PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SOCIOLOGIA (PPGS)
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
- Phone
-
83
News
Banca de QUALIFICAÇÃO: GEYSA FERNANDES RIBEIRO
Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: GEYSA FERNANDES RIBEIRO
DATA: 06/02/2024
HORA: 14:00
LOCAL: Google Meet
TÍTULO: VIDAS PASSÍVEIS DE LUTO?: uma análise das produções discursivas nos
casos de feminicídio e mortes por COVID-19 em jornais do Maranhão
PALAVRAS-CHAVES: Luto. Morte. Feminicídio. Jornais.
PÁGINAS: 100
RESUMO: Pensar sobre a morte e o morrer é antes de tudo, levar em consideração que o imaginário social sobre o luto vai sendo modificado constantemente no tempo e espaço e que os acontecimentos de cunho histórico, político e econômico influenciam significativamente a forma como essa
representação social é lida e interpretada. A pandemia da covid-19 pôs em ascensão
as subjetividades emocionais e afetivas e a publicização de notícias sobre temáticas
que em contextos comuns, são mais invisilizadas. As medidas tomadas para minimizar
o impacto da proliferação do vírus, se tornou um elemento de agravamento da
vulnerabilidade à integridade física e mental de muitas mulheres, que passaram a ter
um tempo maior no ambiente doméstico e familiar em decorrência da necessidade do
isolamento físico. O aumento notificado de casos sobre mortes letais de mulheres por
razões de gênero passou a ser mais evidenciado nos diferentes meios de
comunicação, especificamente nos impressos digitais. A morte, o morrer, a perda e o
luto passaram a ocupar boa parte das matérias apresentadas nos periódicos e a
pandemia passou a transversalizar grande parte das seções dos jornais maranhenses
O Imparcial, Jornal Pequeno e O Estado do Maranhão entre os anos de 2020 a 2022.
Os jornais como espaço de saber que é organizado, elaborado e apresentado em
relações de poder, são instrumentos importantes para analisar as representações que
são atribuídas ao processo de enlutamento nos casos de feminicídio e mortes por
covid-19, assim como para identificar quais enunciados são utilizados para notificar
essas perdas; discutir a frequência em que esses rituais de enlutamento são
apresentados e problematizar as representações de gênero e sua relação com a
pandemia constituídas nas produções discursivas desses jornais. Para tanto, a base
metodológica deste trabalho está pautada em teóricos/as que trazem reflexões sobre
o luto e os rituais de enlutamento a partir da Sociologia das Emoções; em autores/as
e obras que discutem criticamente a noção de discurso, pensando-o como elemento
que é constituído por relações de poder; estudos que trazem críticas a normas que
classificam corpos como válidos, reforçando violências contra as vidas que não se
enquadram em um referencial normativo e estudos sobre meios de comunicações,
suas interfaces e leis e políticas públicas de combate à violência contra mulheres.
Compreendendo que nos jornais os enunciados são previamente elaborados e
legitimados por constituírem-se como produtos de formações especializadas e, que
socialmente são aceitos, em geral, como órgãos de denúncia e vigilância, esta
pesquisa avança no sentido de analisar como dois fenômenos distintos de mortes em razão do gênero (problema social recorrente) e mortes provenientes de uma pandemia
(adversidade temporariamente situada, mas também com consequências a longo
prazo como os casos de feminicídio), são apresentados em jornais digitais
maranhenses, revelando que mesmo em contextos específicos como de uma
pandemia, a morte e o sentimento do luto é paradoxalmente expressa nesse espaço
de saber.
MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - HELMA JANIELLE SOUZA DE OLIVEIRA
Presidente - 1565100 - MARCELA ZAMBONI LUCENA
Interno - 1363922 - SIMONE MAGALHAES BRITO