PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA (CCEN - PPGG)

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA (CCEN)

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Banca de DEFESA: INOCENCIO DE OLIVEIRA BORGES NETO

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: INOCENCIO DE OLIVEIRA BORGES NETO
DATA: 24/02/2021
HORA: 14:00
LOCAL: Sala virtual do Google Meet
TÍTULO: PROCESSOS HIDRO-EROSIVOS EM DISTINTAS CLASSES DE SOLO SOB DIFERENTES TIPOS DE USO EM ZONA SEMIÁRIDA
PALAVRAS-CHAVES: Erosão, escoamento superficial, Semiárido, Neossolo Regolítico, Luvissolo Crômico, tipos de uso e manejo.
PÁGINAS: 132
GRANDE ÁREA: Ciências Exatas e da Terra
ÁREA: Geociências
SUBÁREA: Geografia Física
ESPECIALIDADE: Geomorfologia
RESUMO: A distribuição e ocorrência expressiva dos processos erosivos superficiais ocasionados pela dinâmica hidrológica em ambientes semiáridos tropicais, variam tanto espacial como temporalmente. Essa característica evidencia uma grande problemática, principalmente no âmbito do desenvolvimento de práticas agropecuárias, visto que esses ambientes são naturalmente instáveis, por conta de seus elementos naturais (geologia, geomorfologia, solos, cobertura vegetal e clima) e normalmente possuem uma organização socioeconômica desequilibrada. Muitos são os problemas acarretados pela propagação dos processos erosivos acelerados nesses ambientes, como, por exemplo: perda da fertilidade natural do solo, assoreamento dos corpos hídricos, poluição das águas, diminuição da produtividade de áreas agrícolas, aceleração do processo de desertificação, emissão de CO2 para atmosfera, empobrecimento das comunidades rurais, êxodo rural, entre outros problemas. Dessa forma, o semiárido brasileiro e em particular a porção dessa região que se encontra na Paraíba (Cariri paraibano), comporta características singulares no que se refere ao seu ambiente físico (natural) e em sua organização socioeconômica. Diante disso, o presente estudo teve como objetivos: analisar a dinâmica hidro-erosiva sob distintas classes de solo (Neossolo Regolítico e Luvissolo Crômico) e diferentes tipos de uso e manejo (cultura da palma e sistema de pousio) em zona semiárida; caracterizar e classificar os solos; avaliar as taxas de escoamento superficial e erosão; analisar a seletividade dos materiais erodidos; e, compreender a dinâmica de infiltração da água nos solos. Para tanto, foram abertas duas trincheiras para descrição morfológica e coletas de amostras dos solos, e logo após enviou-se o material coletado ao laboratório para realização de análises de rotina (físicas e químicas); foram instaladas 4 parcelas hidro-erosivas (GUERRA, 2005), numa proporção de 10 m2, com reservatórios nas calhas de todas as parcelas, para coletar o material carreado durante os eventos chuvosos, em duas classes distintas de solos: Neossolo Regolítico e Luvissolo Crômico (significativos para a região estudada), sob diferentes tipos de uso e manejo (cultura da palma e pousio), para mensurar as taxas de escoamento superficial e erosão; os sedimentos coletados das parcelas hidro-erosivas foram enviados ao laboratório para compreender a seletividade dos materiais (quantidade de Carbono (C), Nitrogênio (N) e a classe textural); também foi posicionado infiltrômetros de anel nas duas classes de solos, para conhecer a velocidade de infiltração da água em diversas épocas do ano. Os resultados relatam que as parcelas posicionadas no Neossolo Regolítico (PNRPal e PNRPou) geraram mais erosão do que as parcelas sobre o Luvissolo Crômico (PLCPal e PLCPou), que por sua vez, proporcionou os maiores valores de escoamento. As parcelas com o sistema de pousio (PNRPou e PLCPou) foram mais eficientes na contenção da dinâmica hidro-erosiva do que as parcelas com a cultura da palma (PNRPal e PLCPal). Chama-se atenção para as parcelas sobre o Neossolo Regolítico, onde a erosão mensurada na parcela PNRPal superou em 152 vezes, a erosão coletada na parcela PNRPou, evidenciando que uma simples mudança no uso e/ou manejo pode desequilibrar fortemente os sistemas naturais. As maiores taxas de escoamento e erosão foram observadas nos dias com chuvas consecutivas, expondo a importância da umidade antecedente na ocorrência dos processos hidro-erosivos. As correlações estatísticas apontam que o escoamento tem boa correlação com a precipitação, já a erosão apresenta grande intimidade com o escoamento. A análise dos sedimentos permitiu identificar que as parcelas com a cultura da palma (PNRPal e PLCPal) perderam cerca de 5,6 vezes de Carbono (C) e 7,8 vezes de Nitrogênio (N), a mais do que as parcelas em sistema de pousio (PNRPou e PLCPou), destacando-se a parcela PNRPal, que sozinha perdeu 139% mais C e N que todas as outras parcelas juntas. Em relação a granulometria dos sedimentos é notável a forte correlação com o material parental, visto que a parcela PNRPal apresenta cerca de 73,1% de areia grossa e fina (classe textural franco-arenosa), e as parcelas PLCPal e PLCPou, contaram com mais de 92% de silte e argila (classe textural de argilosa a muito argilosa), sendo apenas a parcela PNRPou que não possibilitou a análise de sua granulometria por insuficiência de material coletado, exibindo sua grande eficiência no controle da dinâmica hidro-erosiva. As variáveis mais importantes na variabilidade dos dados de escoamento e erosão e na seletividade dos sedimentos (nutrientes e classe textural) foram as diferentes classes de solo (Neossolo Regolítico e Luvissolo Crômico) associadas aos distintos tipos de uso e manejo (cultura da palma e sistema de pousio). Os ensaios de infiltração trazem que os maiores valores de velocidade de infiltração ocorrem nos meses mais secos (baixa umidade nos solos), do que nos meses do período chuvoso (alta umidade nos solos). Os ensaios realizados no Neossolo Regolítico apresentam maior constância na velocidade de infiltração básica (VIB) do que o Luvissolo Crômico, embora que o Luvissolo Crômico em momentos específicos do ano pode superar as taxas de infiltração do Neossolo Regolítico. Em geral, o Neossolo Regolítico mostrou-se mais sensível as interferências antrópicas do que o Luvissolo Crômico, em relação a dinâmica hidro-erosiva e na seletividade dos sedimentos. Quando se fala da dinâmica de infiltração, o Luvissolo Crômico por conter em sua estrutura argilas de alta atividade (do tipo 2:1), sofre mais alterações ao longo do ano do que o Neossolo Regolítico, apresentando maior variabilidade nos resultados. Sendo assim, sugere-se a ampliação da mensuração dos processos hidro-erosivos na região semiárida brasileira, para melhorar compreensão da variabilidade espacial e temporal desses fenômenos, tal conhecimento é essencial não só para o avanço dos estudos erosivos em ambiente semiárido, como também pode servir para subsidiar políticas públicas que visem o ordenamento e a gestão dos espaços rurais.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 083.336.117-10 - RAFAEL ALBUQUERQUE XAVIER - UEPB
Interno - 4201553 - BARTOLOMEU ISRAEL DE SOUZA
Interno - 179.048.110-49 - DIRCE MARIA ANTUNES SUERTEGARAY - UFRGS
Interno - 080.709.176-60 - JOSÉ JOÃO LELIS LEAL DE SOUZA - UFV
Externo à Instituição - ANTONIO JOSE TEIXEIRA GUERRA