A presente pesquisa busca problematizar as trajetórias e memórias das professoras de História do Colégio Estadual da Prata (Campina Grande – PB) ao longo da ditadura militar (1964-1985). Para tanto, perscrutamos suas trajetórias, evidenciando os contrastes na interação vida pública x vida privada ao longo do período. Fez-se necessário, assim, alargarmos a concepção de “fonte histórica”, embasando sua operacionalização no diálogo com a Nova História Cultural. As categorias “práticas”, “apropriações” e “representações” balizam nossos estudos, ressaltando os usos dos currículos prescritos pelo poder institucional em sua interface com a vida privada das cinco docentes em questão. Como aporte metodológico, utilizamos a “metodologia da História Oral Temática”, entrecruzada com pareceres educacionais, diários de classe e jornais de circulação na cidade e no estado na tessitura dessas memórias/histórias. Os usos dos currículos prescritos, problematizados através das práticas de leitura e discussão apontam para as diversas apropriações do próprio ato de consumo, muito além da perspectiva passiva e reprodutora. No que versa a interação vida pública x vida privada nos cotidianos docentes, procurou-se problematizar as fronteiras, fluidas, que se interceptam na configuração de novas identidades.