PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MODELOS DE DECISÃO E SAÚDE (PPGMDS)

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA (CCEN)

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Banca de DEFESA: DANIELA CRISTINA MOREIRA MARCULINO DE FIGUEIREDO

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: DANIELA CRISTINA MOREIRA MARCULINO DE FIGUEIREDO
DATA: 17/02/2023
HORA: 09:00
LOCAL: https://meet.google.com/qpr-egjr-pwi
TÍTULO: EFEITOS DA RECESSÃO ECONÔMICA NA MORTALIDADE POR SUICÍDIO E RISCOS DE IDEAÇÃO SUICIDA NO BRASIL
PALAVRAS-CHAVES: Suicídio; Ideação suicida; Determinantes sociais da saúde, Recessão Econômica; Saúde Pública.
PÁGINAS: 138
GRANDE ÁREA: Multidisciplinar
ÁREA: Interdisciplinar
RESUMO: OBJETIVO: analisar os efeitos da recessão econômica na mortalidade por suicídio e o risco de ideação suicida no Brasil. MATERIAL E MÉTODOS: o estudo foi desenvolvido em quatro etapas, as quais seguiram procedimentos metodológicos específicos. As duas primeiras etapas consistiram em revisão de literatura, do tipo revisão de escopo, para o levantamento de variáveis identificadas nos estudos que relacionaram o aumento do suicídio em períodos de recessão econômica, e, assim, auxiliar na construção do marco teórico. Na terceira etapa foi analisada a correlação entre as taxas nacionais de suicídio e as tendências de pesquisa na Internet no Brasil na população acima de 18 anos de idade, expostas pelo Google Trends a partir de estratégias de pesquisa, no período anterior à recessão econômica (2010 a 2014) e após o início da recessão econômica (2015 a 2019), utilizando a correlação de Spearman. A quarta etapa tratou-se de análise de séries temporais interrompidas sobre os efeitos da recessão econômica na mortalidade por suicídio na população geral acima de 25 anos de idade, por sexo, raça/cor e escolaridade, considerando o recorte temporal anterior e após o início da recessão econômica no Brasil, utilizando um modelo de regressão de quase-Poisson. Por fim, na quinta etapa foram analisados os dados da Pesquisa Nacional de Saúde, com a população acima de 18 anos de idade, tendo como variável dependente, categórica dicotômica, a presença de pensamentos suicidas ou de automutilação, e como variáveis independentes as questões relacionadas às características socioeconômicas, comportamentais, psicossociais, de apoio social e de acesso. Foram estimadas as prevalências e seus respectivos intervalos de confiança 95% (IC95%), bem como foram previstas por meio de regressão logística as razões de chance (OR) brutas e ajustadas com seus respectivos intervalos de confiança de 95%. RESULTADOS: foi identificada correlação positiva forte, no período após início da recessão econômica, entre as taxas de suicídio e o termo de busca “como se matar” (rs = 0,64; p < 0,001) e correlação positiva muito forte entre os termos ansiedade e empréstimo (rs = 0,94; p < 0,001) e depressão e ansiedade (rs = 0,90; p < 0,001). Na análise de séries temporais interrompidas, os resultados sugerem que, após o início da recessão econômica, houve aumento abrupto, nas populações com até o ensino fundamental e da Região Sul do país, que apresentaram, respectivamente, aumento de 12,5% (RR = 1,125; IC95%: 1,027; 1,232) e 17,7% (RR = 1,177; IC95%: 1,044; 1,328) no risco de mortalidade por suicídio após o início da recessão econômica. Quanto aos pensamentos suicidas, as maiores chances de pensamentos suicidas foram identificadas na população masculina de menor escolaridade (OR= 3,58; IC95%:1,26; 10,20), que referiram consumo de mais de cinco doses de bebidas alcoólicas (OR= 1,82; IC95%: 1,08; 3,05), vítimas de violência nos últimos 12 meses (OR= 4,07; IC95%: 2,12; 7,81), com diagnóstico de depressão (OR= 5,69; IC95%: 2,77; 11,67) e na população feminina, superior à masculina, destaca-se a autopercepção de saúde como ruim ou muito ruim (OR= 5,37; IC95%: 2,83; 10,19). CONCLUSÃO: a recessão econômica produziu efeitos diferentes nas taxas de suicídio, considerando os diferentes estratos sociais. Além disso, foram observados possíveis efeitos tardios da recessão econômica em relação aos pensamentos suicidas. Os resultados encontrados indicam a necessidade de cuidado abrangente e multiprofissional, inclusão dos fatores que ampliam o risco na abordagem em saúde, desenvolvimento de novas estratégias de vigilância e implementação de políticas mais eficazes que considerem as diferentes vulnerabilidades, necessidades e oportunidades de intervenções para diferentes grupos sociais.
MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - HELENA ERI SHIMIZU
Interno - 6331987 - JOAO AGNALDO DO NASCIMENTO
Interno - 1190307 - KATIA SUELY QUEIROZ SILVA RIBEIRO
Externo à Instituição - KERLE DAYANA TAVARES DE LUCENA
Presidente - 1454201 - RODRIGO PINHEIRO DE TOLEDO VIANNA
Interno - 337967 - RONEI MARCOS DE MORAES