PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA SOCIAL (PPGPS)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de QUALIFICAÇÃO: HYALLE ABREU VIANA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: HYALLE ABREU VIANA
DATA: 05/02/2019
HORA: 09:00
LOCAL: 508
TÍTULO: DISCRIMINAÇÃO CONTRA HOMENS IGUALITÁRIOS NO MERCADO DE TRABALHO
PALAVRAS-CHAVES: Homens igualitários; estereótipos; Discriminação de gênero; Sexismo
PÁGINAS: 98
RESUMO: O objetivo desta tese é investigar como reagimos a homens que defendem a igualdade de gênero. Para alcançar este objetivo, esta tese organiza-se em três artigos que adotam como referencial teórico os pressupostos da abordagem das relações intergrupais (Tajfel, 1982). No primeiro artigo (N = 250) foram investigadas as representações sociais de universitários acerca de homens que defendem a igualdade de gênero. Os resultados mostram que as representações sociais desses homens estão ancoradas em estereótipos de feminilidade (femininos, fracos, submissos etc), nas consequências que os homens estão sujeitos quando decidem se envolver em uma luta por direitos que “não são deles” e em uma visão negativa desses homens, que colabora para afastar a participação masculina nessas lutas. No segundo artigo foram desenvolvidos dois estudos: O Estudo 1 (N = 221) testou a hipótese de que denominarse feminista e sair em defesa de um direito garantido às mulheres (licença maternidade) influencia na atribuição dos traços estereotípicos de competência, sociabilidade e moralidade a homens e mulheres. O homem feminista favorável à licença maternidade foi percebido como mais sociável do que a mulher que se posiciona da mesma maneira e do que o homem contrário à licença maternidade (Hipótese 1 confirmada). Homens e mulheres favoráveis à licença maternidade foram percebidos como igualmente competentes, porém diferentemente do que esperávamos, os homens feministas foram percebidos como mais competentes do que os homens antifeministas, resultado contrário a nossa segunda hipótese. O Estudo 2 objetivou (N = 235) testar a hipótese de que ter uma conduta igualitária impacta na percepção de legitimidade da decisão do recrutador ao contratar/reprovar homens para um cargos de chefia. Bem como testou a hipótese de que o sexismo hostil e benevolente atuam como moderadores nessa relação. Os resultados revelam que apenas o sexismo hostil moderou a relação entre tipo de posicionamento (igualitário versus tradicional) e a decisão do recrutador (contratar versus reprovar) na legitimidade da decisão. Na condição de sexismo hostil baixo (SHB) a decisão do recrutador foi percebida como mais legítima quando decidiu contratar os alvos igualitários, assim como quando decidiu reprovar os alvos tradicionais. Já na condição de sexismo hostil alto (SHA) não houve diferenças significativas na condição de contratação, mas na situação de reprovação a percepção de legitimidade é maior quando o recrutador resolveu reprovar o alvo tradicional. Contudo, os resultados mostram que homens igualitários são percebidos como mais adequados para o cargo de gerente por indivíduos não sexistas. O terceiro artigo desta tese (N = 278) objetivou por meio de uma abordagem quanti-qualitativa investigar quais tipos de justificativas as pessoas fazem uso para concordar ou discordar da contratação/reprovação de candidatos igualitários ou tradicionais. Como resultados verificou-se que quando se trata de candidatos igualitários, as justificativas usadas para concordar com a reprovação deles é a prioridade dada à família e a contranormatividade de papeis que pode levar a prejuízos na empresa, bem como o fato de querer ser um pai presente. Já os argumentos usados para concordar com a aprovação desse candidato são embasados na ideia de que ele parece ser um bom profissional por saber dividir bem a rotina e os horários, ter disciplina. No que se refere às justificativas ligadas a contratação e reprovação de candidatos tradicionais, verificou-se muito mais aspectos ambivalentes nas justificativas. Por um lado o candidato tradicional é percebido como um excelente profissional por se dedicar exclusivamente ao trabalho, merecendo, portanto, ser contratado. E por outro lado, ele também é percebido como egoísta e péssima referência para liderar devido ao fato de ser muito dependente da esposa e machista, merecendo ser reprovado.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1742381 - ANA RAQUEL ROSAS TORRES
Interno - 2204608 - CICERO ROBERTO PEREIRA
Externo à Instituição - DALILA XAVIER DE FRANCA