PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA SOCIAL (PPGPS)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de QUALIFICAÇÃO: MARIA RENATA FLORÊNCIO DE AZEVEDO

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: MARIA RENATA FLORÊNCIO DE AZEVEDO
DATA: 14/12/2021
HORA: 14:00
LOCAL: Google Meet
TÍTULO: PRODUÇÕES SUBJETIVAS EM MOVIMENTO NA EXPERIÊNCIA DA MATERNIDADE: AÇÕES E EFEITOS DISCURSIVOS NO PROCESSO DE TORNAR-SE MÃE
PALAVRAS-CHAVES: Subjetivação; Sujeito Materno; Discurso
PÁGINAS: 194
RESUMO: Na contemporaneidade novas configurações subjetivas se formam sobre/por mulheres na esfera social, a partir dos novos contextos simbólicos e materiais resultantes dos deslocamentos e conquistas alcançadas pelos movimentos de mulheres nas últimas décadas - que tem foco duplo nas mudanças sistêmicas e interpessoal. Essas configurações criam novas possibilidades de autonomia no exercício de si em relação aos destinos e papéis social pré-determinados, sugerindo que, dado o acesso as fontes multifacetadas de saberes e práticas, as mulheres possuem maior possibilidades de constituir-se de maneira ativa e ética também na experiência da maternidade. Neste sentido, problematiza-se que, ainda que novas configurações subjetivas venham se desenhando e ampliando o espaço de ação das mulheres, não significa que também houveram mudanças proporcionais na economia emocional e subjetiva das mulheres frente aos laços íntimos e relações domésticas, ou seja, não significa que os discursos e práticas sociais dominantes tenham possibilitado a desmistificação, subversão e transformação nos modos de experenciar - laços íntimos e relações domésticas, para além da lógica normativa. Nesta conjuntura, acredita-se que as condições de produção do acontecimento Maternidade atualmente, tendem a produzir experiências com custos sociais e culturais para as mulheres pertencentes à esfera do risco subjetivo, a nível das relações cotidianas e simbólicas. Importa pontuar que, os sujeitos discursivos presentes neste trabalho não é a mulher enquanto sujeito psicológico, mas enquanto posições sócio-históricas das quais enunciam sobre um acontecimento da sua vida, permitindo assim explorar não só a rede de poder opressoras, como também, as estratégias de resistência encontradas pelos sujeitos na experiência de tornar-se mãe atualmente. Partindo dessa compreensão, tem-se que, no (des) encontro com a maternidade, a potencialidade das diferentes possibilidades de subjetivação das/para mulheres vai sendo minadas por discursos e instituição dominantes, que incessantemente reduz a maternidade a questões individuais e as mulheres a função materna, como por exemplo as campanhas de amamentação que ignoram os aspectos subjetivos que envolvem essa praticas, tratando-a a partir de um vocábulo biologizante. O que tem movimentado, nesta experiência, estados de conflitos e/ou rupturas subjetivas, colocando-as em situações onde, assumir os discursos e reproduzir modelos de maternidades normativos, funciona como uma das formas privilegiadas de lidar com os estados de tensão subjetiva, tendo como efeitos discursivos, a atualização das desigualdades de gênero, a sobrecarga física e o esgotamento mental. Diante destes pressupostos, o presente estudo tem como objetivo geral: Analisar as produções subjetivas em movimento na experiência da maternidade, a partir das posições do sujeito no discurso e ações discursivas no processo de tornar-se mãe, e como estas tem reverberado no tratamento de si. Tratou-se de um estudo exploratório, de caráter transversal, com design qualitativo, que permitiu a análise das produções subjetivas em movimento na experiência da maternidade e as vicissitudes encontradas por essas mães nesse contexto. As pesquisas foram realizadas nos locais propostos pelas participantes, considerando a condição fisiológica e emocional, das mulher-mães e seus filhos, sobretudo, em decorrência das limitações impostas pelo isolamento social vivenciado durante a pandemia do Covid-19. Sendo estes locais suas residências, no entanto, algumas preferiram que o contato fosse por meio de chamadas de vídeos, nos finais de semana ou horários compatíveis. Trata-se de uma amostra de conveniência (não probabilística), composta por 9 mulheres- mães primíparas com filhos entre 1 ano e 2 anos, casadas, com idade entre 24 e 35 anos. Foram utilizados um questionário sociodemográfico e realizada uma entrevista semiestruturada. A análise dos dados coletados nas entrevistas foi realizada a partir da Análise do Discurso inspirando-se nas contribuições foucaultiana. Os resultados preliminares, apresentam unidades de análises, denominadas de Linhas discursivas normalizadoras e Linhas discursivas de conflitantes, unidades que abrangem as posições de sujeito, ações discursivas e efeitos discursivos. em função dos efeitos ou consequências que implicavam na construção subjetiva das mulheres-mães.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1497729 - ANA ALAYDE WERBA SALDANHA PICHELLI
Interno - 1024895 - MARIA DE FATIMA PEREIRA ALBERTO
Externo à Instituição - JOSEVANIA DA SILVA
Externo à Instituição - REGINA LIGIA WANDERLEI DE AZEVEDO