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PATRICIO ADRIANO DA ROCHA
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Quiropterofauna cavernícola: composição, estrutura de comunidades, distribuição geográfica e aspectos ecológicos das populações
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Data: 25/10/2013
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Hora: 14:00
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O hábito de se abrigar, atrelado à disponibilidade de abrigos específicos, pode
influenciar a distribuição local e global dos quirópteros, bem como os mais variados aspectos de sua biologia e ecologia. Nesse sentido, o presente trabalho visa, em linhas gerais, caracterizar em maior (Brasil) e menor (Sergipe) escala, que fatores influenciariam a habitação de cavernas por uma ou mais espécies de morcegos da região neotropical, identificando o quão associadas às cavernas essas espécies estariam, e nesse sentido quais delas devem ser consideradas como atributo cabal na valoração dessas cavidades para fins de conservação. Para as abordagens em macroescala (Brasil) foram compilados os resultados de inventários já realizados em cavernas do Brasil disponíveis na literatura, somados aos esforços de campo realizados no estado de Sergipe (presente
trabalho) e Pará. Nas abordagens em microescala (Sergipe), foram inventariadas as 24 cavidades naturais registradas na Sociedade Brasileira de Espeleologia , onde foram analisados padrões de uso e preferências quanto à luminosidade e a temperatura do abrigo. O levantamento de 135 cavernas proporcionou o registro de 41 espécies pertencentes a 32 gêneros e seis famílias. A riqueza de espécies de morcegos variou de uma a 17 com média geral de 4,5 (± 3,27) espécies por caverna. Na análise por ecoregiões, 24 espécies utilizam cavernas na Mata Atlântica do Sudeste, 20 na Mata Atlântica/Caatinga do Nordeste, 31 no Cerrado e 21 na Amazônia. As diferenças na composição da quiropterofauna cavernícola em diferentes regiões do Brasil podem ser diretamente influenciadas por dois fatores principais: (i) espécies amplamente distribuídas e que utilizam cavernas, independentemente do bioma e (ii) espécies com distribuição e/ou uso restritos a algumas regiões ou que apresentam diferentes
frequências de ocorrência. Nas análises feitas em Sergipe, o índice de associação geral foi de Vt=3,5; o que denota uma associação geral significativamente positiva entre as espécies de morcegos cavernícolas. No tocante ao microclima, podem-se dividir as cavernas de Sergipe em "frias" (<28ºC) e "quentes" (entre 30 e 40ºC), sendo feitos nesse estado os três primeiros registros do fenômeno das "cavernas quentes" no Brasil que aqui são promovidas pelos mormopideos Pteronotus gymnonotus e P. personatus. O registro em tempo integral da temperatura nessas cavernas mostrou claramente a influência dessas espécies sobre a manutenção das altas temperaturas das cavernas e bem como as alterações microclimáticas provocadas pela saída, retorno e deslocamento
diário desses indivíduos entre as câmaras. A análise de aspectos das suas respectivas biologias reprodutivas, apontam para um refinado conjunto de interações interespecíficas harmônicas, as quais corroboram a hipótese de que ao menos essas duas espécies de mormopídeos seriam estritamente dependentes de cavernas para viabilizar o seu ciclo reprodutivo. Além disso, a estrutura populacional dessas espécies, com a formação de grandes concentrações em poucos pontos, atrelada à total falta de informações de como são genicamente estruturados, confere uma alta vulnerabilidade para essas espécies, que podem ter toda uma população dizimada com a simples
obstrução da entrada da caverna. Esses resultados estabelecem uma nova perspectiva para estudo e conservação das cavernas brasileiras, onde se sugere que cavernas que possuem qualquer espécie do gênero Pteronotus sejam por si só categorizadas como de "máxima relevância", tendo assim garantida a sua proteção integral.
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DIEGO JOSE SANTANA SILVA
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Sistemática e biogeografia das rãs paradoxais (Anura, Hylidae, Pseudae)
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Data: 07/10/2013
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Hora: 09:00
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O clado Pseudae compreende anuros aquáticos e semi-aquáticos restritos à América do Sul. Eles têm diversas adaptações morfológicas ao hábito aquático. Os girinos gigantes de Pseudis, que se metamorfoseiam em adultos relativamente pequenos, são uma contradição para o padrão geral
conhecido. A distribuição e as exigências de hábitat fazem dos Pseudae um grupo ideal para testar hipóteses biogeográficas na evolução e especiação da fauna semi-aquática da América do Sul. Essas hipóteses envolvem, por exemplo, avaliar se a características pedológicas, hidrológicas e sazonais
de cada bacia hidrográfica refletem diferentes históricos evolutivos, se o isolamento das bacias causou especiação alopátrica da fauna aquática. Gallardo discorrendo sobre as espécies de Pseudidae, propôs a hipótese uma bacia-uma espécie. Ele propõe que em cada bacia hidrográfica exista uma diferente espécie desse grupo. Através dessa linha de raciocínio, nesta tese, buscamos por caracteres morfológicos, acústicos e moleculares, estudar o clado Pseudae, buscando por resoluções para a sistemática, a filogenia e a filogeografia do grupo. No primeiro capítulo, dividido em dois artigos, descrevemos e avaliamos todos os cantos e girinos das espécies do clado. O primeiro artigo, focando o gênero Lysapsus, nossos resultados suportam o monofiletismo do gênero baseado nos caracteres larvários e acústicos. Discutimos a taxonomia das espécies e consideramos duvidosa a validade de L. bolivianus, o qual deve ser considerado um sinônimo júnior de L. limellum, ou constitui uma espécies críptica baseada nos dados atualmente disponíveis. No
segundo artigo, descrevemos as formas larvais e os cantos de anúncio das espécies de Pseudis. Encontramos suporte em diversas características que endossam o monofiletismo do grupo das espécies austrais (P. cardosoi e P. minuta). Não encontramos diferenças entre as populações (P. paradoxa), consideradas por alguns autores como espécies válidas, ou como subespécies. Assim, outras abordagens focadas em diferenças populacionais, baseadas em técnicas modernas de filogeografia e coalescência, poderiam auxiliar a compreender o real status taxonômico de espécies do grupo, além de simultaneamente testar processos históricos responsáveis pela diversificação atual. No capítulo dois, tivemos como objetivo reavaliar as relações filogenéticas do grupo. Para isso, utilizamos uma abordagem baseada em uma análise combinada de dados fenéticos (osteológicos, larvais e acústicos) e moleculares. Ranqueamos 112 caracteres osteológicos, quatro
larvais e dois acústicos, mais quatro loci do mtDNA, e um loci nuclear. Avaliamos por meio de uma análise bayesiana particionada a filogenia de Pseudae, e encontramos suporte para três linhagens monofiléticas. Além da sistemática e filogenia avaliada neste estudo, conforme mencionado no primeiro capítulo, o status taxonômico das populações de Pseudis de diferentes bacias não puderam ser avaliadas pelos meios tradicionais da taxonomia. A validade ou não das diferentes espécies e
subespécies relacionadas a estas bacias hidrográficas, precisam ser melhor avaliadas por métodos mais precisos, que foquem a diversidade críptica. Assim, decidimos utilizar uma inferência bayesiana de delimitação de espécies (BPP) para testar a hipótese de Gallardo. Elencamos a espécie
Pseudis bolbodactyla para testar essa hipótese. Pseudis bolbodactyla é uma rã semi-aquática, distribuída em planícies alagáveis na sub-bacia do rio Paranã (bacia do rio Tocantins), na sub-bacia do rio Paranaíba (bacia do rio Paraná), e na bacia do rio São Francisco. Quando avaliados as três
diferentes populações, os resultados da análise do BPP encontraram um alto suporte (pp=1.00) para a árvore guia. Assim, representando cada população uma espécie, confirmando a hipótese de uma espécie-uma bacia para P. bolbodactyla. Haja vista a corrida contra o relógio para se descrever e
conhecer a biodiversidade, descrevemos as duas novas espécie. À luz da nova política do uso de uma taxonomia integrativa consideramos que o presente trabalho supre as necessidades exigidas do cenário atual, validando essas espécies.
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JOSIAS HENRIQUE DE AMORIM XAVIER
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Teia trófica e fluxo de energia no Estuário do Rio Mamanguape, Paraíba, Brasil
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Data: 30/09/2013
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Hora: 14:00
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O estuário do Rio Mamanguape é o segundo maior do Estado da Paraíba, Brasil. Está inserido na Área de Proteção Ambiental (APA) Barra do Rio Mamanguape e abrange 14.640 hectares de manguezais preservados, remanescentes de Mata Atlântica, diferentes biótopos estuarinos e formações recifais areníticas. Este ambiente natural está associado a comunidades humanas, incluindo comunidades indígenas, que sobrevivem dos seus recursos. No intuito de acessar informações sobre a dinâmica das principais populações de espécies do sistema e descrever a teia trófica e o estágio de desenvolvimento do estuário do Rio Mamanguape, um modelo trófico de equilíbrio de massas foi construído, utilizando 24 compartimentos, utilizando o software Ecopath with Ecosim (EwE). Alguns dados de entrada (biomassas de fitoplâncton, macroalgas, zoobentos, macrocrustáceos e grupos de peixes) foram coletados na área de estudo e pela análise do conteúdo estomacal (peixes), enquanto outros parâmetros foram obtidos em estudos prévios. Os resultados do modelo trófico de Mamanguape mostraram que o fluxo da teia alimentar é dominada pelos detritos, já que a detritivoria predominou em relação à herbivoria (razão D/H de 2,25). As estatísticas de fluxo do sistema – produção primária total/ respiração total, índice de ciclagem de Finn, e ascendência – foram 1,41, 29,3%, e 31,0%, respectivamente, indicando que o estuário do Rio Mamanguape é um sistema de alta produtividade, próximo à maturidade, de acordo com a teoria de ecossistemas de Odum. Quando as zonas estuarina e recifal foram analisadas em modelos independentes, as principais diferenças estiveram relacionadas à presença do mangue na zona estuarina, porém as estatísticas de fluxo apontaram basicamente para o mesmo estágio de maturidade e produtividade. Os manguezais parecem desempenhar papel importante como fornecedor de detritos para ambas as zonas, assim como a barreira de recifes areníticos desempenha papel na retenção de detritos obtidos da descarga do rio. Cenários foram criados simulando o aumento de 50% no esforço da pesca e retirada do mangue (Ecosim). Em todos eles, ocorreram efeitos de cascata trófica nos compartimentos, redução na diversidade (índice de Kempton) e desestruturação da teia. A análise das simulações deve ser feita com cautela, já que modelos EwE são limitados às interações tróficas, e não levam em conta aspectos como a estrutura do habitat ou impactos associados (e.g., fragmentação, degradação, poluição). Para manter o status da APA Barra do Rio Mamanguape de área prioritária para conservação e pesquisa, bem como preservar as propriedades de produtividade, maturidade e resiliência da área de estudo, tornam-se urgentes deliberações sobre a regulamentação dos conflitos de uso dos recursos naturais na região.
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CECILE DE SOUZA GAMA
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DIVERSIDADE E ECOLOGIA DAS RAIAS DE ÁGUA DOCE (CHONDRICHTHYES: POTAMOTRYGONIDAE) DA RESERVA BIOLÓGICA DO PARAZINHO, AP
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Data: 13/09/2013
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Hora: 14:00
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As raias de água doce da família Potamotrygonidae são restritas à América do Sul, onde ocorrem nos principais sistemas fluviais. É o único grupo de Elasmobrânquios exclusivo do meio dulcícola, possuindo especializações morfológicas e fisiológicas para a vida neste tipo de ambiente. Em algumas regiões esses animais costumam marcar forte presença no modo de vida das populações ribeirinhas, devido ao elevado potencial de acidentes que representam. O presente trabalho foi desenvolvido na Reserva Biológica do Parazinho, uma ilha do Arquipélago do Bailique, Macapá (AP), localizada na região da foz do rio Amazonas. Teve como objetivo estudar a composição de espécies de raias de água doce, determinando o contingente populacional da taxocenose e conhecendo características biológicas e ecológicas das espécies quanto à sua alimentação, reprodução, movimentação e morfologia. Além disso, buscou-se descrever os padrões de ocupação espacial da ilha pelas espécies. As amostragens aconteceram em regime bimestral de março de 2011 a janeiro de 2013. Para a captura foram utilizados espinhéis, tarrafas, zagaias e tapagem em diferentes momentos da amostragem. No primeiro ano, as raias capturadas eram marcadas com microchips e soltas, após terem sido registradas algumas de suas medidas corporais. Nas coletas subsequentes, as raias recapturadas eram novamente medidas e soltas. No segundo ano, as raias capturadas eram sacrificadas e dissecadas para análise de suas gônadas e aparelhos digestivos. Durante as amostragens eram tomados dados ambientais acerca da qualidade de água. Foram efetuadas 223 capturas, correspondendo a 208 espécimes diferentes de raias durante 82 dias de amostragem. Foram identificadas oito espécies: Paratrygon aiereba, Potamotrygon motoro, P orbignyi, P. scobina, P. constellata, P. cf. dumerilii, Potamotrygon sp. e Potamotrygon sp 1. A análise discriminante entre a proporção da largura do disco e dados morfométricos das espécies mais representativas (Potamotrygon cf, dumerilii, P. motoro, P. orbignyi, P. scobina e P. sp1) revelou diferenças dimensionais entre as espécies, embora na maioria dos casos não alcançassem níveis significativos. O estudo populacional revelou que a distribuição das raias por sexo foi homogênea e não houve preferência de ocupação das espécies ao longo da ilha. A análise da relação peso comprimento mostrou que machos e fêmeas apresentam alguma diferença no tipo de crescimento, porém, essas diferenças foram pequenas e não significativas (ao nível de 95% de probabilidade) (α=0,05). A análise de 70 estômagos confirmou hábitos alimentares predadores, tendo como principais recursos invertebrados, predominantemente crustáceos, moluscos, insetos e anelídeos, revelando também alguma diferença no consumos dos itens ao longo do ano e entre as espécies. Observou-se que raias são peixes especialistas com baixa largura de nicho, revelando algum grau de sobreposição espacial e de dieta de acordo com a disponibilidade do recurso alimentar no ambiente. Se reproduziram durante todo o ano, com as espécies alternando seus períodos reprodutivos. Foi encontrado sobreposição de períodos entre as espécies que pode indicar a possibilidade de hibridização. Verificou-se ainda que os indivíduos são conservadores quanto à sua área de uso.
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JOAO PEDRO DE SOUZA ALVES
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Ecology and Life-history of Coimbra-Filhos Titi monkeys (Callicebus coimbrai) in the Brasilian Atlantic Forest
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Data: 09/08/2013
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Hora: 13:00
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(Ecologia e História de Vida do Guigó-de-Coimbra-Filho (Callicbeus coimbrai) na Floresta Atlântica do Nordeste). A perda e fragmentação dos hábitats são as principais ameaças as populações de primatas na região Neotropical, principalmente pelos efeitos gerados à disponibilidade de recursos alimentares e a redução da área. Neste estudo, duas áreas de Floresta Atlântica no nordeste Brasileiro, a Fazenda Trapsa (FT) um fragmento com 14 ha e o, Refúgio da
Vida Silvestre Mata do Junco (MJ) floresta contínua com 522 ha, foram estudadas. A composição florística e parâmetros fitossociológica foram analisados e, um grupo de Callicebus coimbrai foi monitorado em cada área (FT: Julho, 2009-Fevereiro, 2013; MJ: Julho, 2011-Dezembro, 2012). A vegetação no FT parece estar em um estágio inicial de regeneração, com uma grande diversidade de árvores e densidade de lianas, enquanto MJ tem árvores mais altas, maior área
basal, e menor densidade liana indicando um hábitat mais maduro. O monitoramento longitudinal no grupo FT indicou significativas modificações comportamentais e ecológicos relacionados com a variação inter-anual na distribuição de recursos. As comparações entre grupos identificou contrastes comportamentais, em particular no forrageio e a distribuição no tempo de descanso, o que indicou uma estratégia de minimização de tempo para o grupo FT. Contudo, no grupo MJ
foram mais ativos durante os dias mais longos, compensando o tempo extra com altas taxas de descanso e redução no forrageio. As dietas eram predominantemente frugívoras, com variação marcada nos itens alimentares explorados. Apesar de habitar um fragmento menor, o grupo FT ocupava uma área de vida maior (10,8 ha) que o grupo MJ (9,1 ha), mas percorreu distâncias
muito mais curtas a cada dia (964±120 m vs. 1073±300 m). Ambos os grupos tendem a seguir rotas relativamente circulares a cada dia, embora o grupo FT revisitou fontes de alimentação com mais frequência na estação seca, e MJ na estação chuvosa. Os traços da história de vida de cada grupo variou de acordo com as características de cada hábitat, com grandes diferenças no
intervalo entre o nascimento e os períodos de desmame. No geral, os dados indicam que C. coimbrai está bem adaptado aos efeitos da fragmentação de hábitat, pelo menos à curto e médio prazo, porém mais dados serão necessários para planejar estratégias de gestão de hábitat para a conservação a longo prazo da espécies.
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ANA CLAUDIA FIRMINO ALVES
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Diptera (Insecta) associados a carcaças de suínos em área de Caatinga
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Data: 31/07/2013
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Hora: 14:00
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Os Diptera são considerados os insetos mais importantes em estudos forenses, pois são os primeiros colonizadores de carcaças em decomposição. Diante disso, objetivou-se estudar a dipterofauna associada à carcaças de suínos em uma área de Caatinga do Nordeste do Brasil. As coletas foram realizadas durante as estações seca e chuvosa na RPPN Fazenda Almas, em São José dos Cordeiros, PB. Como modelo animal foram utilizadas carcaças de suínos, duas em cada estação. As carcaças foram expostas em gaiolas de metal e os dípteros coletados passivamente até o final da decomposição através de armadilhas Shannon modificada. Foram coletados 69.421 dípteros pertencentes a pelo menos 17 famílias. Dentre elas, Calliphoridae (47,4%), Fanniidae (24,1%), Muscidae (13,5%) e Sarcophagidae (7,5%), foram as mais abundantes. Dentre os Calliphoridae, 32.909 espécimes foram capturados, representados por oito espécies: Chloroprocta idioidea (66,9%); Chrysomya albiceps (14,7%); Cochliomyia macellaria (13,2%); Lucilia eximia (4,3%); Chrysomya megacephala, Chrysomya putoria, Cochliomyia hominivorax e Hemilucilia segmentaria (0,8%). Fanniidae apresentou 16.744 espécimes, 16.223 fêmeas (não analisadas) e 521 machos representados por Fannia yenhedi (62,9%), Fannia heydenii (20,3%) e Fannia pusio (16,7%). Dentre os Muscidae, foram coletados 9.351 indivíduos, representados por 13 espécies. As mais abundantes foram Ophyra aenescens (55,6%), Atherigona orientalis (28,4%), Musca domestica (7,9%) e Brontaea aff debilis (3,9%). Sarcophagidae com 5.199 espécimes coletados, 3.980 fêmeas (não analisadas) e 1.219 machos, apresentou a maior riqueza de espécies (S=23) As mais abundantes foram Tricharea (Sarcophagula) occidua (49,1%), Sarcodexia lambens (24,3%), Oxysarcodexia thornax (6,6%) e Ravinia belforti (5,7%). O padrão de associação dos dípteros foi distinto entre as estações. Durante a estação seca, o inchamento teve atratividade para C. macellaria, Microcerella halli e Tytanogripa larvicida. Ophyra aenescens e A. orientalis estiveram associadas a decomposição avançada. No estágio seco destacaram-se F. heydenii, F. yenhedi, O. thornax e C. idioidea. Durante a estação chuvosa, percebeu-se um grupo bem associado ao coliquativo, C. megacephala, C. albiceps, C. macellaria, M. domestica e O. aenescens, e outro a decomposição avançada, F. heydenii, F. yenhedi, B. aff debilis e R. belforti. A riqueza de espécies e a abundância da dipterofauna variaram de acordo com as estações climáticas. A maioria dos indivíduos foi coletada durante a estação chuvosa (85,2%), algumas espécies mostraram preferência ou foram coletadas somente em uma das estações, como S. lambens e R. belforti na estação chuvosa. As medidas de amplitude de nicho demonstraram a preferência de algumas espécies por determinados estágios de decomposição, assim como a generalidade de outras. As medidas de sobreposição de nicho apresentaram valores relativamente altos entre alguns pares de espécies e baixos entre outros podendo ser reflexo não somente de competição, mas também de coexistência das diferentes espécies com a partição do mesmo recurso. Estudos mais aprofundados devem ser feitos com as espécies mais prevalentes do presente trabalho, a fim de validar seu potencial para uso forense na região.
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DANIEL DAL BO
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Besouros (Coleoptera) associados à carcaças de Sus Scrofa Linnaeus em área de Restinga na Paraíba
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Data: 30/07/2013
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Hora: 08:30
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Os besouros associados a carcaças em decomposição, em ambiente de restinga, estão sendo estudados no presente estudo, visando contribuir com informações para a Entomologia Forense, no que diz respeito à estimativa do tempo de morte de um corpo e translocação de cadáver. Quatro carcaças de suínos foram utilizadas como isca para atração dos insetos, duas para cada estação climática em 2012. As carcaças foram mortas com um tiro na região craniana e colocadas em gaiolas para impedir a ação de animais carniceiros de grande porte. Para coleta dos besouros foram utilizadas armadilhas Shannon, pitfalls e coletas em bandeja. Foram coletados 3.763 besouros pertencentes a 19 famílias e 96 espécies. A família mais abundante foi Histeridae (N=1.406 espécimes), seguida por Staphylinidae (N=987) e Scarabaeidae (N=718). A família que apresentou maior riqueza foi Staphylinidae (S=23). As espécies com abundância maior que 1% do total amostrado foram: Euspilotus sp. 1 (N=930), Xerosaprinus diptychus (N=229), Euspilotus sp. 4 (N=155), Hypocaccus sp. (N=48) (Histeridae), Atheta sp. 1 (N=457), Homalotina sp. (N=269), Neohypnus sp. (N=81), Philonthus hepaticus (N=78) (Staphylinidae), Aidophus impressus (N=372), Dichotomius sp. gr. geminatus (N=215), Parataenius simulator (N=64), Ateuchus sp. (N=46) (Scarabaeidae), Dermestes maculatus (N=143) (Dermestidae), Necrobia rufipes (104) (Cleridae) e Omorgus suberosus (N=78) (Trogidae). Devido à diferença de abundância e riqueza foi observada influência da sazonalidade nos besouros, pois 80% destes foram coletados na estação chuvosa e a riqueza variou de 59 nesta estação para 26 na estiagem. A sucessão dos besouros variou de uma estação para outra, provavelmente devido à influência sazonal dos insetos. A maior abundância dos besouros foi observada no período noturno (54%), sendo as famílias que apresentaram abundância acima de 70% no período noturno foram Trogidae (78%), Tenebrionidae (74%) e Scarabaeidae (72%), e nenhuma apresentou tal valor para o período diurno. As espécies indicadas como potencial forense para a restinga foram Dermestes maculatus e Necrobia rufipes por se reproduzirem nas carcaças, e também Hypocaccus sp. e Bledius sp. por apresentarem registro estrito a ambientes semelhantes ao aqui estudado, sugerindo-se que essas espécies sirvam como indicadores de área.
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Renata Drummond Marinho Cruz
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Abelhas visitantes florais de Richardia grandiflora (Rubiaceae) ao longo de um gradiente urbano-rural
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Data: 29/07/2013
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Hora: 14:00
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A crescente urbanização tem sido um dos principais fatores causadores da perda e fragmentação de habitats, que afetam as comunidades de polinizadores e modificam as relações planta-polinizador. Embora tenha crescido o número de estudos focando na influência da paisagem sobre os polinizadores, no Brasil esse conhecimento ainda é incipiente. Neste estudo, as abelhas visitantes florais e o sucesso reprodutivo de Richardia grandiflora (Cham. & Schltdl.) Steud foram analisados ao longo de um gradiente urbano-rural, associando a possíveis alterações nas relações planta-polinizador. O estudo foi desenvolvido em seis áreas localizadas no estado da Paraíba, divididas em três diferentes categorias: urbanas, periurbanas e rurais. Para cada área foram estimados os percentuais de cobertura vegetal (arbórea e herbáceo-arbustiva), superfícies impermeáveis, solo livre e água, em duas escalas espaciais. As abelhas visitantes florais foram observadas mensalmente, de fevereiro de 2012 a janeiro de 2013, sendo registrada a composição de espécies, riqueza, frequência de ocorrência e número de visitas. Por fim, o sucesso reprodutivo foi estimado a partir de experimentos de polinização (livre e cruzada manual complementar) para obtenção da Eficácia Reprodutiva (ER) de R. grandiflora em cada área. Nos agrupamentos a partir da caracterização da paisagem e composição de espécies, as áreas urbanas se diferenciaram das demais, mas as áreas periurbanas e rurais não foram diferenciadas entre si. A pouca alteração na riqueza das abelhas eussociais e no número de visitas por meliponíneos, ao longo do gradiente urbano-rural, indicaram uma boa tolerância à urbanização. As abelhas não eussociais demonstraram ser mais sensíveis a esse processo, pois apresentaram uma maior riqueza e frequência nas áreas periurbanas e rurais. Além disso, a correlação positiva entre o número de visitas de abelhas não eussociais e a vegetação herbáceo-arbustiva, na escala espacial menor, sugere uma maior influência da paisagem local nessas espécies. A espécie introduzida Apis mellifera apresentou uma maior frequência nas áreas urbanas, que pode estar relacionada à menor disponibilidade de recursos, bem como à sua flexibilidade ecológica e poder competitivo. Finalmente, as áreas rurais apresentaram as maiores taxas de Eficácia Reprodutiva, enquanto as áreas urbanas, valores mais baixos. Nas áreas mais urbanizadas, possivelmente, A. mellifera não foi um polinizador tão eficiente quanto as espécies nativas, o que pode ser consequência da fragmentação das populações de Richardia grandiflora.
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PAMELLA ALBINATI OLIVEIRA
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História Natural de Bothrops leucurus Wagler, 1824 (Serpentes, Viperidae) da Mata Atlântica da Paraíba, Brasil
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Data: 29/07/2013
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Hora: 09:00
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A família Viperidae é composta de serpentes cuja dentição é
denominada solenóglifa, altamente especializada para inoculação de peçonha.
No Brasil existem 32 representantes dessa família, incluindo o gênero
Bothrops, que é o que melhor a representa, o qual está subdividido em grupos
que compartilham semelhanças ecológicas e morfológicas: B. alternatus, B.
atrox, B. neuwiedi, B. jararaca, B. jararacussu e B. taeniatus. São serpentes
vivíparas com período de acasalamento entre os meses de março e julho e,
após a fertilização, que ocorre na primavera, ocorre o parto, entre janeiro e
maio. Bothrops leucurus pertence ao grupo B. atrox e apresenta aspectos
ecológicos semelhantes às serpentes com que compartilham um maior grau de
parentesco (i.e. B. atrox e B. moojeni). Bothrops leucurus é uma serpente
primariamente noturna, distribuída principalmente na Mata Atlântica nordestina.
Os jovens são mais encontrados próximo a margens de rios e adultos sobre a
serrapilheira, principalmente devido a disponibilidade de alimento nesses
locais. O período de acasalamento ocorre no mês de março, possuindo,
portanto, reprodução sazonal, com retenção de espermatozoides em uma
torção localizada no útero posterior da fêmea, até que os óvulos estejam
devidamente preparados para que ocorra a fertilização em meados de outubro,
levando à parturição e ao período de recrutamento nos meses de fevereiro e
março. Possui dieta generalista e ontogenia na dieta, sendo que jovens se
alimentam preferencialmente de presas ectotérmicas e adultos de presas
endotérmicas. O estudo de serpentes de interesse médico pode contribuir para
a mitigação de acidentes ofídicos. Além disso, de uma perspectiva ecológica,
compreender a ecologia de uma espécie contribui para a conservação da
mesma e do ambiente que ela habita. Com isso, o presente trabalho visa
contribuir com informações sobre a dieta, uso de micro-habitat e biologia
reprodutiva de Bothrops leucurus provenientes principalmente do estado da
Paraíba
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HANNAH LARISSA DE FIGUEIREDO LOUREIRO NUNES
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Estratificação Vertical da comunidade de morcegos (Mammalia, Chiroptera) em uma área de Mata Atlântica no Nordeste do Brasil
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Data: 17/07/2013
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Hora: 09:00
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A quiropterofauna Neotropical se destaca por apresentar uma alta diversidade trófica e morfológica, podendo abranger em torno de 50% da mastofauna associada às florestas. Entre os fatores que, possivelmente, permitem a existência de uma fauna tão complexa, destacam-se: a diversidade de estratégias alimentares, os padrões no horário de atividade, a variação sazonal na composição das comunidades de morcegos e a estratificação vertical. O presente estudo teve como objetivos analisar a estrutura vertical e a composição da comunidade de morcegos em uma área de Mata Atlântica. O estudo foi desenvolvido entre os meses de abril de 2012 e março de 2013, na Reserva Biológica Guaribas (Sema 3), município de Rio Tinto, Paraíba. Foram realizadas três noites de coletas mensais, com redes fixas dispostas no sub-bosque e dossel florestal (em torno de 15m de altura), abertas por 12 horas a cada noite. Adicionalmente, foram realizadas buscas por abrigos e, durante os últimos cinco meses de amostragem, foram utilizadas três redes de sub-bosque móveis, abertas por seis horas a cada noite. O esforço total foi de 92.092 h.m2. A partir de todas as metodologias utilizadas, foram capturados 1.760 indivíduos, pertencentes a quatro famílias e 23 espécies, dentre as quais destaca-se o primeiro registro de Molossops temminckii para o estado da Paraíba. A estimativa média da riqueza de espécies (Chao 1, Jack 1, Jack 2 e Bootstrap) foi de 25.3±1.3 espécies. Foi observada a existência de estratificação vertical, através da análise multivariada (Permanova), sendo oito espécies (Artibeus lituratus, Artibeus planirostris, Cynomops planirostris, Glossophaga soricina, Molossops temminckii, Phyllostomus discolor, Platyrrhinus lineatus e Sturnira lilium) significativamente mais abundantes no dossel do que no sub-bosque. Nenhuma espécie mostrou preferência significativa pelo sub-bosque. Além da diferença na composição de espécies, a abundância e a riqueza foram maiores no dossel. Uma análise de variância não demonstrou diferença significativa entre os horários de captura das espécies, exceto para Dermanura cinerea. Foram também encontradas correlações significativas e positivas entre a riqueza total de espécies e a abundância de Artibeus planirostris com a precipitação média mensal dos últimos cinco anos para a cidade de Rio Tinto.
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RENATO RICHARD HILARIO
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Determinantes ambientais da densidade de Callicebus coimbrai em fragmentos florestais no Nordeste Brasileiro
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Data: 12/07/2013
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Hora: 14:00
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A Terra não é homogênea, sendo que os ambientes podem variar bastante de local para local. Diferenças ambientais podem ocorrer em devido a fatores como clima, relevo, estrutura e composição do solo, histórico de atividades humanas, etc. Compreender como estes fatores interagem com a biodiversidade é um dos objetivos principais da ecologia. A presente tese aborda como as variáveis abióticas (clima e relevo) influenciam a estrutura, a heterogeneidade das matas e a abundância de alguns grupos de plantas (bromélias, bambus, cipós e palmeiras). Além disso, foi avaliado como a estrutura das matas se relaciona com a abundância desses grupos vegetais. O objetivo principal do trabalho, entretanto, foi avaliar como as variáveis ambientais (bióticas e abióticas) influenciam a densidade de guigós (Callicebus coimbrai) ao longo de toda a distribuição geográfica da espécie, que corresponde à Mata Atlântica entre os rios São Francisco e Paraguaçu, nos estados de Sergipe e Bahia. A partir disso, o presente trabalho gera um embasamento para um plano para a conservação de C. coimbrai, que atualmente está ameaçada de extinção. Durante o trabalho, 22 fragmentos florestais foram amostrados, 19 dos quais abrigam populações de guigós. Em cada fragmento foram estabelecidos diversos pontos amostrais dispostos em transectos de cinco pontos (a cada 50 m de distância) espalhados pelo fragmento. Nos pontos amostrais, mediu-se a altura das árvores, a altura do dossel, a abertura do dossel, a distância das árvores ao ponto central, a área basal das árvores, a visibilidade no sub-bosque, abundância de cipós, bromélias, bambus e palmeiras, e a inclinação máxima do relevo. Para cada fragmento, também considerou-se a temperatura máxima, a precipitação anual total e a sazonalidade na precipitação, obtidas através do WorldClim. A altitude média e o tamanho dos fragmentos também foram calculados. Para amostrar a densidade de guigós, uma gravação da vocalização de Callicebus personatus foi tocada em pontos amostrais espaçados 200 metros entre si. A partir disso, gerou-se um índice de densidade que reflete o número de respostas ao playback em cada ponto amostral em cada área. A amostragem da densidade foi replicada em cada fragmento em três dias diferentes no período da manhã, entre 15-30 minutos após o nascer do sol e as 10:00 h. A densidade do sagui, Callithrix jacchus, e a presença/ausência de macacos-prego (Cebus xanthosternos) também foram avaliadas em cada fragmento. A precipitação influenciou a estrutura das matas, determinando matas mais altas, com dossel mais fechado, sub-bosque mais aberto e árvores mais finas e próximas umas das outras, mostrando que a disponibilidade de água é um fator importante moldando estas caracterísitcas. Além disso, áreas mais planas apresentaram menor heterogeneidade e árvores mais finas e próximas umas das outras. Isso pode ser explicado pelo fato de que o próprio relevo é mais heterogêneo nas áreas com maior inclinação, e que as áreas mais planas devem ter sofrido maior degradação antrópica no passado. Os cipós ocorreram em maior abundância em áreas de menor precipitação o que está relacionado a uma vantagem competitiva que estas formas de vida têm em ambientes de maior restrição de água. As bromélias também foram mais abundantes em ambientes de menor precipitação, mas como não possuem raízes profundas como os cipós, necessitam também que haja uma menor sazonalidade na precipitação para atingirem maiores abundâncias. As palmeiras ocorreram em maior quantidade em áreas de mata madura, o que deve estar associado com a presença de espécies que demandam habitat mais preservado. Além disso, palmeiras atingiram maiores densidades em áreas quentes e com relevo acidentado, o que seria explicado por afinidades com altas temperaturas, por uma maior incidência de luz em encostas íngremes e a uma maior quantidade de vales úmidos. Nenhuma variável, biótica ou abiótica, se relacionou com a abundância de bambus. A relação da estrutura e da composição das matas com as variáveis climáticas aponta para um cenário em que as essas irão adquirir características de matas degradadas com o aumento da temperatura e a diminuição da precipitação prevista para ocorrer na região. O presente estudo detectou que as áreas de maior densidade de guigós se concentram no sul de Sergipe. Matas mais altas, com árvores mais próximas e sub-bosque mais denso favoreceram maiores densidades de guigós. Essas características representam matas mais maduras e condizem com maior disponibilidade de alimento para o guigó. Dessa forma, o presente estudo concorda com estudos anteriores que mostraram que os guigós preferem matas mais bem preservadas. Considerando a ausência de relação da densidade de guigós com a densidade de saguis e a presença de macacos-prego, podemos concluir que a competição entre estes primatas não é muito relevante para o guigó. A partir dos resultados do presente estudo podemos indicar que as melhores estratégias para conservar C. coimbrai são: (1) proteger o maior fragmento com a ocorrência da espécie (Serra de São Francisco) e (2) conectar fragmentos na região sul de Sergipe de forma a formar metapopulações de maior tamanho. Durante a amostragem, a presença de C. coimbrai não pôde ser confirmada em quatro áreas onde a espécie havia sido anteriormente registrada. Calculou-se que a probabilidade de ocorrência do guigó nessas áreas variou entre 0,000177 e 0,0604. Sendo assim, parece seguro afirmar que o guigó se extinguiu nessas localidades. Essas áreas apresentaram sub-bosque menos denso que as áreas onde o guigó esteve presente, o que levaria C. coimbrai a ocorrer em menor densidade. Isso, juntamente com o pequeno porte dos fragmentos e a degradação ambiental seriam as causas da extinção. Somente na Lontra, uma das matas onde o guigó não foi detectado, a explicação para a extinção se torna mais difícil, já que trata-se de uma mata grande e pouco impactada. O presente trabalho também levanta a suspeita de extinção em outras duas matas onde a busca pelo guigó não foi feita de forma sistemática, mas onde não houve respostas ao playback e os moradores locais apontaram a ausência do guigó nas matas. Além destas, outros três fragmentos onde o C. coimbrai havia sido previamente registrado foram completamente suprimidos. Somando-se essas matas, até um quinto da área de ocupação da espécie pode ter sido perdida em menos de uma década, o que é um cenário bastante preocupante para a conservação da espécie. Apesar disso, a categorização do nível de ameaça de C. coimbrai continua como "em perigo".
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GUSTAVO ALVES DA COSTA TOLEDO
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Variação Geográfica em Crânios de Golfinhos Nariz-de-Garrafa, Tursiops, Gervais, 1855, no Atlântico Ocidental
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Data: 01/07/2013
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Hora: 14:00
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Crânios de Golfinhos Nariz-de-Garrafa, gênero Tursiops, Gervais, 1855, foram analisados quanto à Variação Geográfica no Atlântico Ocidental. Os espécimes estudados auxiliaram em interpretações quanto à variação geográfica e ontogenia de Tursiops do Atlântico Ocidental, principalmente por acrescentar uma boa amostra de espécimes sabidamente oceânicos e uma excelente série de indivíduos em todas as classes de idade. Apesar da confirmação da grande plasticidade morfológica exibida pelo gênero, a priori, pode-se observar quarto “morfótipos” para a área estudada, dois no Atlântico Sul Ocidental (ASO) e dois no Atlântico Norte Ocidental (ANO). De maneira geral, os padrões de diferenciação morfológica aparentemente estão relacionados ao tipo de habitat, sendo mais influenciados por uma variação longitudinal (costeiro/oceânico) do que simplesmente uma variação latitudinal.
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JANE ENISA RIBEIRO TORELLI DE SOUZA
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ICTIOFAUNA E BIOACUMULAÇÃO DE METAIS PESADOS NA CADEIA TRÓFICA, RIO GRAMAME, BACIA DO RIO GRAMAME - PARAIBA
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Data: 27/06/2013
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Hora: 14:30
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O presente trabalho teve por objetivo, determinar a diversidade da ictiofauna e a bioacumulação de metais pesados na cadeia trófica do Rio Gramame, Bacia do Rio Gramame, Paraíba. Para isso foi realizada análise da ictiofauna presente, com coletas dos espécimes realizadas em 10 pontos ao longo do Rio Gramame, utilizando diversas artes de pesca, durante as estações de chuva e estiagem de 2010 a 2011. O material coletado foi transportado para o Laboratório de Ecologia Aquática (DSE/CCEN/UFPB), onde foram feitas as análises biométricas dos indivíduos (peso total e comprimento padrão), para determinar o tipo de crescimento e o fator de condição, objetivando a comparação desses parâmetros com a contaminação dos peixes. A dieta alimentar das espécies foi conhecida a partir de análises do conteúdo estomacal pelo método de freqüência de ocorrência, com finalidade de conhecer a teia alimentar, que serviu de base para o estudo da biomagnificação dos metais pesados na ictiofauna. Posteriormente, a diversidade ecológica foi determinada a partir dos índices de diversidade (Shannon-Wiener), Equitabilidade (Simpson), similaridade (Jaccard) e riqueza de espécies. As concentrações dos metais pesados (Pb, Zn, Cd, Cu) no tecido muscular das espécies foram quantificados por voltametria de onda quadrada (VOQ) em um potenciostato/galvanostato no Laboratório de Estudos Químicos Ambientais (DQ/CCEN/UFPB), e o mercúrio total (Hg) por espectrometria de absorção atômica com geração de vapor frio (CV AAS) no IPEN/USP/SP. A composição da ictiofauna a montante apresentou um número de taxa menor do que a jusante do reservatório (16 e 26 gêneros e 17 e 27 espécies, respectivamente), sendo as espécies mais abundantes, Cichla ocellaris (55,39%±28,96), Metynnis lippincottiannus (20,34%±13,4), Prochilodus brevis (16,63%±11,36) e Hoplias malabaricus (13,33%±7,57), em ambas as estações do ano. Os índices de diversidade apresentaram diferenças entre as estações de chuva e estiagem e as áreas a montante e a jusante do reservatório (H’=1,3075; H’=1,538), (H’=1,6497; H’=1,3553), como uma riqueza representada (17 e 26 e 18 e 22 espécies respectivamente) e uma distribuição heterogênea das espécies (J’=0,52269 e J’=0,38618 respectivamente), devido à dominância de C. ocellaris a montante e de M. lippincottianus a jusante do reservatório. A estrutura de crescimento da maioria das espécies analisadas foi representada por indivíduos jovens, revelando um crescimento do tipo alométrico negativo na população. A dieta alimentar das espécies apresentou-se pouco diferenciada, levando a uma maior incidência de hábitos alimentares generalistas ao longo do Rio Gramame. A análise de componentes principais (PCA) expressou uma tendência das áreas a montante e a jusante do reservatório diferir quanto à acumulação por metais pesados na cadeia trófica. A maior contaminação por mercúrio total foi registrada a montante, enquanto que, chumbo e zinco a jusante do reservatório. Concluí-se que, ao longo do Rio Gramame a ictiofauna apresentou uma maior dominância de espécies exóticas, levando a uma menor representação na diversidade das espécies nativas. A dieta alimentar das espécies revelou hábitos alimentares generalistas, com a categoria trófica onívora mais abundante. As maiores concentrações dos metais pesados foram registradas entre espécies de hábitos onívoros, indicando uma biomagnificação dos elementos tóxicos entre as espécies estudadas.
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FELIPE JARDELINO ELOI
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Parasitismo em Cnemidophorus ocellifer (Squamata: Teiidae) de quatro ecorregiões do Nordeste Brasileiro
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Data: 30/04/2013
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Hora: 14:00
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Parasita é um organismo que vive dentro (endoparasitas) ou na superfície (ectoparasitas) de outro organismo, o hospedeiro, se alimentando, apresentando certo grau de adaptação e causando algum dano ao mesmo. No Brasil um dos lagartos mais comumente encontradas é Cnemidophorus ocellifer, forrageador ativo, de ampla distribuição nacional exceto Amazônia, heliófilo e diurno, que habita principalmente áreas abertas. Sendo assim, o presente estudo tem como objetivo caracterizar e testar hipóteses sobre os padrões de infestação por parasitas em populações de C. ocellifer de quatro ecorregiões do Nordeste Brasileiro, quanto à abundância, composição, diversidade e distribuição corporal, bem como sobre os efeitos da intensidade parasitária sobre a aptidão dos hospedeiros. Foram examinados 399 exemplares de C. ocellifer de quatro populações: Barra do Cunhaú/RN, Cabaceiras/PB, PARNA Sete Cidades/PI e REBIO Guaribas/PB. Eutrombicula alfreddugesi foi a única espécie de ectoparasita encontrada em todas as populações estudadas. A população de Sete Cidades/PI foi a mais parasitada, com 9.819 ácaros encontrados, e a população de Barra do Cunhaú/RN foi a menos parasitada, com apenas 445 ácaros e 66 indivíduos livres de ectoparasitas. Foram encontrados seis tipos de endoparasitas: Platelmintos Cestoda (n=49) e Nematelmintos Pharyngodon sp. (n=1.633), em estômagos e intestinos; Nematelmintos Piratuba sp. (n=6), Oswaldofilaria sp. (n=17) e Physaloptera sp. (n=1), em cavidades celomáticas (apenas em Sete Cidades); e o Pentastomídeo Raillietiella mottae (n=5) nos pulmões dos indivíduos de Barra do Cunhaú. Para ectoparasitas os machos são significativamente mais infestados que fêmeas e isso provavelmente está ligado à relação inversamente proporcional que existe entre as taxas de testosterona no sangue e a eficiência do sistema imune. Os sítios de infestação foram determinantes para a infestação por ectoparasitas em todas as populações estudadas, indicando principalmente as regiões pós-inguinais como os sítios significativamente mais infestado em todas as populações. Esses resultados não estão relacionados apenas a presença de dobras dérmicas nessas regiões, já que existem dobras em outras partes do corpo desses lagartos e elas não apresentaram, significativamente, altas infestações. A infestação também foi parcialmente influenciada pelo ambiente, mas pode ser que essa influência seja por fatores secundários e não necessariamente ambientais. A condição corporal, outro parâmetro de aptidão, também foi parcialmente influenciada pela infestação parasitária, mas não como esperado, onde indivíduos mais parasitados apresentaram melhor condição corporal, refutando a hipótese mencionada na introdução (indivíduos com maior intensidade parasitária teriam menor índice de condição corporal). Um apanhado geral de todos esses resultados sugere que a infestação por ectoparasitas pode estar associada a características de aptidão e seleção sexual, corroborando a Teoria da Desvantagem. Se não dessa forma, um parasita pode apresentar, com seu hospedeiro, uma relação neutra (comensalista) ou até mesmo positiva, mesmo que em baixo nível (mutualista). Os endoparasitas podem estar atuando de forma espúria, sem que os hospedeiros em nada se beneficiem com essa interação, mas podem ao menos apresentar um padrão de diversidade de espécies conhecido para outros táxons
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EDINALDO LEITE FILHO
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Estrutura de uma taxocenose de anfíbios anuros em fragmento de Floresta Atlântica no Estado da Paraíba
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Data: 30/04/2013
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Hora: 08:30
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RAYNNER RILKE DUARTE BARBOSA
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Práticas cinegéticas e usos tradicionais da mastofauna por povos do semiárido nordestino
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Data: 26/04/2013
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Hora: 08:00
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No semiárido Nordestino atividades cinegéticas são praticadas desde épocas remotas e representa uma forma tradicional de manejo da vida silvestre. Diferentes espécies de mamíferos vêm sendo utilizados pelos moradores locais de várias formas revelando a importância socioeconômica e cultural da mastofauna local. Pesquisas sobre essa atividade são fundamentais para subsidiar planos de gestão da caça, e adoção de políticas públicas destinadas à conservação e preservação do patrimônio faunístico. Dessa forma, este trabalho objetivou obter informações junto a caçadores de dez municípios do semiárido Nordestino (predomínio do Bioma Caatinga) pertencentes aos Estados da Paraíba, Rio Grande do
Norte, Piauí e Maranhão, acerca dos usos da mastofauna e as práticas cinegéticas, bem como avaliar o contexto sócio-econômico-cultural associado a tais usos e as implicações sobre conservação da biodiversidade local. As informações foram obtidas por meio de questionários semiestruturados complementados por entrevistas livres e conversas informais. Os dados quantitativos foram trabalhados por meio do cálculo do Valor de Uso (VU), Prioridades Locais de Conservação das espécies (PLC), a estimativa de espécies utilizadas por meio de curvas de coletor. A pesquisa foi realizada com um total de 413 entrevistados, cujas idades variaram de 18 e 88 anos sendo estes caçadores e ex-caçadores, no período de 2010 a 2012. Os resultados obtidos mostraram que o conhecimento local
sobre as práticas cinegéticas e os usos dos mamíferos tem caráter me nemônico sendo passado transgeracionalmente. Um total de 38 espécies de mamíferos foi inventariado, pertencentes a 9 ordens e 19 famílias. Os recursos cinegéticos são utilizados localmente para as seguintes finalidades: comércio (31.sp) foi a principal, seguida por alimentação (29
.sp), zooterapia (21 .sp), adorno e criação (16 .sp), controle (14 .sp), etnoveterinaria e magico religioso (12 .sp). Foi testemunhado o comércio de animais vivos, mortos e subprodutos destes de forma intensa nas áreas visitadas, com fortes tendências a rotas de tráficos. Das espécies
silvestres usadas na cozinha cinegética, a maioria dos entrevistados (n=304, 73,6%), destacou como sendo os preferenciais: dasipodídeos: tatu-peba (E. sexcinctus), tatuverdadeiro (D. novemcinctus); seguido pelos mirmecofagídeos: tamanduá-pequeno (T. tetradactyla); os roedores: preá (C. aperea) e mocó (K. rupestres). Os motivos que geram os conflitos e levam ao abate dos animais silvestres são: ataque a criações
domésticas, risco de morte às pessoas, destruição das lavouras e risco de transmissão de doenças. Foi registrado o uso de 22 técnicas de caça para abate e captura dos animais, sendo que à caça com armas de fogo correspondeu ao maior número de adeptos (94%) e é empregada para 34 espécies de mamíferos; seguida pela caça com cães (88,8%) e a caça de
espera (55%), citadas para captura e/ou abate de 31 e 19 espécies de mamíferos cinegéticos, respectivamente. Estações chuvosas e as fazes de lua cheia foram relatadas pela maioria (54%) como os melhores períodos para a caça dos mamíferos nas localidades. Destaca-se
ainda um total 14 mamíferos, pertencentes a 6 ordens e 9 famílias citados em levantamento histórico-etnozoologico de espécies que são raras e/ou que não ocorrem mais nas áreas visitadas. Todos os caçadores entrevistados admitiram ter conhecimento da ilegalidade das atividades cinegéticas, o que não inibe sua prática. Constata -se a
necessidade de se estabelecer uma maior interação entres caçadores locais, comunidade acadêmica e órgãos ambientais, a fim de traçar planos de manejo em consonância com os usuários dos recursos e baseados em pesquisas acerca da biologia das espécies exploradas.
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DANIELA DE CARVALHO MELO
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Comunidades de aves de sub-bosque de remanescentes florestais de Mata Atlântica do Nordeste do Brasil: composição, diversidade e habitat
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Data: 23/04/2013
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Hora: 14:00
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Análise ecológica da estrutura das comunidades de aves de sub-bosque de remanescentes florestais de Mata Atlântica da Paraíba. A América do Sul é a região que possui a maior diversidade de aves no mundo. No Brasil a Mata Atlântica é o segundo bioma mais diverso. A Mata Atlântica da Paraíba integra o Centro de Endemismo Pernambuco, uma região que abriga
cerca de 2/3 de das espécies de aves presentes no bioma. O presente estudo investigou as comunidades de aves de sub-bosque de três remanescentes de Mata Atlântica da Paraíba através do método de captura com redes de neblina. Dez redes foram posicionadas no sub-bosque
florestal em oito pontos distintos ao longo de cada remanescente, tendo sido realizadas 48 dias de amostragem ao todo, totalizando 2.895 horas-rede. Ao todo foram capturados 333 indivíduos de 44 espécies divididas em 19 famílias. A taxa de recaptura foi de 2%. As espécies com maior representatividade foram Arremon taciturnus (n = 40), Chiroxiphia pareola (n = 32) e Conopophaga melanops (n = 28), sendo esta última espécie endêmica e ameaçada da Mata Atlântica com status de vulnerável. As espécies ameaçadas totalizaram 16% dos registros e o mesmo valor foi encontrado para as espécies endêmicas. A riqueza de espécies entre os três
remanescentes não diferiu (χ² =0,667; g.l = 2; p = 0,7165), e de acordo com as comunidades de aves encontradas, a diversidade foi considerada baixa, com predominância de espécies dominantes e generalistas. A composição das espécies foi pouco similar entre os remanescentes, sugerindo que o tamanho, a matriz e a disponibilidade de microhabitats distintos de cada um
possam ter influenciado na presença das espécies. O remanescente Reserva Particular do Patrimônio Natural Engenho Gargaú foi o que apresentou o maior número de espécies endêmicas e ameaçadas, assim como insetívoros de sub-bosque, sugerindo assim que tal remanescente seja
mais bem conservado.
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JESSICA PRATA DE OLIVEIRA
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Holothuroidea (Echinodermata) da região Nordeste do Brasil
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Data: 19/04/2013
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Hora: 14:00
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A classe Holothuroidea possui aproximadamente 1400 espécies viventes, das quais 50 foram registradas para a costa brasileira. Estudos sobre a classe no Brasil são relativamente escassos, principalmente para as regiões Norte e Nordeste. Diante da carência de informações sobre as espécies de holotúrias do litoral brasileiro o presente estudo objetivou identificar as espécies da classe Holothuroidea proveniente da região Nordeste do Brasil, a fim de inventariar e fornecer informações taxonômicas detalhadas bem como dados sobre sua distribuição na região. O principal acervo analisado foi o da Coleção de Invertebrados Paulo Young, do Departamento de Sistemática e Ecologia (DSE), da Universidade Federal da Paraíba (CIPY-DSE-UFPB). Além deste, Foi examinado material do Museu de Zoologia da Universidade Federal da Bahia (MZUFBA), Museu Nacional (MNRJ) e Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZUSP). O estudo dos espécimes abrange a análise de caracteres morfológicos externos e internos, bem como do padrão dos ossículos calcários, estes últimos são fundamentais para a determinação a nível específico. Foram identificadas 32 espécies pertencentes a 3 ordens, 8 famílias, 18 gêneros e 8 subgêneros. Das espécies registradas Thyone crassidisca Miller & Pawson, 1981, Euthyonidiella trita (Sluiter, 1910), Protankyra ramiurna Heding, 1928 e Holothuria (Holothuria) dakarenisis representam novos registros para a costa brasileira. Os estados que apresentaram maior diversidade em relação à fauna de Holothuroidea foram respectivamente, Paraíba (n = 22 spp.), Bahia (n = 21 spp.), Alagoas (n = 14 spp.) e Pernambuco (n = 10). Com base nos acervos analisados, Maranhão e Sergipe foram os únicos estados em que nenhuma espécie da classe foi registrada. Nota-se que a fauna do infralitoral necessita de uma melhor amostragem. O estudo fornece a primeira lista comentada dos Holothuroidea do Nordeste. Fortalece ainda a importância das coleções científicas para estudos em sistemática e ampliação do conhecimento da biodiversidade.
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JOSE ERIBERTO DE ASSIS
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Análise filogenética dos Toriida: a linhagem dos Enterocoela
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Data: 15/03/2013
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Hora: 14:00
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As primeiras tentativas de classificação dos anelídeos foram representadas para um grupo peculiar de vermes que formavam as primeiras famílias de poliquetas, agrupadas dentro da Classe Vermes. O grupo foi dividido inicialmente em Annélides Errantes, Annélides tubuicoles ou Sédentaires, Annélides Terricoles (capitellídeos e minhocas) e Annélides souceuses (para sanguessugas). Essas classificações eram arbitrárias porque não refletiam ancestralidade comum. Com o surgimento da sistemática filogenética por Willi Hennig em 1950, os anelídeos como vários outros grupos de organismos, começaram a ser agrupados com base em ancestralidade comum. Mas, somente a partir da década de 90 surgiram os primeiros trabalhos de filogenia com morfológicos, cujo objetivo era estabelecer relação de parentescos, e confirmar a monofila do grupo. Nestas análises, Pogonophora foi reduzido a uma família de Polychaeta, os Siboglinidae. Entretanto, esta proposta não foi aceita por diversos pesquisadores, que questionaram a parafilia tanto de Annelida quanto de Polychaeta, porque os resultados eram incongruentes especialmente como os dados moleculares que surgiram anos depois. Outras propostas filogenéticas apresentavam os derivando dos poliquetas sedentário, em especial com os Owenia baseado nas divisões do corpo, no epitélio intra-epitelial e na larva. Assim, propuseram novo clado para, os Metameria, que agruparia anelídeos e Enterocoela. Por fim, a inclusão do Filo Pogonophora como uma família de Polychaeta, com base especialmente em dados moleculares, quebra a relação de paradigma evolutivo que este táxon compartilha com os Deuterostômios, como hipotetizado por muitos autores. Os primeiros resultados confirmam essa hipótese inicial.
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LAIS SILVA RODRIGUES
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Abundância e ecologia reprodutiva de Abudefduf saxatilis (Linnaeus, 1758) (Osteichthyes: Pomacentridae) no Arquipélago de São Pedro e São Paulo, Brasil
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Data: 15/03/2013
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Hora: 09:00
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A família Pomacentridae inclui peixes marinhos, habitantes de substratos coralíneos ou rochosos, restritos às regiões rasas (BESSA et al., 2007). Esta família encontra-se mais diversificada no Pacífico Sul, com distribuição circuntropical. Seus representantes são popularmente conhecidos como donzelas e sargentinhos, e no Brasil ocorrem 14 espécies de quatro gêneros. Representantes da família Pomacentridae mostram grande fidelidade aos seus microhabitats, e podem viver em recifes por meses ou anos, uma característica ecológica que indica pouca ou nenhuma influência da migração na sua distribuição, sugerindo que a mesma é condicionada basicamente pela dispersão larval. Neste sentido, para os representantes de A. saxatilis da província biogeográfica brasileira, os eventos de dispersão são causados principalmente pela Corrente Equatorial Sul, vinda do Atlântico e que passa pelo ASPSP e Atol das Rocas e se divide na costa do Rio Grande do Norte, ramificando-se na Corrente Guiana ao norte e Corrente Brasil ao sul. O Abudefduf saxatilis é predominantemente planctívoro, mas há registros de canibalismo, onde os adultos se alimentam da própria prole, bem como registros de raros casos de canibalismo de proles e ovos de indivíduos não-aparentados, podendo, portanto, ser considerada onívoro.
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ADRIANO MEDEIROS DE SOUZA
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As áreas de endemismo dos opiliones (arachnida) da Mata Atlântica ao norte do Rio São Francisco
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Data: 28/02/2013
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Hora: 08:00
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Os opiliões têm sido recentemente usados como modelos em diversos enfoques em biogeografia: áreas de endemismo, biogeografia cladística, filogeografia, estudos de diversidade beta, entre outros. Pelo seu alto grau de endemismo, sobretudo em florestas tropicais, as distribuições das espécies de opiliões têm sido usadas para a delimitação de áreas de endemismo na Floresta Atlântica, um dos mais importantes hotspots para a conservação no mundo. No presente estudo, usamos a distribuição de 193 espécies de três famílias de opiliões, Cosmetidae, Gonyleptidae e Stygnidae, para a delimitação de áreas de endemismo no bioma. Isto representa aproximadamente o dobro da última análise publicada em número de espécies e registros - de 109 a 193 espécies, de 636 a 1300 registros. Foi usado o programa e algoritmo NDM, com grade de células quadradas de 0,25°, 0,5°, 1°, 1,5° e 2°, em conjunto com análise qualitativa sob os Critérios Combinados. Foram encontradas 12 áreas de endemismo bastante semelhantes com os trabalhos anteriores. As atualizações na delimitação são: 1) definição mais robusta das áreas “Bahia” e “Pernambuco”, por causa do maior foco dado a região nordeste pelos autores no último período; 2) não corroboração da área de endemismo “Serra da Mantiqueira”, mesmo com uma maior quantidade de registros nesta região, podendo indicar uma área de transição entre áreas de endemismo e o Cerrado no interior; 3) uma possível área ao norte do Rio Doce no Espírito Santo, região não amostrada nos trabalhos anteriores. Estes resultados mostram que a hipótese de delimitação de áreas de endemismo da Mata Atlântica é bastante robusta, modificando pouco com o acréscimo de táxons e registros e uso de grades de diversos tamanhos no presente estudo. Por outro lado, regiões pouco conhecidas podem fornecer novas áreas e uma maior quantidade de dados permite um maior refinamento nas previamente delimitadas.
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MARIA HELENA PEREIRA PEIXOTO
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Spillover de abelhas, vespas e seus inimigos naturais em um gradiente urbano-rural
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Data: 27/02/2013
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Hora: 14:00
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O aumento da urbanização é conhecido por causar séria diminuição na riqueza de espécies silvestres. Assim, o declínio de populações de abelhas nativas está sendo amplamente documentado na Europa, principalmente devido à sua importância como polinizadores com significância ecológica e econômica. Apesar de uma significante pressão nas cidades, pode-se observar em área urbana um número considerável de espécies de abelhas e algumas regiões suburbanas tem o potencial de hospedar comunidades de abelhas relativamente diversas. O objetivo deste estudo foi estudar comunidades de abelhas e vespas nidificantes de ninhos-armadilha ao longo de um gradiente urbano-rural e dentro de agrossistemas, avaliando os efeitos destes hábitats na diversidade, abundância e interaçãoes das abelhas e vespas.
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ALINE CRISTINA ALVES
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Ecologia Reprodutiva do peixe donzela, Stegastes sanctipauli Lubbock & Edwards, 1981 (Osteichthyes: Pomacentridae) no Arquipélago de São Pedro e São Paulo, Brasil
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Data: 27/02/2013
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Hora: 08:30
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Os padrões de movimentação, alimentação e reprodução de muitos organismos estão fortemente ligados ao regime das marés e, portanto, o ciclo lunar. Estudos relatam acentuada periodicidade lunar nos padrões de desova de muitos peixes, os quais apresentam picos de atividade reprodutiva na lua cheia, na lua nova ou em ambas. Isto ocorre devido à vantagem de restringir a atividade reprodutiva para períodos lunares que são favoráveis a sobrevivência da prole. Durante estes períodos a maior variação da maré dificulta a ação de predadores e diminui a competição intraespecífica por recurso alimentar. Contudo, tem-se mostrado difícil discriminar as forças seletivas responsáveis por moldar os padrões temporais de reprodução destes animais. Os peixes da família Pomacentridae (donzelas) apresentam estratégias reprodutivas que envolvem a desova demersal, seus ovos possuem propriedades aderentes e são depositados sobre o fundo recifal. Durante o período reprodutivo, as fêmeas, em geral, visitam o território dos machos, e liberam seus ovos nos ninhos. Com isso, várias fêmeas podem desovar em um mesmo ninho e o macho cuida dos ovos até o momento da eclosão. O presente trabalho visou evidenciar aspectos relacionados à ecologia reprodutiva de Stegastes sanctipauli no Arquipélago de São Pedro e São Paulo (ASPSP). Especificamente, caracterizar o comportamento reprodutivo de S. sanctipauli, incluindo período (diário) e densidade de desovas adesivas, bem como o comportamento de cuidado com os ovos (i.e. limpeza de substrato e retirada de ovos não viáveis); Estimar taxas de predação durante a fase reprodutiva e determinar quais são os predadores em potencial; Verificar a influência do ciclo lunar na densidade e sucesso das desovas.
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RAFAEL DOS SANTOS DANTAS
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Composição e estrutura trófica da ictiofauna de piscinas de maré da praia do Paiva, região metropolitana do Recife, PE
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Data: 26/02/2013
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Hora: 08:30
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A Praia do Paiva, pouco habitada e conservada, situa-se no município de Cabo de
Santo Agostinho, região metropolitana da cidade de Recife, capital do Estado de Pernambuco, Brasil, e está inserida em uma região sob influência de grande interferência antrópica, seja oriunda do turismo, seja da infl uência do Porto de Suape. Este estudo investigou a composição e estrutura trófica da ictiofauna recifal em cinco piscinas de maré na praia do Paiva. Em um total de 75 censos visuais realizados através de transectos de faixa, acrescidos de busca intensivas realizada na área, foram registradas 66 espécies pertencentes a 34 famílias. As piscinas compartilharam 32,60% das espécies, que possuem, em sua maioria, distribuição conhecida ao longo do Atlântico Ocidental. Não foram observadas dife renças significativas entre a diversidade e riqueza registradas nas piscinas, essa diferença sendo observada apenas entre piscinas versus equitabilidade. As categorias tróficas resgistradas foram Predadores de Invertebrados Móveis, Herbívoros Territorialis tas, Onívoros, Herbívoros Não Territorialistas, Predadores de Invertebrados Sésseis, Zooplanctívoros, Carnívoros Generalistas e Piscívoros. Os resultados obtidos nesse estudo mostram que a cobertura do substrato não difere significativamente entre as áreas estudadas, provavelmente devido à proximidade entre as piscinas, que estão submetidas aos mesmos fatores ambientais. A área possui uma diversidade de peixes superior a muitos ambientes recifais na costa brasileira, ressaltando a sua importância. As espécies não demonstraram diferença clara no uso dos ambientes, possuindo distribuição associada a ambientes com valores intermediários das variáveis ambientais. A distribuição das categorias tróficas segue um padrão conhecido na literatura, tendo a categoria de Predadores de Invertebrados Móveis
como mais abundante. Os usos das piscinas por turistas e pescadores artesanais foi
registrado na área estudada, além dos impactos oriundos da construção civil na linha
da costa, o que pode levar a uma diminuição da diversidade de peixes na área estudada. Os resultados obtidos neste estudo poderão subsidiar avaliações futuras da condição da ictiofauna associada aos ambientes de piscinas da praia do Paiva.
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EMERSON DE AZEVEDO SILVA BEZERRA
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ANÁLISE FILOGENÉTICA DOS GLOSSOSCOLECIDAE (ANNELIDA, EUCLITELLATA)
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Data: 25/02/2013
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Hora: 14:30
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Realizou-se um estudo das relações filogenéticas de Glossoscolecidae através do método hennigiano de tratamento de dados. Foram utilizados caracteres morfológicos obtidos em bibliografias e através da observação de animais depositados em coleções. Um total de 45 caracteres foram selecionados, e 61 táxons terminais. Multiplos grupos-externo foram selecionados (Alluroididae, Haplotaxidae, Hrabeiella periglandulata, Lumbriculidae, Moniligastridae, Monotesticulata e Syngenodrilidae). A análise filogenética foi realizada com o uso dos softwares Mesquite (versão 2.75) e TNT (versão 1.1). Os caracteres foram codificados em multiestados sempre que possível e ausências como apomorfias. Os dados foram tratados como não-ordenados e ordenados. No TNT, comparou-se os resultados de dois algoritmos (Traditional Search e New Technology Search). As árvores de consenso estrito com caracteres ordenados não sustentou a monofilia de Glossoscolecidae. Apenas com os caracteres não-ordenados, o táxon foi sustentando pela presença de esfíncter nos nefrídios. Em geral, não houve diferenças nos resultados entre o uso do software Mesquite e TNT e entre o uso do algoritmo Traditional Search e New Technology Search. Propomos o seguinte posicionamento de Glossoscolecidae entre os Euclitellata: Lumbricina: (Hormogastridae (Microchaetidae + Glossoscolecidae)) + Megascolecoidea + Lumbricidae + Kynotidae + (Sparganophilidae (Almidae + Criodrilidae)).
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CRISTIANO DE SANTANA CARVALHO
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Relações Biogeográficas entre Comunidades de Aves suportam diferentes histórias na Mata Atlântica
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Data: 25/02/2013
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Hora: 08:00
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A grande variação latitudinal e altitudinal existente na Mata Atlântica são fatores que influenciam as diferenças florísticas e faunísticas encontradas ao longo dos seus limites. Além dessas características, diferentes fatores históricos e ecológicos contribuíram para determinação dos atuais padrões de distribuição de sua biota. O objetivo deste trabalho é analisar as relações biogeográficas da avifauna dependente de floresta no domínio da Mata Atlântica. Os dados referentes à distribuição geográfica das espécies de aves foram coletados em literatura a partir de trabalhos de levantamentos de avifauna realizados nas regi ões Sul, Sudeste e Nordeste da Mata Atlântica e na Amazônia. Um total de 45 localidades foi utilizado, 36 na Mata Atlântica e nove na Amazônia. Foi realizada uma análise híbrida da Análise Parcimoniosa de Endemismo e da Análise
Cladística de Distribuição e Endemismo, com a utilização de gêneros e espécies na matriz de dados. O resultado apontou a existência de dois principais grupos no cladograma de área obtido (grupos 1 e 2). O grupo 1 compreende localidades interioranas das regiões Sul e Sudeste, além de incluir também duas localidades na Bahia, Chapa Diamantina e Serra da Ouricana. O grupo 2 é formado por localidades da
Mata Atlântica no nordeste brasileiro e na baixada leste dos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo, incluindo também as localidades amazônicas. Embora rios sejam as barreiras propostas para explicar a dicotomia basal na distribuição de táxons da Mata Atlântica, o padrão encontrado nos nossos resultados sugere uma hipótese alternativa de barreira altitudinal. O maior compartilhamento de táxons de aves florestais da Mata Atlântica do Nordeste e baixada do Sudeste com a Amazônia, comparado com a região Sul e montanhas do Sudeste da Mata Atlântica, sugere que processos distintos teriam atuado durante diferentes períodos na formação da avifauna desse domínio.
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SAMUEL VIEIRA BRITO
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Fatores ecológicos e históricos como determinantes da composição de espécies de endoparasitas em lagartos na Caatinga, Nordeste do Brasil
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Data: 22/02/2013
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Hora: 14:00
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Este estudo teve como objetivos principais avaliar a influência de fatores bióticos, abióticos e históricos sobre a composição de endoparasitas em lagartos no bioma Caatinga, Nordeste do Brasil. No primeiro e segundo capítulos foram avaliadas as influências das variações espaço-temporais sobre a abundância e riqueza de espécies de endoparasitas em lagartos de duas espécies da família Tropiduridae (Tropidurus hispidus e T. semitaeniatus) e uma espécie da família Teiidae (Ameivula ocellifera). Os resultados apontaram para influências espaciais sobre a abundância de endoparasitas para todas as espécies analisadas, demonstrando que os fatores bióticos e abióticos de cada localidade interferem diretamente na interação entre os parasitas e seus hospedeiros. A estação (seca e chuvosa) exerceu influência sobre a abundância de parasitas nos lagartos tropidurídeos devido às variações no comportamento desses lagartos entre estações. Para o A. ocellifera, a estação, quando testada de forma isolada, não exerceu influência sobre a quantidade de parasitas. Essa influência foi observada apenas na interação entre a estação e as áreas de amostragens. Para todas as três espécies estudadas, os machos foram mais parasitados do que as fêmeas, as diferenças na abundância de parasitas entre os sexos, podem ser resultado principalmente dos efeitos da testosterona, que é inversamente proporcional ao sistema imune em vertebrados. No terceiro capítulo, foi avaliada a arquitetura das redes de interações entre lagartos e seus endoparasitas, dieta e micro-habitat. Além disso, foram analisados o papel dos fatores históricos e ecológicos sobre a composição das espécies de parasitas e a existência de relação entre a riqueza de itens alimentares consumidos e a riqueza de espécies de parasitas. Todas as redes apresentaram estrutura compartimentada. Esta estrutura é a mais esperada em redes com interações antagonistas, como predador-presa e parasita-hospedeiro, que exigem um alto nível de afinidade entre as espécies envolvidas. A filogenia e as categorias de micro-habitat utilizadas pelos lagartos foram determinantes na composição dos seus endoparasitas. Espécies de parasitas podem colonizar hospedeiros próximos filogeneticamente devido a semelhanças anatômicas, fisiológicas ou comportamentais. Da mesma forma, os hospedeiros que dividem as mesmas categorias de micro-habitat facilitam a troca de espécies de parasitas. Os lagartos que consumiram uma maior riqueza de itens alimentares apresentaram uma maior riqueza de espécies de endoparasitas, provavelmente devido a um maior contato com hospedeiros intermediários e/ou maior deslocamento em busca de presas. No quarto capítulo foi avaliada a influência do parasitismo, estação do ano (chuvosa e seca), sexo e tática de forrageio dos lagartos sobre a massa dos corpos gordurosos. Além disso, analisou-se a influência do tamanho e massa corporal dos lagartos sobre a abundância de parasitas. A abundância de endoparasitas não interferiu no acúmulo de gordura nos lagartos, onde uma maior carga parasitária foi observada nos indivíduos com mais gordura. Aparentemente, este fato pode ser explicado pela presença de uma resistência diferenciada ou fatores relacionados às alterações hormonais nos lagartos. O comprimento rostro-cloacal e a massa dos indivíduos foram determinantes na abundância de endoparasitas para a maioria das espécies. Além disso, a estratégia de forrageio também exerceu influência na quantidade de parasitas, sendo os lagartos forrageadores ativos mais parasitados do que os senta e espera.
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Alvino Pedrosa Ferreira
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Aves do Dossel da Mata Atlântica da Paraíba, Brasil: Diagnose Metodológica, Riqueza e Conservação
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Data: 22/02/2013
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Hora: 08:30
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A avifauan do Dossel foi acessada em dois fragmentos de Mata Atlântica, na Paraíba: o fragmento da Reserva Biológica Guaribas e para o fragmento da Reserva Particular do Patrimônio Natural. O levantamento inicial foi realizado através da busca em sites da internet (portal de periódicos CAPES, entre outros) e de livros e materiais adquiridos com recursos próprios. Em 11 das 24 expedições foram capturados 86 indivíduos de 22 espécies diferentes . Do total de espécies observadas, hiroxiphiapareola foi a espécie mais abundante, com 23% dos registros, seguida de Neopelmapalescens, com 11% dos registros. As espécies menos registradas foram Dysithamnusmentalis, Euphoniachlorotica, Euphoniaviolacea, Manacusmanacus, Pachyramphusmarginatus e Tolmomyiasflaviventris, com 1% dos registros.
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LEANDRO JERUSALINSKY
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Distribuição geográfica e conservação de Callicebus coimbrai Kobayashi & Langguth, 1999 ( Primates Pitheciidae) na Mata Atlântica do nordeste do Brasil
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Data: 28/01/2013
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Hora: 14:00
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O guigó-de-Coimbra-Filho, Callicebus coimbrai, foi o último primata descrito na Mata
Atlântica, habitando Sergipe e litoral norte da Bahia. Os limites de distribuição geográfica, principalmente a oeste, não eram bem conhecidos, dificultando estimar a extensão de ocorrência da espécie e orientar estratégias de manejo. A região ocupada por C. coimbrai teve sucessivos ciclos econômicos desde o século XVI, resultando em severa perda e fragmentação de hábitats. Assim, C. coimbrai foi considerado em risco de extinção imediatamente após sua descoberta, mas não havia estimativas detalhadas sobre populações remanescentes, extensão da área ocupada pela espécie, caracterização de ameaças, requisitos ecológicos ou viabilidade populacional. O objetivo geral do presente trabalho foi investigar a distribuição geográfica e o estado de conservação de C. coimbrai, visando subsidiar estratégias de manejo para a
conservação da espécie. Os objetivos específicos foram: 1) identificar as populações
remanescentes de C. coimbrai e os fatores ecológicos e geográficos que determinam sua
presença ou ausência, e limites de distribuição com relação a C. barbarabrownae; 2) analisar a distribuição potencial de C. coimbrai e suas relações biogeográficas com as demais espécies do grupo Personatus, com ênfase nos limites com C. barbarabrownae; 3) diagnosticar o estado de conservação das populações de C. coimbrai, estimando sua extensão de ocorrência, área de ocupação e população remanescente, e caracterizando as principais ameaças às suas populações; e 4) avaliar a viabilidade populacional de C. coimbrai com projeções para o cenário atual e sob distintas alternativas de manejo. Para o levantamento de dados sobre populações de C. coimbrai foi realizada busca ativa em fragmentos florestais e entrevistas com moradores locais, na Mata Atlântica e zonas de transição com a Caatinga entre o rio Paraguaçu e o rio São Francisco, cobrindo 50.000km2 em todo o Estado de Sergipe e litoral norte da Bahia. Para as modelagens de distribuição potencial com o software Maxent foram utilizados todos os registros de ocorrência disponíveis para as espécies do grupo Personatus de Callicebus. As Análises de Viabilidade Populacional (AVP) foram realizadas com o software Vortex. Estimou-se que restem cerca de 4.500 indivíduos de C. coimbrai, espalhados em 125 fragmentos florestais que somam 22.500 ha, dentro de uma extensão de ocorrência com aproximadamente 30.000 km², sendo o limite oeste uma barreira ecológica constituída
pela transição entre Mata Atlântica e Caatinga. Os resultados corroboram que a perda e a fragmentação de hábitats como principais ameaças à espécie, que também sofre impactos de caça, apanha, predação por animais domésticos e atropelamento. As AVPs indicam que apenas populações com 100 indivíduos ou mais tenham probabilidade de sobrevivência acima de 95% em 100 anos, sendo necessários pelo menos 200 indivíduos para manter uma diversidade genética média de, ao menos, 90% pelo mesmo período. O contínuo declínio populacional em decorrência da fragmentação de habitats e demais ameaças tende a atingir patamares praticamente irreversíveis, a partir dos quais torna-se progressivamente mais difícil e complexo garantir a viabilidade das populações da espécie. Devido à situação dessas populações e ao elevado risco de extinção da espécie, são imprescindíveis e urgentes ações estratégicas abrangentes e transdisciplinares para reverter essa situação e assegurar a sobrevivência de C. coimbrai, tais como a proteção das principais áreas de ocorrência, promoção da conectividade de habitats e, eventualmente, manejo metapopulacional intensivo.
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ANA MARIA ALVES DE MEDEIROS
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Biomanipulação experimental como forma de melhoramento da qualidade da água e seus efeitos nas comunidades zooplanctônicas
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Data: 25/01/2013
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Hora: 08:00
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A biomanipulação pode ser definida como o processo de intervir deliberadamente em um nível da estrutura trófica do ambiente e identificar as mudanças em cascata decorrentes dessa intervenção, visando obter informações sobre as respostas dos organismos sob diferentes condições ambientais. Assim, a manipulação dos níveis tróficos representa uma técnica complexa que requer a aplicação de métodos específicos, mas que geralmente apresenta um custo relativamente baixo diante da quantidade e qualidade de informações obtidas através do uso dessa ferramenta. O presente estudo foi motivado a partir dessas lacunas e pretende avaliar a dinâmica e as respostas dos organismos zooplanctônicos diante de condições ambientais simuladas em laboratório e através de manipulações experimentais em diferentes níveis da cadeia trófica. Dessa forma, foi avaliada a influência do zooplâncton sobre a comunidade fitoplanctônica vice-versa e a influência dos predadores sobre a comunidade zooplanctônica. O trabalho contribui para determinar o quão importante é a biomanipulação como ferramenta de recuperação dos ecossistemas lênticos através de uma série de experimentações, tendo como foco os organismos zooplanctônicos.
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FELIPE SILVA FERREIRA
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Fauna Medicinal Comercializada no Brasil: Etnozoologia, Bioprospecção e Conservação
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Data: 25/01/2013
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Hora: 08:00
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Zooterápicos são amplamente comercializados em mercados públicos e/ou feiras livres em áreas urbanas, contudo, estudos sobre o comércio de animais medicinais realizados nesses locais ainda são limitados. O presente estudo objetivou verificar quais animais são comercializados para fins medicinais nas cidades de Aracaju, Fortaleza, Recife, Maceió e Salvador e avaliar o atual panorama do comércio de animais no Brasil. As entrevistas foram realizadas, no período de Janeiro a Novembro de 2010, utilizando formulários semiestruturados. Para discutir sobre o comércio de animais no Brasil, além das informações obtidas nos mercados visitados, foram revisados todos os trabalhos publicados sobre o tema. Um total de 68 espécies de animais é comercializado para fins medicinais nos mercados pesquisados. As espécies citadas são utilizadas para o tratamento de 58 doenças e/ou sintomas. Os dados levantados no presente trabalho e aqueles compilados da literatura evidenciam que pelo menos 131 espécies de animais são comercializadas para fins medicinais em 20 cidades do Brasil. A escolha de espécies animais para o comércio no Brasil reflete a interação de características biológicas (composição faunística dos biomas adjacentes aos centros urbanos), culturais (tradição, crenças e mitos) e sociais (alternativa ao uso de remédios alopáticos) das populações usuárias. O conhecimento da fauna utilizada na medicina tradicional é imprescindível para a conservação, evidenciando que pesquisas sobre esse tema são necessárias para determinação de práticas apropriadas ao manejo da fauna, permitindo assim a manutenção dos recursos medicinais utilizados e do conhecimento medicinal associado a esses recursos.
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