PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS (PPGL)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Notícias


Banca de DEFESA: VANALUCIA SOARES DA SILVEIRA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: VANALUCIA SOARES DA SILVEIRA
DATA: 20/08/2021
HORA: 09:00
LOCAL: Google Meet
TÍTULO: A PRODUÇÃO PARANOICA DA REALIDADE NA LITERATURA: PSICOSE E DESCONTRUÇÃO
PALAVRAS-CHAVES: Realidade. Literatura. Paranoia. Desconstrução. Materialismo Histórico.
PÁGINAS: 376
GRANDE ÁREA: Lingüística, Letras e Artes
ÁREA: Letras
RESUMO: A realidade literária, sob a positivação discursiva da paranoia, é o objeto a articular, nesta pesquisa, de natureza teórica e exploratória, e de método indutivo e dedutivo, as relações entre Literatura, Psicanálise, Materialismo Histórico e Pós-Estruturalismo. Essa questão é pensada a partir das teorias dos psicanalistas Sigmund Schlomo Freud (2018; 2017a; 2017b; 2016; 2015; 2014; 2013a; 2013b; 2011; 2010a; 2010b; 2010c; 1996a; 1996b; 1975), Melanie Klein (1996; 1994; 1991; 1981a; 1981b; 1975; 1974; 1964) e Jacques Marie Émile Lacan (2016; 2014; 2011; 2007; 2005; 1995; 1988); relacionada com a ideologia de Karl Heinrich Marx (2015, livros 1 e 3) e Karl Marx e Friedrich Engels (1998), alusiva à produção material da realidade, de base anti-hegeliana, e, principalmente, compreendida sob a ótica da Desconstrução, do autor pós-estruturalista Jacques Derrida (2018; 2014; 2006; 2001; 1981). Nossa proposta é mostrar que mecanismos de defesa paranoicos - o delírio, a alucinação, a comunicação pré-verbal, a lalíngua, a negação do Supereu, a obsessão, a culpa persecutória, o ciúme, a inveja, a ansiedade paranoide, a identificação projetiva, o fetichismo, a fixação oral e anal, a solidão, o desamparo, a economia de prazeres, de perda de realidade e de foraclusão significante, o desejo da mãe, o desejo pela mãe e pelo Pai, o desejo de morte do falo materno e do falo paterno, a suplência do Outro, o sonho, a mania, o humor, a ironia, o sopro verbal, a histeria, a idealização, a sublimação libidinal - são arranjados, esteticamente, pelo autor-criador de sua obra para a obtenção da verossimilhança e da polissemia. Portanto, a nossa tese é que a realidade na Literatura é uma produção paranoica. Para comprová-la, recorremos a obras da Literatura universal e nacional, sobretudo, ao romance Jane Eyre, da escritora inglesa Charlotte Brontë, com o intuito de ilustrar como as suas arquitetônicas resultam de uma consciência – ao mesmo tempo, material e abstrata - das fontes do inconsciente, embora reconheçamos a inscrição não premeditada de certas fantasias na construção das metáforas e metonímias textuais. Compreendemos que a simbolização do Imaginário enraíza-se em uma dupla falta: a falta subjetiva e a falta significante. É por sentir-se perseguido pela castração de suas pulsões sexuais e da linguagem que o Homem internaliza um Supereu terrorífico e busca projetá-lo na Literatura. O resultado disso é a deformação da realidade, em especial, da realidade literária, pelos processos de tradução psíquica e fonética. A partir dessa proposição, interpretamos que, no enodamento paranoico e no limite da falta humana e linguística, institui-se a (i)mortalidade do autor e do leitor pelos processos de escrita e de leitura. Assim, a realidade literária é um Sinthoma positivo dos efeitos da castração enredada pela divisão psíquica e pela divisão significante. É uma simbolização do Real, concebendo esse Real como traços já simbólicos. A sua lógica corresponde a de um delírio inventado e protegido pelo desejo de um sujeito criador em suplência do grande Outro, da desconstrução. A Literatura é, pois, o encontro paranoico do Eu com o seu abismo, mediante a promessa enganadora da linguagem.
MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - CHARLES ALBUQUERQUE PONTE
Externo à Instituição - CÍCERO NICÁCIO DO NASCIMENTO LOPES
Externo ao Programa - 1420051 - HENRIQUE MIGUEL DE LIMA SILVA
Presidente - 3567041 - HERMANO DE FRANCA RODRIGUES
Interno - 1809459 - LUCIANE ALVES SANTOS