PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA (CCEN - PPGG)

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA (CCEN)

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Banca de DEFESA: MARIA MARTA DOS SANTOS BURITI

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: MARIA MARTA DOS SANTOS BURITI
DATA: 03/08/2022
HORA: 09:00
LOCAL: Plataforma do Google Meet (meet.google.com/phz-hhro-pvt)
TÍTULO: A AGRICULTURA FAMILIAR CAMPONESA E A REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA NO AGRONEGÓCIO DA AVICULTURA DE CORTE INDUSTRIAL NO ESTADO DA PARAÍBA
PALAVRAS-CHAVES: Agricultura Familiar Camponesa. Avicultura de Corte Industrial. Paraíba. Reestruturação Produtiva.
PÁGINAS: 235
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Geografia
RESUMO: Nutrida pelo princípio capitalista da multiplicação da mais-valia por meio da unidade entre agricultura, indústria e mercado, a reestruturação produtiva tem avançado no campo brasileiro como um movimento de transformação e de contradição, por um lado impulsionado pelo esforço (capitalista) em forjar uma etapa dinâmica de crescimento ininterrupto e, por outro, tensionado pelos limites, cada vez mais insolúveis, do desenvolvimento do capital nesta epocalidade. No campo paraibano, a reestruturação produtiva edificou um cenário de mudanças socioprodutivas e territoriais com efeitos incisivos sobre a avicultura de corte industrial reorganizada em torno de formas de acumulação mais flexíveis e propositivas ao aumento da rentabilidade do capital. Fortemente apoiada pelo Estado, essa atividade se desenvolveu inicialmente estimulada pela necessidade de afiançar a ruptura com as bases produtivas rudimentares, que lhe eram características em meados da década de 1970, e pela necessidade de circunscrever um novo patamar técnico, financeiro e mercadológico, que fosse competitivo diante da concorrência crescente da avicultura nacional. Com esse afinco, a confluência de investimentos públicos e privados logo avalizou a consolidação do agronegócio avícola e a sua expansão a partir da década de 1990 por meio do sistema de integração, passando a articular, na escala de produção agropecuária do frango de corte, empresas avícolas e produtores rurais, provenientes tanto da agricultura empresarial como da agricultura familiar camponesa. Diante desse quadro, a reestruturação produtiva passou a se efetivar no campo por meio de processos muito mais complexos do que projeta a conjectura simplista da homogeneização pressuposta pela lógica da mercadoria, uma vez que as relações não capitalistas comparecem como vias mediadoras das determinações prescritas pelo capital no curso de sua reestruturação. Partindo dessas constatações, o objetivo que norteou a realização desta pesquisa consistiu em compreender a reestruturação produtiva na avicultura de corte industrial no estado da Paraíba e os seus desdobramentos no campo a partir da relação contraditória de interdependência entre a produção do capital no agronegócio e a reprodução social da agricultura familiar camponesa. Sob os princípios analíticos da dialética, traçamos um caminho metodológico organizado em torno de uma abordagem qualitativa, amparada em pesquisa bibliográfica estruturada com base em um plano teórico-conceitual, articulado pelos conceitos de espaço, território, agricultura familiar camponesa e reestruturação produtiva, bem como por discussões relacionadas à caracterização do agronegócio avícola; e em pesquisa de campo realizada em um recorte espacial, composto por seis municípios (Pocinhos, Boa Vista, Soledade, Olivedos, Montadas e Puxinanã), delimitado de acordo com variáveis que convergem com o objetivo central do trabalho. As reflexões construídas ao longo desta pesquisa permitiram a elaboração da tese, de que a junção de demandas sociais do produtor camponês integrado e demandas econômico-produtivas do agronegócio avícola subscreve uma relação de interdependência entre ambos que, mesmo negada e compelida pelas amarras da subordinação imposta pelas empresas integradoras, não só legitima as condições de reprodução camponesa, como também pode subsidiar a organização de formas de resistência por parte dos camponeses integrados frente à relação exploratória conduzida pelo capital no agronegócio.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2141361 - ANIERES BARBOSA DA SILVA
Interno - 2047706 - JOSIAS DE CASTRO GALVAO
Interno - 2459645 - MARCO ANTONIO MITIDIERO JUNIOR
Externo à Instituição - FRANCISCO FRANSUALDO DE AZEVEDO
Externo à Instituição - SILVANA CRISTINA COSTA CORREIA