PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUTOS NATURAIS E SINTÉTICOS BIOATIVOS (PPGPN)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

Telefone/Ramal
Não informado

Notícias


Banca de DEFESA: LUIZ HENRIQUE AGRA CAVALCANTE SILVA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: LUIZ HENRIQUE AGRA CAVALCANTE SILVA
DATA: 14/02/2020
HORA: 14:00
LOCAL: Auditório do IPeFarM
TÍTULO: Interações imunoendócrinas: efeito do hormônio ouabaína sobre os neutrófilos
PALAVRAS-CHAVES: Na+/K+-ATPase. Integrina. Src. MAPK. Armadilhas extracelulares de neutrófilos
PÁGINAS: 115
GRANDE ÁREA: Ciências da Saúde
ÁREA: Farmácia
RESUMO: A ouabaína é um esteróide carditônico inicialmente descrito como um metabólito secundário proveniente de plantas. No entanto, posteriormente, essa molécula foi descrita como uma substância endógena presente no plasma de mamíferos. Além de seu papel clássico como inibidora da Na+/K+-ATPase, que está associado aos seus efeitos cardiovasculares, a ouabaína é capaz de ativar diferentes vias de sinalização mediadas por essa bomba. Inúmeras evidências indicam que a ouabaína regula diversas funções imunológicas. Nosso grupo demonstrou que esse hormônio pode modular negativamente muitos aspectos da resposta inflamatória, como a permeabilidade vascular, a produção de citocinas e a migração de neutrófilos em diferentes modelos. No entanto, pouco se sabe sobre os efeitos da ouabaína em neutrófilos, bem como as possíveis vias de sinalização ativadas pela interação desse hormonio com a Na+/K+-ATPase presente nessas células. Nesse contexto, o objetivo desse trabalho foi avaliar o efeito da ouabaína sobre os neutrófilos em nível funcional e molecular, a fim de compreender o papel desse hormônio nos processos inflamatórios. Para tanto, esse estudo foi realizado com neutrófilos isolados da medula óssea de camundongos e de sangue periférico humano. Inicialmente, foi realizado um ensaio de citotoxicidade, no qual foi observado que a ouabaína (1, 10 e 100 nM) não altera a viabilidade dos neutrófilos de camundongos nos tempos avaliados (2, 4 e 24 h). No entanto, a viabilidade basal dos neutrófilos nos tempos de 4 h (78,7%) e 24 h (35,2%) foram menores que no tempo de 2 h (88,1%). Dessa forma, os ensaios posteriores foram realizados usando o menor tempo de tratamento. Posteriormente, foi analisado se a ouabaína modularia a função migratória dos neutrófilos de camundongos in vitro (ensaio de transwell). Como já previamente demonstrado em estudos in vivo, a ouabaína também reduz a migração neutrofílica in vitro (inibição: 1 nM = 80,12%; 10 nM = 76,24%; 100 nM = 56,36%). Ao avaliar se a ouabaína estaria modulando as moléculas relacionadas com a migração celular, foi visto que esse hormônio, na concentração 1 nM, reduz a expressão (30%) da molécula de adesão CD18 (β2-integrina) em neutrófilos de camundongos, no entanto, sem interferir na expressão do receptor de quimiocinas CXCR2. A ouabaína também não modulou os níveis de CXCL-1 em cultura de macrófagos, que são células teciduais produtoras de quimiocinas. Considerando que a interação da ouabaína com a Na+/K+-ATPase pode modular diferentes vias de sinalização, foi, então, avaliado se em neutrófilos essas vias seriam reguladas. Observou-se que o tratamento com a ouabaína induz um aumento de 55,18% (1 nM), 98,56% (10 nM) e 59,75% (100 nM) na fosforilação da proteína cinase Src. No entanto, esse tratamento não modulou os níveis de fosforilação das proteínas MAPK ERK e p38 e do fator de transcrição NF‑κB. Foi ainda estudado se a ouabaína poderia modular outra função neutrofílica, a liberação de armadilhas de neutrófilos (NETs). O tratamento com a ouabaína (1, 10 e 100 nM) não modulou os níveis de NETs induzidas pelo PMA em neutrófilos humanos. Entretanto, apenas o tratamento com a ouabaína (100 nM) induziu a produção de NETs. Conclui-se que os efeitos moduladores da ouabaína sobre os neutrófilos estão relacionados ao seu potencial anti-inflamatório observado anteriormente em diversos modelos. Esses dados contribuem para o conhecimento do papel fisiológico da ouabaína e sugerem um novo modo de ação para esse hormônio.
MEMBROS DA BANCA:
Interno - 337384 - BAGNOLIA ARAUJO COSTA
Interno - 1117945 - MARCIA REGINA PIUVEZAM
Presidente - 1340309 - SANDRA RODRIGUES MASCARENHAS
Externo ao Programa - 1889422 - TATJANA KEESEN DE SOUZA LIMA CLEMENTE
Externo à Instituição - VIVIAN MARY BARRAL DODD RUMJANEK