PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS (PPGCB)

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA (CCEN)

Telefone/Ramal
Não informado

Notícias


Banca de DEFESA: JONAS DE ANDRADE SANTOS

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: JONAS DE ANDRADE SANTOS
DATA: 27/01/2022
HORA: 14:00
LOCAL: PPGCB Virtual
TÍTULO: Revisão do complexo Ophioscion punctatissimus Meek & Hildebrand, 1925 (Actinopterygii: Sciaenidae)
PALAVRAS-CHAVES: Alometria, Especiação, Otólitos, Stellifer, Taxonomia, Teleostei
PÁGINAS: 100
GRANDE ÁREA: Ciências Biológicas
ÁREA: Zoologia
RESUMO: Sciaenidae é uma das famílias de peixes com maior riqueza no ambiente marinho tropical. Suas espécies são conhecidas pela capacidade de produção de som e outras especializações morfológicas ligadas ao sistema sensorial, como os otólitos (i.e., estrutura inerte do ouvido interno) relativamente grandes e variações morfológicas na bexiga natatória. A subfamília Stelliferinae é composta por espécies de pequeno a médio porte, que ocupam principalmente áreas costeiras como estuários, praias e bancos camaroeiros associados a fundo areno-lamoso. Em Stelliferinae, a baixa disparidade fenotípica levou às incertezas taxonômicas, como nos limites dos gêneros e posição taxonômica de algumas espécies. Os gêneros Stellifer e Ophioscion são reconhecidos como não monofiléticos – aqui reconhecemos que Ophioscion Gill, 1863 é sinônimo júnior de Stellifer Oken, 1817. O gênero passa então a ser distinguido dos demais pela contagem de vértebras (10 + 15) e pelo par de lapillus aproximadamente do mesmo tamanho do sagitta (oval). O complexo Stellifer punctatissimus é um dos exemplos de incerteza dentro da subfamília. Parece ser formado por três espécies, hipótese não confirmada por dados moleculares, que sugerem apenas duas linhagens evolutivas nesse complexo. Assim, foi testada a hipótese morfológica de três espécies, através da morfometria linear e geométrica no formato do corpo, além de abordagens como índices de forma, Fourier e morfometria geométrica no formato e contorno dos otólitos. Foi encontrado um padrão de sobreposição no morfoespaço, com uma leve distinção entre S. punctatissimus e as demais espécies. As taxas de crescimento de algumas estruturas (e.g., diâmetro do olho, largura interorbital) mostraram padrões alométricos distintos entre as espécies. Esses padrões parecem indicar um diferente uso do hábitat entre os membros do complexo. O mesmo foi visto para o otólito, com diferentes padrões de crescimento em um dos índices de forma (i.e., retangularidade). A análise do contorno do otólito (Fourier, Wavelet) indicou que as espécies são grupos distintos (ANOVA, F= 4.75, p < 0.001) e bastante segregados, com mais de 94% de reclassificação desses grupos, utilizando a LDA. A morfometria geométrica (GMM) também recuperou distinções na forma do sulcus acusticus. A descrição morfológica dos otólitos mostrou leves distinções entre as espécies, as quais também podem ser comparadas com espécies irmãs presentes apenas no Oceano Pacífico, além de espécies em registros fósseis. Apesar da baixa acurácia dos índices de forma em análises de espécies crípticas, e do poder estatístico reduzido na GMM, com a junção de resultados, foi possível confirmar a hipótese morfológica de três espécies no complexo, e a alta similaridade como provavelmente o resultado de um processo de especiação ecológica recente. Isso enfatiza a necessidade de estudos taxonômicos que levem ao esclarecimento das diferenças entre espécies crípticas, uma vez que leves distinções morfológicas (no formato do corpo e otólito) podem ser um sinal de diferente uso de hábitat, o que, por sua vez, pode sugerir que essas espécies estejam sob um nível de ameaça particular.
MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - LIANA DE FIGUEIREDO MENDES
Externo à Instituição - NAERCIO AQUINO MENEZES
Presidente - 029.888.514-09 - TELTON PEDRO ANSELMO RAMOS - NENHUMA