PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA SOCIAL (PPGPS)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de QUALIFICAÇÃO: MÍSIA CAROLYNE PEREIRA DE MORAIS

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: MÍSIA CAROLYNE PEREIRA DE MORAIS
DATA: 02/12/2021
HORA: 17:00
LOCAL: Google Meet
TÍTULO: MODERANDO E MEDIANDO A RELAÇÃO ENTRE CYBERVITIMIZAÇÃO E SAÚDE MENTAL: UM ESTUDO COMPARATIVO ENTRE NÃO HETEROSSEXUAIS E HETEROSSEXUAIS
PALAVRAS-CHAVES: Cyberbullying, cyber vitimização, LGBTQIAP+, minorias sexuais, saúde mental.
PÁGINAS: 68
RESUMO: A presente dissertação, teve como objetivo, primeiramente analisar as possíveis relações entre cyber vitimização, minorias sexuais e saúde mental. Nesta direção, foram rastreadas e testadas variáveis que poderiam atuar tanto como moderadoras quanto mediadoras dentro desta dinâmica. A principal base teórica para execução dos três estudos da pesquisa foi o modelo de Estresse de Minoria idealizado por Ilan H. Meyer. Em um primeiro momento foi feita uma revisão sistemática da literatura que objetivou encontrar na literatura existente possibilidades de variáveis que poderiam tanto explicar quanto aliviar a associação (moderadores e mediadores) positiva entre os constructos estudados (cyber vitimização, pertença a minorias sexuais e saúde mental). Para alcançar tais metas, foram escolhidas três bases de dados – Scopus, PubMed e PsyINFO. As buscas foram feitas com base nos critérios PRISMA para revisões sistemáticas e meta-análise. Foram selecionados 24 artigos empíricos que serviram de base para uma análise qualitativa. Os resultados confirmaram uma associação positiva entre pertencer a minorias sexuais, ser vítima de cyberbullying e apresentar problemas de saúde mental. Para além disso, elementos como idade, raça, status socioeconômico, a qual minoria sexual se pertence são relevantes. A cyber vitimização e a pertença a minorias sexuais ainda estiveram associados a dificuldades na esfera social, relação problemática com internet e smartphones, substâncias e a vitimização por outros tipos de violência. A partir destes resultados foram criadas as hipóteses e perguntas de pesquisa dos dois estudos quantitativos seguintes. O primeiro estudo quantitativo teve como objetivo principal testar a atividade física e o apoio social como variáveis moderadoras dentro da relação entre cyber vitimização e queixas de saúde mental - com foco na ansiedade, depressão e estresse, fazendo ainda, uma comparação dos resultados por grupos (aqueles que pertenciam e aqueles que não pertenciam as minorias sexuais). Este estudo contou com 256 sujeitos com idade média de 25,92 anos (DP = 5,19) que responderam um formulário online. Metade se autodenominou heterossexual e cis gênero (128) e a outra metade se denominou como LGBTQIA+ (128). Para tabulação e análise de dados foram utilizados o IBM SPSS 26 e o jamovi 1.6.23. Os resultados confirmaram a relação positiva entre a cyber vitimização e problemas de saúde mental. Em termos de saúde mental, o teste t de Student para amostras independentes, mostrou que nos três afetos negativos o grupo LGBTQIA+ teve média maior, mas o único fator em que a diferença foi significativa foi no fator ansiedade (t(256) = 2,66; p = 0,008). O grupo LGBTQIAP+ reportou 2,4 vezes mais eventos de cyber vitimização que o grupo heterossexual (cisgênero). Apesar do apoio social ter de um modo geral se correlacionado negativamente com a cyber vitimização (p = 0,005; r = -0,173), em nenhum dos dois grupos, ele moderou a relação entre os problemas de saúde mental e a vitimização cibernética. A autoeficácia em atividade física, por sua vez, não se correlacionou de forma significativa com nenhum dos outros constructos e consequentemente também não atuou como variável moderadora na relação entre os problemas de saúde mental e a vitimização cibernética. O terceiro e último estudo contou com 254 participantes com idade média 27,56 anos (DP = 7,56) que se dispuseram a preencher um formulário online. Metade da amostra (127) foi composta por pessoas que se autodenominaram heterossexuais (cisgênero) e a outra metade (127) por pessoas LGBTQIAP+. Este segundo estudo quantitativo primou por analisar as relações entre a cyber vitimização, a pertença a minorias sexuais e a tendência ao suicídio. Com base nas hipóteses de pesquisa, foram testadas ainda duas possibilidades de variáveis mediadoras dentro da relação entre cyber vitimização e tendência ao suicídio: a dependência por smartphones e a frequência do uso de substâncias. Quanto aos resultados, não foram encontradas diferenças significativas entre os grupos no que concerne a tendência ao suicídio nem a cyber vitimização, mas é válido ressaltar que quando perguntados diretamente se tinham a percepção que já tinham sido vítimas de cyberbullying, 21,3% das pessoas que se auto intitularam LGBTQIAP+ responderam que sim. Este número caiu para 14,2% entre aqueles que se auto intitularam heterossexuais. Entre os LGBTQIAP+ chamou a atenção a correlação significativa entre a cyber vitimização e a repulsão a vida (p = 0,008; r = 0,24). Esta correlação aparece também no grupo heterossexual, porém com o valor um pouco menor (p = 0,013; r = 0,22). De um modo geral, o grupo LGBTQIAP+ consume tanto bebida, quanto tabaco e maconha. Destaque para o tabaco. Seu uso problemático se relacionou tanto no grupo LGBTQIAP+ (p = 0,013; r = 0,220), quanto no heterossexual com a cyber vitimização (p = 0,021; r = 0,205). Não foram encontradas diferenças significativas entre os grupos quanto o assunto foi dependência de smartphone. Tanto a dependência por smartphone quanto a frequência de tabaco não mediaram a relação entre cyber vitimização e tendência ao suicídio, mais especificamente repulsão a vida. Mesmo com a não confirmação das hipóteses de pesquisa, as variáveis testadas não deixam de ter sua influência dentro do contexto da cyber vitimização. Em vista da especificidade da amostra e dos instrumentos usados, são necessários novos estudos que se debrucem na temática.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2014467 - CARLOS EDUARDO PIMENTEL
Interno - 1742381 - ANA RAQUEL ROSAS TORRES
Externo ao Programa - 1339707 - RENAN PEREIRA MONTEIRO