Banca de DEFESA: RENATA SIMÕES BORGES DA FONSECA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: RENATA SIMÕES BORGES DA FONSECA
DATA: 04/12/2023
HORA: 09:00
LOCAL: SALA DE REUNIÕES CCTA/UFPB
TÍTULO: Exu e Música: rupturas, resiliências e transgressões nas encruzilhadas da vida de Yerko Tabilo
PALAVRAS-CHAVES: Yerko Francisco Pinto Tabilo; Decolonialidade; Exu; Música; Pedagogia das Encruzilhadas
PÁGINAS: 195
GRANDE ÁREA: Lingüística, Letras e Artes
ÁREA: Artes
SUBÁREA: Música
RESUMO: O chileno Yerko Francisco Pinto Tabilo iniciou seus estudos de violino na Escuela Experimental de Música de La Serena, o primeiro projeto social de música da América Latina. Enquanto cursava o Bacharelado em Música em Santiago, recebeu o convite para vir dar aulas na Paraíba, aqui chegando em 1979, logo após a criação do Departamento de Música da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Nunca tendo lecionado, Yerko foi, aos poucos, ganhando espaço neste estado como professor e como violinista. Hoje, é (re)conhecido nacionalmente e tem alunos e ex-alunos atuando nos mais diversos espaços da música, tanto no Brasil, como no exterior. Para construir a compreensão dessa trajetória e também das ações e pensamentos nela envolvidos, utilizei a ferramenta da etnografia que, nesta pesquisa, está sendo realizada através dos relatos do próprio Yerko, bem como dos de algumas pessoas que com ele conviveram. A partir do conhecimento da história deste professor e desses relatos, tem sido possível perceber que sua trajetória foi composta por atitudes e pensamentos que, por vezes, divergiram dos tradicionais cânones estabelecidos por uma herança comportamental estabelecida pelo campo da música erudita ocidental. Assim, tomando como base os estudos sobre decolonialidade, o interesse deste trabalho é entender onde, como e até que ponto as encruzilhadas da vida deste professor o levaram a caminhos diversos dos cânones do sistema de ensino-aprendizagem do violino na música de concerto e em que aspectos esses caminhos se constituíram em influência para o meio violinístico paraibano. Dentro desses estudos, além de autores que lideram as discussões sobre o tema da decolonialidade, como aqueles ligados ao Grupo Modernidade/Colonialidade, pretendo examinar as ações de Yerko inspirada na Pedagogia das Encruzilhadas de Luiz Rufino, que versa sobre as diversas possibilidades de caminhos existentes em qualquer história ou trajetória, caminhos estes regidos pelas dinâmicas e potências do Orixá Exu, aquele que dá movimento à vida, reina em todas as formas de comunicação e, por sua capacidade de atuar nas frestas dos acontecimentos, possibilita a transgressão de qualquer sistema estabelecido pelo ser humano. Para Rufino, as encruzilhadas são campos de possibilidades e nelas podemos romper ou perpetuar os sistemas nos quais estamos inseridos. Portanto, penso que este trabalho de Rufino se encaixa perfeitamente como princípio explicativo dos diversos tipos de escolhas realizados por Yerko em sua trajetória junto ao sistema de ensino-aprendizagem do violino na música de concerto. Assim, este trabalho é, antes de tudo, o entrelaçar de pensamentos, concepções e explicações sobre o que considero três forças fundamentais para a dinâmica do mundo - a música, o Orixá Exu e o movimento decolonial - com a vida do Professor Yerko. E para costurar esse tecido escrito, parti do entendimento que a música, sendo linguagem, movimento, troca, possibilidades, ancestralidade e diversidade é reino de Exu, que nela se insere como ação criativa e criadora das mais diversas maneiras de senti-la e vivencia-la. As pessoas que a praticam, incorporando-a, manifestam a força do Orixá em suas inúmeras práticas, fiéis ou transgressoras dos sistemas culturais em que estão inseridas.
MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - ANGELA ELIZABETH LUHNING
Presidente - 1197025 - EURIDES DE SOUZA DOS SANTOS
Interno - 1812371 - FABIO HENRIQUE GOMES RIBEIRO
Externo à Instituição - LUAN SODRÉ DE SOUZA
Interno - 1448872 - LUIS RICARDO SILVA QUEIROZ