PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA SOCIAL (PPGPS)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de DEFESA: ADRIELE VIEIRA DE LIMA PINTO

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ADRIELE VIEIRA DE LIMA PINTO
DATA: 25/06/2021
HORA: 14:00
LOCAL: Google Meet
TÍTULO: MÃES PRIVADAS DE LIBERDADE: UM OLHAR PSICOSSOCIAL SOBRE A MATERNIDADE
PALAVRAS-CHAVES: Maternidade; Mães; Privação de Liberdade; Representações Sociais.
PÁGINAS: 190
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Psicologia
SUBÁREA: Psicologia Social
ESPECIALIDADE: Processos Grupais e de Comunicação
RESUMO: A maternidade nas prisões brasileiras é marcada por vivências de vulnerabilidades e sofrimento psíquico. Esses aspectos são acentuados diante da invisibilidade histórica associada ao encarceramento feminino, que nega as especificidades das mulheres, dentre elas, as questões relacionadas à maternidade. Nesse contexto, buscou-se estudar a temática através da Teoria das Representações Sociais (TRS), que possibilitou acessar a rede de sentidos e significados, compartilhada pelas mães em privação de liberdade, construindo um conhecimento prático e multifacetado sobre a temática. Nesse direcionamento, a seguinte tese objetivou conhecer os aspectos psicossociais inter-relacionados à maternidade no contexto prisional. Estruturalmente, dividiu-se em duas partes, a primeira constituída pelos capítulos teóricos e a segunda composta por três estudos. No primeiro estudo, realizou-se uma revisão da produção científica nacional, publicadas entre 2009 e 2019. Foram selecionados 15 artigos, analisados pela Classificação Hierárquica Descendente (CHD) e da Análise de Similitude, através do Iramuteq. Os resultados indicaram o caráter recente das produções acerca da temática, com foco principal, nas questões da saúde, garantia/violação de direitos, nos danos para a relação mãe-filhos e por questões voltadas a assistência pré-natal, gestação e amamentação. Os outros dois estudos, empíricos, foram norteados pela TRS. O primeiro estudo empírico, analisou as Representações Sociais (RS) de mães privadas de liberdade, baseado em seis palavras evocadoras (ser mãe, maternidade, paternidade, família, prisão e eu mesmo). Participaram 52 mães, entre 21 a 64 anos (M=33,08; DP=8,71), do Centro de Ressocialização Feminino de João Pessoa, Paraíba. As participantes responderam ao Questionário Sociodemográfico e a Técnica de Associação Livre de Palavras. Os dados foram processados pelo SPSS (versão 21) e Tri-Deux-Mots e interpretados pela Análise Fatorial de Correspondência. Observou-se que o contexto prisional traz implicações na produção de sentidos e significados atribuídos a diferentes aspectos da vida das mães custodiadas. Os resultados indicaram representações consensuais entre ser mãe, maternidade, paternidade e família. A prisão foi associada às experiências negativas estigmatizantes e ao sofrimento psíquico. O estímulo eu mesma trouxe elementos ambíguos que manifestaram engajamento e autopunição. O segundo estudo empírico, objetivou conhecer as RS sobre a maternidade, elaboradas por mães privadas de liberdade. Participaram 15 mães, entre 21 e 44 anos (M=30,47; DP=6,25), custodiadas no mesmo centro de ressocialização feminino do estudo anterior. Responderam ao questionário sóciodemográfico e a entrevista em profundidade. Os dados foram processados pelo SPSS (versão 21) e software Alceste, e analisados pela CHD. Emergiram dois eixos principais de sentidos: “A prisão e seu sistema de deveres e direitos” e “Vulnerabilidades e o significado da maternidade”. Neles a maternidade foi marcada pela perda dos laços psicossociais entre mãe-filho. Ser mãe foi objetivada como sinônimo de sofrimento, incerteza e culpa pela ausência nos cuidados maternos e separação dos filhos e familiares. Destaca-se que as RS sobre a maternidade no cárcere adquiriram diferentes facetas que ora se aproximavam e se distanciavam do ideal de maternidade socialmente disseminado. Assim, a condição materna das mães em privação de liberdade, conduz ao reconhecimento de que o aprisionamento feminino não pode ser considerado isoladamente, pois existirá implicações para sua família e filhos e, de forma ampla, para a sociedade. Portanto, espera-se que os resultados dessa tese auxiliem planejamentos de práticas sociais e de saúde, efetivas para essa população e seus dependentes.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 332067 - MARIA DA PENHA DE LIMA COUTINHO
Interno - 2483066 - PATRICIA NUNES DA FONSECA
Externo à Instituição - IANY CAVALCANTI DA SILVA BARROS
Externo à Instituição - JAQUELINE GOMES CAVALCANTI
Externo à Instituição - LIDIANE SILVA DE ARAUJO