O presente trabalho se propõe a analisar empiricamente a mobilidade intergeracional de resultado à luz do conceito de Igualdade de Oportunidades Qualificada. Para isso, são realizados dois testes empíricos com dados de educação de pais e filhos do Canadá e do Brasil. O procedimento metodológico consiste em: 1) estimar a relação entre a escolaridade dos filhos e dos pais e 2) analisar o comportamento do erro da regressão através do status socioeconômico dos pais; espera-se que a variância do erro reduza para os pais com maior nível de instrução. Optou-se, ainda, pelo método de regressão por quantil, dado o problema de identificação do modelo, apontado por Figueiredo, Lima e Schaur (2014), presente nas estimações por mínimos quadrados. Os resultados mostraram que no Canadá a educação dos pais tem influência significativa sobre a educação dos filhos. Além disso, constatou-se que a mobilidade qualificada é verificada, uma vez que a variância do erro é negativamente relacionada com a escolaridade dos pais. Os resultados para o Brasil mostraram uma variância crescente com o nível de instrução dos pais, de forma que a mobilidade intergeracional não correspondeu às características de uma mobilidade qualificada.