PROGRAMA INTEGRADO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FILOSOFIA (PIPGF)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de DEFESA: THIAGO LIRA ALVES AGOSTINHO

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: THIAGO LIRA ALVES AGOSTINHO
DATA: 10/02/2023
HORA: 14:30
LOCAL: Google Meet
TÍTULO: Ideologia, Conformismo e Subjetivação nos Cadernos do Cárcere
PALAVRAS-CHAVES: autonomia, conformismo, ideologia, subjetivação
PÁGINAS: 203
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Filosofia
SUBÁREA: Ética
RESUMO: Uma das questões mais problemáticas da teoria política é a questão da obediência e do consentimento, isto é, as formas e motivações pelas quais as pessoas se sujeitam à sua própria perda de liberdade, ou, pode-se dizer, “conformam-se” à ordem vigente. Dando continuidade à essa reflexão, a questão centrada nesta pesquisa traz à lume as contribuições inovadoras do marxismo de Antonio Gramsci nas notas dos Quaderni del carcere dedicadas ao estudo da ideologia, que pode ser considerada o elo político-prático da hegemonia e, portanto, um elemento central na produção do conformismo social e da subjetivação, isto é, o processo de constituição da subjetividade. Interessa-nos, nesse sentido, investigar em que medida a filosofia de Gramsci converge não apenas para a apropriação do legado de Marx, mas também e sobretudo, representa uma contribuição original do autor italiano para elucidar como as ideologias, além de constituírem-se no processo de assentimento à dominação, podem carregar o seu inverso, isto é, a formação e emancipação política, a depender da classe que as suscita e desenvolve. Em outros termos, nossa investigação questiona em que medida as ideologias podem ser instrumentos da vontade criadora de uma nova cultura, da difusão de novas visões de mundo e de um “conformismo ativo”. Em suma: o conceito de ideologia em Gramsci mostra como sua dupla orientação, gnosiológica e axiológica, pode fomentar a constituição de novas subjetividades, pensadas no horizonte concreto de um novo conformismo capaz de se difundir como uma concepção de massa para as classes subalternas. Ao fazê-lo, as classes subalternas se tornam um novo sujeito político, que cria sua própria hegemonia através da “filosofia da práxis”, a unidade integral entre teoria e prática, cujo fundamento é o historicismo absoluto. Com isso, Gramsci polemiza com a visão conservadora do historicismo dos moderados, efetuando uma crítica pujante à filosofia neoidealista de Benedetto Croce, além do positivismo marxista que se difundia na Segunda Internacional. A filosofia da práxis constitui um instrumento de lúcidas análises sobre o fascismo, questionando as concepções de mundo naturalizadas, mas na medida em que estas estão situadas no tempo histórico, podem ser superadas pelo mesmo instrumento, agora como filosofia de massa. Disso resulta, sobretudo, a potência presente no conceito de ideologia que se apresenta nos Quaderni, desempenhando uma função consequente para a filosofia e para a ciência da política: a constituição de sujeitos políticos, que se realizam no autogoverno, não mais através da subalternidade de classe. Uma tal visão da política pode se revelar utópica para a tradição dominante do pensamento político, porém para o autor dos Quaderni ela não só é possível, mas se impõe como necessidade histórica das classes e grupos subalternos, buscando efetivar sua ideologia emancipatória nas relações sociais concretas.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1521208 - NARBAL DE MARSILLAC FONTES
Interno - 337153 - GIUSEPPE TOSI
Externo ao Programa - 1899105 - LUCIANA APARECIDA ALIAGA AZARA DE OLIVEIRA
Externo à Instituição - GIOVANNI SEMERARO
Externo à Instituição - MARCOS TADEU DEL ROIO
Externo à Instituição - SABRINA MIRANDA ARECO