PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SERVIÇO SOCIAL (PPGSS)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

Phone
Not informed

News


Banca de DEFESA: JULIANA DE LOURDES SILVA DANTAS

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: JULIANA DE LOURDES SILVA DANTAS
DATA: 31/05/2024
HORA: 10:00
LOCAL: SALA 513 PPGSS
TÍTULO: PARA ALÉM DAS GRADES: AS INTERFACES DE GÊNERO E SEXUALIDADE EM UM CENTRO DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO NA PARAÍBA
PALAVRAS-CHAVES: Gênero; Sexualidade; Adolescentes; Medidas Socioeducativas.
PÁGINAS: 209
GRANDE ÁREA: Ciências Sociais Aplicadas
ÁREA: Serviço Social
SUBÁREA: Serviço Social Aplicado
ESPECIALIDADE: Serviço Social da Educação
RESUMO: O presente estudo teve como objetivo principal analisar vivências das adolescentes que cumprem medidas socioeducativas em meio fechado, especialmente, relacionadas as questões de gênero e expressões de sexualidade no âmbito da unidade socioeducativa. Para tanto foram realizadas entrevistas com adolescentes que cumpriam medida em meio fechado na unidade socioeducativa Rita Gadelha ligada à Fundação Desenvolvimento da Criança e do Adolescente “Alice de Almeida”- (FUNDAC) na cidade de João Pessoa-PB. O percurso metodológico, mais detalhadamente, se constituiu a partir de pesquisa de campo e a coleta de dados por meio de entrevistas estruturadas e semi-estruturadas. A análise de dados teve por base as reflexões genealógicas de Michel Foucault e da perspectiva de gênero. Nesse sentido, esse estudo permitiu traçar o perfil sociodemográfico das interlocutoras, compreender de que maneira as medidas socioeducativos em meio fechado se efetivam, no trato com a sexualidade e analisar a partir de suas vivências como lidam com as expressões de sexualidade no âmbito da privação de liberdade. A pesquisa, assim, versou sobre questões de gênero e sexualidade no processo socioeducativo. Em diálogo com a perspectiva foucaultiana, os estudos de gênero e com as narrativas das adolescentes selecionadas pelo sistema socioeducativo punitivo, apresentamos que as inviolabilidades do exercício da sexualidade encontrados no campo da privação de liberdade são decorrentes de relações de poder e controle dos corpos, do silenciamento nas normativas legais, assim como, em virtude de concepções unívocas a respeito de sexo/gênero/sexualidade. Tais relações são perpetradas por uma matriz cultural, nutridas por tabus e pelo senso comum, que encontra fertilidade no contexto socioeducativo, espaço em que as estruturas racistas ficam evidentes, os estigmas se amplificam, exclusão e negação de direitos se materializam. Dessa forma, identificamos, que no sistema socioeducativo brasileiro, o direito ao exercício da sexualidade, não está incluso no rol das prioridades, sendo de ordem secundária e distante de ser garantido e efetivado enquanto direito humano fundamental, mostrando as contradições presentes entre os “avanços” legais e a manutenção de tecnologias punitivas, que atende ao modelo hegemônico heterocisnormativo. Nesse cenário, as principais violações identificadas, consistem na inviabilização de direitos relacionados ao exercício da sexualidade, como as relações afetivo-amorosas, intimidade, privacidade, visita íntima, na manutenção de punições, no controle dos corpos e na não desconstrução das desigualdades interseccionais. Entretanto, evidenciamos o aparecimento de afetividades amorosas presentes nas visitas familiares que promovem um ambiente menos hostil. Nesse sentido, buscamos registrar as experiências sociais das nossas interlocutoras, considerando as vivências cotidianas e os estigmas que perpassam “o ser mulher” no âmbito do cumprimento de medidas socioeducativas em meio fechado, através da perspectiva foucaultiana à luz da análise do discurso.
MEMBROS DA BANCA:
Interno - 1230277 - GISELE CAROLINE RIBEIRO ANSELMO
Externo ao Programa - 1700164 - NELSON GOMES DE SANT ANA E SILVA JUNIOR
Presidente - 1645118 - RENATA MONTEIRO GARCIA