PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA SOCIAL (PPGPS)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de DEFESA: KHALIL DA COSTA SILVA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: KHALIL DA COSTA SILVA
DATA: 26/11/2019
HORA: 09:00
LOCAL: Sala 404 - B CCHLA
TÍTULO: TOLERÂNCIA À VIOLÊNCIA POLICIAL COMO EXPRESSÃO DA DISCRIMINAÇÃO
PALAVRAS-CHAVES: discriminação; crença no mundo justo; percepção de ameaça; autoritarismo de direita; desumanização.
PÁGINAS: 92
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Psicologia
SUBÁREA: Psicologia Social
ESPECIALIDADE: Processos Grupais e de Comunicação
RESUMO: A presente tese tem como objetivo analisar os fatores psicossociais capazes de favorecer e legitimar a relação entre a pertença grupal do contraventor e a tolerância à violência policial. Foram realizados estudos experimentais no Brasil e na Espanha que contribuíram de modo integrado para a consecução do objetivo geral. Todos os estudos desenvolvidos basearam-se nos pressupostos teóricos da perspectiva das relações intergrupais (Tajfel, 1981) e articulam os níveis de análise intergrupal e ideológico (Doise, 2002), uma vez pressupõem os seguintes aspectos: a) a tolerância à violência policial é influenciada pela estrutura das relações existentes entre grupos dominantes e minoritários, b) as relações estabelecidas entre os grupos está associadas a crenças sobre a ordem social vigente, as quais legitimam comportamentos discriminatórios. A tese está organizada em três artigos. O primeiro artigo consiste na pesquisa realizada no Brasil. No contexto brasileiro, a discriminação contra pessoas negras foi analisada com base na tolerância à violência policial, no apoio à redução da maioridade penal e no apoio ao pagamento de indenização pela polícia ao adolescente contraventor. Três estudos foram conduzidos, todos com estudantes universitários e do ensino médio. No Estudo 1 (N = 118), analisou-se a influência do tipo de crime (assalto versus tráfico de drogas) e o alvo do crime (identificável versus não identificável) sobre as variáveis aqui estudadas. O Estudo 2 (N = 343) avaliou o efeito da relação entre tipo de crime (assalto versus tráfico de drogas), o alvo do crime (identificável versus não identificável) e o grupo racial do adolescente contraventor (branco versus negro) sobre a discriminação. O Estudo 3 (N = 316) replicou o Estudo 2, adicionando a crença no mundo justo (CMJ) como moderadora da discriminação. Em conjunto, os resultados indicaram a discriminação racial por meio da maior tolerância à violência policial e apoio à redução da maioridade penal para os crimes cometidos por adolescentes negros. Além disso, verificou-se maior apoio ao pagamento de indenização pela policial ao adolescente transgressor quando o crime foi cometido por adolescentes brancos. Níveis elevados de adesão à CMJ acentuaram a discriminação racial. O segundo artigo, apresenta dois estudos experimentais realizados na Espanha. Nesse contexto, investigou-se a discriminação contra suspeitos de terrorismo islâmico com base na tolerância à utilização da tortura contra esse grupo. No Estudo 1 (N= 282), analisou-se a influência da nacionalidade das vítimas de crimes de terrorismo (espanhóis versus outra nacionalidade) e da nacionalidade dos torturadores (polícia espanhola versus polícia estrangeira) sobre à tolerância à utilização de tortura contra suspeitos de terrorismo islâmico. O Estudo 2 (N= 165) analisou a interação entre Percepção de Ameaça (Real e Simbólica) e Autoritarismo de Direita (RWA) como moderadores da relação entre nacionalidade das vítimas de crimes de terrorismo (espanhóis versus outra nacionalidade) e a discriminação. Em conjunto, o Estudo 1 indicou que a tolerância à utilização de tortura era maior quando as vítimas de ações terroristas pertenciam ao endogrupo (espanhóis). Ademais, o Estudo 2 indicou que a relação entre nacionalidade das vítimas de ações terroristas e tolerância à tortura foi simultaneamente moderada nas interações entre percepção de ameaça real e RWA e percepção de ameaça simbólica e RWA, as quais elevam a tolerância à tortura, independentemente da nacionalidade das vítimas de terrorismo. O terceiro artigo é composto por dois estudos experimentais também realizados no cenário espanhol. Nesta investigação, analisou-se o papel mediador da desumanização na relação entre percepção de ameaça terrorista e tolerância ao uso de violência policial contra suspeitos de terrorismo islâmico, sendo a tolerância à violência mensurada dentro de um continuum de procedimento de justiça, que varia do aspecto retributivo (punição) ao restaurativo (reabilitação). O Estudo 1 (N =215) demonstrou que a percepção de ameaça terrorista contra o endogrupo (espanhóis) eleva o processo de desumanização do suspeito de terrorismo islâmico (exogrupo) que, por sua vez, resulta numa maior à tolerância à utilização de violência contra o mesmo. O Estudo 2 (N=304) analisou como o RWA modera a relação identificada no estudo anterior, sendo revelado que a maior adesão ao RWA favorece à desumanização do membro do exogrupo, independentemente da ameaça terrorista ser direcionada ao endogrupo. Em síntese, identificou-se que a desumanização é o mecanismo subjacente ao apoio a diferentes mecanismos de justiça e que a adesão ao RWA favorece a expressão desse fenômeno.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1742381 - ANA RAQUEL ROSAS TORRES
Interno - 329304 - CLEONICE PEREIRA DOS SANTOS CAMINO
Externo à Instituição - JESÚS MARIA CANTO ORTIZ
Externo à Instituição - JOSÉ LUIS ÁLVARO ESTRAMIANA
Interno - 1520147 - JULIO RIQUE NETO
Interno - 329296 - LEONCIO FRANCISCO CAMINO RODRIGUEZ LARRAIN
Externo à Instituição - MARIA ÁNGELES CEA D''ANCONA