PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA (CCEN - PPGG)

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA (CCEN)

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Banca de QUALIFICAÇÃO: ROSANGELA PALHANO RAMALHO

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ROSANGELA PALHANO RAMALHO
DATA: 30/08/2022
HORA: 14:00
LOCAL: sala virtual: zoom.us
TÍTULO: O ESPAÇO DA ECONOMIA SOLIDÁRIA NA AGRICULTURA FAMILIAR PARAIBANA
PALAVRAS-CHAVES: Economia solidária. Empreendimentos econômicos solidários. Agricultura familiar. Espaço geográfico. Desenvolvimento territorial.
PÁGINAS: 110
RESUMO: A partir da década de 1980, verifica-se no Brasil um grande avanço da economia solidária. A economia solidária corresponde ao conjunto de iniciativas de produção, comercialização, consumo, crédito e serviços, baseado nos princípios da cooperação, autogestão e solidariedade. O Homo solidarius, segundo Dourado (2016), busca alcançar os objetivos econômicos apoiados no fortalecimento dos laços pessoais, na melhoria das condições de vida de quem trabalha e no cuidado com o meio ambiente. No atual sistema de produção, as relações de trabalho são moldadas para garantir a aquisição do lucro e assim, como afirma Harvey (2005), a produção capitalista torna-se determinante para a formação do espaço. Nessa perspectiva, pode-se conceber a formação de “territórios solidários” descrevendo os locais e as atividades desenvolvidas neles, bem como apreendendo a transformação sócio-espacial a partir da formação de redes solidárias de produção e distribuição. Daí a importância dos fundamentos teóricos fornecidos pela Geografia Crítica que concebe o espaço geográfico como produto social do trabalho. A Secretaria Nacional de Economia Solidária diagnosticou a economia solidária a partir de dois mapeamentos. Silva e Carneiro (2016) mostram que o levantamento mais recente identificou 19.708 empreendimentos solidários no Brasil, distribuídos entre 2.713 municípios e envolvendo 1.423.631 trabalhadores. 54,8% destas iniciativas encontram-se em áreas rurais e 40,8% do total encontram-se na Região Nordeste. O Plano Estadual de Economia Solidária (2017) detectou que no Estado da Paraíba, 64% das iniciativas solidárias estão localizadas no campo e destas, 70% pertencem à agricultura familiar. Esta participação demonstra que a agricultura familiar figura como um setor vital para a produção agrícola brasileira e para a formação do espaço social no campo. Dito isto, este trabalho intenciona analisar a economia solidária no âmbito da agricultura familiar no Estado da Paraíba, verificando se estas iniciativas fortalecem a atividade ou reforçam a sua integração à dinâmica da acumulação capitalista. Como o estudo compreenderá uma realidade objetiva e em mudança, será utilizado o Materialismo Histórico Dialético como método de análise através do uso das categorias da lógica concreta, apresentadas em Lefebvre (1991). A pesquisa tem recorte normativo e analítico, pois contribui para o entendimento de uma prática específica e transformadora dos territórios na perspectiva de Gaiger (2014). Minucioso levantamento bibliográfico, documental e uma pesquisa de campo contemplada por entrevistas semi-estruturadas com os gestores públicos que executam as políticas públicas de economia solidária na Paraíba e também com agricultores familiares, viabilizarão a pesquisa. Os resultados preliminares mostram que a economia solidária é um conceito em construção, com consensos e divergências teóricas tanto em sua gênese, quanto em suas teses e práticas. Sua ascensão permitiu a criação de uma estrutura institucional que consolidou as pautas do movimento de economia solidária e políticas públicas que lhe deram visibilidade e relevância. Economia solidária e agricultura familiar têm mantido aproximações por desenvolverem relações de trabalho não assalariado e por terem pautas comuns. Na Paraíba, é possível perceber a ampliação dos “territórios solidários” a partir da adoção dos princípios solidários pela agricultura familiar. As ações da Secretaria Executiva de Segurança Alimentar e Economia Solidária voltadas à comercialização dos produtos agroecológicos e à execução do Programa Nacional de Aquisição de Alimentos também tem contribuído para a transformação, renovação e criação destes espaços sociais na Paraíba.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 330303 - IVAN TARGINO MOREIRA
Interno - 2459645 - MARCO ANTONIO MITIDIERO JUNIOR
Externo ao Programa - 1285533 - REJANE GOMES CARVALHO