PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA SOCIAL (PPGPS)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de DEFESA: WILZA KARLA DOS SANTOS LEITE

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: WILZA KARLA DOS SANTOS LEITE
DATA: 30/03/2021
HORA: 14:00
LOCAL: Google meeting
TÍTULO: Rotações de tarefas baseadas nas cargas físicas e psicológicas: uma proposta para a indústria calçadista
PALAVRAS-CHAVES: Distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho; cargas de trabalho; job rotation; indústria calçadista.
PÁGINAS: 422
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Psicologia
SUBÁREA: Psicologia do Trabalho e Organizacional
ESPECIALIDADE: Fatores Humanos no Trabalho
RESUMO: Esta tese objetiva propor modelos de rotações de tarefas em células de produção de calçados para minimizar o risco para distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) integrando cargas físicas e psicológicas. Para tal, foram elaborados cinco artigos. O primeiro artigo objetivou analisar os fatores relacionados às queixas de saúde e à gravidade de recorrência em trabalhadores da indústria calçadista ao longo de dois anos. Foram averiguados 9016 casos de queixas de trabalhadores de diversos setores da indústria calçadista nos anos de 2018 a 2019. As cargas físicas foram avaliadas por meio do Occupational Repetitive Actions e as psicológicas, pela versão resumida e adaptada para o português da Job Stress Scale. Para analisar os fatores associados às queixas utilizou-se um modelo de regressão logística binária e para a recorrência, um modelo de Poisson. Constatou-se que: (1) a maioria das atividades apresenta risco para distúrbios osteomusculares e os trabalhadores, baixa latitude de decisão; (2) as queixas de saúde abrangeram diferentes funções corporais fisiológicas e psicológicas; (3) mulheres, setor de produção e apoio à produção e segundo turno de trabalho apresentam uma estimativa de recorrência maior; (4) as queixas relacionadas ao sistema neuromusculoesquelético e a prescrição de relaxantes musculares estão entre as mais recorrentes; e, (5) um padrão sazonal de adoecimento parece ocorrer no último trimestre do ano e aumentar de acordo com o tempo e demandas de produção. Concluiu-se que as queixas podem estar relacionadas a movimentos realizados acima das amplitudes recomendadas, ciclos curtos das atividades, repetitividade maior ou igual a 51% do tempo total da jornada e pouca margem de manobra. O segundo artigo objetivou analisar os fatores relacionados ao afastamento e os indicadores de adoecimento em termos de recorrência e dias perdidos em trabalhadores de uma empresa de calçados. Foram averiguados 9072 casos de afastamento do trabalho em unidades de produção de calçados nos anos de 2014 a 2017. Utilizou-se um modelo de regressão logística binária para estimar o risco de ocorrência de um acometimento no estado de saúde associado ao sexo, unidade de produção e setor de trabalho; e, um modelo de Poisson para analisar o tempo e recorrência dos afastamentos conforme sexo, função corporal afetada, unidade de produção e setor de trabalho. Constatou-se que: (1) a maioria das unidades de produção e setores de trabalho relacionou-se a uma ou mais funções corporais afetadas; (2) as disfunções neuromusculoesqueléticas e relacionadas com o movimento e os setores de preparação de entressolas e solados; corte e montagem dos componentes dos calçados; e, acabamento, inspeção da qualidade do produto final demandam um maior tempo de recuperação para o retorno ao trabalho e possuem uma maior recorrência de afastamentos; (3) as mulheres parecem ser mais afetadas em termos de reaparecimento dos sintomas. Concluiu-se que lesões osteomusculares e os riscos biomecânicos, organizacionais e psicossociais parecem influenciar na gravidade dos indicadores de adoecimento. O terceiro artigo objetivou investigar a influência de fatores biomecânicos, psicossociais, ambientais e individuais nos sintomas locais e múltiplos de DORT em trabalhadores de uma empresa de manufatura de calçados. A amostra foi composta por 267 trabalhadores. Os resultados mostraram que: (a) idade, sedentarismo, postura inapropriada e esforço percebido foram associados a sintomas nos ombros, e a combinação desses fatores aumentou em quatro vezes as chances de ocorrência; (b) postura inpropriada, esforço percebido e bullying estavam relacionados a sintomas nos punhos, e a combinação desses fatores aumentou em sete vezes as chances; e, (c) postura inapropriada, esforço percebido, tempo de trabalho na empresa e baixo apoio social foram associados a sintomas múltiplos e sua combinação aumentou as chances em até 30 vezes. O quarto artigo objetivou propor um modelo de rotações de tarefas em células de produção de calçados visando reduzir a exposição ao risco para DORT considerando cargas físicas e psicológicas. Avaliou-se a carga física pelo método Occupational Repetitive Actions e a psicológica, pela versão resumida e adaptada para o português da Job Stress Scale. Foram encontradas cinco soluções de rotações para as células de produção de sandálias (CPS) e doze para as células de produção de tênis (CPT). Houve redução na variação das cargas físicas e psicológicas em todas as soluções de ambas as células quando comparadas à condição sem rotação. Porém, para as CPS a redução da variação entre as cargas físicas das condições sem e com rotações não foi significativa devido à similaridade dos índices de exposição. Embora as soluções minimizem à exposição ao risco para DORT é necessário o replanejamento das atividades e dos postos de trabalho. Por fim, o quinto artigo objetivou adaptar para a língua portuguesa a New Job Stress Scale (NJSS), que mensura um conjunto de estressores relacionados ao desenvolvimento do trabalho. Foram aplicadas uma versão traduzida e adaptada para o português da NJSS e a versão resumida e adaptada para o português da JSS. Participaram 674 trabalhadores (setor industrial e de serviços) de cinco cidades brasileiras. Considerando-se os indicadores de ajuste, um modelo com 20 itens se mostrou mais adequado que o original (χ²/gl = 2,22; CFI = 0,95; GFI = 0,96; TLI = 0,94; ECVI = 1,96; e, RMSEA = 0,08). Concluiu-se que a NJSS apresenta uma estrutura fatorial confiável para mensurar o estresse ocupacional no Brasil.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 337973 - ANISIO JOSE DA SILVA ARAUJO
Interno - 2014467 - CARLOS EDUARDO PIMENTEL
Externo ao Programa - 6336620 - LUIZ BUENO DA SILVA
Externo à Instituição - FRANCINALDO DO MONTE PINTO
Externo à Instituição - LUCIANA TELES CARNEIRO