PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SOCIOLOGIA (PPGS)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

Telefone/Ramal
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Notícias


Banca de DEFESA: MAYLLE ALVES BENICIO

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: MAYLLE ALVES BENICIO
DATA: 30/06/2020
HORA: 14:30
LOCAL: (https://meet.google.com/qdw-uhwa-sft) conforme Portaria 90/GR/REITORIA/UFPB
TÍTULO: ENTRE CIÊNCIA E RELIGIÃO: O JOGO DAS DISPOSIÇÕES E CONTEXTOS NOS RETRATOS SOCIOLÓGICOS DE PROFESSORES UNIVERSITÁRIOS
PALAVRAS-CHAVES: Sociologia em escala individual; Bernard Lahire; Fé; Razão; Docentes universitários
PÁGINAS: 100
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Sociologia
RESUMO: Compreender as ações, o comportamento, as crenças e o pensamento dos atores sociais tem sido a grande tarefa da Sociologia, do período clássico da disciplina até a contemporaneidade. Algumas dessas teorias se complementam, outras se repelem, e o eixo, tanto da conciliação como da divisão entre elas, ainda permanece igual, ou seja, o dilema entre estrutura e agência. A sociologia em escala individual, proposta por Bernard Lahire, tem ganhado terreno no campo teórico/metodológico das ciências sociais por apresentar um modelo disposicionalista/contextualista da ação, cuja explicação se encontra no jogo entre o social dobrado e o social desdobrado. Trata-se de uma sociologia das experiências socializadoras que vai em busca do passado incorporado dos atores para compreender suas ações, seus sentimentos, suas crenças e seus pensamentos tanto na diacronia quanto na sincronia. O instrumento principal desta abordagem é a construção de retratos sociológicos ou biografias sociológicas. Fundamenta-se no princípio de que as mulheres e os homens de hoje, por viverem em sociedades altamente diferenciadas, carregam a marca da pluralidade em seus repertórios disposicionais. De posse dos instrumentos teóricos e metodológicos da sociologia em escala individual lahireana, esta pesquisa se propôs a colocar em análise uma questão que desde há muito tempo tem inquietado filósofos, teólogos, políticos, cientistas e as pessoas comuns. A relação entre ciência e religião. Entre elas, tem sido visto muito mais um hiato do que uma continuidade, considerando-se que o modelo de ciência, adotado a partir da modernidade, deveria afastar-se de toda crença ou metafísica que não pudesse ser verificada pela razão empírica. Daí, o estatuto de ciência e o estatuto de religião tendem a aparecer como coisas distintas e antagônicas. A grande questão, porém, é que tanto religião, quanto ciência são realizações humanas, são produzidas e reproduzidas por pessoas, e estas pessoas, como demonstra a sociologia em escala individual, são plurais. Então, nada impede que um cientista acredite em Deus, e que um religioso credite à ciência legitimidade. Desta feita, o objetivo desta tese foi investigar o repertório disposicional de professores universitários para compreender como articulam-se os domínios científico e religioso corporificados em homens e mulheres plurais que ocupam profissionalmente o espaço acadêmico, trazendo contribuições para as discussões sobre as tensas relações entre fé e razão no mundo contemporâneo. O corpus principal da pesquisa foi montado com os retratos sociológicos (ou biografias sociológicas) de três professores de IES paraibanas, de diferentes áreas do conhecimento, seguindo os critérios de seleção concernentes à metodologia utilizada. Para a realização dos retratos, foi efetivada uma série de entrevistas em profundidade com os docentes, além de encontros informais. Ao todo, cada indivíduo passou por três ou quatro sessões de entrevistas com aproximadamente duas horas e meia de duração cada uma delas, que posteriormente foram transcritas na íntegra pela pesquisadora. Como resultado, observou-se que a separação entre ciência e religião se processa especialmente em nível discursivo, mas no terreno da existência, do cotidiano dos atores, ela não é disjuntiva. O seu elemento de conjunção foi encontrado nos esquemas disposicionais dos indivíduos estudados. Percebeu-se como as tendências contrárias, envolvendo fé e razão, acomodam-se de modo muito singular em cada indivíduo, mas resguardam pontos coincidentes, como: momentos de reexaminação das próprias crenças, reordenamento disposicional religioso como resultante de rupturas biográficas e relatos, em maior ou menor grau, de lutas de si contra si.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2221299 - ANTONIO GIOVANNI BOAES GONCALVES
Interno - 1287701 - ADRIANO AZEVEDO GOMES DE LEON
Interno - 1363922 - SIMONE MAGALHAES BRITO
Externo ao Programa - 3064511 - THIAGO PANICA PONTES
Externo à Instituição - JOSE ROBERTO FEITOSA DE SENA