PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SOCIOLOGIA (PPGS)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

Telefone/Ramal
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Notícias


Banca de DEFESA: BRUNO FERREIRA FREIRE ANDRADE LIRA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: BRUNO FERREIRA FREIRE ANDRADE LIRA
DATA: 07/07/2020
HORA: 14:00
LOCAL: videocoinferência https://meet.google.com/hju-oehb-qgc, conforme Portaria 90/GR/REITORIA/UFPB
TÍTULO: DESENVOLVIMENTO E CLASSES SOCIAIS NO BRASIL – Uma análise da segunda experiência desenvolvimentista a partir da tensão colonialidade/decolonialidade
PALAVRAS-CHAVES: Capitalismo dependente; classes sociais; colonialidade/decolonialidade; desenvolvimento; interseccionalidade; fato social total.
PÁGINAS: 100
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Sociologia
RESUMO: O debate sobre desenvolvimento tem se distanciado das reflexões sociológicas e vem sendo monopolizado pelo saber econômico. O economicismo, baseado no imperialismo ortodoxo advindo do avanço do discurso e das práticas neoliberais desde a década de 1980, esvazia a retórica do desenvolvimento reduzindo-o a um modelo de crescimento econômico que marginaliza outras dimensões da vida social. Diante dessa inquietação, propomos ressignificar a ideia de desenvolvimento a partir do pensamento decolonial e da ideia do fato social total. Enquanto o primeiro identifica uma forte tensão entre colonialidade/decolonialidade que remete às disputas dentro do sistema-mundo capitalista/moderno/colonial entre formas de dominação/resistência; o segundo trata de refletir como desenvolvimento deve ser compreendido na totalidade das múltiplas dimensões – seja econômica, política, social, histórica – compreendendo a dinâmica destas de forma processual e relacional. É nesse imaginário ressignificado que propomos analisar a relação entre possíveis transformações nas estruturas da classe social e a segunda experiência desenvolvimentista brasileira, durante os anos de 2006/14, pautadas na tensão colonialidade/decolonialidade. A primeira parte desta pesquisa trata de desconstruir a ideia hegemônica de desenvolvimento situada na perspectiva economicista da calculabilidade, da previsibilidade e da racionalidade. A partir da crítica da sociologia econômica francesa – através de Bourdieu, Steiner, Boltanski e Lebaron – propomos esmiuçar criticamente a dominação financeira e os alicerces desta: mercado, sujeito glocal e saber econômico. Em seguida, trato de refletir o desenvolvimento dentro da América Latina e Caribe ao longo do pensamento social latino-americano e caribenho desde o desenvolvimentismo dos cepalinos, sendo estes criticados pelos dependentistas, até o pensamento decolonial e a construção da tensão colonialidade/decolonialidade. Neste último verifico a presença de uma matriz de poder colonial exercida pelo sistema-mundo capitalista/moderno/colonial que promove formas de colonialidade do poder, do saber e do ser. As formas de (r)existência se dão através do giro decolonial, movimento de ruptura com a colonialidade, gerando a decolonialidade pautado na desmercadorização, emancipação social e pluralidade dialógica. Estabelecidos os marcos teóricos, trato de construir uma metodologia baseada em marcadores sociais da tensão colonialidade/decolonialidade de caráter ambivalente, mediador e interpretativo. Ao referir estes sob o desenvolvimento escolho os três alicerces da dominação financeira – mercado, sujeito glocal e saber econômico – e trato de identificar a ambivalência destes no tensionamento entre colonialidade/decolonialidade. A partir dessas ferramentas metodológicas, reflito o universo desta pesquisa que é a segunda experiência desenvolvimentista brasileira e suas políticas sociais economicamente orientadas – salário mínimo, concessão de crédito e programa bolsa família – situados durante o segundo governo Lula (2007-2010) e o primeiro da Dilma (2011-2014). Posteriormente, com uso também dos marcadores, trato de verificar se houve de fato possíveis transformações da estrutura de classes sociais no Brasil a partir da relação desta com o modelo desenvolvimentista recente. Ao final, embasado no tensionamento olonialidade/decolonialidade, debato sobre os limites do recente desenvolvimentismo brasileiro que não conseguiu promover rupturas decoloniais para modificar o entrecruzamento de múltiplas formas de dominação e de classificação social.
MEMBROS DA BANCA:
Externo ao Programa - 1572851 - JOSE HENRIQUE ARTIGAS DE GODOY
Externo à Instituição - JÚLIA FIGUEREDO BENZAQUEN
Externo à Instituição - PAULO HENRIQUE NOVAES MARTINS DE ALBUQUERQUE
Presidente - 2679192 - ROGERIO DE SOUZA MEDEIROS
Interno - 1363922 - SIMONE MAGALHAES BRITO