PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SOCIOLOGIA (PPGS)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

Telefone/Ramal
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Notícias


Banca de DEFESA: ANA MARIA GUEDES DO NASCIMENTO

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ANA MARIA GUEDES DO NASCIMENTO
DATA: 21/09/2022
HORA: 08:00
LOCAL: por videoconferência https://meet.google.com/kfq-edgi-msm
TÍTULO: Risco como dispositivo biopolítico e seus sentidos frente ao novo coronavírus: cartografia da pandemia de covid-19 no Brasil.
PALAVRAS-CHAVES: risco, desinformação, dispositivo biopolítico, necropolítica, covid-19
PÁGINAS: 204
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Sociologia
RESUMO:  Esta tese discute sobre a produção do discurso de risco, acenando para a forma como modelos de intervenção e cuidados com a saúde podem colaborar para o controle da vida, para além das questões epidemiológicas e sanitárias. Busca, desta forma, compreender como vêm sendo produzidos e difundidos os discursos de risco frente ao novo coronavírus e, ainda, como este discurso aciona mecanismos de poder. Considerando o contexto da pandemia, que o mundo atravessa desde o final de 2019 e a ampla divulgação das probabilidades de adoecimento e morte por covid-19, foi realizado um mapeamento das informações divulgadas pelos órgãos competentes, como sendo medidas eficazes, para controle da pandemia, entendendo que estas informações contribuem para construção de uma narrativa sobre os riscos frente ao vírus. O método cartográfico foi o escolhido para investigação, que se deu pelo recolhimento e análise dos enunciados de decretos, leis, normas e recomendações diversas, realizadas com o interesse de controlar a disseminação do vírus, assim como o de cuidar daqueles que adoeciam. Também foram recolhidas notícias veiculadas pela imprensa, das falas e posturas dos chefes de governo, em especial do presidente da República, onde se verificou, desde o início da crise sanitária, uma dissonância entre o prescrito, o dito e o praticado. Conceitos como biopoder, biopolítica e necropolítica foram acionados, no sentido de verificar os jogos de poder envolvidos na legitimação de narrativas e produção de verdades, de modo que o discurso de risco pudesse ser pensado como um dispositivo de poder. Podemos acompanhar como a narrativa sobre o risco de adoecer e morrer por covid-19, produzida pela cúpula do poder executivo federal, foi sendo apropriada e ressignificada para fins de governo. O saber construído, a verdade apresentada sempre se deu por uma tendência em negar a gravidade da doença, a partir da desinformação e da divulgação de notícias falsas, ao mesmo tempo em que os riscos consequentes do impacto negativo sobre a economia eram superdimensionados. A este conjunto estratégico de informações que destoam do conhecimento científico produzido sobre a pandemia pode-se definir como um discurso da desinformação, cuja ação política visa apagar medidas de proteção à vida em favor da economia neoliberal. Este discurso foi apreendido, defendido e disseminado pelos adeptos do bolsonarismo, de forma que atribuiu novas compreensões sobre o vírus e a pandemia, capazes de modificar percepção de parcela da população em relação à dimensão do problema enfrentado. Desse modo, o risco foi sendo conduzido como um dispositivo biopolítico, onde, à medida em que se minimizava a dor, o sofrimento e a morte, reforçava-se a ideia de risco de pobreza, fome e desemprego, pela adesão da população às ferramentas de contenção da disseminação da doença.
MEMBROS DA BANCA:
Interno - 1287701 - ADRIANO AZEVEDO GOMES DE LEON
Presidente - 1177988 - EDNALVA MACIEL NEVES
Externo à Instituição - LINA RODRIGUES DE FARIA
Interno - 1487317 - MONICA LOURDES FRANCH GUTIERREZ
Externo à Instituição - SONIA WEIDNER MALUF