PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FILOSOFIA (PPGF)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de QUALIFICAÇÃO: DÁCIO JOSÉ DO NASCIMENTO

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: DÁCIO JOSÉ DO NASCIMENTO
DATA: 17/12/2021
HORA: 09:00
LOCAL: UFPB/ google meet
TÍTULO: Da noção de livre-arbítrio no naturalismo biológico de John Searle
PALAVRAS-CHAVES: livre-arbítrio; naturalismo biológico; consciência; John Searle
PÁGINAS: 35
RESUMO: O presente estudo tem como finalidade refletir o problema do livre-arbítrio na Filosofia da Mente do filósofo estadunidense John Searle. Para Searle, antes de se considerar uma reflexão a respeito do problema do livre-arbítrio, faz-se necessário a compreensão de um conjunto de noções que lhe estão intimamente ligados, a saber: a noção de consciência, de causação mental, de intencionalidade, de racionalidade etc. Searle, que se define como não dualista, poderia ser visto como esposando um tipo de fisicalismo não-redutivo, visto que defende a dependência do mental ao físico, mas é contra a redução do mental ao físico. Ademais, ele é um dos grandes críticos da corrente materialista, sobretudo das teorias de identidade, do funcionalismo e do eliminativismo. Vamos, em um primeiro momento, fazer um breve apanhado de suas críticas às várias abordagens materialistas a fim de mostrar como ele tenta superar a herança da abordagem cartesiana que considerava a mente e o corpo como substâncias separadas e independentes. A argumentação de Searle sobre isso é encontrada na sua teoria do Naturalismo Biológico onde defende os fenômenos mentais serem causados por processos neurobiológicos (no cérebro) e serem eles próprios características do cérebro. Em um segundo momento, será questão de refletir sobre a natureza da consciência explicando porque, na visão de Searle, ela é ontologicamente irredutível aos processos neurobiológicos do cérebro, sendo antes uma característica do sistema como um todo. Para isso, é indispensável compreender o que Searle conjectura a respeito da causação mental. Segundo Searle, na descrição de uma ação consciente, intencional e voluntária, como levantar o braço, não há dois eventos distintos acontecendo – um sistema consciente e um sistema neurobiológico (não consciente) – mas, dois níveis de descrição de um mesmo evento. Porém, se a consciência não pode ser reduzida aos processos neurobiológicos (do cérebro), devido a sua natureza ontológica (subjetiva), como ela pode ter um papel causal, se considerarmos o fechamento causal do mundo físico? Segundo esse princípio, tudo o que há no mundo é físico e nada que não seja físico pode causar algo no mundo. E ainda, se a ocorrência de um evento é causada por razões suficientes determinadas para que ele ocorrer, que não aconteceria se não tivesse as mesmas causas, como explicar a liberdade de ação? Searle introduz o tema do livre-arbítrio. Sendo o livre-arbítrio uma das certezas dos agentes humanos, e somando-se a ela a consciência da experiência de agirmos sob esse pressuposto, Searle mostra que, no que concerne a explicação das ações voluntárias em termos de razão, há uma lacuna (gap) entre, por um lado, as causas das decisões e as ações, e a efetiva tomada de decisão e a realização das ações, por outro lado. É considerando essa lacuna (gap) que ele aborda e defende a noção da liberdade de agir ou livre-arbítrio.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1898751 - CANDIDA JACI DE SOUSA MELO
Interno - 1560574 - ANDERSON DARC FERREIRA
Interno - 2159349 - ARTHUR VIANA LOPES