CCHLA - PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS, CIDADANIA E POLITICAS PÚBLICAS (PPGDH.)
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
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Notícias
Banca de QUALIFICAÇÃO: MATHEUS AUGUSTO BATISTA RIBEIRO
Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: MATHEUS AUGUSTO BATISTA RIBEIRO
DATA: 16/12/2025
HORA: 09:00
LOCAL: SALA VIRTUAL: meet.google.com/qwd-zkax-rvp
TÍTULO: QUEM VIGIA OS VIGILANTES? Prisômetro e o espetáculo da vigilância nos sistemas de reconhecimento facial aplicados à segurança pública
PALAVRAS-CHAVES: reconhecimento facial; inteligência artificial; racismo algorítmico; colonialismo digital; sociedade da vigilância; populismo penal; gamificação da punição; criminalização da pobre
PÁGINAS: 74
RESUMO: A ubiquidade dos dispositivos tecnológicos informacionais e uma sociabilidade construída através de um ecossistema digital convertem o ser-humano em um animal de consumo de dados e consolidam um poder que se exerce através da posse e processamento massivo de informações, fator fundamental para dinâmicas econômicas, políticas e sociais (Han, 2022). Atualizam-se, assim, as formas de dominação que se fundamentam em uma cultura de vigilância (Lyon, 2018) e em uma racionalidade técnica cujos mecanismos de persuasão se revestem de uma aparência de liberdade, objetividade e transparência. Assim, tecnologias de inteligência artificial se espraiam por diversos âmbitos do cotidiano num panorama de gestão algorítmica da vida, possibilitando a automatização de processos decisórios e uma governamentalidade (Foucault, 2008) direcionada a manutenção de estruturas de poder historicamente construídas através de um recorte colonial e racial. Nesse sentido, esses artefatos tecnológicos não operam de forma neutra e objetiva, mas se constituem como instrumentos de modulação da realidade a partir de hierarquizações raciais, de gênero e classe, que se manifestam em colonialismo digital e racismo algorítmico (Silva, 2022). Diante desse cenário, o presente trabalho tem como pano de fundo a utilização de tecnologias de reconhecimento facial baseadas em sistemas de inteligência artificial aplicadas no âmbito da segurança pública, analisando os mecanismos de legitimação de políticas de exclusão e controle de pessoas vulnerabilizadas, performadas por meio de uma estética tecnológica. Esta dissertação, portanto, debruça-se sob o Prisômetro, painel público instalado no centro da cidade de São Paulo pelo poder público municipal, que exibe em tempo real o número de prisões realizadas a partir da utilização do programa de reconhecimento facial Smart Sampa, procurando analisar como essa ferramenta, sob uma lógica de espetáculo de vigilância e gamificação, legitima uma política baseada na criminalização e controle punitivo de massas marginalizadas. O percurso metodológico da pesquisa se inicia com uma revisão bibliográfica de aportes teóricos que discutem as articulações entre tecnologia, sociedade e poder, e se desenvolve a partir de uma abordagem qualitativa e do método do estudo de caso, em que serão analisados atos administrativos, documentos midiáticos institucionais e materiais da administração municipal que fundamentam o programa do Prisômetro. Como técnica de análise dos dados, será utilizada a análise de discurso (Foucault, 1996), buscando investigar os sentidos produzidos em torno dessa política pública e compreender o modo pelo qual o Prisômetro reproduz simbolicamente um paradigma de governo que performa vigilância e celebra o encarceramento.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente(a) - 1453013 - GUSTAVO BARBOSA DE MESQUITA BATISTA
Interno(a) - 1779954 - LUZIANA RAMALHO RIBEIRO
Externo(a) à Instituição - ARTUR STAMFORD DA SILVA