PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO (CE - PPGE)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de QUALIFICAÇÃO: WALQUIRIA NASCIMENTO DA SILVA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: WALQUIRIA NASCIMENTO DA SILVA
DATA: 29/07/2019
HORA: 09:00
LOCAL: Programa de Pós-Graduação em Educação-Centro de Educação-Campus I- UFPB
TÍTULO: RELAÇÕES INTERPESSOAIS ENTRE SURDOS/AS E OUVINTES EM ESCOLAS DO MUNICÍPIO DE MAMANGUAPE/PB À LUZ DOS ESTUDOS CULTURAIS
PALAVRAS-CHAVES: Relações Interpessoais; estudantes surdos/a e ouvintes; escolas públicas inclusivas; Estudos culturais. Estudos Surdos
PÁGINAS: 70
RESUMO: Esta pesquisa propõe-se a investigar relações interpessoais entre surdos/a e ouvintes em escolas de Mamanguape/PB, consideradas a partir da percepção dos sujeitos envolvidos, coletadas por meio de entrevistas e vivências, e de observações da pesquisadora em quatro unidades de ensino daquele município. Ancorada nas perspectivas dos Estudos Culturais e Estudos Surdos, descrevo e analiso como acontecem as relações entre quatro discentes surdos/a e seus colegas e docentes ouvintes, no período de um trimestre, no contexto da proposta da educação inclusiva, sobretudo considerando os aspectos culturais. Embasada na abordagem qualitativa, usando como técnicas a entrevista semiestruturada, as modalidades de observação não participante e participante, os dados foram gerados, vindo a ser interpretados a partir da análise de conteúdos. Adotando um posicionamento político próprio aos Estudos Surdos, recuso o enquadramento do sujeito surdo numa visão clínica, pela qual a surdez é tratada como deficiência. Igualmente, rejeito a ideia de uma cultura única, inclusive na escola, pela qual historicamente as práticas ouvintes sobrepuseram-se às identidades surdas. Busco, então, ao longo das reflexões desenvolvidas na pesquisa, apresentar os/a alunos/a surdos/a enquanto pessoas com culturas e identidades próprias, atravessados/a pelo artefato cultural da experiência visual, cuja diferença é primariamente marcada, num mundo ouvintista, pela surdez. Estas pessoas, na perspectiva que adoto, não devem sujeitar-se à aprovação pelos parâmetros de normalidade clínica que tradicionalmente as submeteram à lógica do tratamento de uma doença corporal, a ser corrigida. Parto do princípio de que, para haver relações interpessoais entre pares na escola, se faz necessária a valorização das especificidades do outro enquanto sujeito de iguais direitos à educação, desde que atendidas as condições inerentes às suas diferenças identitárias, pois presumo que a escola seja lugar de diferenças e especificidades características da experiência humana. Dentre estas, no caso da surdez, destaco a valorização da língua de sinais, que se apresenta como elemento imprescindível de base para valorização dos demais aspectos da condição identitário-linguística surda, principalmente das relações entre pares no espaço educativo. Destarte, para situar a análise dos dados empíricos, apresento dois modelos de escolarização que, na história da educação, foram indicados para os sujeitos surdos: a educação inclusiva, proposta pelas pessoas ouvintes, à qual os sujeitos surdos estão subjugados e que tende a materializar-se, quando muito, na presença do intérprete de Libras na sala de aula, dando aos sujeitos surdos, como é próprio da cultura ouvintista, um lugar passivo, de meros espectadores das ações, definidas pelos seus pares ouvintes; e a educação bilíngue, defendida pela maioria das próprias pessoas surdas, apresentada, a partir da literatura, como alicerce mais propício de reconhecimento e valorização das relações interpessoais. Partindo dessa divergência, examinarei os dados empíricos produzidos, apontando para práticas relacionais que se mostram, de fato, excludentes (a despeito da proposta inclusiva) nas escolas estudadas. Além disso, esses dados serão confrontados com a literatura sobre interações entre ouvintes e surdos/as em escolas públicas regulares ou, por outro lado, entre surdos/as em escolas bilíngues, para evidenciar as vantagens da escola bilíngue em contraposição às práticas inclusivas identificadas a partir dos dados coletados.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 252653 - FERNANDO CEZAR BEZERRA DE ANDRADE
Interno - 2506180 - JEANE FELIX DA SILVA
Externo ao Programa - 336936 - ANA DORZIAT BARBOSA DE MELO