PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE (PRODEMA - MEST)

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA (CCEN)

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Banca de DEFESA: DANILO WILSON LEMOS MENEZES

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: DANILO WILSON LEMOS MENEZES
DATA: 30/08/2022
HORA: 15:00
LOCAL: Prodema/UFPB
TÍTULO: ENTRE A DEVASTAÇÃO E A CONSERVAÇÃO: UMA HISTÓRIA AMBIENTAL DA MATA DO BURAQUINHO - PARAÍBA (1585 – 2014)
PALAVRAS-CHAVES: Florestas urbanas, Mata Atlântica, relações sociedade e natureza, florestas culturais, florestas antropogênicas
PÁGINAS: 173
GRANDE ÁREA: Multidisciplinar
ÁREA: Ciências Ambientais
RESUMO: O objetivo desta pesquisa foi analisar o processo histórico de ocupação humana e as relações que as sociedades pretéritas estabeleceram com a natureza no território florestal conhecido hoje como Mata do Buraquinho e adjacências, de 1585 a 2014, elaborando uma narrativa histórica e cartográfica das relações entre sociedade e natureza neste espaço geográfico. Utilizamos, enquanto escopo teórico, numa perspectiva interdisciplinar de abordagem, a História Ambiental; o conceito de Antropoceno enquanto período histórico marcado pelos processos coloniais e as concepções de Rugosidades históricas de Milton Santos. As narrativas foram elaboradas após a análise das fontes históricas, constituídas principalmente em arquivos, acervos e em campo, perfazendo uma coleção documental bastante diversa e ampla. De modo a conduzir a interpretação crítica das fontes, utilizamos o método indiciário de Ginzburg, além dos conceitos de Silêncio Cartográfico de Harley, de Silêncios da História de Le Goff e de Metabolismo Urbano da História Ambiental Urbana. No intuito de responder os objetivos da pesquisa utilizamos ainda, como artifício metodológico, a ferramenta analítica das três dimensões da História Ambiental de Worster (a reconstituição das paisagens naturais, as relações materiais e as relações subjetivas entre sociedade e natureza), de modo a possibilitar a compreensão dos eventos e a construção da narrativa. O que a pesquisa nos mostrou é que este remanescente florestal é, na verdade, uma floresta predominantemente secundária, de formação recente e absolutamente antropogênica, cuja antropização intensa cessou a poucas décadas apenas. Estas qualidades recorrentes que a atribuem como um remanescente ‘natural’ de Mata Atlântica ou como sendo possuidora de uma vegetação ‘original’, precisam ser revistas ou, no mínimo, relativizadas e problematizadas. Pudemos confirmar também nossos pressupostos e hipóteses em relação a complexidade das relações estabelecidas entre as sociedades históricas diversas que ali estiveram e as naturezas também diversas que representou a Mata do Buraquinho em diferentes momentos históricos. Elaborações maniqueístas não poderiam responder pelo processo histórico da Mata do Buraquinho, que não é uma resultante óbvia, unicamente de um projeto preservacionista ou conservacionista e, tampouco, poderia ser explicada no presente como um resquício feliz ou a exceção de um processo de devastação generalizada. Eventos de preservação e devastação estiveram quase sempre presentes, um ou outro prevalecendo em determinadas circunstancias ou conjunturas. As vezes em diálogo, por vezes em contradição e, em determinados eventos, em profunda confusão, tornando difícil inclusive sua distinção.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 4201553 - BARTOLOMEU ISRAEL DE SOUZA
Interno - 1117951 - GUSTAVO FERREIRA DA COSTA LIMA
Externo à Instituição - JOSÉ OTÁVIO AGUIAR