Nanoestruturas poliméricas podem ser produzidas por diversas técnicas, entre elas a fiação por sopro em solução (SBS), que permite a produção de fibras micro e nanométricas com menor custo em relação às demais técnicas. Um dos polímeros mais utilizados para essa finalidade é o poli(ácido lático), PLA, devido suas propriedades de biodegradabilidade e biocompatibilidade. No entanto, devido a sua hidrofobicidade, baixa taxa de degradação em relação a outros poliésteres e baixa reatividade superficial, características consideradas desvantajosas para uso biomédico, o PLA tem sido utilizado em conjunto com outros polímeros, através da produção de blendas. O objetivo desse trabalho foi produzir micro e nanofibras de blendas de PLA e PVP, em diferentes proporções, utilizando a técnica SBS, com e sem a adição do óleo de copaíba (Copaifera sp.), fitoterápico com atividade antimicrobiana conhecida. Após a produção, as mantas foram caracterizadas por MEV, TGA, DSC, DRX e FTIR, além da verificação de seu ângulo de contato e de sua atividade antimicrobiana in vitro, através da difusão em ágar. Os resultados mostraram que, para todas as proporções testadas, a blenda produzida foi de natureza imiscível. A adição do PVP bem como do óleo de copaíba geraram a redução da cristalinidade do PLA. Além disso, o PVP tornou o PLA mais hidrofílico, com redução de seu ângulo de contato, ao contrário do óleo, que o tornou ainda mais hidrofóbico. O diâmetro da fibra foi influenciado tanto pela adição do PVP quanto do óleo, o mesmo não pode ser afirmado para sua morfologia, que se manteve inalterada. Os testes de difusão em ágar mostraram que todas as blendas contendo o óleo de copaíba mostraram atividade antimicrobiana contra o microrganismo Gram-positivo Staphylococcus aureus, onde o aumento dessa atividade foi relacionado ao aumento na quantidade de PVP na blenda, bem como redução na estrutura cristalina das blendas. Em geral, pode-se concluir que a técnica de SBS foi adequada para a produção de micro e nanofibras de PLA/PVP com adição do óleo de copaíba e que as mesmas apresentaram atividade antimicrobiana, apresentando potencial para uso em dispositivos de liberação controlada para aplicações biomédicas.