PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO (PPGAU)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Notícias


Banca de DEFESA: FLÁVIA MONALIZA NUNES SECUNDO LOPES

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: FLÁVIA MONALIZA NUNES SECUNDO LOPES
DATA: 16/05/2022
HORA: 08:30
LOCAL: https://meet.google.com/dab-dmow-ban
TÍTULO: Minha Casa, Qual Vida Cotidiana? Investigando Perdas e Ganhos do Capital Espacial da Vida Cotidiana de Indivíduos Beneficiados pelo Programa Minha Casa, Minha Vida
PALAVRAS-CHAVES: Capital Espacial, Capital Espacial da Vida Cotidiana, Vida Urbana, Programas Habitacionais, Minha Casa Minha Vida, Rede Multimodal de Transporte. 
PÁGINAS: 207
GRANDE ÁREA: Ciências Sociais Aplicadas
ÁREA: Arquitetura e Urbanismo
RESUMO: Esta tese investiga mudanças no Capital Espacial da Vida Cotidiana de indivíduos que se mudaram para habitações de interesse social financiadas por grandes programas habitacionais e como essas mudanças podem afetar a rotina das pessoas na cidade e gerar problemas urbanos mais graves, como exclusão e segregação socioespacial. A tese introduz a ideia de Capital Espacial da Vida Cotidiana, um esforço teórico-metodológico concebido como uma camada sobreposta à Teoria do Capital Espacial (MARCUS, 2010) para abordar aspectos intrínsecos à vida cotidiana dos indivíduos na cidade. Especificamente, o Capital Espacial da Vida Cotidiana é a resultante das vantagens / desvantagens possíveis de serem extraídas a partir da maneira que a combinação da configuração da malha urbana, do uso do solo e do sistema de transportes públicos viabilizam o acesso a oportunidades de encontrar pessoas e acessar lugares na cidade. A pesquisa tem como estudo de caso o Programa Minha Casa, Minha Vida (PMCMV) e seus efeitos sobre o Capital Espacial da Vida Cotidiana dos beneficiários na cidade de Natal, no Rio Grande do Norte, Brasil. O PMCMV, ativo durante os anos de 2009 e 2020, foi o maior programa habitacional que já existiu no país. Estima-se que durante sua existência ele tenha financiado cerca de 4 milhões de habitações por todo território nacional para pessoas de média e baixa renda. Uma produção habitacional que promoveu e consolidou novas localizações nas cidades. Por sua vez, também lastreou o surgimento de novas relações espaciais entre as pessoas que se mudaram para esses conjuntos e a cidade. Nessa perspectiva, surgem as principais questões de pesquisa: como é o Capital Espacial da Vida Cotidiana dessas pessoas na nova residência financiada pelo PMCMV? Como seria se elas ainda estivessem morando nas residências anteriores? Quais foram as perdas e ganhos de Capital Espacial? Como isso pode se rebater na vida cotidiana e urbana dos beneficiários? A hipótese desta tese é que quando indivíduos se mudam para os conjuntos habitacionais financiados pelo PMCMV eles perdem Capital Espacial da Vida Cotidiana em uma escala local. Essa perda, maior para os beneficiários com menor renda, os leva a ter que superar maiores distâncias para acessar oportunidades na cidade, comparando com a localização de sua residência anterior. A necessidade de superar maiores distâncias os deixa mais dependentes de modos de transportes motorizados e pagos. Essa dependência, mais grave para pessoas de menor renda, com menores condições de pagar por esses deslocamentos, pesa sobre o orçamento familiar e pode engendrar situações mais grave como isolamento, exclusão e segregação socioespacial. Para entender as perdas e ganhos para a vida urbana cotidiana dessas pessoas, a pesquisa compara o Capital Espacial da Vida Cotidiana da localização anterior e dos conjuntos financiados pelo PMCMV. A análise está fundamentada na criação de perfis de Capital Espacial para 04 escalas relacionadas à diferentes modos de transporte: (i) escala local 01 - da caminhada; (ii) escala local 02 - da bicicleta; (iii) a escala global 01 - viagens de transporte público com duração de cerca de 23 minutos; (iv) a escala global 02 - viagens de transporte público com duração de cerca de 47 minutos. Esses perfis foram modelados a partir de medidas de acessibilidade cumulativa calculadas a partir do roteamento de viagens em modelos de redes unimodal e multimodal de transportes urbanos criados para esta tese. Resultados parciais apontam que a mudança para o PMCMV resultou numa maior perda de Capital Espacial para pessoas mais pobres. Esses resultados demonstram a hipótese e reforçam a necessidade de se repensar e remodelar programas habitacionais levando em conta a situação socioeconômica do público alvo e os custos adicionais que emergem a partir da nova relação com a cidade.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1730900 - LUCAS FIGUEIREDO DE MEDEIROS
Interno - 337195 - DORALICE SATYRO MAIA
Externo à Instituição - EDJA BEZERRA FARIA TRIGUEIRO
Externo à Instituição - JORGE ALBERTO LOPES GIL
Externo à Instituição - RENATO TIBIRIÇA DE SABOYA