos de Significação. Compreendi que a produção social das bichas encontra uma cultura escolar já consolidada em sentidos e lógicas estruturadas na heteronormatividade fazendo com que os sentidos forjados para as masculinidades bicha na cultura da escola guardem a chancela dos códigos culturais de hegemonia sobre ser homem, tendo o Ensino Médio como um lugar fronteiriço para a consolidação de vetores culturais em gêneros e sexualidades na vida das bichas.
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ANA THAMIRIS BATISTA DE FARIAS
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O BRINCAR E AS RELAÇÕES DE GÊNERO E SEXUALIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL.
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Data: 29/03/2022
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Hora: 09:00
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O brincar tem significados que são costurados e alinhavados às construções históricas e culturais de gênero e sexualidade, sendo, portanto, uma pedagogia cultural que (re)produz e ensina modos de ser e de agir para os meninos e para as meninas na escola desde a Educação Infantil. Assim, o objetivo geral desta pesquisa foi compreender as concepções das crianças sobre gênero e sexualidade a partir do brincar no contexto da Educação Infantil. A partir desse entendimento, para uma melhor delimitação do estudo, desdobrei o objetivo geral nos seguintes objetivos específicos: identificar quais os significados culturais que as crianças apresentam no brincar e como as questões de gênero e sexualidade se fazem presentes; analisar como são construídas as relações de gênero e sexualidade na Educação Infantil frente ao brincar; analisar como as pedagogias culturais de gênero e sexualidade estão implicadas na construção das identidades das crianças a partir do brincar. Esta pesquisa está localizada no campo dos Estudos de Gênero e Sexualidade em interface com os Estudos Culturais da Educação. Organizei, então, o estudo em três eixos temáticos, ancorados em diversos(as) autores(as), a saber: Educação Infantil e Infância Àries (1986), Del Priore (2018), Kuhlmann (1998), Didonet (2001), Demartini (2009; 2020), Kramer (2006), Rinaldi (2020); Brincar e Cultura Kishimoto (2000; 2011), Brougère (2010; 2019) Wajskop (2012), Corsaro (2003; 2009; 2011), Giroux (1994;2001;2013); Steinberg; Kincheloe (2001), Gênero e Sexualidade - Scott (1995), Louro (1997; 2000; 2007; 2014; 2019), Weeks (1999), Felipe (2003; 2004; 2006), Meyer (2013), Finco (2003; 2007; 2010) entre outros(as). Os participantes da pesquisa foram crianças de uma turma da Educação Infantil, a qual foi submetida e aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa. Quanto à abordagem metodológica, trata-se de um estudo qualitativo, por meio da pesquisa participante. Foram utilizados como instrumentos para a geração de dados a observação participante e oficinas pedagógicas. Para a sistematização dos dados gerados, utilizei os Núcleos de Significação, proposto por Aguiar; Ozella (2006, 2013). Os resultados desta pesquisa constituíram três núcleos de significação, que indicam as concepções das crianças por meio do brincar acerca de gênero e sexualidade evidenciando que os brinquedos e brincadeiras desde a Educação Infantil se apresentam como pedagogias culturais, pelos dos múltiplos artefatos corroborando com a (re)produção práticas machistas e sexistas. No entanto, as crianças expuseram mecanismos para transgredir as regras socialmente normatizadas. Dessa forma, o estudo aponta a possibilidade de novos modos de ser e agir em relação às questões de gênero e sexualidade desde o contexto da Educação Infantil.
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JACSON DE JESUS DA SILVA
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Entre os becos das memórias e as vielas do silêncio: trajetórias de estudantes negros gays na Universidade Federal da Paraíba
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Data: 28/03/2022
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Hora: 14:00
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Ser homem e negro e gay e acadêmico apresenta marcas sociais distintas daquelas existentes em outros corpos negros, contudo, elas não são capazes de suprimir o racismo, pelo contrário, abrem brechas para articulações com outras formas de violência, dentre elas a homofobia. Com base nisso, esta pesquisa teve como objetivo: compreender as trajetórias de estudantes negros e gays da/na Universidade Federal da Paraíba-UFPB, articuladas aos seus atravessamentos de raça e sexualidades. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, situada
no campo dos Estudos Culturais da Educação cujo material empírico foi produzido por meio de entrevistas narrativas online com quatro estudantes negros e gays vinculados à UFPB, que foram analisadas na perspectiva da análise temática. A escrita é inspirada na escrevivência, conforme proposta por Conceição Evaristo. Os resultados das análises apontam para trajetórias que aproximam, sobretudo, pela contiguidades estabelecidas a
partir do sentimento de solidão e, por meio dela, das experiências de silenciamentos vivenciadas dentro e/ou fora da universidade. Em determinados momentos, o espaço da UFPB revelou-se como um ambiente hostil e pouco acolhedor, no qual as marcas do corpo antecipavam a construção das relações, dos afetos, das vivências e da permanência de determinados participantes. Por isso, faz-se necessário construir, no ambiente da
universidade, estratégias de enfrentamento a todas as formas de discriminação, valorizando este espaço como um espaço de convivência plural e de valorização das diferenças.
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LORRANA OLIVEIRA NUNES
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FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL NO MUNICÍPIO DE IMPERATRIZ MA (2018-2021)
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Data: 25/03/2022
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Hora: 14:00
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No Brasil, o financiamento da Educação Especial é permeado pelas contradições que emergem das disputas travadas pela sociedade de classes e por meio das quais acompanhamos o movimento dialético do Estado, que ora se posiciona em prol dos interesses particularistas da classe dominante, ora busca assegurar o controle social e a acumulação do capital por meio do atendimento das demandas da classe dominada. A partir dessa compreensão, elaboramos a questão que norteou a pesquisa: Como é executado o orçamento público no financiamento da Educação Especial na rede pública municipal de ensino de Imperatriz MA? Para responder ao questionamento, definimos este objetivo geral: analisar a destinação de recursos financeiros à Educação Especial da rede pública municipal de ensino de Imperatriz MA, no período de 2018 a 2021. Para isso, elencamos os seguintes objetivos específicos: a) compreender o papel do Estado no financiamento da educação básica no Brasil, como principal responsável pela garantia do direito à educação; b) refletir sobre a Política de Educação Especial e sua implementação no município de Imperatriz, no âmbito do financiamento da educação básica e das diretrizes nacionais, que determinam a inclusão escolar do seu público-alvo; c) investigar o financiamento da Educação Especial do município de Imperatriz, considerando a gestão da dotação orçamentária aprovada no PPA e o montante de recursos financeiros destinados a essa modalidade, no período de 2018 a 2021; e d) discutir sobre as estratégias adotadas pela Secretaria Municipal de Educação de Imperatriz, no âmbito dos limites e das possibilidades da política de financiamento educacional, para assegurar a inclusão escolar dos alunos público-alvo da Educação Especial. Elegemos o materialismo histórico-dialético de Marx (1985, 1996) como método crítico-dialético de análise e interpretação do fenômeno da pesquisa, e nas categorias analíticas/metodológicas (práxis, totalidade, mediação, contradição, historicidade, reprodução, hegemonia, trabalho, Estado, sociedade civil e burocracia) e empíricas/de conteúdo (financiamento, orçamento público, Educação Especial, inclusão/exclusão escolar e parcerias público-privadas), realizamos uma pesquisa documental e entrevistas semiestruturadas de forma online. Os documentos contábeis, orçamentários e fiscais que foram produzidos entre 2018 e 2021 e analisados na pesquisa foram encaminhados pelo setor de Contabilidade da SEMED (incluindo os dados do SICONFI/Tesouro Nacional) e buscados nos portais online da Prefeitura Municipal de Imperatriz e do SIOPE/FNDE. Os achados da pesquisa revelaram que, entre 2018 e 2021, o total de despesas pagas no Programa Educação Inclusiva superou a dotação orçamentária prevista para o custeio de suas ações. Exceto no ano de 2018, quando os valores de gasto-aluno-ano dos ensinos infantil e fundamental e da EJA foram superiores ao da Educação Especial, entre 2019 e 2021, os valores registrados nas etapas e na EJA foram inferiores aos apresentados pela Educação Especial. As parcerias público-privadas são uma estratégia do município para ofertar a educação. Constatam-se, ainda, dificuldades no acesso aos dados pesquisados; valores divergentes; falta de controle social no planejamento orçamentário e deficiências na publicidade dos atos da SEMED, que comprometem a investigação sobre o financiamento da Educação Especial e nos distanciam de uma práxis transformadora.
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MARIA ALDA TRANQUELINO DA SILVA
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PRÁTICA PEDAGÓGICA DISCURSIVA DE PROFESSORES INDÍGENAS DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS E O FORTALECIMENTO DA CULTURA POTIGUARA-PB
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Data: 25/03/2022
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Hora: 09:00
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Entende-se a Educação Escolar Indígena e nela a modalidade da EJA como sendo um paradigma educacional ainda recente no cenário brasileiro, permeado por avanços, limites e retrocessos. Nesse contexto, esta pesquisa é trazida com enfoque nos elementos discursivos identificados nas práticas pedagógicas dos professores indígenas que contribuem para o fortalecimento da cultura Potiguara, a qual está localizada no litoral norte da Paraíba. De modo específico, este trabalho propõe: 1) Analisar os dispositivos legais que tratam a EJA e a Educação Escolar Indígena, interseccionando-os com as duas modalidades em questão; 2) Compreender o conceito de prática pedagógica na EJA indígena, e que está presente nos referenciais teóricos que discutem a modalidade em tela, bem como são trabalhados os elementos da cultura indígena na direção do fortalecimento da mesma; 3) Discutir o conceito de culturas indígenas e de cultura indígena Potiguara, os quais são apresentados a partir dos discursos presentes nos dispositivos legais e da literatura existente sobre a Educação Escolar indígena na modalidade da EJA; 4) Sistematizar os elementos pedagógicos encontrados nas práticas pedagógicas discursivas dos professores que atuam na EJA, como meio de fortalecimento da cultura. Para tanto, esta pesquisa está ancorada em autores como: Barcellos (2014), Nascimento (2012), Munduruku (2009), Kayapó (2019), Silva (2017), Silva e Costa (2018), Silva (2020), Soares (2006) e Pimenta (2012), bem como na legislação vigente. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, cujas análise e geração de dados utilizam a vistoria de documentos, entrevistas semiestruturadas, que ocorreram no ano de 2021, com professores indígenas que atuam na EJA, nos municípios de Rio Tinto, Marcação e Baía da Traição, no estado da Paraíba. Com relação à análise dos dados, utiliza a Análise Crítica do Discurso preconizada por Fairclough (2016), um instrumento importante para analisar as práticas pedagógicas dos professores em questão, observando como contribuem para o fortalecimento da cultura indígena Potiguara na modalidade da EJA. Como conclusão dos achados dessa pesquisa, ressalta-se a tese de que a educação contextualizada, o protagonismo indígena, a participação, a criticidade e a corporificação da palavra pelo exemplo, a organização e o diálogo são elementos presentes nas ações pedagógicas discursivas, desenvolvidas por professores indígenas na modalidade da EJA, nas escolas das comunidades Potiguara, uma vez que contribuem para o fortalecimento da cultura; constituindo-se numa ação de resistência dessa população no litoral norte da Paraíba, frente aos desafios postos quanto ao enfrentamento de modelos de Educação que tentam homogeneizar, aculturar e integrar a população indígena e, de modo específico, o jovem e o adulto. Nesse percurso, aponta-se a necessidade de fomentar práticas pedagógicas contextualizadas com a cultura indígena, de modo a fortalecê-la na modalidade da EJA, bem como a urgência de novos estudos acadêmicos sobre a modalidade em tela, e de políticas educacionais que discutam, problematizem, reflitam e apontem caminhos para uma Educação Escolar Indígena, na modalidade da EJA, de valorização e respeito às culturas.
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JORDANIA LIMA BALBINO
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Carta de formação: relações interpessoais em uma creche pública a partir de uma compreensão simbólica eliasiana
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Data: 24/03/2022
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Hora: 14:30
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Pensando nas instituições de Educação Infantil entendo que as interações estabelecidas nelas são reflexo do contexto social e cultural que os indivíduos dessa figuração vivenciam. Tendo em vista a atual conjuntura social do país, na qual os conflitos interpessoais estão cada vez mais presentes, é necessário considerar o reflexo das relações interpessoais estabelecidas nesses espaços institucionais para o processo de aprendizagem dessas crianças. Como objetivo geral da pesquisa de dissertação, considera-se investigar como os professores compreendem a influência das relações interpessoais na construção do conhecimento simbólico da criança. Em relação aos objetivos específicos, pretendo: discutir como as relações interpessoais são entendidas nas redes de interdependência escolares, identificar como a dimensão processual da construção da identidade docente constitui a compreensão acerca das relações interpessoais, entender a perspectiva do professor quanto às relações de interdependência na figuração escolar e compreender a influência das relações interpessoais para a constituição da dimensão simbólica da criança. Apresentando uma síntese do desenho da metodologia da pesquisa, proponho uma pesquisa qualitativa baseada na concepção pós estruturalista e dos estudos culturais. Um estudo de caso de uma creche pública onde serão entrevistados cerca de dez professores, por meio de entrevistas semiestruturadas, e análise por meio da sociologia processual de Norbert Elias. A ideia é compreender como as relações interpessoais permeadas nas figurações possibilitam a construção do conhecimento das crianças e como estas figurações influenciam nessa construção do conhecimento, considerando que, ao falar de construção do conhecimento, estou pensando no desenvolvimento simbólico das crianças. Ou seja, a partir das leituras feitas, entendo que essa construção envolve a tríade colocada por Elias em Teoria Simbólica (1994): linguagem, pensamento, conhecimento.
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ELAINE REIS LAUREANO
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APERTEM OS CINTOS... A VIAGEM VAI COMEÇAR: Movimentos Investigativos com Representações sobre Surdos/as em Piadas do YouTube
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Data: 24/02/2022
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Hora: 14:00
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Diante das novas possibilidades decorrentes da cultura digital, as piadas podem reproduzir ou suscitar diferentes representações relacionadas à surdez e às pessoas surdas. Com base em Foucault (2011), neste trabalho, relaciona-se a vontade de verdade que diz respeito a temas fabricados em um momento particular da história, e que, sendo, transitória, manifesta-se de forma diluída nos significados, de modo a ser tomada como a própria verdade às representações em piadas, em particular, em Libras e em Português, que tematizam a surdez, as quais, camufladas pelo humor, ensinam sobre lugares e papéis a serem ocupados pelos/as surdos/as na sociedade. Destarte, baseando-se nas perspectivas dos Estudos Culturais e dos Estudos Surdos, buscou-se visibilizar as disputas culturais em torno da significação que atravessam essas piadas, tendo em vista responder à seguinte questão: de que modo as piadas em Libras e em Português, produzidas/consumidas no YouTube, operam como pedagogias culturais e representam pessoas surdas? Percebe-se que as piadas que tematizam a surdez em Libras e em Português veiculam representações que implicam vontades de verdade distintas. Levando-se em consideração essa problemática, teve-se, então, o seguinte objetivo geral: compreender de que modo as piadas em Libras e em Português, produzidas/consumidas no YouTube, operam como pedagogias culturais e representam pessoas surdas, o qual se desdobrou em quatro objetivos específicos, a saber: i. mapear as representações de surdos/as presentes em piadas postadas no YouTube, no período de 2015 a 2020; ii. identificar a(s) concepção(ões) de surdez e as vontades de verdade que embasa(m) essas piadas; iii. examinar o(s) modo(s) de ser e viver como pessoa surda representados nessas pedagogias culturais; e iv. analisar o consumo dos conteúdos abordados nas piadas, a partir dos comentários dos internautas. Após percorrer o caminho de uma pesquisa qualitativa, do tipo bibliográfica, ancorada na Análise Cultural, confirmou-se o argumento de tese, chegando-se à ideia de que as piadas em Libras e em Português, produzidas/consumidas no YouTube, operam como pedagogias culturais, apresentando lições embasadas em concepções de surdez que marcam as identidades, como a das pessoas surdas; logo, a partir de determinadas visões sociais e culturais, ensinam sobre modos de ser e viver como surdo/a, de acordo com a língua na qual são produzidas. Para tanto, as piadas produzidas em Português retomaram visões cristalizadas em relação aos papéis exercidos e aos lugares ocupados pelas pessoas surdas, representando-as como inferiorizadas em relação às pessoas ouvintes na hierarquia das relações de poder e reforçando a vontade de verdade de que o sujeito surdo é incapaz, por não ouvir, e que sua língua espaçovisual é inferior à língua oral auditiva que predomina em seu país, enquanto as piadas produzidas em Libras, por sua vez, filiadas a uma vontade de verdade antagônica, afirmaram as pessoas surdas, pelo viés da diferença, da identidade e da potencialidade, como um povo que possui língua e cultura próprias. Assim, a pesquisa mostrou que nas piadas produzidas em Português prevaleceram representações embasadas na visão clínica que categoriza a surdez como deficiência, enquanto nas piadas produzidas em Libras predominou a concepção de surdez como diferença cultural.
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MIRYAN APARECIDA NASCIMENTO DE SOUZA
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POLÍTICAS PÚBLICAS DE EDUCAÇÃO PARA MULHERES PRIVADAS DE LIBERDADE NO ESTADO DA PARAÍBA
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Data: 24/02/2022
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Hora: 10:00
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O presente estudo se propõe identificar e problematizar as políticas públicas de educação para mulheres privadas de liberdade, tentando fazer correlações com os aspectos ideológicos, políticos e econômicos com os quais as políticas de educação estão imbricadas. Optou-se pelos pressupostos teóricos do materialismo histórico, considerando que as políticas públicas estão permeadas por movimentos dialéticos, relações de causalidade, em uma dinâmica de disputas. O caminho teórico-metodológico toma como referências: Davis (2018); Freire (2015a, 2015b); Gramsci (1999, 2020); Ireland (2011); Julião (2020); Unesco (1997, 2020b); entre outros teóricos. O trabalho tem como objetivo geral averiguar a existência de políticas públicas de educação específicas para mulheres privadas de liberdade. A pesquisa procura identificar as políticas públicas que norteiam as instituições de ensino das penitenciárias e da cadeia feminina da Paraíba. A metodologia é estruturada a partir da pesquisa qualitativa documental e exploratória, com o intuito de ampliar a discussão da temática, tendo como instrumentos de coleta de dados entrevistas semiestruturadas. No que se refere à análise dos dados, tem como suporte procedimental a hermenêutica dialética. A união de ambos neste estudo favoreceu uma análise da universalidade. Os resultados dividiram-se em quatro etapas. A primeira averigua a existência de políticas públicas específicas de educação para as detentas, bem como articula como vem sendo planejada a agenda de educação e seus desafios na cadeia e nas penitenciárias femininas da Paraíba. A segunda baseou-se na identificação das políticas públicas de educação que estão em ação nas escolas investigadas e na construção de reflexões sobre as dinâmicas que estão sendo implementadas. Em seguida, deteve-se na averiguação da existência ou não de avaliação dessas políticas, além de analisar o impacto da pandemia de Covid-19 nas práticas pedagógicas. O terceiro momento das análises e dos resultados trouxe reflexões sobre a formação dos professores, o planejamento pedagógico e as dinâmicas do currículo. A quarta etapa relaciona a sistematização das implicações da relação entre escola, comunidade intramuros e sociedade nas instituições de ensino. Os resultados da pesquisa expõem que há assimetrias de gênero nas políticas públicas de educação ofertadas para as mulheres privadas de liberdade e que se faz oportuno empreender esforços na modificação dessa realidade, seja a universalização do direito à educação em seus diferentes níveis, independentemente das questões de raça, gênero e condição socioeconômica. É indispensável que essas assimetrias sejam corrigidas. Considera-se que a utopia de um projeto social próprio das classes populares é possível, e é emergente criar vias de fazer acontecer esse modelo de sociedade alternativa fundamentada nos interesses populares. A luta pela democratização do direito à educação das mulheres privadas de liberdade é um dos meios possíveis de enfrentamento.
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DOUGLAS PIERRE JUSTINO DA SILVA LOPES
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Apenados, Índios, Mulheres e Negros: A Demodiversidade e as Diferentes Formas de Democracia nos Curso de Licenciatura em Pedagogia e Pedagogia do Campo no campus I da Universidade
Federal da Paraíba.
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Data: 23/02/2022
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Hora: 14:00
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Esta pesquisa investiga a prática da Demodiversidade nos cursos de Licenciatura em Pedagogia e Pedagogia do Campo do Campus I da Universidade Federal da Paraíba. Tem como objetivo principal, identificar os diversos contextos, os espaços de conflito, continuidades e descontinuidades, que influenciam a produção do conhecimento para novas práticas democráticas nos cursos de Pedagogia e Educação do Campo do Campus I da Universidade Federal da Paraíba. A pesquisa delimitou como espaço para pesquisa, as produções acadêmicas produzidas nos dois cursos de licenciatura nos últimos dois anos, que abordaram as questões contra-hegemônicas, como gênero, etnicorracial, e das pessoas com privação de liberdade e que evidencia construções de democracias alternativas que façam contraponto e atuam nas linhas abissais, espaços em que o poder hegemônico busca dominar em todos os momentos, para a manutenção do poder do Capital. A pesquisa faz uma análise qualitativa, após triagem de diversas produções, de três trabalhos de conclusão de curso, tanto em Pedagogia, quanto em Pedagogia do Campo e um relato de
experiência do meu Estágio Docência I, realizado na disciplina Educação, Economia Popular Solidária e Práticas Associativas. A presente investigação utiliza como fundamentação teórica e metodológica o autor Boaventura de Souza Santos, as aproximações como o pós-colonialismo, dialogando com diversos autores que trabalham a temática das Políticas Educacionais e as relações contra-hegemônicas, preferencialmente com autores da própria UFPB e do Centro de Educação e constrói uma tradução, entre ausências e emergências para uma ecologia dos diversos saberes que influenciam as experiências analisadas. O contexto de Influência de nosso trabalho faz uma análise da atual conjunta política da Educação e das Políticas Educacionais, com o contexto histórico da produção de documentos e normativas em Educação, como o Plano Nacional e o Estadual de Educação e Direitos Humanos e a luta histórica para proteção dos direitos dos povos indígenas, negros e mulheres, que influenciaram diversas leis e políticas como como a Lei N º 10.639/08 e Lei N º 11.645/08 que modificou os currículos de cursos de licenciatura como os dois cursos objeto desta presente investigação. Esta análise dos dados e documentos, em diálogo com os diversos autores aqui trabalhados, evidencia o caráter contra-hegemônico dos cursos de Licenciatura em Pedagogia e Pedagogia do Campo, não buscando, transformar em utopia ou romantismo, nem afirmando que o poder hegemônico não atua nestes espaços, através da prática docente e discente, nem de achar que é fácil o caminho de imaginar novas possibilidades democráticas, mas sim, que é obrigação, com base nos projetos pedagógicos internos e normativas nacionais e internacionais, sempre aperfeiçoar as políticas em educação e dos currículos para uma Universidade que esteja situada no século XII, com suas contradições e demandas específicas e
sempre em mutação.
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FRANCIKELY DA CUNHA BANDEIRA
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AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE NO BRASIL E EDUCAÇÃO POPULAR: DAS PRÁTICAS VOLUNTÁRIAS NAS ORGANIZAÇÕES DE BASE AOS SERVIÇOS PERMANENTES NAS INSTITUIÇÕES PÚBLICAS
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Data: 22/02/2022
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Hora: 14:30
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Os atuais Agentes Comunitários de Saúde representam uma síntese de diversas experiências em saúde comunitária emergidas e fortalecidas no país especialmente nas décadas de 1970 e 1980, grande parte delas desenvolvida a partir de iniciativa comunitárias das/nas quais surgiram os primeiros Agentes de Saúde. Em um contexto ditatorial, pós-1964, parte da Igreja cumpriu importante papel na arregimentação e formação política dos Agentes das/nas comunidades de base, através das Comunidades Eclesiais de Base - CEBs. No Ceará, observaram-se experiências com os chamados Agentes de Saúde desde a década de 1970 e, como consequência, em 1989, o enfrentamento da seca levou à criação do Programa Agentes de Saúde PAS, no Estado. Paralelo a isto, foram desenvolvidas experiências de saúde comunitária em vários lugares do país a exemplo de Recife e São Paulo SP. Em 1991, o Ministério da Saúde, com resistências dentro do campo dos profissionais da saúde, reconheceu o potencial das experiências existentes e captou a relevância daquelas experiências e dos diferentes tipos de agentes e institucionalizou o Programa Nacional de Agentes Comunitários de Saúde PNACS em 1991. Diante desse panorama, o objetivo da pesquisa é compreender os processos de institucionalização do Programa Agentes Comunitários de Saúde, a partir de um percurso histórico desde as organizações voluntárias de base ao espaço do Estado, identificando as principais mudanças ocorridas nesses processos. Identificamos experiências em saúde comunitária (aqui entendidas como movimentos instituintes) além de (re)construir as experiências do Ceará, a fim de verificar como se deram os processos que forjaram os agentes e como se desdobraram (entendidos como momento da institucionalização) até o momento da criação e consolidação do Programa Nacional de Agentes Comunitários de Saúde em âmbito nacional (entendido como momento do instituído) observando alguns avanços e recuos da evolução histórica dos Agentes Comunitários de Saúde. Temos como pressupostos os conceitos de solidariedade, institucionalização e burocracia. Utilizamos como recurso metodológico a hermenêutica numa perspectiva filosófica tendo em vista a principal preocupação do estudo, a de alcançar compreensão a respeito das orientações que davam sentido aos percursos da categoria. O grande desafio foi compreender os percursos das experiências até sua chegada aos espaços públicos identificando ganhos e perdas à luz da Educação Popular entendida aqui enquanto instrumento de transformação social. A pesquisa mostrou que os ACS têm grande potencial de ação coletiva, e que isso precisa ser fortalecido do ponto de vista do protagonismo popular, como também reconhecido do ponto de vista institucional.
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RAFAEL FERREIRA DE SOUZA HONORATO
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A POLÍTICA DE CURRÍCULO DO PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CIDADÃ INTEGRAL PARA O ATENDIMENTO DE ADOLESCENTES E JOVENS EM CUMPRIMENTO DE MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS
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Data: 22/02/2022
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Hora: 14:00
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Esta tese tem como objeto a política curricular do programa Janela para o Futuro, instituída pelo Decreto nº 37.505, de 18 de julho de 2017. Objetívasse analisar a política curricular do Programa de Educação Cidadã Integral para Jovens em Cumprimento de Medidas Socioeducativas no Sistema Socioeducativo da Paraíba. Para tanto priorizei pressupostos teóricos-metodológicos pós-estruturais e pós-fundacionais, afastando-me de um modelo analítico de políticas de currículo centrado no controle do Estado, reconhecendo a complexidade do processo político, a partir do Ciclo Contínuo de Políticas (BOWE; BALL; GOLD, 1992; BALL, 1994, 2014) e da participação dos atores na produção da política através da Teoria da Atuação Política (BALL; MAGUIRE, BRAUN, 2016). Ainda com o intuito de romper com as estruturas e formas que buscam limitar a tradução da política, fiz uso da Teoria do Discurso de Laclau (2011; 2013), Laclau e Mouffe (2015), bem como das teorizações de
Mouffe (2005; 2011; 2015) para pensar a política e o político do currículo, em uma perspectiva discursiva, precária e contingente, ou seja, sem um modelo único e predefinido de organizarmos o currículo, mas, percebendo-o como resultado da articulação de uma rede discursiva hegemônica, todavia, contingente. Como fontes empíricas internacionais utilizei a Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948), Convenção sobre os Direitos da Criança (1989), Regras Mínimas para a Administração da Justiça dos Menores, também chamada Regras de Beijing (1985), Regras para a Proteção dos Jovens Privados de Liberdade, mais conhecidas como Regras de Havana (1990a) e os Princípios Orientadores da ONU para a prevenção da delinquência juvenil, denominadas Regras de Riad (1990b). Entre as normativas nacionais fiz uso da Constituição da República Federativa do Brasil (1988), Estatuto da Criança e do Adolescente (1990), Sistema de Atendimento Socioeducativo (2006; 2012), Diretrizes Nacionais para o atendimento escolar de adolescentes e jovens em cumprimento de medidas socioeducativas (2016). Chegando aos documentos estaduais que foram compostos pelo Programa de Educação Cidadã Integral para o Atendimento de Jovens em Cumprimento de Medidas Socioeducativas Janela para o Futuro (2017) e as Diretrizes das Escolas Cidadãs Integrais Socioeducativas - DECIS (2017) e as entrevistas realizadas com atores que atuaram na produção desta política. Assumir pensar o currículo como construção discursiva,
especificamente, a partir da ideia de hegemonia, que tem nas lógicas de equivalência e de
diferença seu dinamismo interpretativo, levou-me ao entendimento que o discurso sobre o
Programa de Educação Cidadã Integral para Jovens em Cumprimento de Medidas Socioeducativas está marcado pela tentativa de projeção de um currículo concebido para a realidade dos jovens que cumprem medidas socioeducativas em privação de liberdade. Todavia, enquanto discurso, sujeito às articulações hegemônicas escritas que dão à política curricular um dinamismo interpretativo, apresentam um nexo de influências e interdependências que resultam numa interconexão, multiplicidade, e hibridização fruto da combinação das lógicas globais e locais, ou seja, forçando a ideia de uma homogeneização curricular que vem sendo tencionado pela heterogeneidade das especificidades do contexto socioeducativo.
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SUÊNYA DO NASCIMENTO COSTA
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AULAS NOTURNAS E ENSINO PRISIONAL: iniciativas de uma educação popular na Parahyba do Norte (1870-1889)
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Data: 21/02/2022
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Hora: 14:30
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Esta tese tem por objetivo identificar as aulas noturnas enquanto segmento de uma educação popular que buscava a difusão da instrução para o povo na Província da Parahyba do Norte. O marco temporal inicia-se em 1870, devido à publicação da lei nº 400 de 19 de dezembro, que criou as aulas noturnas na província paraibana, e, como marco final, o ano de 1889, marcando o fim do império no Brasil, as mudanças de regime político e, consequentemente, da legislação educacional. Foi pensado esse espaço de tempo para o recorte temporal, porque as escolas noturnas criadas durante a referida década eram percebidas como uma alternativa para escolarização do trabalhador livre, pobre, do liberto e do ingênuo na província paraibana. A partir disso, outros objetivos, de modo mais específico, pretenderam identificar os diferentes conceitos atribuídos à categorias como povo, cidadão e educação popular nos processos de propagação da escolarização; Compreender como os discursos das autoridades procuraram legitimar a criação e organização das aulas noturnas atreladas a um discurso sobre trabalho e formação do cidadão útil e analisar como as aulas nas cadeias compuseram, juntamente com as aulas noturnas, um conceito de educação popular que serviu de alternativa pelas autoridades em controlar determinados grupos da população. O argumento de tese é o de que as aulas noturnas serviram como um segmento que proporcionaria uma educação considerada popular segundo os conceitos da época, atrelando instrução e trabalho para formar sujeitos considerados úteis para a sociedade. Os aportes teórico-metodológicos desenvolvem-se num diálogo entre o Contextualismo Linguístico defendido pelo historiador inglês Quentin Skinner (1999, 2005), para tanto o que os sujeitos tinham a intenção de dizer, bem como a maneira com que desejavam que suas ideias fossem tomadas; a História Conceitual preconizada pelo historiador alemão Reinhart Koselleck (1992, 2006), isso com o objetivo de compreender os conteúdos semânticos provenientes de conceitos políticos e históricos do período; e a História Social do Trabalho, pensando as relações de trabalho do contexto histórico Oitocentista, principalmente com as contribuições de Sidney Chalhoub (1986, 1990) e Marcelo Mac Cord (2012). As fontes analisadas abrangem jornais, relatórios, regulamentos, leis, decretos, dentre outros documentos que contribuem para a historiografia da educação ao nos debruçamos sobre o discurso educacional em seus contextos de produção, interpretando com base em vestígios presentes nas fontes analisadas sobre a escolarização de uma parcela específica da população. Assim, apontamos para o debate em torno da escolarização noturna, educação popular e trabalho, além do caráter político da linguagem, que passa a ser compreendida enquanto instrumento utilizado na tentativa de legitimar projetos e ideias, em meio aos debates e embates travados em torno de determinadas temáticas do final do século XIX.
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MANUELLE ARAUJO DA SILVA
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DA "SAGRADA FINALIDADE" AOS OMBROS ESMAGADOS DE UMA CLASSE: REPRESENTAÇÕES IMPRESSAS SOBRE A PROFISSÃO DOCENTE A PARTIR DA CAPITAL CEARENSE NOS ANOS 1940
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Data: 18/02/2022
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Hora: 14:00
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Esta investigação tem como objeto de estudo as representações sobre a profissão docente, em suas tensões e sinuosidades, a partir do contexto da capital cearense, Fortaleza, nos anos 1940, veiculadas principalmente em quatro tipologias documentais: 1) Impressos periódicos, sobretudo a coluna assinada pelo professor Coelho Sampaio, intitulada Ensino e Educação, seção do matutino diário Gazeta de Notícias, assim como outros jornais da capital cearense em momento coetâneo, a Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos (RBEP) e o Almanaque de Fortaleza; 2) Autobiográfica, que consiste na diminuta autobiografia do professor Coelho Sampaio; 3) Oficiais, no exame de reformas e legislações educacionais; 4) Literatura didática, mais especificamente cartilhas e livros de leitura que circularam à época. O recorte temporal da pesquisa pauta-se pelo período de circulação da coluna Ensino e Educação, veiculada entre os anos de 1944 e 1950, somando um montante de aproximadamente 87 textos jornalísticos. Trata-se de uma pesquisa documental, qualitativa, norteada pelos meandros da Nova História Cultural. Em relação aos aspectos metodológicos, destaca-se a premissa norteadora propalada por Jaques Revel e seu conceito de Jogos de Escala. A referida postura metodológica permite operacionalizar os múltiplos ângulos de análise abordados pela investigação, que vão de uma coluna jornalística da capital cearense à conjuntura brasileira, bem como empreende movimento inverso, do macro ao micro. Essa alternância de escalas possibilita investigar a tensão estabelecida entre dois tipos de conceitos direcionados à profissão docente nos anos 1940: uns, mais ligados às ideias de profissão, método, preparo formativo e reivindicações de classe, na contramão de outros mais atrelados à tônica de missão, abnegação, vocação e ao imaginário apostolar como um todo. Este estudo oportuniza a compreensão de que, no contexto espaço-temporal em análise, dentre as múltiplas formas de se representar a docência, os conceitos advindos do ideal missionário/religioso e os conceitos atrelados à profissão/método, apesar de sugerirem interpretações paradoxais, muitas vezes co-existiram em discursos pedagógicos. Ademais, conclui-se que a coluna Ensino e Educação se configurou como espaço destacado de fala e de mediação cultural, em face à acentuada circularidade do jornal Gazeta de Notícias, da abrangência de seu público-leitor que transcendia aqueles que exerciam a profissão docente, do extenso período de publicação do referido espaço colunar, da fundação/adesão à Associação Cearense de Estudos Pedagógicos (ACEP), que partiu da iniciativa de Coelho Sampaio em sua coluna e das réplicas dos pares de profissão aos seus posicionamentos educacionais impressos.
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SAWANA ARAUJO LOPES DE SOUZA
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Os Diálogos Interculturais e as Relações Étnico-Raciais na Formação Inicial de Professores: da obrigatoriedade a sua implementação nos cursos de licenciatura da UFPB
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Data: 16/02/2022
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Hora: 14:00
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O diálogo intercultural e as relações étnico-raciais na formação inicial de professores vêm sendo incorporado nas políticas educacionais. Diante dessa reflexão, a presente pesquisa apresenta como objetivo geral analisar a obrigatoriedade e a implementação dos diálogos interculturais e das relações étnico-raciais na formação inicial de professores e nos cursos de licenciatura da Universidade Federal da Paraíba UFPB. Os objetivos específicos são: identificar, nos Projetos Pedagógicos de Curso (PPCs), como está estabelecida a obrigatoriedade das relações étnico-raciais e do diálogo intercultural nas políticas educacionais; analisar como os coordenadores e os professores dos cursos de licenciatura da UFPB estão implementando as relações étnico-raciais e do diálogo intercultural na formação inicial de professores; avaliar sobre como os estudantes estão compreendendo os processos de inserção e de implementação das relações étnico-raciais e da interculturalidade dos cursos de licenciatura da UFPB. O estudo apresenta como questão norteadora: como a interculturalidade e as relações étnico-raciais estão sendo inseridas e implementadas nos cursos de licenciaturas da UFPB? Metodologicamente, trata-se de uma pesquisa quali-quantitativa, pesquisa documental e de uma pesquisa de campo realizada com coordenadores de curso, professores que lecionam os componentes curriculares que discorrem sobre as relações étnico-raciais e o diálogo intercultural e estudantes dos seguintes cursos: Letras (Português, Espanhol, Inglês, Francês), Letras Clássicas, Pedagogia com área de aprofundamento na Educação do Campo e Dança, localizados no campus I, e Pedagogia, no campus IV. O instrumento utilizado nessa investigação foram a entrevista semiestruturada, carta pedagógica e o questionário. Os dados foram analisados com base na análise de conteúdo de Bardin (2011) e no método estatístico da análise fatorial. Além disso, fundamentamo-nos na pedagogia de Paulo Freire. Os resultados obtidos foram: uma caracterização da legislação existente que orienta sobre a obrigatoriedade da temática das relações étnico-raciais e do diálogo intercultural na formação inicial de professores; a identificação de práticas pedagógica exitosas dos docentes, a exemplo das atividades pedagógicas, como o inventário, a confecção de bonecas de Abayomis e exposições de ações desenvolvidas no Hall da Reitoria da UFPB; uma avaliação baseada em três dimensões (motivações para trabalhar com a temática do diálogo intercultural e das relações étnico-raciais, os subsídios fornecidos pelos cursos investigados e a importância atribuída à temática) do processo de implementação do diálogo intercultural e das relações étnico-raciais sob a perspectiva dos estudantes das licenciaturas; e outros. Esses resultados contribuíram para perceber que as relações étnico-raciais e o diálogo intercultural precisam ser expandidos nos cursos de formação de professores por meio da incorporação de mais componentes curriculares, para que a implementação dessa temática possa colaborar para a formação dos futuros docentes. Além disso, quanto mais intensificarmos esse debate, maior será a probabilidade de termos uma educação antirracista e intercultural.
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ALEXANDRE DE OLIVEIRA FERREIRA
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FORMAÇÃO DOCENTE NO BRASIL: ELEMENTOS DA TENSÃO E DISPUTA NAS POLÍTICAS EDUCACIONAIS
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Data: 15/02/2022
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Hora: 14:00
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Este estudo versa sobre as políticas para a formação docente a partir das disputas e tensões em torno das concepções e anseios para formação docente, com intuito de apresentar apontamentos nas políticas educacionais. Configurando-se como categorias da pesquisa a política, que perpassa e traduz a cultura dominante ao determinar a essência da formação humana por meio da profissão docente; a formação docente como relevante no movimento de transformação social, que tem como premissa primeira uma formação que se encontra com o movimento social e se materializa ao se constituir novas formas para pensar, agir e transformar nosso mundo; à docência como um conceito não só abrangente, mas que se amplia para diferentes esferas na constituição da profissão. Assim, erguem-se como eixos temático-categóricos que estruturam a pesquisa a ser realizada, bem como os caminhos iniciais realizados que foram construídos, tendo em vista os motivos que explicam a problemática pesquisa. As fontes para a investigação são os documentos oficiais que estão destacados na pesquisa a partir de dois entendimentos, que são: fontes primárias e secundárias. As fontes primárias se constituem como a resolução nº 2 de 2015, que institui as Diretrizes Para Formação Inicial e Continuada dos Profissionais da Educação (BRASIL, 2015) e as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial e Continuada de Professores da Educação Básica e Base Nacional Comum para a Formação de Professores da Educação Básica (BNC-Formação e BNC-Formação Continuada) (BRASIL, 2019 e 2020) e as secundárias são todos os antecedentes históricos das políticas para formação. Os fundamentos teóricos-metodológicos que conduzem esta pesquisa foram escolhidos por compreender que o objeto de investigação se compreende dentro de um processo em que posiciona a profissão docente na luta de classes por ser algo central no materialismo histórico dialético. Por tudo isso, o materialismo histórico dialético oportuniza o desvelamento do objetivo de pesquisa que é em síntese compreender as disputas e tensionamentos nas políticas educacionais que determina visões de mundo, homem e educação cujo têm encontrado espaço nas reformulações políticas para a docência. Constituindo-se o estudo por meio da análise documental como fonte de pesquisa e fomento para refletir as justificativas das ações e pensamentos do projeto direcionado, pelas políticas educacionais no Brasil, à formação de professores.
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LARISSA CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE
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AS AÇÕES AFIRMATIVAS NA PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO: ACESSO, PERMANÊNCIA E PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO NAS UNIVERSIDADES FEDERAIS DO NORDESTE
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Data: 15/02/2022
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Hora: 09:00
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O estudo busca propiciar reflexões sobre as ações afirmativas na pós-graduação tendo como problema de tese: a partir da efetivação das políticas de ações afirmativas na pós-graduação em Educação no Nordeste brasileiro, como se processa o acesso, a permanência e a produção do conhecimento de sujeitos ingressos por políticas de cotas? Como objetivo geral, delimita-se investigar o processo de adoção de cotas na pós-graduação (stricto sensu) nas universidades federais do Nordeste a partir das resoluções das universidades. Essa investigação se desdobra nos seguintes objetivos específicos: analisar as condições de acesso e permanência dos alunos ingressos por cotas na pós-graduação em educação e reconhecer indicativos da produção do conhecimento (dissertações e teses) dos alunos ingressos por cotas na pós-graduação em educação da UFPB. As categorias teóricas dessa tese são: justiça com equidade e capital cultural, já as categorias empíricas são: expansão do acesso à educação superior, ações afirmativas e permanência. Para a construção metodológica, optou-se pela pesquisa qualitativa com a utilização do ciclo de políticas de Ball (2001) e para análises de dados, foi utilizado o fundamento em Yin (2016). No que diz respeito aos procedimentos utilizados, tem-se a revisão da literatura em teses entre os anos 2014 e 2020, a análise documental nas resoluções das universidades federais do Nordeste, como sujeitos da pesquisa têm-se os coordenadores da pós-graduação em educação e dois membros da comissão de cotas da UFPB. Para a coleta de dados foi usado o questionário semiestruturado e a entrevista com roteiro. Como resultados, tem-se que dentre as noves universidades federais do Nordeste, quatro não adotam as ações afirmativas nos processos seletivos de pós-graduação: UFMA, UFC, UFPE e UFRN. Nos questionários, observou-se que todos os coordenadores de pós-graduação em educação concordam com as ações afirmativas, como mecanismo de justiça equitativa. Nas entrevistas, nota-se a necessidade de sistematização de dados da UFPB no que concerne aos alunos cotistas. Na produção (dissertação e teses) discente dos alunos ingressos por cotas do PPGE-UFPB, observa-se que os temas das pesquisas dos alunos perpassam por assuntos das políticas afirmativas. Por fim, salientam-se as contribuições para as discussões de fomento e implementação de políticas afirmativas, visando a uma sociedade justa, equitativa e inclusiva.
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ISRAEL DIAS DA SILVA FILHO
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A (IN)VISIBILIDADE SOCIAL E MARGINALIZAÇÃO DAS ETNIAS CIGANAS FRENTE ÀS POLÍTICAS EDUCACIONAIS: O CASO DO POVO CALON DO MUNICÍPIO DE SOUSA (PARAÍBA)
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Data: 02/02/2022
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Hora: 09:00
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O tema dessa dissertação surgiu por inquietações pessoais, sociais e científicas ao buscar problematizar o fenômeno da etnia cigana nas políticas educacionais. Sendo o contato com os ciganos/ciganas do município de Sousa-PB, em 2010, a identidade temática e a ausência de estudos sobre a etnia cigana, em nosso Programa de Pós-Graduação (PPGE), elementos impulsionadores, para esta pesquisa. Teve como objetivo geral analisar os processos de (in)visibilidade e marginalização dos ciganos fixados no município de Sousa-PB frente às Políticas Educacionais garantidas na legislação. O percurso metodológico trilhou a partir de uma abordagem qualitativa com métodos de procedimento exploratório, descritivo e histórico, numa perspectiva fenomenológica de Rursserl e da análise do conteúdo, temática (BARDIN, 2009). A perspectiva teórica realizou uma tessitura contextualizada de reflexões e diálogos com os marcos legais das políticas educacionais (BRASIL, 1988; BRASIL, 1994; BRASIL, 2001) e com estudiosos do fenômeno da etnia cigana. Procuramos responder: Quais os processos de (in)visibilidade e marginalização dos ciganos fixados no município de Sousa-PB frente às Políticas Educacionais garantidas na legislação? Os resultados apontaram que as políticas ditas universalistas invisibilizam a etnia cigana, e que algumas políticas focalizadas para os chamados Povos Tradicionais possibilitam orientações para uma educação contextualizada, mas o distanciamento entre o currículo prescrito nas legislações e o ocorrido nas escolas provoca um hiato. A pesquisa de campo apresentou caminhos e descaminhos que apontaram possibilidades de inclusão ou exclusão para a Comunidade Cigana de Sousa/Paraíba.
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