A Execelência Guerreira do Herói Clássico
herói clássico, excelência guerreira, bela morte, Eneias, Virgílio
O propósito do presente trabalho é analisar a excelência guerreira do herói clássico, que concerne a areté, no mundo grego, e a virtus, no mundo latino. O corpus a ser pesquisado é a Eneida, de Virgílio, no entanto, faremos um estudo prévio acerca do herói clássico, delineando o seu perfil e analisando as características que o compõem. Para isso, estabeleceremos um estudo comparativo acerca do processo de formação daquele que consideramos o primeiro herói, Zeus, e de outros grandes heróis, a saber, Heraclés, Aquiles e Eneias, de modo a identificar as semelhanças e as diferenças nas etapas constitutivas desse processo de formação e dos elementos que compõem o seu perfil. Tomaremos como subsídio para esse estudo, além da Eneida, a Ilíada, de Homero, O escudo de Heraclés, a Teogonia, e Trabalhos e Dias, de Hesíodo. Veremos que a areté e a virtus exprimem valor semelhante, a excelência guerreira do herói, porém, configuram-se de maneira diferente. Mostraremos, a partir da análise etimológica dos vocábulos, que os dois valores percorrem caminhos distintos até chegar ao sentido guerreiro que lhes é atribuído. Após essa discussão, seguiremos ao estudo do corpus proposto, analisando a virtus de Eneias a partir da estrutura binária do poema por nós proposta, que tem no Livro VI a sua linha divisória, onde ocorre a katábasis do herói, que consideramos ser a sua 'bela morte' simbólica.