PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO (PPGCI)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de QUALIFICAÇÃO: ANDRE LUIZ DIAS DE FRANCA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ANDRE LUIZ DIAS DE FRANCA
DATA: 26/09/2018
HORA: 00:00
LOCAL: Sala de Reuniões do PPGCI
TÍTULO: PERPETRADORES DOS CRIMES CONTRA CIDADÃOS BRASILEIROS NA DITADURA MILITAR: ESTUDO CENTRADO NA TEORIA FUNDAMENTADA E ANÁLISE DE REDES SOCIAIS
PALAVRAS-CHAVES: Teoria Fundamentada. Análise de Redes Sociais. Ditadura Civil-Militar. Violencias. Crimes.
PÁGINAS: 120
RESUMO: A proposta desta pesquisa aponta para o uso da Teoria Fundamentada, cujo potencial ajuda a iniciar uma pesquisa numa abordagem de aproximação do objeto a ser estudado. Sua origem fundamenta-se no Interacionismo Simbólico, cuja perspectiva permite compreender como as pessoas interpretam o mundo ao redor com o qual interage. Com isso, esta pesquisa se insere aqui na perspectiva exploratória de dados em que a familiaridade não encontra lastro para serem lançadas hipóteses robustas que de fato, deem um norte para a continuidade do projeto em questão. No entanto, há sim horizontes, ainda que enevoados e em forma de rascunhos com os quais torna-se possível um alinhamento da bússola de pesquisa, traçando, assim, caminhos e desenhos que são, neste momento, considerados como frutíferos para esta tese. Acredita-se que a abordagem da Teoria Fundamentada se torna apropriada para iniciação de projetos cujos objetos de pesquisa não apresentem contornos tão nítidos como em outras propostas. Com tais prerrogativas, iniciou-se uma abordagem exploratória levantando os nomes dos perpetradores de crimes constantes no relatório final da CNV (2014) divulgados em 10 de dezembro de 2014. Divididos em 3 volumes, a publicação foi elaborada a partir de 1.121 depoimentos obtidos em 20 unidades federativas do País a respeito das violações cometidas entre os anos de 1946 e 1988. Na análise do Volume 1, especificamente o capítulo 16, intitulado “A Autoria das Graves Violações de Direitos Humanos”, foram coletados 374 nomes de indivíduos que compuseram um quadro inicial de atores sociais para construção da rede de violadores de direitos humanos. Por meio da construção de uma matriz, foram associadas a cada autor, suas respectivas ligações a 15 determinados eventos. Assim, essa proposta apresenta, inicialmente, uma rede na qual são relacionados 374 perpetradores a 15 eventos. Para dar profundidade ao que até então foi possível vislumbrar, o percurso desenhado a partir do achado será trilhado no intuito de se pesquisar nos repositórios físicos e digitais de documentos (tais quais suas respectivas disponibilidades) das seguintes referências: Projeto Brasil Nunca Mais (BNM, 1985) da Arquidiocese de São Paulo; Arquivo Público do Estado de São Paulo que possui a custódia dos documentos ligados ao então Departamento Estadual de Ordem Política e Social de São Paulo (DEOPS-SP – 1924/1983) desde 1991; Arquivo Nacional que administra os acervos referentes à ditadura militar entre os anos de 1964 e 1985; Hemeroteca Digital Brasileira, que disponibiliza, digitalmente, periódicos como jornais, revistas, anuários e boletins. Embora a Teoria Fundamentada tenha sido utilizada com abordagem qualitativa, é possível sua aplicação através de uma pesquisa quantitativa. Acredita-se que, com essa pesquisa mais aprofundada, sejam encontrados elementos que caracterizem uma rede de relacionamentos bastante coesa, com associações igualmente fortes e uma densidade apropriada que fundamentem a força da disseminação do ideal ditatorial e o fortalecimento e manutenção do regime pelo tempo que durou. Nesse sentido, a Análise de Redes Sociais (ARS) possibilitará ao pesquisador enxergar, agora, por meio de uma abordagem quantitativa, os indivíduos envolvidos nos crimes durante os quase 21 anos como atores sociais que interagem no cenário que foi o Brasil à época. Com a ARS, serão utilizadas matrizes, métricas e grafos que representem como o comportamento dos atores sociais pesquisados nos respectivos cenários e contextos e junto a seus eventos, relacionando-os. A metodologia da ARS torna possível deste modo a visualização estrutural de redes afetivas ou profissionais de relacionamentos entre atores ou entre atores e eventos. Assim, e sobre esse viés, um olhar sobre como se modelavam as conexões entre os indivíduos que fizeram ou tomaram parte na manutenção da ditadura no período trará elementos que permitirão que se conheça a forma como sujeitos civis e militares, chamados aqui de perpetradores, obtiveram êxito em manterem todo um país das dimensões do Brasil sob uma forma de governo por tão longo período. Atingir esse objetivo será de oportuna valia para esta pesquisa bem como para futuras que possam dela emergir.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1203616 - GUILHERME ATAIDE DIAS
Interno - 3116045 - BERNARDINA MARIA JUVENAL FREIRE DE OLIVEIRA
Interno - 3116047 - IZABEL FRANCA DE LIMA
Externo ao Programa - 1152128 - EDNA GUSMAO DE GOES BRENNAND
Externo ao Programa - 337320 - EDUARDO RAMALHO RABENHORST
Externo ao Programa - 1175878 - LUCIDIO DOS ANJOS FORMIGA CABRAL
Externo ao Programa - 2126061 - PAULO GIOVANI ANTONINO NUNES