PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO (CE - PPGE)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de DEFESA: KATHERINNE ROZY VIEIRA GONZAGA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: KATHERINNE ROZY VIEIRA GONZAGA
DATA: 20/03/2020
HORA: 09:00
LOCAL: Programa de Pós-Graduação em Educação-Centro de Educação-Campus I- UFPB
TÍTULO: MODELO DE ANÁLISE DA POSIÇÃO SUBJETIVA DE DOCENTES PARA MANEJO DE CONFLITOS RELACIONAIS NA EDUCAÇÃO INFANTIL
PALAVRAS-CHAVES: Modelo de formação docente continuada; posição subjetiva; docentes da Educação Infantil; manejo de conflitos relacionais; contribuições da psicanálise para a educação.
PÁGINAS: 220
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Educação
SUBÁREA: Tópicos Específicos de Educação
RESUMO: Atribui-se à escola, instituição social que sofreu mudanças nas concepções sobre suas funções sociais e pedagógicas, a responsabilidade de educar para a convivência e formar a sociabilidade. Essa expectativa demanda dos agentes educacionais novos modos de se posicionar e se relacionar: à escola cabe, na tarefa socializadora, mediar relações e conflitos entre indivíduos e grupos que lhe dão vida. Educar na escola presume oportunizar à criança sua autonomia, individuação e individualização – identidade de alteridade –, bem como o sentimento de pertencimento ao grupo e a uma comunidade, aspectos relevantes para a capacidade de conviver. Isso é ainda mais verdadeiro no caso da educação infantil, que se dedica à formação global do alunado. Por essa razão, o professorado da Educação Infantil requer uma formação específica, que deve se apoiar nas noções sobre o desenvolvimento intelectual, físico, social, afetivo e emocional, além do conhecimento sobre processos inconscientes implicados nesses processos de desenvolvimento. A biologia, a cultura e a história não exaurem a subjetividade e, nesta, suas variáveis inconscientes. Nota-se que a subjetividade é uma variável relevante para o manejo de situações de conflitos relacionais e, em geral, ela é desconsiderada na formação continuada de docentes. Nesta tese, apresenta-se um modelo de análise para mapear a posição subjetiva de docentes da educação infantil no manejo de situações de conflitos relacionais em sala e na escola, e, com isso, orientar o trabalho de formação docente continuada em grupo de reflexão, que favorece, na escola e considerando as experiências docentes, a mudança, quando necessária, da posição subjetiva de docentes da educação infantil. Presume-se que essa formação concorra para a superação de impasses ou limites no manejo profissional de conflitos relacionais entre discentes. Apoiado em um tripé teórico-metodológico que articula as dimensões cultural (sob as lentes do Estudos Culturais da Educação – ECE), pedagógica (utilizando-se de dispositivos propostos pela Pedagogia Institucional – PI) e psicanalítica (pelo viés winnicottiano), o modelo oportuniza mudanças subjetivas necessárias ao docente em formação docente continuada para o manejo de situações de conflitos relacionais em sala e na escola. Com isso, objetivou-se desenvolver um modelo de análise da posição subjetiva de docentes em torno dos impasses no manejo de conflitos relacionais em sala e na escola, como uma alternativa teórico-metodológica à formação docente continuada, à luz da teoria de Donald Winnicott. Analisando dados empíricos gerados pela aplicação do modelo em uma formação docente, observaram-se mudanças na posição subjetiva das docentes a partir dos seguintes indicativos: gradual identificação do(a) docente em formação com o grupo de trabalho; mudança (ou manutenção) do uso do grupo de reflexão (inicialmente, do eventual relacionamento com pedido de proteção, até, finalmente, o relacionamento com o grupo para trocas e interação social); conservação (ou recuperação) da espontaneidade individual (autonomia, segurança e confiança); desenvolvimento (ou manutenção) da consciência de si; e, na medida do possível, consciência das implicações da subjetividade para seu trabalho em sala de aula. Para tal, fez-se uma revisão da literatura, promovendo a interlocução entre os ECE, a PI e a psicanálise de Winnicott, com vistas a teorizar sobre o manejo de situações de conflitos relacionais na educação infantil; discutindo-se sobre a educação infantil no Brasil e sobre propostas teóricas e práticas em torno da formação docente continuada para o manejo dessas situações. A partir dessa revisão construiu-se um campo epistemológico e metodológico de trabalho, desenvolvendo o modelo de análise da posição subjetiva de docentes em torno dos impasses no manejo de conflitos relacionais em sala e na escola. A coleta de dados se deu através do trabalho em grupo de reflexão numa formação docente continuada com docentes da Educação Infantil da rede pública de um município do interior da Paraíba, ao longo do ano de 2018. Para a análise dos dados coletados na pesquisa utilizou-se o método da pesquisa-ação do tipo colaborativa, uma vez que esta favorecia, a atuação da pesquisadora e dos(as) participantes. Com intervenções no cotidiano escolar, promoviam-se a reflexão e a reformulação teórica e prática das docentes envolvidas nessa formação. O material analisado para ilustração do modelo foi extraído do registro de falas e expressões faciais, através da gravação em áudio e vídeo, posteriormente transcritas. Tais dados foram produzidos em entrevistas individuais e no grupo de reflexão. Os quatorze encontros do grupo de reflexão foram semanais com duração de três horas/aula cada. Os resultados da aplicação do modelo nessa formação docente ilustraram que ele permitiu mapear a posição subjetiva das docentes diante das situações de conflitos relacionais, favorecendo o manejo da dinâmica grupal nos encontros de reflexão. Ademais, a análise detida da relação entre a posição subjetiva de três docentes, as reações do grupo de reflexão às participações dessas docentes e a mediação da pesquisadora evidenciou ter o grupo de reflexão representado para as docentes um espaço potencialmente profícuo à mudança de posição subjetiva de cada uma das três docentes, quando e no que foi-lhes necessário, o que lhes favoreceu a superação dos impasses relatados e a criação de alternativas mais efetivas para o manejo. Para tanto, as figuras da pesquisadora-mediadora, do auditor externo e da instituição copartícipe, em suas especificidades, revelaram-se estruturantes e facilitadoras à realização do modelo.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 252653 - FERNANDO CEZAR BEZERRA DE ANDRADE
Interno - 6334885 - RICARDO DE FIGUEIREDO LUCENA
Interno - 2506180 - JEANE FELIX DA SILVA
Interno - 1160748 - LUIZ GONZAGA GONCALVES
Externo à Instituição - ANA DORZIAT BARBOSA DE MELO
Externo à Instituição - JOYCE MARY ADAM DE PAULA E SILVA
Externo à Instituição - BRUNO ROBBES
Externo à Instituição - FÁBIO ROBERTO RODRIGUES BELO