Prof. Dr. Marcelo Santos de Abreu (PPGHIS-UFOP)

 

7 de outubro de 2021

18h

 

Resumo: Comemorar e ensinar história compartilhavam, e ainda compartilham, uma intenção pedagógica comum: fazer da história um dos fundamentos da imaginação nacional. Tomando a mobilização em torno do bicentenário da Independência como mote, o Prof. Marcelo Abreu pretende discutir como as comemorações do evento e o ensino de história se conjugam ou se distanciam na evocação do evento fundador da emancipação política. Ao longo do século XX, as comemorações e o ensino da história produziram repertórios e arquivos canônicos que integravam uma cultura de história assentada no civismo como sentimento político essencial. Na medida em que a sociedade brasileira se complexifica e democratiza, o arquivo e o repertório que nos foi legado passa a ser objeto de contestação e de apresentações alternativas do passado nacional e da emancipação política em particular. Assumindo esse quadro como verdadeira, duas perguntas permanecem: 1) assistimos e participamos da criação de uma cultura de história democrática ou cidadã?; 2) como os historiadores colaboram no sentido da ampliação e diversificação das imagens da história na cena pública?

 

Imagem do cartaz: "Festa Escolar no Ipiranga", de Agustín Salinas y Teruel, 1912 (Óleo sobre tela, acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo).