PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LINGUÍSTICA (PROLING)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de DEFESA: PHILIPE PEREIRA BORBA DE ARAUJO

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: PHILIPE PEREIRA BORBA DE ARAUJO
DATA: 17/05/2024
HORA: 14:00
LOCAL: Plataforma Zoom
TÍTULO: ENTRE REFORMAS, ATAQUES E UMA PANDEMIA: ANÁLISE DO TRABALHO DE UM COLETIVO DOCENTE EM UMA ESCOLA CIDADÃ INTEGRAL À LUZ DO INTERACIONISMO SOCIODISCURSIVO E DAS CIÊNCIAS DO TRABALHO
PALAVRAS-CHAVES: coletivo docente; ensino remoto emergencial; Escola Cidadã Integral; Clínica da Atividade; Interacionismo Sociodiscursivo.
PÁGINAS: 314
GRANDE ÁREA: Lingüística, Letras e Artes
ÁREA: Lingüística
RESUMO: Desde a década de 1990, sob forte influência de organismos multilaterais em um contexto de abertura de fronteiras e internacionalização dos mercados, a educação tem passado por reformas profundas, não só no Brasil, como também em outros países da América Latina, de forma a se adequar a um movimento global de redução da presença do Estado nas políticas sociais e aumento da participação privada. O quadriênio 2018-2021, período em que geramos os dados desta pesquisa, foi especialmente desafiador para os trabalhadores e as trabalhadoras que atuam no Ensino Médio em nosso país. Às reformas em curso, somam-se ainda diversos outros fatores com profundos impactos nesse contexto de trabalho, dentre os quais destacamos: a implementação do Novo Ensino Médio (NEM), com adequação à recém-criada BNCC; os ataques do movimento Escola Sem Partido às escolas; e a pandemia de covid-19. No contexto dessas inquietações, esta pesquisa tem por objetivo geral investigar como o trabalho é representado por um coletivo docente de uma Escola Cidadã Integral da Paraíba. O objetivo geral desdobra-se nos seguintes objetivos específicos: (a) analisar as representações dos docentes sobre o coletivo, sobre o outro e sobre o trabalho; (b) investigar como os impedimentos afetam o poder de agir dos docentes; e (c) compreender de que forma as representações do presencial permanecem ou se modificam no ensino remoto emergencial (ERE). Situamos este estudo no campo da Linguística Aplicada, com o Interacionismo Sociodiscursivo (ISD) e as Ciências do Trabalho (Machado, 2007, 2009; Lousada, 2006) como arcabouço teórico. Assim, nossa pesquisa apoia-se nas discussões da Clínica da Atividade e nas contribuições de Clot (2001, 2006, 2007, 2017), Amigues (2004) e Bronckart (1999, 2006, 2008, 2012). Metodologicamente, trata-se de um estudo de caso de natureza qualitativo-interpretativista, que utilizou como instrumentos de geração de dados entrevistas não estruturadas e entrevistas de Instrução ao Sósia com quatro docentes de uma Escola Cidadã Integral da região metropolitana de João Pessoa. A análise dos textos-discursos dos colaboradores revelou um coletivo coeso, que, por meio de práticas de linguagem, desenvolve estratégias coletivas para resistir a ameaças, ataques e perseguição institucional, ao mesmo tempo em que renormaliza as prescrições a partir de espaços de formação coletiva que funcionam como instâncias de possível desenvolvimento do poder de agir (agendi potentia) (Spinoza, 2009) e de construção de sonhos e valores compartilhados. Os saberes trazidos da formação na universidade e as atividades de formação mútua desenvolvidas na escola emergem como fatores que dão coesão e fortalecem o coletivo, enquanto a Secretaria de Educação e os assessores das Reuniões de Ciclo de Acompanhamento (RCA) são representados como causadores de conflitos e dificuldades. A fragilidade na manutenção dos vínculos de emprego, a dificuldade de acesso às ferramentas de digitais, além da vulnerabilidade da saúde mental e física dos profissionais, dos estudantes e de suas famílias apareceram como dificuldades no contexto do ERE. Outras pesquisas com outros coletivos de trabalho que passam por situações de conflitos podem contribuir para aprofundar o debate sobre as questões que apresentamos nesta Tese. Em suma, a partir dos resultados encontrados, propomos um continuum de criticidade para o trabalho dos coletivos de professores. No contexto analisado, muitas vezes os sonhos do coletivo são postos em xeque, mas mesmo diante dos impedimentos e das interdições, o horizonte desse coletivo aponta para uma criticidade elevada, que se aproxima das características que descrevemos para os coletivos revolucionários.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1204954 - CARLA LYNN REICHMANN
Interno - 1543794 - ERIVALDO PEREIRA DO NASCIMENTO
Interno - 2009438 - FABIO ALEXANDRE SILVA BEZERRA
Interno - 1956674 - ORIANA DE NADAI FULANETI
Externo ao Programa - 2385981 - LUANA FRANCISLEYDE PESSOA DE FARIAS
Externo à Instituição - TATIANA FERNANDES SANT''''ANA
Externo à Instituição - ADRIANA DA SILVA ARAUJO