PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS (PPGL)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de DEFESA: AURICELIO SOARES FERNADES

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: AURICELIO SOARES FERNADES
DATA: 29/04/2020
HORA: 14:00
LOCAL: Videoconferência
TÍTULO: ESPELHOS E RETRATOS DE DORIAN GRAY NA SÉRIE TELEVISIVA PENNY DREADFUL: CONFIGURAÇÕES DO GÓTICO NA CONSTRUÇÃO DO PERSONAGEM DE OSCAR WILDE
PALAVRAS-CHAVES: Gótico; Autorreflexividade; Bricolagem; Penny dreadful; Dorian Gray.
PÁGINAS: 150
GRANDE ÁREA: Lingüística, Letras e Artes
ÁREA: Letras
RESUMO: Como um fenômeno transcultural e trans-histórico (SÁ, 2010) propenso a mudanças em determinado tempo e espaço, o gótico tem permanecido nas artes há quase novecentos anos, desde seu surgimento na arquitetura até formas audiovisuais da contemporaneidade. Nesse contexto, essa tese tem por objetivo principal discutir reflexos do gótico no seriado de televisão anglo-americano Penny dreadful, cuja trama maior advém de personagens literários da tradição inglesa. Penny dreadful é um exemplo de adaptação televisiva que se desvincula do modelo de fidelidade ao texto fonte, como fora por muito tempo atribuído à qualidade da adaptação (STAM, 2006), materializando na ficção seriada uma tendência contemporânea nas produções audiovisuais denominadas de new horror, que retrata o lado humano dos personagens monstruosos (ROAS, 2012), (LLOBERA, 2015), compreendidos como uma metáfora dos “monstros” que cada indivíduo pode ter dentro de si. Assim, escolhemos como categoria específica o personagem Dorian Gray, do romance O retrato de Dorian Gray, do escritor, poeta, dramaturgo e crítico irlandês Oscar Wilde. No seriado televisivo, Dorian Gray é caracterizado como monstruoso (JEHA, 2007) e transgressor (BOTTING, 1996) e suas ações o enquadram como um outsider, como afirma Howard Becker (2008), no seu estudo sobre a sociologia do desvio. Além disso, ao analisarmos o personagem Dorian Gray e a conexão com o espaço em que ele vive, verificamos a presença da autorreflexividade, que atribui diversos outros sentidos à sua caracterização, intimamente ligada à arte pictórica e a símbolos como o espelho. Compreendemos Penny dreadful como uma bricolagem de narrativas góticas clássicas do século XIX como Frankenstein, Drácula, O médico e o monstro, citações de poemas do Romantismo inglês e folhetins de terror da Era Vitoriana, os penny dreadfuls, que dão nome à série. Para discutir o conceito de bricolagem, recorremos a estudos de Levi-Strauss (1971) que define o termo como um trabalho manual produzido de maneira improvisada e que reaproveita diferentes tipos de materiais e Michel de Certeau (1994), que conceitua o termo como a junção de vários elementos culturais que resultam em algo novo. Por fim, para discorrermos acerca da narrativa na televisão e a ficção seriada, utilizamos estudos de Jost (2007, 2012), Esquenazi (2002) e Machado (2007) e dos estudos cinematográficos, trabalhos de Bordwell (2013), Bordwell e Thompson (2015) e Martin (2005) com foco especial na mise-en-scène.
MEMBROS DA BANCA:
Interno - 6337291 - GENILDA ALVES DE AZEREDO
Externo à Instituição - LAURA LOGUERCIO CANEPA
Presidente - 1356709 - LUIZ ANTONIO MOUSINHO MAGALHAES
Externo à Instituição - ROSANGELA NERES ARAUJO DA SILVA