PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA (CCEN - PPGG)

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA (CCEN)

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Banca de QUALIFICAÇÃO: ALCIMÁRIA FERNANDES DA SILVA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ALCIMÁRIA FERNANDES DA SILVA
DATA: 27/07/2022
HORA: 09:00
LOCAL: Plataforma do Google Meet (meet.google.com/nxd-dfum-fpc)
TÍTULO: PERMANÊNCIAS E RECRIAÇÃO DA AGRICULTURA FAMILIAR CAMPONESA NO POLO ASSU/MOSSORÓ (RN)
PALAVRAS-CHAVES: Modernização do campo; Agricultura familiar camponesa; fruticultura irrigada; Recriação do campesinato; Polo Assu-Mossoró (RN).
PÁGINAS: 186
RESUMO: Movidos pelo que se convencionou chamar de Revolução Verde, o Brasil, principalmente a partir da década de 1970 e 1980, passa a sofrer a influência do processo de modernização do campo. Este processo se dá a partir da intensificação do uso de insumos químicos e tecnológicos responsáveis pelo aumento da produção que, entretanto, tem ficado restrito a determinados espaços e a pequenos grupos de indivíduos como aqueles responsáveis por gerir o agronegócio em nosso país. Em todo esse contexto, o Estado foi responsável por assumir um papel decisivo a partir do desenvolvimento de políticas, infraestruturas, incentivos creditícios, preços mínimos e estoques regularizadores. No Nordeste brasileiro, o impacto do processo de modernização do campo também se deu com a ação do Estado, por meio de políticas públicas, que viabilizaram tanto a realização de projetos de caráter público, em atendimento a produtores rurais, quanto a implementação de grandes projetos agropecuários da iniciativa privada. Nessa perspectiva, no espaço agrário do Rio Grande do Norte, o que se constituiu no Polo Assu-Mossoró, recorte espacial desse estudo, passa a refletir essas características, sendo sinônimo das contradições provenientes do desenvolvimento do capitalismo no campo, expressando, por um lado, processos de modernização, principalmente com o agronegócio da fruticultura irrigada, e, por outro, apresentando-se como um espaço de subjugo, desigualdades sociais, violência, concentração de terras e expropriação de agricultores familiares camponeses, fazendo com que estes se proletarizem ou busquem alternativas para se recriarem. A partir disso, buscamos analisar as permanências e recriação da agricultura familiar camponesa frente à expansão do capital no Polo de Desenvolvimento Integrado Assu-Mossoró (RN). Partimos do pressuposto de que a agricultura familiar camponesa no Polo coabita com dinâmicas de permanências e recriação frente ao capital, entendendo que este não tem gerado o desaparecimento dos agricultores familiares camponeses como anunciaram Kautsky (1980) e Lênin (1982), mas processos de resistências e recriação. Com o suporte da dialética, e buscando entender as dinâmicas dos processos que ali ocorrem, sem negligenciar os aspectos históricos que permeiam a construção desse território e o movimento da realidade, traçamos o caminho metodológico pautando-se no uso de pesquisa bibliográfica, documental e empírica, na busca pela apreensão da realidade concreta e a essência do objeto de estudo. Do ponto de vista teórico-conceitual, a tese de doutoramento ora em construção tem se pautado nos conceitos de espaço, território, territorialização do capital, monopolização do território pelo capital, campesinato, permanência, recriação camponesa, renda da terra. Os resultados preliminares alcançados indicam que no referido Polo o processo de modernização do campo não tem impactado positivamente nos aspectos sociais, já que boa parte da população depende de programas sociais como o Bolsa Família e, embora os agricultores familiares camponeses sejam maioria nesse espaço, predomina em suas mãos os estabelecimentos de pequenas dimensões, enquanto as maiores áreas têm sido apropriadas por agricultores não familiares, além da violência no campo. Por outro lado, registramos nos primeiros contatos em campo, vários exemplos que retratam a recriação camponesa, como a adesão à agroecologia, as feiras agroecológicas, as sementes crioulas, a importância das tecnologias sociais de convivência com o semiárido, o associativismo e cooperativismo. Essas formas de organização, aliada a práticas de parceria e arrendamento por parte dos agricultores sem-terra, sinalizam também para formas de resistência ao não subjugo ao agronegócio da fruticultura irrigada que circundam os territórios camponeses.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2141361 - ANIERES BARBOSA DA SILVA
Interno - 330303 - IVAN TARGINO MOREIRA
Externo à Instituição - CÍCERO NILTON MOREIRA DA SILVA
Externo à Instituição - SHEILA KELLY PAULINO NOGUEIRA