A Estratégia Saúde da Família enfrenta hoje o grande desafio de superar um modelo de atenção biologicista, e consolidar-se como espaço de cuidado integral, de inovação, e de aprendizagem contínua. Reconhecer as diferentes subculturas nas organizações e potencializar a aprendizagem individual e coletiva é essencial em espaços como este. Nesta pesquisa estudamos a Aprendizagem e a Cultura Organizacional em uma unidade docente-assistencial, campo de prática para alguns cursos de graduação e para a residência em medicina de família e comunidade da Universidade Federal da Paraíba. Fizemos um estudo de caso com uma abordagem qualitativa apoiado na hermenêutica-dialética. Realizamos 15 entrevistas com profissionais (incluindo residentes), apoiadores e preceptores da residência. A equipe se mostrou com traços positivos de coletividade, tolerância ao outro, compreensão, e como aspectos negativos uma relação tensa com a gestão e, poucos e difíceis espaços de conversa. A residência foi um ponto discutido como fator de mudança de práticas, qualificação do cuidado, e de construção de propostas para a unidade de saúde. Ao mesmo tempo, as mudanças ocorridas neste período geram ansiedades e conflitos trabalhados pela equipe. As unidade estudada apresentou algumas identificações com princípios da Atenção Básica, principalmente com o trabalho em equipe, e o cuidado ao paciente. Diversos aspectos foram levantados sobre a valorização e desvalorização do trabalho, principalmente o reconhecimento do trabalho no primeiro, e condições difíceis de trabalho no segundo. O acolhimento e o papel do apoiador, foram temas repetidamente discutido nas entrevistas.