PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA SOCIAL (PPGPS)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Banca de QUALIFICAÇÃO: TACIANA SILVA NEGREIROS

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: TACIANA SILVA NEGREIROS
DATA: 10/12/2021
HORA: 09:00
LOCAL: Ambiente Virtual via Google Meet
TÍTULO: A PSICOLOGIA SOCIAL DO COMPLEXO DE VIRA-LATA: CONTRIBUIÇÕES PARA O ESTUDO DA IDENTIDADE NACIONAL
PALAVRAS-CHAVES: Complexo de Vira-Lata; Identidade Nacional; Justificação do Sistema; Racismo
PÁGINAS: 36
RESUMO: O complexo de Vira-Lata foi descrito em 1958 pelo escritor e jornalista Nelson Rodrigues como um caso extremo de favorecimento exogrupal caracterizado pela “inferioridade a qual o brasileiro se coloca, voluntariamente, em face ao resto do mundo”. Estudos recentes têm mostrado que esse fenômeno é seletivo: brasileiros brancos favorecem europeus em relação aos brasileiros (i.e., favorecimento exogrupal), mas desvalorizam os africanos (i.e., favorecimento endogrupal). O presente trabalho analisa o papel da cor da pele dos participantes e de fatores identitários propondo a hipótese de um complexo de vira-lata seletivo (CVL) no comportamento dos brasileiros brancos, mas não de negros; e explora a relação entre a identificação nacional com esse fenômeno. No Estudo 1 (N = 410), variamos a cor da pele (Branca vs. Negra) de um alvo de violência policial e a origem cultural deste alvo (Europa vs. Brasil) e demonstramos existir um CVL no comportamento dos participantes brancos, enquanto negros mostraram favorecimento endogrupal. O Estudo 2 (N = 423) replicou esse paradigma experimental e adicionou uma nova origem cultural do alvo (América Latina) com objetivo de verificar a seletividade do CVL frente a um alvo de origem latino-americana. Os resultados mostraram diferenças entre a atribuição de indenização à vítima de violência onde o alvo de origem europeia foi mais valorizado que o brasileiro e latino-americano. O Estudo 3 adicionou um novo paradigma ao estudo do CVL onde a situação experimental abordou a contratação de um candidato ao emprego, variando sua cor de pele (Negra vs. Branca) e sua origem cultural (Europa vs. Brasil vs. América Latina), além de analisar o papel da identidade nacional no CVL. A discussão destes estudos sugere que o CVL pode refletir uma estratégia de gestão da identidade nacional dos brasileiros brancos (e não dos negros) que buscam manter a distintividade positiva por meio de identificação com um exogrupo de alto estatuto (i.e., identidade europeia) e rejeição de suas origens identitárias latino-americana e africana.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2204608 - CICERO ROBERTO PEREIRA
Interno - 1742381 - ANA RAQUEL ROSAS TORRES
Externo à Instituição - ELZA MARIA TECHIO