PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO (PPGAU)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Tese representante do PPGAU UFPB no Prêmio CAPES de Tese Edição 2023

 

 

A comissão de professores permanentes do PPGAU-UFPB, formada pelos professores doutores Ivan Cavalcanti Filho, Felipe Tavares da Silva e Lucy Donegan, após avaliação das teses candidatas, indicou o seguinte trabalho para representar o PPGAU UFPB na edição 2023 do Prêmio CAPES TESE:

 

Autora:

GIANNA MONTEIRO FARIAS SIMOES


Título da Tese

Dinâmica da habitação social: estudo sobre o impacto do uso e da adaptação na habilidade da edificação

 

RESUMO DA TESE

 

A redução do déficit habitacional do país não pode se limitar a suprimir a demanda, sem compromisso com a qualidade. Assim, esse estudo visa fornecer informações sobre o processo de adaptação da população vulnerável à habitação seriada, a partir de uma análise multidimensional: a baixa qualidade da habitação e a falta de espaço, a condição de desconforto térmico e insalubridade e a pobreza de energia. Os objetivos delineados do estudo foram: 1- avaliar o impacto das modificações realizadas em habitações sociais na habitabilidade e, 2- identificar os principais fatores comportamentais e ambientais, na habitação social, associados ao consumo de energia. Para isso, um conjunto de métodos foram utilizados, baseados em pesquisa de campo detalhada, para investigação da habitação social, tomando como objeto empírico 4 tipos arquitetônicos com programa mínimo de uso recorrente. A aplicação do questionário resultou em uma amostra com 156 pessoas entrevistadas. Os principais resultados em destaque são: a) o número de ampliações nas moradias é elevado e são mais frequentes no piso térreo; b) a necessidade de mais espaço é confirmada pelas casas que cresceram mais de 45,0% do seu tamanho original; c) as reformas têm um impacto negativo na habitabilidade das moradias, quanto mais a casa é expandida, menor é o percentual de abertura e piores os resultados nas variáveis térmicas analisadas; d) no geral as unidades habitacionais apresentaram temperaturas superiores às recomendações de conforto; e) além do desconforto térmico, muitos ambientes apresentam sinais de insalubridade; f) o percentual de insatisfação dos usuários com o calor no interior da moradia é elevado (75,0%) e com a baixa velocidade do ar (65,3%); g) o consumo de energia elétrica verificado apresenta um comportamento crescente e com reduzida possibilidade de aproveitamento do desconto oferecido pelo Estado (Tarifa Social Nacional) - 4,7% dos moradores usufruíram do desconto máximo de 65,0%; h) o consumo de energia das famílias em alta vulnerabilidade econômica é similar ao consumo dos domicílios em situação de segurança energética; i) há uma relação direta entre a posse de eletrodomésticos antigos, famílias com presença de crianças e o consumo de energia elevado; j) metade da amostra relatou optar pela restrição na compra de alimentos e outras contas, para não ter os serviços energéticos cortados. A principal conclusão é que as reformas comprometem a habitabilidade e o consumo de energia da habitação.