PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA SOCIAL (PPGPS)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de DEFESA: RENATA PIMENTEL DA SILVA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: RENATA PIMENTEL DA SILVA
DATA: 31/10/2018
HORA: 09:00
LOCAL: Sala 1 do PPGPS
TÍTULO: A INFLUÊNCIA DA COR DA PELE NO TEMPO DE ATENDIMENTO DE PACIENTES NEGROS EM UM CONTEXTO CLÍNICO
PALAVRAS-CHAVES: discriminação; intergoup time bias; formação de impressão.
PÁGINAS: 161
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Psicologia
SUBÁREA: Psicologia Social
RESUMO: A presente tese teve como objetivo testar a hipótese de que os médicos investem mais tempo ao consultar pacientes brancos do que negros, e que esse enviesamento no tempo está relacionado com a qualidade do diagnóstico que os pacientes recebem. Para tanto, realizou-se três estudos empíricos cujo objetivo foi testar a hipótese de que médicos investem mais tempos para pacientes brancos quando comprados com pacientes negros. O estudo 1, de caráter observacional e transversal, foi realizado em um Centro de Referência em Atenção à Saúde (CRAS). O estudo consistiu na observação de atendimentos médicos na qual era cronometrado o tempo de duração das consultas. Foram realizadas 169 observações, sendo 78 atendimentos de pacientes brancos, 57 negros e 34 morenos. Uma ANOVA unifatorial mostrou que os médicos investiram menos tempo no atendimento de pacientes negros (M = 5,31) do que de pacientes brancos (M = 7,23) e morenos (M = 7,36) (F = 4,09, p = 0,02). Tal resultado ocorreu em todas as especialidades médicas observadas, demonstrando que a variação no tempo de atendimento ocorre, de fato, mediante cor da pele dos pacientes. Embora esse estudo comprove o efeito ITB no contexto de saúde, julgou-se necessário analisar tal fenômeno de modo mais controlado. Logo, realizou-se o estudo 2 com o objetivo de avaliar a diferenciação no investimento de tempo na avaliação de pacientes brancos e negros e as possíveis consequências dessa diferenciação, de modo que avaliamos o enviesamento nas condutas médicas expressas no número de hipóteses diagnósticas que levantam para um caso clínico de baixa complexidade. Trata-se de um estudo experimental interparticipantes. Participaram 67 estudantes do intenato de Medicina de uma universidade pública, com idade média de 25,36 anos (DP = 2,99), em sua maioria homens (53,7%). Os participantes responderam ao experimento no software E-prime, e realizavam uma Avaliação de Caso Clínico, onde era apresentado aos participantes um prontuário de atendimento de um paciente, com a instrução de realizar uma avaliação do caso e a indicação de hipóteses diagnósticas. Para as análises dos dados utilizou-se o software SPSS 20. Para a avaliação do tempo investido na análise do caso clínico realizou-se uma ANOVA, cujos resultados indicaram que não houve efeito principal da cor de pele no tempo de avaliação, F (2, 76) = 1,0, ns. No entanto, quando comparamos o número de hipóteses diagnósticas e a cor da pele do paciente, verifica-se que os pacientes brancos receberam um maior número de hipóteses diagnósticas (M = 1.84, DP = 0.83) do que os negros (M = 1.24, DP = 0.72) e o paciente sem identificação de cor (M = 1,35, DP = 0,77) e esta diferença é significativa (F(2,64) = 3.56, p < 0.05). O Estudo 3 teve como objetivo demonstrar que o enviesamento no tratamento dado aos pacientes em função da cor de sua pele é uma consequência do ITB. Participaram do estudo 60 estudantes do internato de Medicina, com idade média de 25,20 anos (DP = 3,45), sendo a maioria homens (51,7%). Seguiu-se um planejamento metodológico semelhante ao estudo anterior, porém adotando-se um delineamento dentre participantes, de modo que cada participante avaliava três casos clínicos. Atraves de uma análise de regressão multinível, pode-se demonstrar que ao paciente branco (M = 0,54, DP = 0,08) foi investido mais tempo do que ao paciente negro (M = 0,36, DP = 0,08). Os reultados tambem evidenciaram que o tempo de diagnóstico está mediando o número de hipóteses diagnósticas, de modo que quanto mais tempo investido, maior o número de hipóteses diagnósticas (IC a 90%: 0.01; 0.19). Em conjunto esses resultados contribuem para o estudo da discriminação implícita motivada pelo preconceito.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2204608 - CICERO ROBERTO PEREIRA
Interno - 1742381 - ANA RAQUEL ROSAS TORRES
Externo ao Programa - 336868 - EDUARDO SERGIO SOARES SOUSA
Externo ao Programa - 1657913 - NELSON TORRO ALVES
Externo à Instituição - NILTON SOARES FORMIGA