PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA SOCIAL (PPGPS)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

Telefone/Ramal
Não informado

Notícias


Banca de DEFESA: TATIANA CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE LEAL

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: TATIANA CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE LEAL
DATA: 12/12/2022
HORA: 09:00
LOCAL: Ambiente virtual via google meet
TÍTULO: Os Efeitos da Confiança Institucional na Relação entre Crença no Mundo Justo e Vitimização Secundária de Pessoas Presas Injustamente
PALAVRAS-CHAVES: crença no mundo justo; confiança nas instituições; vitimização secundária; injustiça; erros judiciais
PÁGINAS: 189
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Psicologia
SUBÁREA: Psicologia Social
ESPECIALIDADE: Processos Grupais e de Comunicação
RESUMO: Erros judiciais, como as condenações injustas, são falhas graves no sistema de justiça que acontecem diariamente em todos os sistemas de justiça do mundo. A maioria desses casos é devida à má conduta institucional. A sociedade, no entanto, culpa, desvaloriza e não oferece apoio às pessoas presas injustamente, resultando na vitimização secundária delas. Abordamos este fenômeno propondo a hipótese de que a Crença no Mundo Justo (CMJ) prediz a vitimização secundária de pessoas presas injustamente e que o nível de confiança nas instituições medeia essa relação. Desenvolvemos um programa de pesquisa composto por três artigos, compreendendo cinco estudos. O primeiro artigo consistiu em um estudo preliminar (N = 381) no qual avaliamos o nível de confiança em diversas instituições, e comparamos esses níveis entre dois contextos políticos diferentes no Brasil, os anos de 2018 e 2019. Encontramos um baixo nível de confiança institucional, especificamente nas instituições políticas democráticas. Também encontramos uma mudança nesses níveis de um contexto para outro, pois a confiança nas instituições coercitivas foi mais forte em 2019 do que em 2018. No segundo artigo (N = 381), também um estudo preliminar, investigamos se a confiança institucional estava relacionada à CMJ e se essa relação era moderada por fatores sociais e políticos. A análise revelou que a CMJ se relacionou de fato com a confiança institucional, mas apenas em participantes de esquerda e de baixa renda. O terceiro artigo, com três estudos, foca mais diretamente a hipótese nuclear desta tese. Testamos experimentalmente nossa hipótese principal, a saber, que a CMJ prediria a vitimização secundária de pessoas presas injustamente e que isso aconteceria indiretamente por meio da confiança institucional, dependendo de se a injustiça ameaçaria a CMJ. No primeiro estudo (N = 150), ativamos experimentalmente a ameaça à CMJ e constatamos que a confiança nas instituições de coerção social, políticas e de justiça mediou a relação entre a CMJ e culpabilização da vítima presa injustamente. Além disso, a confiança nas instituições políticas e de justiça também mediou essa relação quando se tratou da minimização do sofrimento da vítima. No segundo estudo (N = 539), replicamos o primeiro estudo com uma amostra maior. Especificamente, na condição de ameaça à CMJ, verificamos que a confiança na mídia mediou a relação da CMJ com a culpabilização da vítima. Da mesma forma, a confiança nas instituições de coerção social e de justiça mediou a relação dessa crença com a dimensão de minimização do sofrimento da vítima. A confiança nas instituições de coerção social mediou essa relação com a dimensão de evitação da vítima. O terceiro estudo (N=252) foi realizado na Inglaterra, contexto cultural onde a democracia está mais bem consolidada. Verificamos que a confiança nas instituições políticas mediou a relação da CMJ com a culpabilização da vítima e com a minimização do sofrimento, e confirmamos o papel de atenuador da vitimização secundária exercido pela confiança nas instituições de justiça. Em geral, os resultados foram consistentes com a hipótese proposta e mostraram como a crença no mundo justo contribui para o processo de legitimação de injustiças cometidas pelas instituições nucleares da sociedade brasileira e inglesa. Também aponta que a confiança nessas instituições pode ser uma ponte para a legitimação.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 329296 - LEONCIO FRANCISCO CAMINO RODRIGUEZ LARRAIN
Interno - 2204608 - CICERO ROBERTO PEREIRA
Interno - 1520147 - JULIO RIQUE NETO
Externo à Instituição - JOÃO GABRIEL NUNES MODESTO
Externo à Instituição - LUANA ELAYNE CUNHA DE SOUZA
Externo à Instituição - TAILSON EVANGELISTA MARIANO