O presente trabalho teve o objetivo de avaliar a saúde das ostras Crassostrea gasar cultivadas no estuário do Rio Mamanguape (PB), com ênfase na infecção pelo protozoário Perkinsus sp.. O estudo foi conduzido sob duas abordagens: avaliação de respostas imunológicas em relação à infecção por Perkinsus sp. e histopatológica para detecção de parasitas, comensais e alterações patológicas. Ostras adultas foram coletadas em dezembro de 2011, março, maio, agosto e outubro de 2012 (N = 182). A detecção de Perkinsus sp. e sua intensidade foi determinada nas brânquias. Os hemogramas, a capacidade fagocítica, a produção de espécies reativas de oxigênio (ROS) e a mortalidade hemocitárias na hemolinfa foram determinadas por citometria de fluxo e o título de aglutinação foi quantificado no plasma. Cortes histológicos foram preparados. Os resultados deste estudo evidenciaram a maior prevalência de Perkinsus sp. (93,3%) já registrada em ostras no Brasil, porém com intensidade moderada (1,9 ± 0,07; Media±EP). O aumento da infecção com este parasita afetou as respostas de defesa, diminuindo a capacidade fagocítica e a produção de ROS dos hemócitos além de ter aumentando a mortalidade celular, a proporção de células tipo-Blast e a quantidade de hemócitos circulantes. A análise histopatológica revelou a fagocitose como principal mecanismo de defesa desencadeado contra Perkinsus sp. nos tecidos (esôfago, estômago e intestino), mas sua proliferação foi observada nos casos de intensidade avançada. Outros organismos comensais e parasitas e uma neoplasia disseminada ocorreram com baixas prevalências e intensidades. Apesar das infecções parasitárias e da neoplasia disseminada, a saúde das ostras é considerada satisfatória nesta região.