Banca de DEFESA: ANDRESSA LIMA DA SILVA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ANDRESSA LIMA DA SILVA
DATA: 01/11/2021
HORA: 10:00
LOCAL: ONLINE – GOOGLE MEET
TÍTULO: HEGEMONIA E NEOLIBERALISMO COMO UMA RACIONALIDADE
PALAVRAS-CHAVES: Antonio Gramsci. Hegemonia. Racionalidade neoliberal. Cultura. Processos de subjetivação.
PÁGINAS: 150
GRANDE ÁREA: Ciências Sociais Aplicadas
ÁREA: Serviço Social
SUBÁREA: Serviço Social Aplicado
RESUMO: O presente trabalho realiza uma análise teórico-crítica que pretende investigar a teoria gramsciana da hegemonia sob a inflexão do neoliberalismo enquanto uma racionalidade política no capitalismo contemporâneo. Com isto, visamos contribuir para a sua atualização na compreensão crítica da luta de classes na contemporaneidade. A nossa hipótese primária é que sob a racionalidade neoliberal, a hegemonia tem se deslocado progressivamente da fábrica para a empresa. Nesta direção, o nosso objetivo geral é analisar a questão da hegemonia na esteira das relações entre o Estado e a sociedade civil, sob a perspectiva do sujeito produzido pela racionalidade neoliberal, com ênfase na formação da subjetividade dos indivíduos, condicionada ao neoliberalismo estabelecido como ethos e cultura, capaz de modelar o modo como se dá a urdidura entre força e consenso. Utilizamos a pesquisa bibliográfica e documental enquanto procedimento metodológico principal, orientado teoricamente pelo método dialético, conforme encontrado no arco teórico marxiano/marxista. Sem fazer concessões ao ecletismo, aproximamos as discussões entre hegemonia e racionalidade neoliberal a partir dos seus resultados concretos no campo da crítica social, e não costurando suas matrizes epistemológicas – o que caracterizaria a prática teórico-metodológica de natureza eclética. Neste sentido, para realizar a referida inflexão no pensamento gramsciano, elencamos a obra dos autores contemporâneos, Wendy Brown, Christian Laval e Pierre Dardot, considerando que estão na vanguarda intelectual do debate acerca do neoliberalismo compreendido não apenas como uma cartilha econômica, mas sobretudo como uma racionalidade política. A aproximação do conceito de hegemonia ao fenômeno do neoliberalismo enquanto uma racionalidade política, identificado originalmente nos escritos de Wendy Brown sobre “desdemocratização” e desenvolvido posteriormente por Dardort e Laval em “A nova razão do mundo”, será fundamental para compreender o modo como a hegemonia tem se apresentado na atualidade e seus novos determinantes políticos, sociais, econômicos e culturais que têm modificado completamente o cenário atual da disputa política entre hegemonias e a própria morfologia da luta de classes. Assim, o conceito de hegemonia será problematizado à luz da embocadura neoliberal que tem se instituído na atualidade como um novo ethos que produz igualmente uma nova cultura, e com ela, uma nova subjetividade adequada as relações de dominação do estágio financeiro do capital. Este ethos neoliberal produz um sujeito empresarial que deve se comportar em suas relações com os outros indivíduos, como capital humano, que exerce uma coerção sobre si mesmo e sobre os outros para vender a si mesmo no mercado e, por conseguinte, em sua vida social, processo que se estabelece como consenso. Por fim, a trama histórico-política que permeia este percurso investigativo, nos direciona para uma análise cuidadosa acerca da situação da hegemonia na contemporaneidade, tendo em vista que a racionalidade neoliberal, ao se constituir como um novo ethos e uma nova cultura do capital, modifica as relações de dominação na sociedade capitalista, deslocando a disputa da hegemonia da fábrica para a empresa, e se tornando um conduto de passagem para a formação deste sujeito empreendor de si mesmo.
MEMBROS DA BANCA:
Interno - 6336645 - JALDES REIS DE MENESES
Externo ao Programa - 1736096 - RONALDO ALENCAR DOS SANTOS
Presidente - 2941995 - WECIO PINHEIRO ARAUJO