PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS, CIDADANIA E POLITICAS PÚBLICAS (PPGDH)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de QUALIFICAÇÃO: VANESSA OLIVEIRA MONTEIRO

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: VANESSA OLIVEIRA MONTEIRO
DATA: 06/02/2024
HORA: 16:30
LOCAL: PPGDH - Sala de conferência online (https://meet.google.com/jpn-beek-pqw)
TÍTULO: “O NEGRO É A COR MAIS CORTANTE”: Diálogos sobre a Questão Racial no Centro de Atenção Psicossocial, João Pessoa, Paraíba
PALAVRAS-CHAVES: saúde mental, racismo, saúde pública.
PÁGINAS: 78
RESUMO: Discutir sobre as questões referentes a população negra na diáspora brasileira, sempre foi um processo que demanda aprofundamento histórico, social e psicológico, e quando direcionamos esse olhar sobre a dita loucura e seus dispositivos de “cuidado”, esse aprofundar é intensificado. Há mais de 500 anos um processo de escravização já estava/está em curso, mesmo após a abolição os corpos das pessoas negras ainda são destinados a superlotação de ambientes hostis. Se tratando da saúde e da saúde pública, os dados do Ministério da Saúde (MS) inferem que a população negra é a que mais compõe o Sistema Único de Saúde (SUS), ao mesmo tempo a que é mais negligenciada. A loucura, a dita loucura, abraçada com o movimento eugenista no Brasil, encontrou uma “justificativa” racista de amontoar nos manicômios as pessoas negras, compondo, como Lima Barreto dizia, “um pátio onde o negro era a cor mais cortante”. Na década de 70, esse palco de terror foi reivindicado e surgiu a Reforma Psiquiátrica (RP), uma luta que buscou a dignidade e o direito humano das pessoas em sofrimento mental, logo, no momento compreendido após a RP, nos deparamos com os serviços substitutivos ao modelo hospitalocêntrico e manicomial do cuidado. O Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) é o serviço substitutivo que recebe as pessoas que foram desinstitucionalizadas, e as que agora se encontram em sofrimento psíquico. Dito isto, a grande questão desse estudo é discutir como os atravessamentos raciais se apresentam dentro do CAPS? Como a equipe compreende as demandas advindas do racismo, como o racismo se apresenta de forma não-dita. Bem como, também buscou escutar como as pessoas “usuárias(os)” percebem e compreendem a discussão racial dentro do CAPS. Para tanto, como bases reflexivas utilizou-se de autores com Frantz Fanon, Abdias Nascimento, Neusa Santos, Lélia González, Clóvis Moura, pesquisadoras(es) do AMMA PSIQUE E NEGRITUDE e bancos de dados como Scielo, Lilacs. Essa coleta também foi realizada através de uma pesquisa de campo no CAPS de João Pessoa, Paraíba. Como participantes tiveram 8 profissionais e 6 usuárias. Por fim, infere-se um processo de silenciamento, de negligência, de omissão e descompromisso do serviço para com a saúde mental da população negra, as iniquidades encontradas, são iniquidades persistentes há mais de décadas, o que vemos em prática é uma atualização nas formas de deixar limpa e organizada a cidade do colono.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1982955 - JAILSON JOSE GOMES DA ROCHA
Interno - 1762569 - AMANDA CHRISTINNE NASCIMENTO MARQUES
Externo à Instituição - LASSANA DANFÁ