PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA SOCIAL (PPGPS)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de QUALIFICAÇÃO: LINNIKER MATHEUS SOARES DE MOURA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: LINNIKER MATHEUS SOARES DE MOURA
DATA: 15/12/2020
HORA: 14:00
LOCAL:
TÍTULO: PRECONCEITO, RELIGIOSIDADE E REPRESENTAÇÕES SOCIAIS: ARTICULAÇÕES SOBRE A ESQUIZOFRENIA
PALAVRAS-CHAVES: esquizofrenia; preconceito; representações sociais; religiosidade
PÁGINAS: 151
RESUMO: Quanto à temática dos transtornos mentais, o preconceito é um elemento que vem se reapresentando sistematicamente, e estudos demonstram que alguns transtornos sofrem mais do que outros, como é o caso da esquizofrenia. Desta forma, estudar este fenômeno requer diversos olhares e análises, principalmente sobre elementos que possam influencia nessa dinâmica que engloba práticas, realidades sociais e representações. Estudar essas representações também permite o contato com toda essa dinâmica social e psíquica, permite analisar aspectos que são um retrato da dinâmica social. O artigo 1, trouxe uma discussão teórica, conduzindo à a reflexão sobre a influência do contexto na formação e manutenção do preconceito, bem como na gênese e desenvolvimento das representações sociais e qual o papel da religiosidade nesta dinâmica. O artigo 2 (N=80; média de idade 29,91 anos, DP 10,81) teve por objetivo levantar e analisar as representações sociais sobre a esquizofrenia, encontrando que ela continua com um aspecto fortemente negativo, tendo um foco na patologização e nos sintomas, vinculado o transtorno a estereótipos estigmatizados, como os de periculosidade e agressividade. A representação traz a força do componente afetivo “medo”, no núcleo central da representação, indicando que a visão negativa sobre esquizofrenia influencia nas emoções expressas frente às pessoas com esse transtorno. Foi possível identificar que o preconceito e exclusão foram apresentados como elementos importantes da relação entre a sociedade e as pessoas com esquizofrenia, demonstrando a força que as representações têm como moduladoras de ações e influenciadoras de comportamentos. O artigo 3, foi subdivido em dois estudos (N=400) com o objetivo de adaptar e validar a Escala de Expressão Emocional, encontrando evidências satisfatórias o suficiente dos índices de validade fatorial e consistência interna para considerar que a escala é um instrumento com boas propriedades psicométricas, com dois fatores correlacionados (F1 – eingenvalue 4,55; variância explicada 56,98%; α = 0,89/ F2 - eingenvalue 1,25; variância explicada 15,69%; α = 0,82). O artigo 4, que teve por objetivo mensurar em uma amostra da população geral (N=281; média de idade 30,04; DP 12,50) os níveis de rejeição à intimidade, estereótipos negativos, emoções negativas, crenças religiosas sobre a esquizofrenia e religiosidade, correlacionando-os em busca de indícios explicativos do preconceito. Os resultados parciais indicam que a amostra demonstrou um nível de atitude religiosa acima do ponto médio com uma média de 3.28 pontos (DP=1,16; mediana= 3,6), a adesão às crenças religiosas demonstrou correlações positivas extremamente significativas com a atitude religiosa e com a religiosidade autodeclarada, ainda que tenham valores considerados “fracos” isso pode indicar que em estudos maiores e com outras técnicas de amostragem esse resultado pode ser replicado e seus valores podem indicar correlações mais fortes. Todas as variáveis apresentaram correlações extremamente significativas positivas entre si, exceto a relação entre emoções negativas e atitude religiosa que foi apenas significativa, e uma análise de regressão linear múltipla mostrou que a atitude religiosa e as crenças preveem o preconceito [F(2,287) = 20,274, p < 0,001; R2 = 0,127]. Esses resultados indicam que as variáveis que mensuram o preconceito se correlacionam com as variáveis que mensuram religiosidade e crenças religiosas sobre a doença mental, à medida que estas últimas aumentam o preconceito também tende a aumentar. Espera-se que com a conclusão das análises do artigo 4, possamos propor um modelo explicativo do preconceito frente à esquizofrenia, auxiliando no entendimento do fenômeno.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1285229 - SILVANA CARNEIRO MACIEL
Interno - 1497729 - ANA ALAYDE WERBA SALDANHA PICHELLI
Externo ao Programa - 1519736 - TATIANA DE LUCENA TORRES
Externo à Instituição - ANDRÉ FARO SANTOS