O crescimento populacional e o aumento da atividade industrial e extrativista têm causado muitos problemas ambientais. Dentro desses problemas podemos destacar os resíduos sólidos gerados pelas diversas atividades humanas, dentre elas a mariscagem, que gera um grande volume de resíduos em seu processo de produção. As conchas, resíduos da mariscagem, vêm sendo um enorme problema enfrentado por diversas comunidades tradicionais ribeirinhas, como é o caso da comunidade indígena de Tramataia, município de Marcação, litoral norte da Paraíba. Por falta de opção rentável, essas comunidades vêm depositando este material em ruas, quintais ou mesmo dentro do próprio manguezal. O objetivo desta pesquisa é elaborar placas de revestimento para uso em interiores, a partir do aproveitamento da concha do marisco, material residual da atividade marisqueira realizada pela comunidade indígena de Tramataia, município de Marcação, Paraíba. Para tanto, foi realizada uma pesquisa de campo com a aplicação de questionários, a fim de se conhecer o perfil socioeconômico da comunidade e o modo de produção da atividade marisqueira desenvolvida no local. Através de observações feitas pela autora, pôde-se também quantificar o material descartado diariamente na aldeia e a partir daí propor o aproveitamento do resíduo na confecção das placas de revestimento. Durante a pesquisa foram desenvolvidos em laboratório, protótipos dessas placas de revestimento e posteriormente foram realizados ensaios de flexão, impacto, perda de massa por erosão e arrancamento, a fim de verificar sua viabilidade.